12.07.2015 Views

ATF - Aptta Brasil

ATF - Aptta Brasil

ATF - Aptta Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A influência da temperatura na vida útil do fluidopara transmissão automática (<strong>ATF</strong>)Nesta matéria, iremos conhecer um pouco mais sobre o fluidode transmissão automática, mais conhecido como <strong>ATF</strong>, quedesempenha um papel vital no funcionamento deste dispositivo,e entender como executar uma manutenção adequada em umatransmissão, dando mais atenção à este item.FUNÇÕES DO <strong>ATF</strong>A tendência mais recente da tecnologia das transmissõesautomáticas é a redução de tamanho delas, e as companhiasautomobilísticas estão agora tentando desenvolver unidadesautomáticas que não necessitam de troca do fluido <strong>ATF</strong>. Assimsendo, as condições de utilização e requisitos de qualidadeestão se tornando mais severos. As funções do <strong>ATF</strong> e seusrequisitos estão descritos a seguir.(1) Funções do <strong>ATF</strong>• Transmissão de força no conversor de torque• Lubrificação dos componentes internos da transmissão• Geração de força para aplicação das embreagens e freios• Geração de movimento para as válvulas no corpo de válvulas• Vedação interna dos elementos da transmissão• Remoção do calor gerado pelo trabalho de seus componentes,especialmente pelo conversor de torque.(2) Requisitos para o <strong>ATF</strong>a) Coeficiente de atrito corretoA embreagem multidiscos atuada hidraulicamente é um iteminterno da transmissão, e o <strong>ATF</strong> é usado quando de suaaplicação ou desaplicação. Desde que o <strong>ATF</strong> contém substânciasque geram atrito, ele também contribui para prolongar a vidaútil dos discos revestidos da embreagem da transmissãoautomática. Assim sendo, uma atenção especial é dada àscaracterísticas de atrito nos testes de certificação de


qualidade do <strong>ATF</strong>.É necessário que as características de atrito do <strong>ATF</strong> devamser contrabalançadas com a devida oleosidade. Também, oscoeficientes de atrito estático e dinâmico deverão estarcorretamente balanceados entre si. Por exemplo, se ocoeficiente de atrito dinâmico for muito pequeno, haverátendência de ocorrer patinação quando a embreagem foraplicada e isto causará um tempo de mudança mais longo. Se ocoeficiente de atrito estático for muito grande, uma mudançadrástica de torque poderá ocorrer no final da seqüência deaplicação da embreagem produzindo um choque na mudança(tranco), fazendo com que o motorista sinta uma sensaçãoextremamente desagradável durante as mudanças.Conforme mencionado acima, o <strong>ATF</strong> executa um papel importantena operação da transmissão automática. Também, ele afetadiretamente o material de atrito dos discos de embreagem.Perceba, portanto, que um cuidado especial deve ser tomadoquando você selecionar um <strong>ATF</strong> para uso em um câmbioautomático. Não é somente o custo do litro de <strong>ATF</strong> que tem serlevado em conta na hora da reposição, mas também os efeitosadversos que um fluido mais barato e não recomendado poderácausar se for utilizado sem critério. Por isso se recomendautilizar o fluido <strong>ATF</strong> recomendado pelo fabricante do veiculoou da transmissão, que fez os devidos testes e sabe destesefeitos muito bem.b) Não possuir tendência de produzir bolhas ou espuma(antiespumante).Se houver produção de bolhas ou espuma no <strong>ATF</strong>, a sucção dabomba de óleo será reduzida e também haverá uma diminuição napressão do sistema devido à intrusão de ar no fluido. Quandoocorre deterioração das condições de trabalho do circuitohidráulico, a aplicação e desaplicação das cintas eembreagens da transmissão não ocorrem suavemente e haverápatinação das embreagens. Quando a viscosidade do <strong>ATF</strong> é alta,poderá haver a ocorrência de bolhas. Para evitar este efeitoadverso, um <strong>ATF</strong> com menor índice de viscosidade é utilizadonas transmissões automáticas.


