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Folha de Sala - Culturgest

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Teatro2, 3, 4, 6, 7 e 8 Outubro ’08A ResistívelAscensão<strong>de</strong> Arturo UiDe Bertolt BrechtUm espectáculo da Truta


© Henrique FigueiredoTítulo original Der aufhaltsame Aufstieg <strong>de</strong>s Arturo Ui (1941)* Direcção Joaquim HortaTradução José Maria Vieira Men<strong>de</strong>s Cenografia e figurinos Marta CarreirasDesenho <strong>de</strong> luz Daniel Worm D'Assumpção Música original Filipe Melo Gravada por Otto Pereira,António Jorge Nogueira (violinos), Sandra Raposo (viola d'arco), Carlos JorgeNogueira (violoncelo), Filipe Melo (piano), Bruno Pedroso (percussão)Interpretação Carlos Alves, Duarte Guimarães, Gonçalo Amorim, Joaquim Horta,Paula Diogo, Pedro Martinez, Raul Oliveira, Rúben Tiago, Sílvia D. Filipe, Tónan QuitoMaquilhagem Jorge Bragada (Face Off) Produção Henrique Figueiredo, Patrícia CostaUma co-produção Truta / <strong>Culturgest</strong> Projecto financiado pelo Ministério da Cultura / Direcção-Geraldas Artes Agra<strong>de</strong>cimentos Centro Cultural <strong>de</strong> Belém, Walter Teerling, Soazilope, Lda.,Teatro Meridional* Os direitos <strong>de</strong> representação são proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Suhrkamp VerlagQui 2, Sex 3, Sáb 4, Seg 6, Ter 7, Qua 8 <strong>de</strong> OutubroPequeno Auditório · 21h30 · Duração: 2h00 · M12O Espectáculo1.(...) a <strong>de</strong>mocracia é um sistema no qualas pessoas são espectadores, e nãoactores. A intervalos regulares, têm odireito <strong>de</strong> colocar um boletim na urna,<strong>de</strong> escolher alguém <strong>de</strong>ntro da classe doschefes para os dirigir. Depois, espera-seque voltem para casa e tratem dos seusassuntos, consumam, vejam televisão,cozinhem e, acima <strong>de</strong> tudo, não incomo<strong>de</strong>m.É isso a <strong>de</strong>mocracia.Noam ChomskyThe only thing necessary for evil to flourishis for good men to do nothing.Edmund BurkeCriámos a Truta como um espaçoon<strong>de</strong> pudéssemos escolher os nossos<strong>de</strong>safios. Não nos afirmamos por esteou aquele teatro, acreditamos num percursonão hermético, que nos permitacrescer artisticamente correndo riscos,sem condicionalida<strong>de</strong>s artísticas nemfiliações estéticas, procurando um teatroque se assume contaminado pela ilusãoe pela teatralida<strong>de</strong>.No nosso último trabalho, DaFelicida<strong>de</strong>, propusemos como <strong>de</strong>safiocriar um espectáculo a partir <strong>de</strong> umtema e <strong>de</strong>senvolver todo o trabalhonecessário – da escrita à interpretação.Arriscámos áreas on<strong>de</strong> não éramospropriamente experientes e esse foi o<strong>de</strong>safio.Agora, e com esta experiência acumulada,<strong>de</strong>cidimos adoptar um processodiferente, <strong>de</strong>bruçarmo-nos sobre umtexto já escrito para teatro e <strong>de</strong> reconhecidaqualida<strong>de</strong>: um clássico.E, em vez <strong>de</strong> uma encenação colectiva,centrar essa função numa pessoa, oque obviamente não invalida a discussãocolectiva com que nos acostumámos atrabalhar, mas respon<strong>de</strong> a um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong>mudar as regras do jogo e à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>alguns em assumir esse papel.Na peça que escolhemos para inauguraro nosso percurso, A Força do Hábito,o protagonista repetia constantemente:"Amanhã Augsburgo!" Óbvia referênciaa B. Brecht e a um teatro político.Passados estes anos, enten<strong>de</strong>mos queé a altura <strong>de</strong> nos <strong>de</strong>bruçarmos sobreBrecht e sobre a sua valida<strong>de</strong> nos dias<strong>de</strong> hoje.Decidimo-nos pela peça A ResistívelAscensão <strong>de</strong> Arturo Ui. Uma história <strong>de</strong>gangsters <strong>de</strong> Chicago num ambiente<strong>de</strong> filme negro. Este texto serve-nos <strong>de</strong>inspiração para criar um espectáculo<strong>de</strong> vilões e <strong>de</strong> homens honestos quesão passíveis <strong>de</strong> corrupção. Homense mulheres que mostram o alcance datirania.A Resistível Ascensão <strong>de</strong> Arturo Ui éuma paródia trágica inspirada em Hitlere escrita durante o exílio <strong>de</strong> Brecht em1941, na Finlândia. Usando como pano<strong>de</strong> fundo Al Capone e as guerras entregangsters, o autor fala metaforicamenteda ascenção do nazismo, reproduzindoa tomada <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e a anexação daÁustria. Criminosos <strong>de</strong> guerra comoGoebbels, Göring e Röhm são facilmentei<strong>de</strong>ntificáveis. Brecht também aproveitapara falar do mundo egoísta do capitalismoe da socieda<strong>de</strong> que o mantém.A nossa escolha justifica-se em primeirolugar pela empatia com o texto,com as histórias <strong>de</strong> gangsters e pela


proximida<strong>de</strong> com o universo dos filmesnegros e da BD.Depois, porque Brecht é um dosgran<strong>de</strong>s autores <strong>de</strong> textos dramáticos eesse é também um <strong>de</strong>safio no qual nosqueríamos aventurar.Finalmente, acreditamos que a peçase mantém actual, porque nos permitequestionar os discursos políticos e odistanciamento dos cidadãos em relaçãoà política.Todos pertencemos a uma geraçãoacusada <strong>de</strong> não ter posições políticase ter pouca vonta<strong>de</strong> revolucionária.Queremos mostrar que a revoluçãoquotidiana passa pela forma e conteúdoque temos no nosso teatro. Não temosobjectivos partidários.De Brecht interessa-nos o papelsócio-político do teatro, mas semuma perspectiva didáctica. Do teatroépico interessa-nos: o homem comoobjecto <strong>de</strong> investigação; que o espectadorreflicta criticamente, através dosmecanismos da distanciação; cada cenavaler por si; o conceito <strong>de</strong> montagem; ossaltos na narrativa.Reunimos um elenco que nos entusiasma,gente com quem queremostrabalhar mais uma vez e elementosexteriores à Truta que vieram dinamizare enriquecer este projecto.2.Como reunir um grupo <strong>de</strong> 