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genetica-na-sindrome.. - Luzimar Teixeira

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G E N É T I C AA11BFigura 6. A microdeleção também é identificada pelaanálise do DNA de pacientes com síndrome de Williams( ) e de seus pais normais ( e ) com marcadoreschamados de ‘microssatélites’: o uso do marcador forada região de deleção mostra que o paciente recebeuuma banda de DNA da mãe e outra do pai (A);já o uso do marcador <strong>na</strong> região de deleção mostraque o paciente só recebeu a banda de DNA do pai,o que indica a microdeleção2323de cada um dos genes localizados nesse intervalocromossômico e qual a relação deles com o quadroclínico dessa síndrome.Sugestõespara leituraDONNAI D. &KARMILOFF-SMITH, A.‘Williamssyndrome: fromgenotype throughto the cognitivephenotype’, emAmerican Jour<strong>na</strong>lof MedicalGenetics, v. 97,p. 164, 2000.FRANCKE, U.‘Williams-Beurensyndrome: genesand mechanisms’,em HumanMolecularGenetics, v. 8,p. 1947, 1999.KARMILOFF-SMITH ,A. e outros.‘Language andWilliamssyndrome: howintact is “intact”?’,em ChildDevelopment, v.68, p. 246, 1997.OMIM. ‘Williams-Beuren syndrome’.Endereçoeletrônico:www.ncbi.nlm.nih.gov/omimcativamente maior de gerar descendentes com essadoença, mas isso não se aplica para a de Williams.Acredita-se que as características clínicas, comportamentaise de perso<strong>na</strong>lidade dos pacientes comsíndrome de Williams sejam, pelo menos em parte,decorrentes da deficiência dos genes contidos <strong>na</strong>região deletada. Em pessoas normais existem doiscromossomos 7 e, portanto, duas cópias dos genesque este contém. Já nos pacientes com a doençafalta um pequeno segmento em uma das cópias docromossomo 7. Portanto, ape<strong>na</strong>s uma das duas cópiasdesse gene está completa (figura 6). Hoje, érealizado um grande esforço científico para caracterizaros genes contidos no intervalo correspondentea essa microdeleção e verificar quais deles sãoresponsáveis pelo quadro clínico.É grande a lista de genes situados nessa região jáidentificados. Entre eles estão o gene da elasti<strong>na</strong>e o LIM-ki<strong>na</strong>se 1 (ou LIMK-1). Atualmente, há umconsenso entre os pesquisadores de que a presençade ape<strong>na</strong>s uma cópia do gene da elasti<strong>na</strong> é responsávelpela grande maioria dos problemas cardiovascularesencontrados com freqüência nos afetadospela síndrome de Williams. Devido à ausênciada outra cópia do gene, essas pessoas produzemape<strong>na</strong>s metade da quantidade de elasti<strong>na</strong> necessáriapara garantir um bom funcio<strong>na</strong>mento das artérias,em particular da aorta.O gene LIM ki<strong>na</strong>se-1 (LIMK-1) expressa-se principalmenteno cérebro. De início, foi sugerido que asalterações de visão espacial e de comportamentonos pacientes da síndrome decorriam de uma quantidadeinsuficiente da proteí<strong>na</strong> codificada por essegene, tendo em vista que esses pacientes só têm umacópia dele. Entretanto, existem evidências de queesse não é o principal gene responsável pelas alteraçõescognitivas características desses pacientes.Em resumo, embora existam vários estudos molecularesque envolvem a região da microdeleçãodos pacientes com síndrome de Williams, ainda éescasso o nosso conhecimento do papel funcio<strong>na</strong>lPERSPECTIVAS PARA O FUTUROA identificação dos genes presentes <strong>na</strong> região deficientee de sua correlação com as variações clínicasdos portadores da doença será fundamental paraque se possa compreender a causa das complicaçõesque podem ocorrer nesses indivíduos. Algo já observadoé que as deleções, nos pacientes com a formaclínica característica da síndrome, têm tamanhobastante semelhante. O estudo de pacientes com aforma incompleta da síndrome poderá ser importantepara caracterizar as deleções menores, quepodem ser essenciais para a identificação dos genescríticos para a determi<strong>na</strong>ção dos diferentes componentesdo quadro clínico.No entanto, os estudos moleculares nos pacientestalvez não sejam suficientes para que se consigadesvendar todos os genes responsáveis pelo quadroclínico da síndrome de Williams, exigindo outrasabordagens. Entre essas pesquisas alter<strong>na</strong>tivas destacam-seos modelos animais, que já têm sido usadoscom sucesso em várias situações. Um exemploestá em camundongos gerados em laboratório comdeficiência total da proteí<strong>na</strong> elasti<strong>na</strong>: eles morremlogo após o <strong>na</strong>scimento, em decorrência de doençavascular, confirmando a importância dessa proteí<strong>na</strong>no funcio<strong>na</strong>mento correto do sistema vascular.A identificação de todos os genes responsáveispela síndrome de Williams será fundamental paraque terapias ou tratamentos sejam propostos e desenvolvidos.Além disso, contribuirá para a melhorcompreensão dos mecanismos de linguagem, deperso<strong>na</strong>lidade e de comportamento do ser humano.Embora a pesquisa científica inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l relacio<strong>na</strong>daà doença seja intensa, ainda há poucos gruposno Brasil, como o do Instituto da Criança, da Faculdadede Medici<strong>na</strong> da Universidade de São Paulo(USP), envolvidos com esse estudo. Além disso,vários laboratórios, inclusive o do Centro de Estudosdo Genoma Humano (http://genoma.ib.usp.br),também da USP, já realizam o diagnóstico molecularda síndrome de Williams.■42 • CIÊNCIA HOJE • vol. 30 • nº 178

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