c) Fluidez excelente a baixas temperaturasSe a viscosidade do <strong>ATF</strong> for alta a baixas temperaturas, odesempenho do circuito hidráulico será muito baixo. Emparticular, se o desempenho da bomba de óleo diminui, apressão hidráulica gerada por ela irá diminuir também nasválvulas de controle causando patinação das embreagens,queimando as mesmas. Por isso se exige que a viscosidade do<strong>ATF</strong> não aumente mesmo à baixas temperaturas.d) Poucas alterações no índice de viscosidadeA viscosidade do <strong>ATF</strong> deverá se alterar muito pouco entre amais baixa e a mais alta temperatura. Quer dizer, énecessário que se use o <strong>ATF</strong> possuindo um alto índice deviscosidade (e não uma alta viscosidade) – Quanto maior oíndice de viscosidade, menor as mudanças de viscosidade emfunção da temperatura. A viscosidade do <strong>ATF</strong> deverá ser baixaà baixas temperaturas conforme mencionado antes, e também nãopoderá variar significativamente quando a temperaturaaumenta. De outro modo, um efeito adverso será sentido nalubrificação das diversas peças internas da transmissão.e) Não possuir tendência de produzir borraDesde que o <strong>ATF</strong> é aquecido à altas temperaturas durante suaoperação, é necessário que seja minimizada a produção deborra. Se houver depósitos de borra nas embreagens multidiscos de uma transmissão automática, haverá tendência àpatinação das embreagens e cintas. Também, a borra no corpodas válvulas de controle causará mal funcionamento do inteirosistema. Para prevenir este tipo de problema, é necessário seutilizar <strong>ATF</strong>s que possuam em sua formulação um aditivo queelimine a formação de borra.f) Não atacar os materiais de vedaçãoUma grande variedade de materiais de vedação é utilizada numatransmissão automática. Se estes materiais de borrachaendurecerem, deformarem ou encolherem, haverá problemas defuncionamento na transmissão. Por exemplo, se um anel deborracha no conjunto do pistão de uma embreagem estiver


danificado, será impossível andar com o veículo. Se qualqueroutra peça de vedação estiver estragada, o <strong>ATF</strong> poderá vazar.Para prevenir tais problemas, é necessário que o <strong>ATF</strong> nãoataque os materiais de vedação feitos de borracha.PADRÕES INDUSTRIAIS PARA O <strong>ATF</strong>Na industria automobilística, existem dois padrõesrepresentativos para o <strong>ATF</strong>. Aquele especificado pela GeneralMotors e o especificado pela FORD. O <strong>ATF</strong> utilizado nosveículos GM é chamado DEXRON, e os utilizados em veículosFORD são chamados TIPO F ou MERCON. Muitos tipos de <strong>ATF</strong>oferecidos pelos fabricantes de lubrificantes são produtosque fora aprovados pela GM ou pela FORD. Nos anos maisrecentes, contudo, cada fabricante de automóveis estão sevoltando para a utilização de seu próprio <strong>ATF</strong> ao invés deutilizarem <strong>ATF</strong>s aprovados por estas duas montadoras. A figura1 mostra o progresso no desenvolvimento do <strong>ATF</strong> pela GM e pelaFORD apenas como referência.Ano GM FORD1949 tipo A1957 Tipo A, sufixoA1959 M2C33A/B1961 M2C33C/D1967 DEXRON M2C33E/F1972 DEXRON1973 DEXRON II M2C33 G1975 M2C138CJ1988 DEXRONIIIFigura 1 – Progressos no desenvolvimento do <strong>ATF</strong>Também, como referência, as características de atrito dos<strong>ATF</strong>s da GM e FORD são comparadas abaixo, na figura 2.