10 actores emtorno <strong>de</strong> um texto <strong>de</strong> brechtComo trabalhar um autor já tão feito esobre o qual existem tantas teorias eexpectativasComo o abordar sem preconceitos, tentandolibertar-nos <strong>de</strong> tudo issoAcusámos o peso <strong>de</strong>ssa responsabilida<strong>de</strong>10 actores perdidos em discussões muitopouco consensuais sobre brecht, sobre otexto, sobre o espectáculo que cada um<strong>de</strong>sejavaPorque acreditamos que o teatro é umespaço on<strong>de</strong> se pensa em conjuntoFoi com esta convicção que passámosà prática do texto e curiosamenteesta prática veio invalidar algumas dasnossas discussõesPassámos a pensar o texto na cena, naprática, e tudo passou a ser muito maisconsensualLibertámo-nos do peso <strong>de</strong> brecht eapo<strong>de</strong>rámo-nos do texto para contaresta história da forma como a pensámosem conjuntoJovem senhora, <strong>de</strong>scontraia entãoE <strong>de</strong>sfrute da nossa representaçãoTruta© Henrique Figueiredo© Marta CarreirasO EspaçoO trabalho da cenografia enquanto dramaturgiaem movimento existe semprepara além do <strong>de</strong>senho das formasfísicas, a sua presença é sentida muitasvezes pela ausência da concretizaçãodo palpável. Assim como o actor semetamorfoseia em várias formas <strong>de</strong> ser,à vista do público, sem que os mecanismosda transformação sejam apreendidospelo observador, também o espaço<strong>de</strong>ve ser uma massa moldável a cadamomento que o público não po<strong>de</strong> tomarcomo garantido, <strong>de</strong>vendo sim sentir-‐se transportado sem perceber como.Autores como Brecht projectam e transformamambientes através do <strong>de</strong>senho<strong>de</strong> personagens, cuja presença em palcomuitas vezes só se justifica para que atonalida<strong>de</strong> dramatúrgica da cena sejaclara. Na peça A Resistível Ascensão<strong>de</strong> Arturo Ui, o espaço dos gangsters éaquele que eles vão ocupando. Trata-se<strong>de</strong> uma ocupação gradual, que vaiacontecendo aos poucos, tal como nahistória que vai sendo contada. A simplespresença do grupo marca o seu território,até ao final quando eles tomamo centro da cena e dominam todo oespaço. O facto <strong>de</strong> não ter contornosfísicos permite que o espaço se vá transformando<strong>de</strong> uma forma orgânica semque o público tome consciência disso.As ligações surgem invisíveis e o espaçotorna-se personagem que aparece nacontracena com os actores.Marta Carreiras


O AutorBertolt Brecht nasceu em Augsburgoa 19 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1898 e morreu emBerlim a 14 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1956. Atingiua maturida<strong>de</strong> como dramatugo nos frenéticosanos 20 e 30, com peças comoUm Homem é um Homem, A Ópera dosTrês Vinténs e A Mãe. Abandonou aAlemanha com a chegada ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>Hitler em 1933, acabando por chegaraos Estados Unidos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> passarpela Suécia e pela Finlândia, em 1941 (eaí ficaria até 1947). Foi neste período<strong>de</strong> exílio que escreveu obras-primascomo Vida <strong>de</strong> Galileu, Mãe Coragem e OCírculo <strong>de</strong> Giz Caucasiano. Pouco <strong>de</strong>poisdo seu regresso à Europa, em 1947,fundou o Berliner Ensemble, ocupando-‐se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então até à sua morte com aencenação das suas peças.© Henrique FigueiredoO TextoDer aufhaltsame Aufstieg <strong>de</strong>s ArturoUi, uma história <strong>de</strong> gangsters em estiloshakespeareano que é uma parábolada ascensão <strong>de</strong> Hitler ao po<strong>de</strong>r, foiescrita durante três semanas <strong>de</strong> 1941, emHelsínquia, enquanto Brecht esperavaum visto para viajar até aos EUA. Há umconto inacabado dos anos trinta sobreHitler, chamado Ui, e situado na Páduado período clássico. Juntamente com osfilmes <strong>de</strong> gangsters com Bogart, Cagneye Edward G. Robinson, a existência <strong>de</strong>O Gran<strong>de</strong> Ditador <strong>de</strong> Chaplin (1940)terá influenciado a escrita do texto,embora seja improvável que Brechttenha chegado <strong>de</strong> facto a vê-lo nessaaltura. Trata-se também <strong>de</strong> um regresso(o último) ao território americano queBrecht tinha explorado em várias peçasanteriores (a começar pela Chicago <strong>de</strong>Na Selva das Cida<strong>de</strong>s). A 10 <strong>de</strong> Marçoesboçou um plano para <strong>de</strong>z ou onzecenas; em 29 <strong>de</strong> Março o dactiloscritoestava acabado; <strong>de</strong>pois, MargareteSteffin levou-o a afinar o verso branconos quinze dias seguintes. A peça estavapronta um mês antes da partida dosBrecht para os Estados Unidos.Brecht tinha pensado estrear ArturoUi nos EUA e <strong>de</strong>ram-se passos nessesentido, mas sem resultado. Depois daguerra, o assunto era <strong>de</strong>masiado sensívelpara que a peça fosse encenada poroutro que não Brecht. E com a criaçãodo Berliner Ensemble em 1949, haviaoutros textos prioritários. Brecht só terámostrado o texto a alguns colaboradoresem 1953, <strong>de</strong>pois dos motins em Berlimesmagados por tanques russos, masacreditava que era preciso montar primeiroTerror e Miséria do Terceiro Reich,para que se percebesse aquilo com quese gozava em Arturo Ui.Começou a preparar a publicação,que só aconteceria <strong>de</strong>pois da sua morte,em 1957. A peça estreou em 1958, emEstugarda (na Alemanha Oci<strong>de</strong>ntal), comencenação <strong>de</strong> Peter Palitzsch. Quatromeses mais tar<strong>de</strong>, Palitzcsh e ManfredWekwerth montariam o texto no BerlinerEnsemble. O espectáculo fez digressãopela Europa e a peça ficou famosa. Nosanos seguintes o papel foi representadopor actores como Jean Vilar ou Al Pacino.Em Portugal, foi apresentada em 1997,no CCB, a encenação <strong>de</strong> Heiner Müllerpara o Berliner Ensemble, com MartinWuttke no protagonista. A estreia emportuguês foi produzida pela Aca<strong>de</strong>miaContemporânea do Espectáculo / Teatrodo Bolhão em 2003, com tradução <strong>de</strong>Paula Alexandra Carvalho, encenação<strong>de</strong> Kuniaki Ida e António Capelo noprotagonista.A tradução <strong>de</strong> José Maria VieiraMen<strong>de</strong>s utilizada para este espectáculoda Truta será publicada pelos livrosCotovia no sexto volume do Teatro <strong>de</strong>Brecht.Textos <strong>de</strong> BrechtConselhos para o espectáculoPara que os acontecimentos nesta peçatenham o significado que infelizmentelhes pertence, tem <strong>de</strong> ser encenadaem gran<strong>de</strong> estilo; <strong>de</strong> preferência comreferências claras ao teatro histórico isabelino,portanto com cortinas e estrados.A acção po<strong>de</strong>rá por exemplo <strong>de</strong>senrolar-‐se à frente <strong>de</strong> cortinas <strong>de</strong> serapilheirabranqueada, salpicadas com cor sangue<strong>de</strong> boi. Também se po<strong>de</strong>m utilizar telõespintados como panoramas e também sea<strong>de</strong>quam efeitos <strong>de</strong> órgão, trompetesou percussão. Deviam usar-se máscaras,sotaques e gestos dos mo<strong>de</strong>los originais,mas evite-se o simples travestimentoe não <strong>de</strong>verá existir comicida<strong>de</strong>sem monstruosida<strong>de</strong>. É necessária umarepresentação tridimensional, em velocida<strong>de</strong>acelerada, com quadros <strong>de</strong> grupobem nítidos, ao gosto do teatro <strong>de</strong> feira.PersonagensFlake, Caruther, Butcher, Mulberry,Clark – homens <strong>de</strong> negócios, directoresdo Trust da Couve-florSheet, armadorO velho DogsboroughO Jovem DogsboroughArturo Ui, chefe dos gangstersErnesto Roma, o seu lugar-tenente


Manuele GiriGiuseppe Givola, florista – gangsterTed Ragg, repórter do StarGreenwool, gangster e barítonoDockdaisyBowl, procurador <strong>de</strong> SheetGoodwill e Gaffles, dois funcionáriosmunicipaisO'Casey, encarregado da comissão<strong>de</strong> inquéritoUm ActorHook, comerciante <strong>de</strong> hortaliçasFish, o arguidoAdvogado <strong>de</strong> DefesaJuizMédicoPromotorUma MulherO jovem Inna, homem <strong>de</strong> confiança<strong>de</strong> RomaUm Homem PequenoIgnatius DullfeetBetty Dullfeet, a sua esposaCriados <strong>de</strong> DogsboroughGuarda-costasHomens ArmadosComerciantes <strong>de</strong> Hortaliças <strong>de</strong> Chicagoe CíceroRepórteresDogsborough = Hin<strong>de</strong>nburgArturo Ui = HitlerGiri = GöringRoma = RöhmGivola = GoebbelsDullfeet = DollfussTrust da couve-flor = Junkers (ou proprietáriosdo leste da Prússia)Comerciantes <strong>de</strong> hortaliça = pequenaburguesiaGangsters = FascistasEscândalo nas docas = Escândalo daOsthilfe (ajuda ao leste)Julgamento pelo incêndio no armazém =Julgamento pelo fogo no ReichstagChicago = AlemanhaCícero = ÁustriaLetreiros para o início <strong>de</strong> cada cenaCena 11929-1932. A CRISE MUNDIALATINGIU A ALEMANHA DE UM MODOPARTICULARMENTE FORTE. NOMOMENTO MAIS GRAVE DA CRISE, OSJUNKERS PRUSSIANOS TENTARAMOBTER EMPRÉSTIMOS DO ESTADOMAS DURANTE MUITO TEMPO SEMSUCESSO.Cena 2PARA QUE O PRESIDENTEDO REICH, HINDENBURG, SEINTERESSASSE PELOS PROBLEMASDOS PROPRIETÁRIOS, ESTESPRESENTEARAM-NO COM UMAPROPRIEDADE.Cena 3NO OUTONO DE 1932, O PARTIDOE O EXÉRCITO PRIVADO DE ADOLFHITLER ESTÃO À BEIRA DA FALÊNCIAE ACHAM-SE AMEAÇADOS DEDISSOLUÇÃO. HITLER ESFORÇA-SEDESESPERADAMENTE PORCONQUISTAR O PODER. MAS, APESARDISSO, LEVA MUITO TEMPO ATÉCONSEGUIR FALAR COM HINDENBURG.Cena 4EM JANEIRO DE 1933, O PRESIDENTEDO REICH, HINDENBURG, RECUSOUA HITLER POR VÁRIAS VEZES OPOSTO DE CHANCELER. SENTIA-SEPORÉM AMEAÇADO POR UMINQUÉRITO ABERTO A PROPÓSITO DOCHAMADO ESCÂNDALO DE AJUDAAO LESTE. TAMBÉM TINHA, DEPOIS DENEUDECK LHE TER SIDO OFERECIDO,APROVEITADO UNS DINHEIROS DOESTADO QUE ACABOU POR NÃOUTILIZAR PARA OS FINS A QUE ERAMDESTINADOS.Cena 5HINDENBURG ENTREGOU O PODERA HITLER, A 30 DE JANEIRO DE1933, QUANDO O CHANCELER DOREICH, O GENERAL SCHLEICHER,AMEAÇOU DENUNCIAR A FRAUDE DOSDINHEIROS DE AJUDA AO LESTE E ODESVIO DE IMPOSTOS. O INQUÉRITONUNCA SE CHEGOU A REALIZAR.Cena 6DIZ-SE QUE HITLER RECEBEU AULASDE DECLAMAÇÃO E DE POSTURA DOACTOR DE PROVÍNCIA BASIL.Cena 7EM FEVEREIRO DE 1933 ARDEU OEDIFÍCIO DO REICHSTAG. HITLERACUSOU OS SEUS INIMIGOS DE FOGOPOSTO E DEU UM SINAL DAQUILO QUESERIA A NOITE DAS FACAS LONGAS. 11. A Noite das facas longas (em alemão Nacht<strong>de</strong>r langen Messer), <strong>de</strong>correu na madrugada<strong>de</strong> 29 para 30 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1934, quando Hitlerproce<strong>de</strong>u à eliminação das Sturmabteilung (SA),a "Secção <strong>de</strong> Assalto", organização paramilitarnazi, e do seu chefe Ernst Röhm. Por volta dasquatro da manhã do dia 30 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1934,Hitler dirigiu-se, acompanhado <strong>de</strong> guardas SS(Schutzstaffel, as "Tropas <strong>de</strong> Protecção"), aoquarto <strong>de</strong> hotel on<strong>de</strong> Röhm estava hospedado,pren<strong>de</strong>ndo-o. Dois dias <strong>de</strong>pois, Röhm foi mortopor dois guardas SS, após ter recusado umapistola para se suicidar. Além <strong>de</strong>le, pelo menosoutros 70 oficiais das SA terão sido executadosnaquele fim-<strong>de</strong>-semana. A expressão "Noite dasfacas longas" tem origem num verso <strong>de</strong> umacanção das SA.Cena 8NO GRANDE PROCESSO DO INCÊNDIODO REICHSTAG, O TRIBUNAL DELEIPZIG CONDENOU À MORTE UMDESEMPREGADO SOB O EFEITODE DROGAS. OS INCENDIÁRIOSESCAPARAM EM LIBERDADE.Cena 10A MORTE EMINENTE DO VELHOHINDENBURG DESENCADEIA LUTASACESAS ENTRE OS NAZIS. CÍRCULOSCOM FORTE INFLUÊNCIA EXIGIAM OAFASTAMENTO DE ERNST RÖHM. AOCUPAÇÃO DA ÁUSTRIA ESTAVA JÁNO HORIZONTE.Cena 11NA NOITE DE 23 DE JUNHO DE 1934,HITLER ATACOU O SEU AMIGO RÖHMNUMA ESTALAGEM ONDE ESTE OESPERAVA PARA DAREM INÍCIO AUM GOLPE CONTRA HINDENBURG EGÖRING.Cena 12OBEDECENDO A HITLER, OCHANCELER AUSTRÍACO, ENGELBERTDOLLFUSS, CONSENTIU, NO ANO DE1934, EM CALAR OS ATAQUES QUEERAM FEITOS À ALEMANHA NAZI NAIMPRENSA AUSTRÍACA.Cena 13A OCUPAÇÃO DA ÁUSTRIA FOIPRECEDIDA PELO ASSASSINATODE ENGELBERT DOLLFUSS, OCHANCELER AUSTRÍACO. OS NAZISCOMEÇARAM ENTÃO A NEGOCIARINCANSAVELMENTE COM OSCÍRCULOS DE DIREITA AUSTRÍACOS.


