a arma da cultura e os universalismos parciais - Cultura Digital
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patrimoniais prop<strong>os</strong>tas pelo Estado e agências transnacional de caráter secular como‗<strong>arma</strong>‘. Dessa forma, ao longo <strong>da</strong> comunicação, procurei situar como <strong>os</strong> Presbiterian<strong>os</strong>comungam parte do vocabulário d<strong>os</strong> agentes do Estado sobre política patrimonial.Porém, eles se recusam a participar de um processo de ‗tombamento‘ cujo principalresultado é a per<strong>da</strong> do controle comunitário sobre o bem. Muito a contrag<strong>os</strong>to, eles sesubmeteram a essa política patrimonial no caso <strong>da</strong> Catedral Presbiteriana do Rio deJaneiro, e conseguiram tirar algum proveito político <strong>cultura</strong>l em sua implementação. OsAssembleian<strong>os</strong>, por sua vez, estão em sintonia com a noção de <strong>cultura</strong> na moderni<strong>da</strong>deem um plano muito básico, de resgate e preservação <strong>da</strong> memória coletiva através <strong>da</strong>produção de coleções. Inclusive, muit<strong>os</strong> assembleian<strong>os</strong> tornaram-se exími<strong>os</strong>colecionadores, formadores e preservadores de acerv<strong>os</strong> eclétic<strong>os</strong> e diversificad<strong>os</strong> <strong>da</strong>história cotidiana <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s populares no país. Porém, esses evangélic<strong>os</strong> hesitam ouse recusam a abrir as portas de seus centr<strong>os</strong> <strong>cultura</strong>is e museus para um públicoheterogêneo. No fundo, eles entendem que a audiência não inicia<strong>da</strong> permanecerá cega esur<strong>da</strong> à história narra<strong>da</strong>. Quase que como contraponto, a Igreja Universal cria objet<strong>os</strong>com alguma remissão arqueológica, algo que venha a se tornar índice <strong>da</strong>excepcionali<strong>da</strong>de histórica <strong>da</strong> própria denominação. Com o Terceiro Templo deSalomão, por exemplo, eles estão sugerindo uma conexão direta com uma remotahistória ju<strong>da</strong>ica e, ao mesmo tempo, estão repudiando um modo convencional deconstrução <strong>da</strong> história cristã, que necessariamente passa pela Europa.Nestas disjunções, ao invés de relações pacifica<strong>da</strong>s d<strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> com o seupassado ou com o passado d<strong>os</strong> outr<strong>os</strong> segment<strong>os</strong> sociais que compõem a nação, tem<strong>os</strong>relações tensas, disputa<strong>da</strong>s, retoricamente marca<strong>da</strong>s pela negação. Esta tendência talvez<strong>os</strong> vincule a uma história messiânica, mais comprometi<strong>da</strong> com o futuro que com opresente. Mas talvez, mais que religi<strong>os</strong><strong>os</strong> messiânic<strong>os</strong>, <strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> sejamadequa<strong>da</strong>mente descrit<strong>os</strong> por seu comprometimento com uma ‗<strong>cultura</strong> parcial‘. Comeste termo, Simon Coleman (2006) procurou chamar atenção para a tendência d<strong>os</strong>pentec<strong>os</strong>tais e algumas vezes, d<strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> em geral, em vincularem-se a uma visãode mundo que está em contato com outras visões de mundo cuj<strong>os</strong> valores são rejeitad<strong>os</strong>.Em outras palavras, <strong>os</strong> evangélic<strong>os</strong> tendem a formar <strong>cultura</strong>s que ao mesmo temporejeitam e reconhecem o convencional contextual. Isto garante, segue Coleman, que opentec<strong>os</strong>talismo tenha grande facili<strong>da</strong>de na circulação em diferentes context<strong>os</strong> sociais,