Figura 2 – Comparação entre características de atrito dosfluidos FORD e GM.Tendências RecentesVeículos equipados com transmissão automática estão ganhandocada vez mais popularidade no mercado. Em particular, avançosrecentes na eletrônica possibilitaram incorporar maiscircuitos eletrônicos de controle de mudanças nos veículosautomáticos. Desde que o tamanho dos câmbios automáticos estáse tornando cada vez menor, a quantidade de <strong>ATF</strong> utilizadopara sua operação é menor, resultando em pronto aumento desua temperatura. Também, para a implementação do controleeletrônico, a variação na viscosidade e características de


atrito do <strong>ATF</strong> deve ser minimizada. Assim sendo, os requisitosde qualidade para o <strong>ATF</strong> estão se tornando mais severos.(3) Diferenças na lubrificação entre óleo de motor e óleopara transmissões automáticas.Óleo de motorNo motor, o cárter de óleo é utilizado para armazenar óleoutilizado pelo mesmo. O óleo é sugado pela bomba de óleo, epartículas sólidas (partículas abrasivas) contidas nele sãoretidas pelo peneira do pescador que faz parte do circuito delubrificação. Adicionalmente, após o óleo ser pressurizadopela bomba de óleo, ele é filtrado através do elementofiltrante e então distribuído à cada peça móvel paralubrificação. Se o elemento filtrante entupir (por não tersido substituído há muito tempo), uma válvula de desviogarante a lubrificação do sistema diretamente às peçasmóveis, ainda que sem filtrar.<strong>ATF</strong>Na transmissão automática, o <strong>ATF</strong> armazenado no cárter de óleoé filtrado através do filtro da mesma maneira que o óleo domotor. Note, contudo, que este filtro é diferente emprincipio daquele utilizado no motor.O filtro utilizado na transmissão automática consiste de umelemento de tela muito fina ou feltro. Desde que ele estáhabilitado a filtrar partículas muito pequenas e pó com altaeficiência, é muito mais propenso a ficar obstruído.Se o filtro entupir, se torna impossível sugar fluido o <strong>ATF</strong>pela bomba desde que uma válvula de desvio, que existe nomotor, não existe no câmbio automático. Assim sendo, aobstrução do filtro fará com que a pressão do sistemadiminua. Também, neste caso, as embreagens multi discos e ascintas patinarão causando um efeito adverso na operação datransmissão.No motor, se ocorrer uma lubrificação anormal, o interruptorde pressão de óleo do motor detectará esta condição e acendea lâmpada indicadora de baixa pressão de óleo no painel,


alertando o motorista. Em contraste, mesmo se ocorrer umalubrificação anormal na transmissão automática, este tipo deaviso não é dado ao motorista. Uma vez que o filtro datransmissão fique obstruído, ele não poderá ser recuperadocom a simples troca do <strong>ATF</strong>.Causas de obstrução na transmissão automática.Diferente do motor, a transmissão automática utiliza força deatrito para transmissão de potência. Assim sendo, a embreagemmultidiscos realiza a mudança de marchas, e a cinta de freiotrava as engrenagens do conjunto. Materiais de atrito sãoutilizados nestes componentes. É normal que partículas (pó dedisco ou da cinta) provenientes destes materiais sejamproduzidas durante o trabalho deles. Também, desde que ocontato destes materiais é realizado com discos ou tambor demetal, pó metálico também é liberado durante o trabalho. Querdizer, estas partículas ficam em suspensão no <strong>ATF</strong> que circulapelo câmbio.Para a remoção deste pó metálico (pó gerado pelo desgaste), atransmissão automática é equipada com um ou vários ímãs quecoletam este material.(4) Características de Atrito do <strong>ATF</strong>Na transmissão automática, a embreagem multidiscos úmida éutilizada para conectar / desconectar o torque proveniente domotor. O <strong>ATF</strong> fornece lubrificação e arrefecimento para asembreagens. E, a característica de atrito do <strong>ATF</strong> tem efeitoconsiderável no desempenho das mudanças de marcha no momentoda aplicação das marchas e durabilidade das peças.Analisemos como a embreagem multidiscos opera. Quando apressão do <strong>ATF</strong> é exercida no pistão, dentro da carcaça daembreagem, o pistão se move para a frente. Assim, a pressãoda embreagem é usada para aplicar o disco revestido no discode metal. Em geral, onde se tem quatro discos revestidos,tem-se também cinco discos metálicos (placas). À medida quese aumenta o numero de discos que compõem uma embreagem, umaforça maior é obtida e transmitida.No caso em que os discos revestidos estejam do lado motriz, a