Cena 14O CAMINHO PARA AS INVASÕESESTAVA ABERTO. DEPOIS DA ÁUSTRIA,SEGUIU-SE A CHECOSLOVÁQUIA, APOLÓNIA, A DINAMARCA, A NORUEGA,A HOLANDA, A BÉLGICA, A FRANÇA, AROMÉNIA, A BULGÁRIA E A GRÉCIA.Notas1. PrefácioA Resistível Ascensão <strong>de</strong> Arturo Ui,escrita na Finlândia em 1941, representauma tentativa para tornar a ascensão <strong>de</strong>Hitler inteligível ao mundo capitalista,transpondo essa ascensão para umaesfera que lhe é perfeitamente familiar.O verso branco ajuda a apreciar oheroísmo das personagens.2. ComentáriosHoje em dia ridicularizar os gran<strong>de</strong>scriminosos políticos, vivos ou mortos,é normalmente consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>sapropriadoe não construtivo. Diz-se que atéa gente comum é sensível neste aspecto,não só porque também eles estavamimplicados nos crimes em questão masporque aqueles que sobreviveram entreas ruínas não conseguem rir <strong>de</strong>stascoisas. Também não serve <strong>de</strong> muitoesmurrar portas abertas (e já há muitasassim entre as ruínas): apren<strong>de</strong>u-‐se alição, porquê então continuar a martelálaàs pobres criaturas? Se por outro ladonão se apren<strong>de</strong>u a lição, é arriscadoencorajar um povo a rir-se <strong>de</strong> umpotentado <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> já ter por uma vezfracassado quando se tratava <strong>de</strong> o levarsuficientemente a sério; e por aí adiante.É relativamente fácil afastar asugestão <strong>de</strong> que a arte tem <strong>de</strong> tratara brutalida<strong>de</strong> com pinças; que se <strong>de</strong>ve© Henrique Figueiredo<strong>de</strong>dicar a regar as frágeis sementes daconsciência; que <strong>de</strong>via ensinar a usara mangueira <strong>de</strong> jardim aos que antesseguravam em bastões <strong>de</strong> borracha, etc.Também é possível objectar ao termo"povo", usado para significar algo "maiselevado" do que a população, e mostrarcomo remete para o conceito <strong>de</strong> mámemória <strong>de</strong> Volksgemeinschaft, ou "asensação <strong>de</strong> ser um povo", que une carrascoe vítima, patrão e empregado. Masisto não quer dizer que seja aceitávela sugestão <strong>de</strong> que a sátira não se <strong>de</strong>veintrometer em assuntos sérios. As coisassérias são a sua preocupação específica.Os gran<strong>de</strong>s criminosos políticos<strong>de</strong>vem ser completamente <strong>de</strong>smascaradose expostos ao ridículo. Porque nãosão nada gran<strong>de</strong>s criminosos políticos,mas autores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s crimes políticos,o que é algo <strong>de</strong> muito diferente.Não há razão para ter medo <strong>de</strong>truísmos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam verda<strong>de</strong>. Seo colapso dos empreendimentos <strong>de</strong>Hitler não é prova <strong>de</strong> que era estúpido,a sua escala também não é garantia<strong>de</strong> que fosse um gran<strong>de</strong> homem.No geral, as classes que controlam oestado mo<strong>de</strong>rno servem-se <strong>de</strong> pessoastremendamente medianas para os seusempreendimentos. Nem sequer noimportantíssimo campo da exploraçãoeconómica é necessário algum talentoespecial. Um trust <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> marcoscomo o I. G. Farben serve-se da inteligênciaexcepcional apenas quando apo<strong>de</strong> explorar; os exploradores propriamenteditos, uma mão-cheia <strong>de</strong> pessoasque na sua maioria chegaram ao po<strong>de</strong>r<strong>de</strong>vido ao berço, têm uma certa astúciae brutalida<strong>de</strong> enquanto grupo mas nãovêem inconvenientes comerciais na falta<strong>de</strong> educação, nem sequer na presençaentre eles do ocasional indivíduo amável.Têm a tratar-lhes dos assuntos políticospessoas muitas vezes marcadamentemais estúpidas do que eles. (…) É aamplitu<strong>de</strong> dos seus empreendimentosque dá a tais pessoas a sua aura <strong>de</strong>gran<strong>de</strong>za. Mas esta aura não os tornapor isso mais eficazes, já que significaapenas que há uma vasta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pessoas inteligentes disponíveis, com oresultado <strong>de</strong> que as guerras e as crisesse tornam exibições da inteligência dapopulação inteira.Para além disto é um facto que ocrime em si provoca frequentementeadmiração. Nunca ouvi a pequenaburguesia da minha cida<strong>de</strong>-natal falar <strong>de</strong>outro modo que não com um entusiasmorespeitoso sobre um homemchamado Kneisel, que era um assassinoem série, <strong>de</strong> tal modo que ainda hoje melembro do seu nome. (…)É esta reverência por assassinos quetem <strong>de</strong> ser afastada. A simples lógicaquotidiana nunca se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ixar embasbacarassim que se põe a passear pelosséculos; aquilo que se aplica às pequenassituações <strong>de</strong>ve também aplicar-se àsgran<strong>de</strong>s. O pequeno velhaco a quem osgovernantes permitem que se torne umvelhaco em gran<strong>de</strong> escala po<strong>de</strong> ocuparuma posição especial na velhacaria, masnão na nossa atitu<strong>de</strong> face à história.Enfim, há verda<strong>de</strong> no princípio <strong>de</strong> quea comédia é menos susceptível que atragédia <strong>de</strong> omitir levar suficientementea sério o sofrimento humano.EpílogoPor isso aprendam a ver e não a fitar.Aprendam a agir e não falar, só falar.Por um <strong>de</strong>stes foi quase o mundoconquistado!Mas os povos reagiram, foi controlado.Não se julguem porém livres do perigo –Inda dá frutos a cova <strong>de</strong>ste inimigo!


