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Os verbos de julgamento em inglês e português - The University of ...

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Vol. 08 N. 03 set/<strong>de</strong>z 2010<strong>Os</strong> ex<strong>em</strong>plos anteriores ilustram os casos <strong>em</strong> quea tradução apresenta uma correspondência perfeita. Emoutros casos, a correspondência se dá <strong>de</strong> forma parcial.Alguns <strong>verbos</strong> do corpus <strong>em</strong> inglês correspondiam asubstantivos no corpus <strong>em</strong> português (ex.: 25).(27) If only it were just theft that you are accused<strong>of</strong>, [...].Antes fosse roubo a acusação que pesa sobreVossa Mercê, [...].Em outros casos, o corpus <strong>em</strong> inglês apresentavaum substantivo, enquanto o corpus <strong>em</strong> português apresentavaum verbo (ex.: 26).(28) He also had exuberant words <strong>of</strong> praise forme, [...].Também me elogiava, com exuberantespalavras, [...].A S<strong>em</strong>ântica <strong>de</strong> Frames, <strong>em</strong> contraste a outrasteorias s<strong>em</strong>ânticas aplicadas à criação <strong>de</strong> léxicos computacionaismultilíngues, possui a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> nãodividir as palavras <strong>em</strong> classes gramaticais. Na FrameNet,as unida<strong>de</strong>s lexicais são agrupadas <strong>em</strong> framess<strong>em</strong>ânticos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da classe gramatical. Assim,tanto o substantivo acusação como o verbo acusar sãoagrupados segundo o mesmo frame s<strong>em</strong>ântico, vistoque o conhecimento evocado pelo substantivo e peloverbo é o mesmo.Em alguns casos, o corpus <strong>em</strong> inglês apresentavaum verbo, enquanto o corpus <strong>em</strong> português apresentavauma expressão composta por mais <strong>de</strong> uma palavra (ex.: 27).(29) Tristão begged a thousand pardons for thelong silence <strong>of</strong> years and blamed it on difficultassignments and on distractions.Tristão pe<strong>de</strong> mil <strong>de</strong>sculpas do longo silêncio<strong>de</strong> anos e lança-o à conta <strong>de</strong> tarefas edistrações.Embora a S<strong>em</strong>ântica <strong>de</strong> Frames não exclua do seuescopo expressões compostas por mais <strong>de</strong> uma palavra, sórecent<strong>em</strong>ente a FrameNet passou a <strong>de</strong>screver o significado<strong>de</strong>ssas expressões (Fillmore, 2008). A presença <strong>de</strong>sse tipo<strong>de</strong> expressão no corpus <strong>de</strong>monstra que um léxico computacionalmultilíngue <strong>de</strong>ve tratar <strong>de</strong>ssas expressões damesma forma que <strong>de</strong>screve o significado da palavra.Alguns <strong>verbos</strong> apresentaram como equivalentes<strong>de</strong> tradução construções com verbo-suporte <strong>em</strong> português(ex.: 28) ou construção com verbo s<strong>em</strong>anticamente maisneutro (ex.: 29).(30) Our <strong>de</strong>arly <strong>de</strong>parted compadre – may Godrest his soul – was the one to blame for all<strong>of</strong> this, [...].Mas o <strong>de</strong>funto padrinho – Deus lhe falen’alma, – foi o próprio que teve culpa <strong>de</strong>tudo isso [...]O ex<strong>em</strong>plo (28) traz o verbo ter como um <strong>verbos</strong>uportedo substantivo culpa. No caso dos <strong>verbos</strong>-suporte,o evocador do frame não é o verbo, mas o nome que oacompanha. Neste caso, o verbo ter indica a perspectiva doavaliado, enquanto que no ex<strong>em</strong>plo (29) o verbo atribuirindica o ponto <strong>de</strong> vista do avaliador.(31) Of course, if two m<strong>em</strong>bers <strong>of</strong> staff happento fall in love and <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> to marry, it wouldbe churlish to be apportioning blame; [...]Claro que, se dois m<strong>em</strong>bros do pessoal seenamoram e resolv<strong>em</strong> casar, seria grosseiroatribuir culpas.O verbo atribuir não é um verbo-suporte, conformeBorba (2002). No entanto, esse verbo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um compl<strong>em</strong>entopara completar o seu significado, ou seja, atribuir culpaé uma construções que necessitam do substantivo abstratoculpas. Essa construção também permite a troca do verboatribuir por um verbo-suporte: por culpa. A alternância entre aperspectiva do acusado e do acusador, como vista nos casos <strong>de</strong>ter culpa e atribuir culpa, é representada na FrameNet atravésda relação <strong>de</strong> perspectivização (Ruppenh<strong>of</strong>er et al., 2010).A análise dos <strong>verbos</strong> to accuse, to blaime, to criticizee to praise na direção inglês-português mostrou que osequivalentes <strong>de</strong> tradução mais frequentes para esses <strong>verbos</strong>foram acusar, culpar, criticar e elogiar, respectivamente.A pesquisa ao COMPARA na direção português-inglêsmostra uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sinônimos s<strong>em</strong>elhante àquela encontradana pesquisa inglês-português. O quadro 4 resume osresultados da análise contrastiva.O Quadro 4 mostra que tanto na direção inglêsportuguês,quanto na direção português-inglês os <strong>verbos</strong><strong>de</strong> <strong>julgamento</strong> formam uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sinônimos, ou seja,diferentes unida<strong>de</strong>s lexicais evocando o mesmo frames<strong>em</strong>ântico. Um léxico computacional multilíngue <strong>de</strong>ve sercapaz <strong>de</strong> traçar essas relações existentes entre as unida<strong>de</strong>slexicais evocadoras <strong>de</strong> um mesmo frame, especialmentese esse recurso t<strong>em</strong> <strong>em</strong> vista a tradução automática.A seção seguinte discute a importância da codificaçãoda poliss<strong>em</strong>ia para os léxicos computacionaismultilíngües. A questão da poliss<strong>em</strong>ia das línguas é umgran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para esses recursos lexicais, uma vez queos padrões <strong>de</strong> poliss<strong>em</strong>ia entre as línguas difer<strong>em</strong> <strong>em</strong> altonível 7 . Assim, a seção seguinte busca respostas, com basena S<strong>em</strong>ântica <strong>de</strong> Frames, para algumas <strong>de</strong>ssas dificulda<strong>de</strong>s.7Altenberg e Granger (2002) discut<strong>em</strong> os padrões <strong>de</strong> poliss<strong>em</strong>ia entre as línguas.<strong>Os</strong> <strong>verbos</strong> <strong>de</strong> <strong>julgamento</strong> <strong>em</strong> inglês e português: o que a análise contrastiva po<strong>de</strong> dizer sobre a S<strong>em</strong>ântica <strong>de</strong> Frames 221

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