placa metálica ou disco estará do lado movido. A força éassim transmitida pelo caminho a seguir: Disco de embreagem →placa metálica → carcaça da embreagem → engrenagem. Natransmissão de força, umA força de atrito é produzida entre asuperfície do disco de embreagem (material de fricção) e asuperfície do disco metálico. Sob esta condição, o <strong>ATF</strong>executa um papel importante na operação.O <strong>ATF</strong> age como meio de prolongar a durabilidade das peças ereduzir o choque nas mudanças de marchas. É altamentedesejável numa transmissão automática que a aplicação daembreagem seja realizada no menor tempo possível. Em geral,um tempo de 0,5 segundo é recomendado como tempo de duraçãoda mudança. Se ele se tornar maior do que 1 segundo, aembreagem patinará, causando um efeito danoso aos discos.Mesmo se um <strong>ATF</strong> de alta qualidade, compatível com atransmissão for utilizado, a deformação do disco revestido oudo disco metálico diminuirá a força de atrito, peladiminuição da superfície de trabalho. Neste caso poderáocorrer patinação da embreagem. Por ocasião da reforma, setorna necessário verificar os discos e placas metálicascuidadosamente. Se em dúvida, substitua as peças afetadassempre que possível. Conforme pode ser depreendido do acima,é necessário que os discos revestidos e as cintas sejamimersos em <strong>ATF</strong> por ocasião da montagem.MANUTENÇÃO DO <strong>ATF</strong>(1) Possíveis causas da deterioração do <strong>ATF</strong>Listadas abaixo estão as três maiores possíveis causas dadeterioração do <strong>ATF</strong>:a) Um aumento na temperatura do fluido devido asuperaquecimento do motor ou uso severo da transmissão.b) Patinação dos conjuntos de embreagens multidiscosda transmissão automática.c) Degradação do <strong>ATF</strong> devido à utilização prolongadasem troca.A deterioração do <strong>ATF</strong> (falha na transmissão automática) podeocorrer devido à estas possíveis causas em muitos casos.Danos na embreagem por ela mesma muitas vezes são causados


por um problema esporádico.É amplamente conhecido que as características de atrito do<strong>ATF</strong> é degradada significativamente pelo aumento datemperatura do <strong>ATF</strong>. Se o veiculo funciona em regime detráfego intenso no anda-e-para da cidade e congestionamentospor um longo tempo ou em um circuito de corridas, atemperatura do <strong>ATF</strong> aumenta grandemente. No caso de umcongestionamento pesado de tráfego, a temperatura do <strong>ATF</strong> podeaumentar para mais de 120º C, promovendo a oxidação do <strong>ATF</strong>.Quando o <strong>ATF</strong> é assim oxidado, depósitos de borra ou goma sãogerados e aderem aos discos e cintas, causando patinação.É muito difícil determinar a freqüência com que o <strong>ATF</strong> deveser substituído (pela distância percorrida). Desta maneira, o<strong>ATF</strong> deve ser verificado quanto à oxidação (deterioração)freqüentemente. Nesta verificação, pode-se julgar suacoloração. Ou, para manter o <strong>ATF</strong> em boas condições,substituí-lo periodicamente. É muito difícil de entender comoalguns fabricantes de transmissões automáticas dizem que suasunidades não necessitam de substituição do <strong>ATF</strong>. Em termos decaracterísticas de atrito do <strong>ATF</strong>, sempre será uma boaestratégia substituí-lo periodicamente.(2) Circuito de arrefecimento do <strong>ATF</strong>O <strong>ATF</strong> é alimentado desde a saída da bomba até o conversor detorque, que é utilizado como importante meio de transmissãode potência. Desde que o trabalho do conversor de torque geramuito calor por atrito, a temperatura do <strong>ATF</strong> aumentainevitavelmente. Assim, é necessário fazer com que o <strong>ATF</strong> saiado conversor de torque para ser arrefecido. Normalmente, o<strong>ATF</strong> é forçado para fora do conversor através de uma tubulaçãometálica até o radiador do <strong>ATF</strong>, que pode ou não serconstruído junto com o radiador de arrefecimento do motor.Após o <strong>ATF</strong> ter sua temperatura reduzida, ele volta a circularpela linha de retorno até a transmissão para cumprir suamissão de lubrificação nas peças internas.Conforme pode ser aprendido do acima, a limpeza das linhas dearrefecimento e do radiador é um dos itens principais namanutenção do <strong>ATF</strong>.