A CompanhiaTruta é nome <strong>de</strong> peixe. Não quer dizermais. Truta é também o nome <strong>de</strong> umapeça <strong>de</strong> Schubert (um quinteto <strong>de</strong>cordas), que os membros <strong>de</strong> uma trupe<strong>de</strong> circo tinham por força <strong>de</strong> ensaiar.Este é o tema do texto que escolhemospara lançar este grupo em 2003: A Forçado Hábito, <strong>de</strong> Thomas Bernhard. Apenasuma imagem.Truta é o nome <strong>de</strong>sta associação. AAssociação Cultural Truta nasceu em2003, por iniciativa <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong>jovens criadores, profissionais das artesdo espectáculo, que <strong>de</strong>sejam explorarvários discursos e linguagens artísticas<strong>de</strong> acordo com as vonta<strong>de</strong>s e ansieda<strong>de</strong>sdas pessoas que formam cadaprojecto, numa constante evolução eadaptação às questões dos dias <strong>de</strong> hoje.Tendo como base uma forte formaçãonas áreas do teatro, dança e artes plásticas,procuramos ser um grupo <strong>de</strong> trabalhoactivista que preserve as múltiplasindividualida<strong>de</strong>s e se mantenha abertoao exterior. Neste sentido trabalhamos<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início com diferentes artistas,num <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> experiências esaberes. O estabelecimento <strong>de</strong> parceriastem sido fundamental para a concretizaçãodos nossos projectos <strong>de</strong> formaeficaz e enriquecedora. O encontro é umconceito importante. Consi<strong>de</strong>ramos atroca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, afectos e preocupaçõesimprescindível na criação dos espectáculosque queremos apresentar aopúblico. Um teatro mais humano, pornegação à coisa, ao produto, à fábrica.Na área do teatro, temos optado portrabalhar partindo <strong>de</strong> bases bastantedistintas. Interessa-nos o trabalho <strong>de</strong>dissecação dramatúrgica associado atextos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s autores pouco representadosem Portugal (como no caso<strong>de</strong> Bernhard ou Auster), mas por outrolado interessa-nos também um teatrodocumental como reacção/atenção auma socieda<strong>de</strong> contemporânea na qualestamos inseridos e na qual somos poropção intervenientes. Neste sentido,procuramos recuperar neste projectoalgumas das questões lançadas emtrabalhos que nos uniram pontualmenteno passado, antes mesmo da formaçãoda associação.Criações TrutaTeatroA Força do Hábito <strong>de</strong> Thomas Bernhard(2003)Da Mão para Boca <strong>de</strong> Paul Auster (2005)Da Felicida<strong>de</strong> (2006)EN2 / PT 2008 (2008)Boa Noite Veja TV Connosco (2008, emconjunto com Mundo Perfeito)DançaNotes of a Kaspar <strong>de</strong> Marlene Freitas(2004)A Primeira Impressão <strong>de</strong> Marlene Freitas(2005)Desenvolvimento <strong>de</strong> acções<strong>de</strong> formação do público infantil,do domínio da arte contemporâneae da promoção da leitura e do livroA Biblioteca Sensível (2003-06)O Canteiro das Memórias (2003)O Jardim da Aurora (2004)Projecto <strong>de</strong> Dança Contemporânea –Cova da Moura (2005-06)Diário do Sr. Lepidóptero (2006)© Henrique Figueiredo


BiografiasCarlos AlvesNasceu em 1978. Fez o bacharelato naEscola Superior <strong>de</strong> Teatro e Cinema(ESTC). Foi no Teatro Praga que <strong>de</strong> 1998até 2006 <strong>de</strong>senvolveu a maior parte dasua activida<strong>de</strong> teatral enquanto actor,criador e co-criador. Paralelamente,leccionou a disciplina <strong>de</strong> ExpressãoDramática e monitorizou Oficinas <strong>de</strong>Teatro para seniores. Actualmente, e àsemelhança da maioria das pessoas dasua geração, trabalha num call center,activida<strong>de</strong> que partilha com o estudo daastrologia numa dimensão humanista etranspessoal, e com uma reduzida activida<strong>de</strong>teatral.Daniel Worm d'AssumpçãoNasceu em 1964. Desenhador <strong>de</strong> Luzin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte firmado em Lisboa, inicioua sua carreira profissional <strong>de</strong> técnico <strong>de</strong>luz em 1984 trabalhando em instituiçõescomo Ballet Gulbenkian, ACARTE,Teatro Nacional S. João (Porto) e TeatroCamões – Expo98. Des<strong>de</strong> 1987 que comos seu trabalho <strong>de</strong> iluminação colaboracom encenadores, coreógrafos e compositorescomo Constança Cap<strong>de</strong>ville, JoãoNativida<strong>de</strong>, Clara An<strong>de</strong>rmatt, MargaridaBettencourt, Aldara Bizarro, Rui LopesGraça, Duarte Barrilaro Ruas, RicardoPais, Giorgio Barberio Corsetti, ChristineLaurent, Nuno Carinhas, Fernanda Lapa,Francisco Camacho, Lúcia Sigalho,Miguel Loureiro, Carlos Pimenta, PaulaDiogo, Joaquim Horta, Tim Carroll, entreoutros. Actualmente é colaborador regulardo Teatro da Cornucópia, do TeatroPraga e da Truta.Duarte GuimarãesNasceu em 1978. Iniciou a sua activida<strong>de</strong>teatral em 1994 com aulas <strong>de</strong> teatro emBenfica leccionadas por António Feio,que estiveram na origem do grupo Pano<strong>de</strong> Ferro, do qual foi fundador. Temo curso da ESTC. Em 1997, começouuma colaboração com o Teatro daCornucópia que se mantém até hoje, aolongo <strong>de</strong> vários espectáculos encenadospor Luis Miguel Cintra (Os SeteInfantes <strong>de</strong> Lara, Um Sonho, Casamento<strong>de</strong> Fígaro, Amor/Enganos, Cimbelino, ONovo Menoza, Tito Andrónico, AnatomiaTito Fall of Rome, Filo<strong>de</strong>mo, A FamíliaSchroffenstein, Esopaida, Um Homemé um Homem, Sangue no Pescoço doGato, A Gaivota, Filoctetes, A Florestae Don Carlos), Christine Laurent (OLírio), Brigitte Jaques (Sertório) eCarlos Aladro (O Construtor Solness).Participou ainda no espectáculo CésarAnticristo (enc. Ricardo Aibéo) e noespectáculo infantil A Aventura <strong>de</strong>Ulisses (enc. António Feio). Em cinema,participou em Capitães <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong>Maria <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, na curta-metragemPrimavera <strong>de</strong> João Tuna e ainda emcurtas-metragens realizadas pelosalunos da ESTC. Em televisão, participouem séries nacionais como Riscos, Diário<strong>de</strong> Maria, Bairro da Fonte, Pedro e Inês,Casos da Vida, na novela Tu e Eu e nasérie francesa Brigad. Trabalhou tambémcom a Globo na telenovela Sabor daPaixão.Gonçalo AmorimNasceu em 1976. Frequentou o curso<strong>de</strong> Antropologia da Universida<strong>de</strong> Nova<strong>de</strong> Lisboa, e é licenciado pela ESTC emteatro no ramo <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Actorese Encenadores. É cooperante e actor doTeatro O Bando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1999, com quemjá fez vários espectáculos, tal como como Útero e os Primeiros Sintomas, dosquais também é membro. Trabalhouainda com a Companhia Olga Roriz, CãoSolteiro, Artistas Unidos e Teatro daCornucópia. No teatro e na dança já fezespectáculos <strong>de</strong> Ana Nave, Bruno Bravo,João Brites, Madalena Victorino, MathiasPoppe, Miguel Moreira, Nuno Carinhas,Olga Roriz e Ricardo Aibéo. Em Cinemajá trabalhou com Edgar Feldman, RaquelFreire e José Filipe Costa. EncenouGurugu a partir do canto IX da Odisseia,Padaria Esperança (a partir <strong>de</strong> ContosCiganos), Falta (a partir <strong>de</strong> Sarah Kanee Martin Crimp) e Fo<strong>de</strong>r e Ir às Compras<strong>de</strong> Mark Ravenhill (Prémio da Crítica2007). Des<strong>de</strong> 1997 trabalha como formadorno grupo <strong>de</strong> teatro do InstitutoSuperior Técnico. Em 2006 foi professorconvidado da ESMAE.Joaquim HortaNasceu em 1974. Frequentou Geografiana Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras <strong>de</strong> Lisboa.É finalista do curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>actores/encenadores na ESTC. Fezparte do Grupo <strong>de</strong> Teatro <strong>de</strong> Letras(dir. Ávila Costa). Trabalhou com osencenadores Ricardo Carísio, Ruy Otero,Miguel Romeira, Jorge Silva Melo, PedroCarraca, André Murraças, Lúcia Sigalho,João Mota, Carlos Pessoa, João Britese Álvaro Correia. Criou espectáculoscom João Meireles (Mikado) e PedroLacerda (Ninguém Te Ouve Gritar),dirigiu Ruído e Tudo o que é SólidoDissolve-se no Ar e participou emcriações da Suburbe, do Teatro Pragae do Mundo Perfeito. Trabalhou como Tof Théâtre, o Très Tôt Théâtre e aCompanhia Nacional <strong>de</strong> Bailado. Coma Truta, fez A Força do Hábito, Da Mãopara a Boca, Da Felicida<strong>de</strong> e Boa NoiteVeja TV Connosco. Participou nos telefilmesCavaleiros De Água Doce <strong>de</strong> TiagoGue<strong>de</strong>s e Por Acaso <strong>de</strong> Rita Nunes; nosfilmes António, Um Rapaz <strong>de</strong> Lisboa<strong>de</strong> Jorge Silva Melo, Mouth To Mouth<strong>de</strong> Alison Murray e na curta-metragemO Outro Lado do Arco-Íris <strong>de</strong> GonçaloGalvão Teles. Participou nas séries televisivasRiscos, O Espírito da Lei, Zapping,Socieda<strong>de</strong> Anónima e Amici Per La Pellee nas novelas Amanhecer, Saber Amar,Queridas Feras e Ninguém como Tu.José Maria Vieira Men<strong>de</strong>sNasceu em 1976. Escreveu as peças DoisHomens, Morrer, Crime e Castigo, Láao Fundo o Rio, Chão, T1, Se o MundoNão Fosse Assim, A Minha Mulher, OAvarento ou a última festa, On<strong>de</strong> VamosMorar e algumas peças curtas. EncenouHistória <strong>de</strong> Amor (Últimos Capítulos)<strong>de</strong> Jean-Luc Lagarce. Traduziu Beckett,Duncan McLean, Fosse, Pinter, Müllere Brecht (é um dos responsáveispela edição do Teatro <strong>de</strong>ste autor naCotovia). Integra o Teatro Praga.Marta CarreirasNasceu em 1975, em Lisboa. Tem umalicenciatura em Design <strong>de</strong> Cena, pelaESTC, e uma pós-graduação em Estudos<strong>de</strong> Teatro pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras<strong>de</strong> Lisboa. Frequentou um Workshopsobre cenografia, ministrado porJean-Guy Lecat (cenógrafo <strong>de</strong> PeterBrook). Estreou-se profissionalmenteem 1997 com o espectáculo Calisto,história <strong>de</strong> um personagem, pelo TeatroMeridional, companhia com a qual trabalharegularmente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> essa data. Játrabalhou com criadores como Natália


Luiza, Ana Nave, Cristina Carvalhal,Carlos do Rosário, Miguel Seabra, PedroSena Nunes e Nuno Pinto Custódio.Actualmente lecciona as disciplinas <strong>de</strong>Design <strong>de</strong> Cena e Figurinos na EscolaSuperior <strong>de</strong> Tecnologias e Artes <strong>de</strong>Lisboa.Paula DiogoNasceu em 1977. Fez o bacharelato naESTC, frequentou o curso <strong>de</strong> LLM daFaculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras <strong>de</strong> Lisboa. Foi co-‐fundadora do colectivo Teatro Pragaem 1995 e da Produtora Pato ProfissionalLda em 2003. Desenvolveu um trabalhoregular nas duas estruturas como criadorae produtora até 2008. Trabalhouaté à data com os seguintes criadorese companhias: Antonio Catalano (Casa<strong>de</strong>gli Alfieri), Madalena Victorino, NunoCarinhas, Rogério <strong>de</strong> Carvalho, LúciaSigalho, Letizia Quintavalla e FlaviaArmenzoni (Teatro <strong>de</strong>lle Briciolle),Antonio Latella (Projecto ThierrySalmon), Assédio, Teatro Meridional,Teatro da Garagem, Artistas Unidos,Truta, Cão Solteiro e Alexan<strong>de</strong>r Kelly(Third Angel). Em 2004 foi distinguidapelo Clube Português <strong>de</strong> Artes e I<strong>de</strong>iascom o Prémio Teatro na Década (Melhoractriz) pelo <strong>de</strong>sempenho no espectáculoPrivate Lives do Teatro Praga.Como bolseira do Centro Nacional <strong>de</strong>Cultura assiste ao processo criativo dogrupo Gob Squad na criação <strong>de</strong> Kitchen,you