(3) Durabilidade (vida útil) do <strong>ATF</strong>Conforme mencionado antes, o <strong>ATF</strong> desempenha um papel chave natransmissão automática. Não é exagero afirmar que a maiorprioridade a ser dada na manutenção do câmbio automático é apreocupação com o <strong>ATF</strong>. Os pontos a seguir descrevem bem comolidar com a manutenção do <strong>ATF</strong> de maneira correta.Mudança na coloração do <strong>ATF</strong>Para se julgar se o <strong>ATF</strong> está ou não está bom, é uma práticacomum verificar sua coloração. Muitos tipos de <strong>ATF</strong>sutilizados hoje em dia possuem cor vermelha transparente, eassim é fácil distinguir o <strong>ATF</strong> de outros lubrificantes doveículo. Para efeito de comparação, é aconselhável colocar umvasilhame transparente com <strong>ATF</strong> novo ou algo semelhante.Utilizando sua cor como referência, examine o <strong>ATF</strong> retirado datransmissão sob teste. A cor do <strong>ATF</strong> muda com a condição deuso. Verificando a cor do <strong>ATF</strong>, você conseguirá saber o graude deterioração do mesmo bem a como a condição dos discos ecintas internos da transmissão, se estão danificados ou não.Nas transmissões automáticas convencionais, buchas e peças delatão são utilizadas. Note que as peças feitas de latão sãopassíveis de reagirem quimicamente com o <strong>ATF</strong> causandodeterioração. Em muitos tipos de transmissões automáticasmais recentes, peças e buchas de latão estão sendosubstituídas por peças e buchas de liga de alumínio com opropósito de evitar a deterioração do <strong>ATF</strong>. Assim, algumaspessoas dizem que não é necessário substituir o <strong>ATF</strong>. Contudo,se o <strong>ATF</strong> for utilizado sob condições severas, sofreráaquecimento até altas temperaturas repetitivamente,promovendo assim sua deterioração. Considerando tal tipo deutilização, não é recomendável deixar o <strong>ATF</strong> sem substituiçãopor longos períodos de tempo.Temperatura do <strong>ATF</strong> e vida útil em termos de distânciapercorrida (quilometragem).Um teste de durabilidade desenvolvido conjuntamente pelosEstados Unidos e Japão, indicou a relação entre a temperaturado <strong>ATF</strong> sob operação e sua vida útil em termos de distância


percorrida acumulada (quilometragem). Por exemplo, se atemperatura do <strong>ATF</strong> que está sendo utilizado for de 80º C, o<strong>ATF</strong> permanecerá utilizável até uma distância percorrida de84.000 quilômetros ou mais. Se a temperatura de trabalho delefor de 100º C, ele deverá ser substituído por um novo quandoo veiculo tiver percorrido no máximo a distância de 80.000quilômetros. Adicionalmente, se a temperatura do <strong>ATF</strong> soboperação for aumentada em aproximadamente 15º C, o <strong>ATF</strong> irá sedeteriorar significativamente causando acumulo de verniz (elemudará sua viscosidade para um liquido mais grosso semelhanteao verniz). Neste caso, o <strong>ATF</strong> deverá ser substituído quando oveículo atingir uma distância percorrida de somente 40.000quilômetros. Também, se a temperatura do <strong>ATF</strong> subir emtrabalho para 150º C, poderá haver tendência de patinação dosdiscos e cintas e o <strong>ATF</strong> deverá ser substituído após o veiculopercorrer uma distância acumulada de somente 6.400quilômetros. Se a temperatura do <strong>ATF</strong> exceder 160º C, aembreagem multidiscos será destruída pela queima e o <strong>ATF</strong> serácarbonizado, danificando os vedadores da transmissão. Estessão os resultados deste teste desenvolvido nos Estados Unidose Japão.Toda limpeza do sistema deverá também compreender a limpezada tubulação, do radiador e do conversor de torque, poissabemos que qualquer quantidade de fluido oxidado, se deixadono sistema, rapidamente influenciará a oxidação do fluidonovo substituído, apressando o processo de deterioração dofluido novo.Conforme aprendemos do exposto acima, um aumento ainda quepequeno na temperatura do <strong>ATF</strong> certamente resultará em suadeterioração mais rápida. O resultado da deterioração do <strong>ATF</strong>aparecerá como descoloração. Nos serviços de manutenção,certifique-se de verificar a cor do <strong>ATF</strong> meticulosamente.(4) Como verificar a coloração do <strong>ATF</strong>Para a verificação da cor do <strong>ATF</strong>, remova o tampão de dreno eextraia uma amostra de <strong>ATF</strong> num reservatório transparente.Então, observe-a cuidadosamente. Se houver qualquer indiciode problema na transmissão automática, você achará pó