never had it so good em Berlim.Participou no COLINA, em Aarhus.Continua a trabalhar em projectos <strong>de</strong>colaboração na área da performance emPortugal, França e Itália.Pedro MartinezNasceu em 1969. Frequentou Sociologia.Tem o curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> Actoresda ESTC. Frequenta o Mestrado emPsicologia no ISPA. Trabalhou com osencenadores Carlos Avilez, RicardoPais, João Mota, Luis Miguel Cintra,Ruy <strong>de</strong> Mattos, Antonino Solmer, JoséPeixoto, João Grosso, Mário Jacques,Ana Nave, Francisco Salgado, NunoCarinhas, Paula Massano, ChristineLaurent, Manuel Coelho, Alexandre L.Leite, Bruno Cochat, Pedro Penim, JorgeAndra<strong>de</strong>, Marcos Barbosa e MiguelSeabra. Fez textos <strong>de</strong> Wil<strong>de</strong>, PadreAntónio Vieira, Gil Vicente, Luísa CostaGomes, Shakespeare, Ibsen, Brecht,Tchékhov, Camus, Friel, Bond, NigelWilliams, Albee, Mário <strong>de</strong> Carvalho,Carlos Coutinho, Alexandre L. Leite,Mário Botequilha, Molnár, Shaffer, MariaVelho da Costa, Maria Clara Machado,Ghel<strong>de</strong>ro<strong>de</strong>, Turguénev, Cesariny e JoséTolentino Mendonça, entre outros. Foiassistente <strong>de</strong> encenação <strong>de</strong> ChristineLaurent (Teatro da Cornucópia) e <strong>de</strong>Ricardo Pais (TNSJ).Raul OliveiraNasceu em 1974. Licenciatura emTeatro, ramo <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Actorese Encenadores, na ESTC. Licenciadoem Sociologia. Lecciona a Disciplina<strong>de</strong> Teatro no Colégio Guadalupe(Verdizela). Membro fundador doGATO S.A., participou em diversosespectáculos sob a direcção <strong>de</strong> MárioPrimo. Na companhia Os Sátyros (dir.Rodolfo Garcia Vasquez) participou emHamlet Machine <strong>de</strong> Müller e Woyzeck <strong>de</strong>Büchner. Trabalhou ainda com os encenadoresLuís Cruz, Ricardo Moura, TiagoRodrigues, Joaquim Horta, MadalenaVictorino, Paula Diogo, Diogo Dória,João Mota, Antonio Catalano (Casa<strong>de</strong>gli Alfieri), Letizia Quintavalla (Teatro<strong>de</strong>lle Britioli), Pherraille (Le Phun). Éco-fundador da Truta, na qual participacomo criador/actor em BibliotecaSensível Itinerante, A Força do Hábito,O Diário do Senhor Lepidóptero, DaMão Para a Boca e Da Felicida<strong>de</strong>. Tem<strong>de</strong>senvolvido activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formadorem Teatro e <strong>de</strong> monitor em activida<strong>de</strong>spedagógicas: Canteiro das Memórias eJardim da Aurora. Participou no telefilme8.8 <strong>de</strong> Edgar Pêra e na série Amici per lapelle <strong>de</strong> Fabrizio Costa. Participou aindaem curtas-metragens <strong>de</strong> Lisa Person,Nuno Chaby, Miguel Ángel Vilas e HugoCardoso. Teve participações pontuaisem telenovelas como Último Beijo, SaberAmar, Queridas Feras, A Doce Fugitiva.Participou na mini-série Um MundoCatita (inédito) <strong>de</strong> Filipe Melo e JoãoLeitão. Em 2008 participa na série <strong>de</strong>Verão <strong>de</strong> Morangos Com Açúcar e emLiberda<strong>de</strong> 21 (inédito).Rúben TiagoNasceu em 1979. Em 1995, fundou asI<strong>de</strong>ias do Levante, Lagoa, on<strong>de</strong> trabalhoucom os encenadores Figueira Ci<strong>de</strong> Jorge Soares. Fez a licenciatura emTeatro, ramo <strong>de</strong> actores e encenadores,da ESTC. Fez o curso <strong>de</strong> Encenação <strong>de</strong>Teatro no Programa <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> eCriação Artística da Gulbenkian com acolaboração <strong>de</strong> Third Angel e o curso<strong>de</strong> Pesquisa e Criação Coreográfica.Encenou Depois <strong>de</strong> Julieta <strong>de</strong> SharmanMacdonald para o Teatro Mosca. Fundoua Associação Cultural Truta, na qualparticipou nos seguintes projectosenquanto actor/criador: BibliotecaSensível Itinerante, A Força do Hábito,Da Mão para a Boca, O Diário do Sr.Lepidóptero, Da Felicida<strong>de</strong> e EN2 / PT2008. Colaborou ainda com o TeatroPraga em Diotima <strong>de</strong> Paula Diogo, como Projecto Teatral em Notas sobre oDeserto e no Centro <strong>de</strong> Pedagogia eAnimação do CCB, nos Pavilhões dasMaravilhas e Universos Sensíveis, comAntonio Catalano, e com Patrick Murys/Ócios e Ofícios, em Retratos <strong>de</strong> Família.Sílvia D. FilipeConcluiu o curso <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong>Actores da ESTC e o Curso Geral<strong>de</strong> Canto da Escola <strong>de</strong> Música doConservatório Nacional. Tem trabalhadoem televisão, cinema, teatro e eminúmeras produções musicais. Participouno Grupo Vocal Trítono e no GrupoVocal Officium. Realizou dois espectáculoscom o cantor Vitorino Salomé eintegrou o projecto Novas Marchas <strong>de</strong>Lisboa no Teatro São Luiz. Fez participaçõesespeciais no CD <strong>de</strong> VitorinoNinguém nos ganha aos matraquilhose <strong>de</strong> Jorge Vadio Anjos da noite.Participou na banda sonora <strong>de</strong> Ensaiosobre a Cegueira, <strong>de</strong> José Saramago,com dramaturgia e encenação <strong>de</strong>João Brites, gravada com a OrquestraNacional do Porto, sob direcção domaestro Jorge Salgueiro. Participano projecto <strong>de</strong> música pop <strong>de</strong> JorgeVadio. Em ópera <strong>de</strong>stacam-se A FlautaMágica (Mozart), Ópera do Falhado(JP Simões/Sérgio Costa), Ri<strong>de</strong>rs tothe Sea (Williams), The Beggar's Opera(Gay/Britten), A Ópera <strong>de</strong> 3 Vinténs(Brecht/Weill), Os Sonhos <strong>de</strong> Einstein(Joshua Rosenblum, Joanne SidneyLessner), Pollicino (Henze) e Metanoite(João Madureira). Nesses espectáculos,apresentados no Teatro Rivoli, Teatro