metálico ou partículas de desgaste (limalhas) contidas no<strong>ATF</strong>. Assim, torna-se possível localizar uma peça danificadaou gasta e identificar também sua condição.Cor vermelha e estado normalQuando o <strong>ATF</strong> está normal, ele possui uma cor vermelha ouamarela altamente transparente. Utilize a cor do óleo novocomo referência.Coloração marromSe o <strong>ATF</strong> demonstrar uma coloração marrom, significa que elefoi utilizado em condições severas. Desde que o <strong>ATF</strong> foiexposto à altas temperaturas por longo tempo, suadeterioração causou descoloração. Neste estado, ele possui umligeiro cheiro de queimado e baixa viscosidade mostrandosimilaridade com o thinner. Este estado deteriorado do fluido<strong>ATF</strong> (cor marrom, cheiro de queimado, baixa viscosidade) podeser identificado facilmente. Embora seja difícil expressarsutis diferenças de coloração acuradamente em palavras, acoloração marrom devido à deterioração pode ser expressa comoum vermelho descorado. Se o <strong>ATF</strong> for utilizado por um longotempo (sem substituição), sua cor poderá mudar para marromcarregado também. Em tais casos, substitua o <strong>ATF</strong> por um novoimediatamente.Transparência diminuída, coloração pretaSe a cor original vermelha ou amarela se tornar preta (atransparência diminuiu ou ficou totalmente opaca), ele podeestar contaminado com pó de discos de embreagens queimados datransmissão. Ou poderá ter sido contaminado com pó metálicoproveniente das buchas ou engrenagens. Em particular, a cordo <strong>ATF</strong> se torna preta rapidamente quando pó proveniente dedesgaste das buchas de alumínio estiver misturado com ele. Seo veiculo for conduzido continuamente nestas condições,poderá ocorrer ruído anormal e patinação das embreagens ecintas. Neste caso, a transmissão automática deverá serreformada imediatamente. Caso contrário, os componentesinternos da transmissão sofrerão danos consideráveis,resultando num aumento dos custos de reparo.


Também, mesmo se o veiculo for conduzido normalmente, aspeças internas do câmbio sofrerão desgaste acentuado devidoao fluido <strong>ATF</strong> apresentar partículas sólidas e/ou metálicas emsuspensão. Como medida temporária, retire o cárter de fluidoe remova o pó metálico ou pó dos discos de dentro dele. Limpeou troque o filtro de óleo, e substitua o <strong>ATF</strong> por um novo.Verifique então se a transmissão opera normalmente ou não. Seocorrer ruído anormal ou patinação das embreagens, seránecessário reformar completamente a transmissãoimediatamente.Fluido muito denso como xarope, fluidez de vernizSe o <strong>ATF</strong> for exposto à temperaturas extremamente altas por umlongo período de tempo e a alteração de coloração e estado dofluido estiver como acima descrito, o <strong>ATF</strong> se tornaráaltamente viscoso, como um verniz. Neste estado, as peças queutilizam os discos de embreagem e cintas já estão desgastadase danificadas extensamente. É inútil substituir o fluido <strong>ATF</strong>por um novo neste caso. O <strong>ATF</strong> possui cheiro de embreagemqueimada das embreagens multidiscos e cintas. Se atransmissão automática for utilizada continuamente sob estascondições, ocorrerá travamento no corpo de válvulas decontrole ou o conversor de torque poderá ser danificadosignificativamente.Coloração OpalescenteO <strong>ATF</strong> se torna opalescente se houver água misturada com eleassim como no óleo do motor. Isto ocorrerá quando o radiadordo <strong>ATF</strong>, que utiliza água do sistema de arrefecimento doveículo estiver quebrado ou danificado. Neste caso, deve-sereparar o radiador e substituir completamente o <strong>ATF</strong> por umnovo. Deverá ser tomado cuidado especial na limpeza de toda alinha de arrefecimento e do conversor de torque. Observamosque o liquido de arrefecimento reage com o <strong>ATF</strong> causandodeterioração do fluido <strong>ATF</strong>, resultando em trancos naaplicação e desaplicação das marchas.Por ocasião da reforma da transmissão, deve-se proceder àtotal limpeza das peças internas e da carcaça. Se a


transmissão for remontada com resíduos de umidade e depósitosestranhos (resultantes da reação com o liquido dearrefecimento e o <strong>ATF</strong>), o <strong>ATF</strong> se deteriorará rapidamentecausando danos à transmissão em pouquíssimo tempo e gerando anecessidade de reformá-la novamente com baixíssimaquilometragem. Para evitar isto, limpe as peçascuidadosamente antes da reforma. Não esqueça de limpar oconversor de torque.(5) Procedimento para verificação do <strong>ATF</strong>Como medir o nível do <strong>ATF</strong> corretamente:a) Estacione o veiculo em uma superfície plana.b) Aqueça o veiculo até a temperatura normal de funcionamento(em torno de 70 a 80ºC)c) Mantenha o motor funcionando em marcha lentad) Posicione a alavanca seletora de marchas em cada posiçãopor pelo menos 30 segundos (para encher de <strong>ATF</strong> cadacomponente interno). Posicione a então a alavanca em “P” (namaioria das transmissões).e) Retire a vareta medidora, limpe-a e insira-a novamente,medindo então o nível. Ele deverá estar entre as marcas “MIN”e “MAX” da vareta.No procedimento acima, está descrito o procedimento deverificação do nível do <strong>ATF</strong>. Tenha em mente que:Verifique o nível somente após o aquecimento do fluidoda transmissão.Quando a transmissão está funcionando, a temperatura do<strong>ATF</strong> aumenta causando expansão térmica do <strong>ATF</strong>.Por exemplo, se o nível do <strong>ATF</strong> for verificado enquanto atransmissão estiver fria, a leitura do <strong>ATF</strong> indicaránível baixo. Suponha que o nível seja completado nestaocasião. Então, quando a transmissão aquecer, o volumedo <strong>ATF</strong> estará acima do máximo devido à expansão térmica.Assim, o <strong>ATF</strong> entrará em contato com as partes giratóriasda transmissão causando espuma no fluido. Se a espuma(ar diluído no óleo) for aspirada pela bomba, istocausará cavitação e conseqüente baixa pressão do