Aberto, <strong>Culturgest</strong> e Fundação CalousteGulbenkian, trabalhou com os encenadoresJorge Listopad, João Paulo Costa,André Teodósio, João Lourenço, ClaudioHochmann e Eugénio Sena e os maestrosSérgio Costa, João Paulo Santose Cesário Costa. Integrou entre 1994 e2002 o elenco do Teatro da Garagem.Tem trabalhado como actriz com osencenadores Jorge Silva Melo, JorgeListopad, João Brites, José Peixoto, JoãoPaulo Costa, Diogo Dória, Elsa Bruxelas,Sara Duarte e Antónia Terrinha, emespectáculos <strong>de</strong> O Bando, Teatro dosAloés, Teatro do Bolhão, Teatro ChabyPinheiro e Artistas Unidos.Próximos espectáculosMudar<strong>de</strong> Vida – 2Um espectáculo<strong>de</strong> José Mário BrancoConvidados: Gaiteiros <strong>de</strong> LisboaMúsica Qui 30, Sex 31 <strong>de</strong> OutubroGran<strong>de</strong> Auditório · 21h30Duração aproximada: 1h30 · M12© Isabel PintoTónan QuitoNasceu em 1976. Concluiu a licenciatura<strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> actores/encenadoresda ESTC. Começou o seu percurso comoactor com o Quarto Período – O doPrazer, tendo sido dirigido por AntónioFonseca. Estreou-se profissionalmenteno Teatro da Cornucópia, dirigidopor Luis Miguel Cintra e on<strong>de</strong> trabalhoutambém com Christine Laurent.Trabalhou ainda com António Pires, LuísAssis, Lúcia Sigalho, Joaquim Horta,Paula Diogo, Carlos J. Pessoa, NunoCardoso, Nuno M. Cardoso, AntónioCatalano, João Mota, Tiago Rodrigues,Jorge Andra<strong>de</strong>, Patrícia Portela eFernando Gomes. Participou nas criaçõescolectivas: César (O Meu Joelho),Da Mão para a Boca e Da Felicida<strong>de</strong>(Truta) e Duas Meta<strong>de</strong>s e Estúdios-Festa(Mundo Perfeito). Em cinema trabalhoucom Miguel Ángel Vilas, Inês Oliveira,Jorge Silva Melo, Filipe Melo e JoaquimLeitão. Em 2003 co-fundou a Truta –Associação Cultural.Voz, guitarra José Mário BrancoGuitarra José Peixoto Contrabaixo Carlos BicaPercussão Rui Júnior Piano, teclados Filipe RaposoSopros Guto Lucena 1º Violino Luís Morais2º Violino Jorge Vinhas Viola Joana MoserVioloncelo João Pires Concepção e direcção musical JoséMário Branco Guião José Mário Branco eManuela <strong>de</strong> Freitas Foto Isabel PintoConvidado pela <strong>Culturgest</strong> para criarum espectáculo único e específico parao Gran<strong>de</strong> Auditório, José Mário Brancofará aquilo que sempre fez nos seusálbuns e espectáculos: uma referência– como alguém escreveu, sempre autobiográfica– ao estado em que, no seusentir, se encontra a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> quefaz parte. Tomando como base o maisrecente repertório, José Mário Branco<strong>de</strong>cidiu optar por um formato "em tripé"para os músicos que o acompanharãoem palco. Primeiro, um conjunto <strong>de</strong>músicos, todos eles excelentes intérpretes-compositoresque o têm acompanhadonos últimos anos nos momentoscruciais: José Peixoto, Carlos Bica, RuiJúnior, Filipe Raposo ou Guto Lucena,instrumentistas <strong>de</strong> excepção. Segundo,como no seu álbum mais recente ResistirÉ Vencer (2004), a presença <strong>de</strong> umquarteto <strong>de</strong> cordas (li<strong>de</strong>rado pelo jovemLuís Morais, concertino e professor emViena) irá reforçar o pendor introspectivoque sempre existe quando JoséMário Branco nos fala do mundo e davida. E, terceiro, os convidados muitoespeciais <strong>de</strong>ste espectáculo: os Gaiteiros<strong>de</strong> Lisboa (grupo <strong>de</strong> que José MárioBranco fez parte na sua primeira fase)irão garantir duas componentes semprepresentes na sua música, as partes coraise as percussões. Este conjunto <strong>de</strong> músicospermitirá apresentar em Lisboa (pelaprimeira vez, e talvez única) a cançãorap-fleuveMudar <strong>de</strong> Vida, escrita para oconcerto <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2007 na Casa daMúsica, no Porto. Por isso este concertose chama Mudar <strong>de</strong> Vida - 2.Os portadores <strong>de</strong> bilhete para o espectáculotêm acesso ao parque <strong>de</strong> estacionamento da Caixa Geral <strong>de</strong> Depósitos.


Conselho <strong>de</strong> AdministraçãoPresi<strong>de</strong>nteAntónio MaldonadoGonelhaVice-presi<strong>de</strong>nteMiguel Lobo AntunesAdministradoraMargarida FerrazAssessoresDançaGil MendoTeatroFrancisco FrazãoArte ContemporâneaMiguel Wandschnei<strong>de</strong>rServiço EducativoRaquel Ribeiro dos SantosInês Freitas estagiáriaDirecção <strong>de</strong> ProduçãoMargarida MotaProdução e SecretariadoPatrícia BlázquezMariana Cardoso<strong>de</strong> LemosJorge EpifânioExposiçõesCoor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> ProduçãoMário ValenteProdução e MontagemAntónio Sequeira LopesProduçãoPaula Tavares dos SantosMontagemFernando Teixeira<strong>Culturgest</strong> PortoSusana SameiroComunicaçãoFilipe <strong>Folha</strong><strong>de</strong>la MoreiraAna Raquel AbelhaestagiáriaPublicaçõesMarta CardosoRosário Sousa MachadoActivida<strong>de</strong>s ComerciaisCatarina CarmonaServiços Administrativose FinanceirosCristina RibeiroPaulo SilvaDirecção TécnicaEugénio SenaDirecção <strong>de</strong> Cena e LuzesHorácio Fernan<strong>de</strong>sAssistente <strong>de</strong> direcção cenotécnicaJosé Manuel RodriguesAudiovisuaisAmérico Firmino chefe<strong>de</strong> imagemPaulo Abrantes chefe<strong>de</strong> áudioTiago BernardoIluminação <strong>de</strong> CenaFernando Ricardo chefeNuno AlvesMaquinaria <strong>de</strong> CenaJosé Luís Pereira chefeAlcino FerreiraTécnico AuxiliarÁlvaro CoelhoFrente <strong>de</strong> CasaRute SousaBilheteiraManuela FialhoEdgar Andra<strong>de</strong>Paula Pires TavaresRecepçãoTeresa FigueiredoSofia Fernan<strong>de</strong>sAuxiliar AdministrativoNuno CunhaColecção <strong>de</strong> Arteda Caixa Geral <strong>de</strong> DepósitosIsabel Corte-RealValter ManhosoEdifício Se<strong>de</strong> da CGDRua Arco do Cego, 1000-300 Lisboa, Piso 1Tel: 21 790 51 55 · Fax: 21 848 39 03culturgest@cgd.pt · www.culturgest.pt<strong>Culturgest</strong>, uma casa do mundo

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