sistema, queimando os componentes internos datransmissão. Além do mais, a espuma causará aumento defricção e patinação, gerando mais calor, que por sua vezcausa a deterioração do <strong>ATF</strong>. Excesso de <strong>ATF</strong> pode serespirrado para fora da transmissão, girando risco deincêndio. Para evitar todos estes problemas, somenteverifique o nível do <strong>ATF</strong> com a transmissão natemperatura normal de trabalho.Se por outro lado o nível do <strong>ATF</strong> estiver muito baixo, emcurvas ele poderá faltar na linha de sucção da bomba,causando patinação e vazio nas marchas, queimando osconjuntos de embreagem. Ocorrerá patinação dos conjuntospela manhã, quando o veiculo estiver frio, mas após seuaquecimento, ele funcionará normalmente. Se o veiculofuncionar continuamente nestas condições, as peçasinternas sofrerão desgaste muito alto causando patinaçãoconstante e outros problemas.Nunca utilize estopa ou panos que liberem fiapos paralimpar a vareta medidora de fluido da transmissão.Ao limpar a vareta medidora, de preferência à panos denylon pois os fiapos poderão penetrar no fluido,causando entupimento do filtro ou interrupção domovimento das válvulas no corpo de válvulas. Ou utilizeuma pistola de ar comprimido para isto.Verifique o nível do <strong>ATF</strong> com o motor em funcionamentoÉ necessário que o fluido esteja em cada peça datransmissão. Note que o nível do <strong>ATF</strong> varia de acordo como funcionamento do motor. Por exemplo, mesmo se o níveldo <strong>ATF</strong> verificado na transmissão parecer estar OK com omotor parado (dentro das marcas), ele poderá descermuito abaixo do mínimo com o motor funcionando, emvirtude do enchimento do conversor e de outras peçasinternas da transmissão, causando falta de fluido eproblemas com a transmissão ao longo do tempo.Meça o <strong>ATF</strong> algumas vezes com o veículo em uma superfícieplana.Sempre estacione o veiculo no plano, para evitar falsoresultado na medição do <strong>ATF</strong>. Meça-o algumas vezes. Com omotor funcionando, pingos de <strong>ATF</strong> caem das engrenagens


causando flutuação na superfície do <strong>ATF</strong>. Se o volume do<strong>ATF</strong> for insuficiente, certifique-se de inspecionar atransmissão também quanto a vazamentos.(6) COMO SUBSTITUIR CORRETAMENTE O <strong>ATF</strong>Descarregue o <strong>ATF</strong> soltando o bujão de drenoPara remoção do <strong>ATF</strong> desde o carter, solte o bujão de dreno.A simples substituição do fluido contido no cárter nãogarante a troca total do fluido da transmissão, mas ésuficientemente efetivo para assegurar uma operação normal datransmissão automática.O <strong>ATF</strong> remanescente no conversor de torque não poderá sersubstituído somente soltando-se o bujão do cárter. Quando omotor funciona após descarregar o <strong>ATF</strong> presente no cárter, o<strong>ATF</strong> do conversor não retorna ao cárter. Quando não houver <strong>ATF</strong>no cárter, a bomba somente sugará ar e não aplicará pressãoao <strong>ATF</strong> do conversor. Abastecendo o cárter com fluido <strong>ATF</strong>novo, a bomba conseguirá empurrar o fluido velho gerandopressão nesta ocasião, e só então ele voltará para o cárter.Note que o <strong>ATF</strong> que estava no conversor de torque não poderáser removido somente retirando-se o fluido velho do cárter.Substituição através da mangueira de retorno no radiador do<strong>ATF</strong>Em muitas transmissões automáticas modernas, é utilizado ométodo de arrefecimento através da água do radiador. O <strong>ATF</strong>que retorna do conversor de torque vai diretamente aoradiador através da tubulação própria. A conexão destamangueira poderá ser utilizada para esvaziar o <strong>ATF</strong> velho dosistema pelo novo. Remova o tubo de retorno do <strong>ATF</strong> que sai doradiador e entra na transmissão, e conecte um dispositivotrocador de fluido nela. Posicione uma bacia limpa dealumínio debaixo do veiculo e funcione o motor. O <strong>ATF</strong> velhoirá ser recolhido pelo reservatório. Utilizando o trocador defluido, alimente com <strong>ATF</strong> novo seu reservatório de acordo como volume de <strong>ATF</strong> descarregado. Quando um certo volume de <strong>ATF</strong>for descarregado, pare o motor. Monte então a mangueira devolta, desconectando o trocador de fluido, tomando cuidado


para não deixar nada vazando, e complete o nível do <strong>ATF</strong> natransmissão.Esperamos aqui ter esclarecido algumas dúvidas comuns comrespeito ao <strong>ATF</strong> e seu procedimento de troca, bem comofornecido informações pertinentes aos técnicos reparadorespara executar um melhor serviço aos usuários de veículosautomáticos no <strong>Brasil</strong>. Até a próxima.Redação: APTTA <strong>Brasil</strong> – Associação de Profissionais Técnicosem Transmissão Automáticae-mail: contato@apttabrasil.comwww.apttabrasil.com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!