-Adivinho o que se passa. Quando o visitei, no mês findo, notei-lhe as perturbaçõescirculatórias.-Sim, sim -continuou a mãe aflita. -Antônio vive no círculo de pensamentos muitodesregrados, apesar do bom coração. E hoje trouxe para o leito de repouso tantaspreocupações descabi<strong>da</strong>s, tanta angústia desnecessária, que as suas criações mentais setransformaram em ver<strong>da</strong>deiras torturas. Embalde, auxiliei-o com os meus humildes recursos;infelizmente, é tão grande o seu desequilíbrio interior, que to<strong>da</strong> a minha colaboração resultouinútil, permanecendo-lhe o cérebro sob a ameaça dum derramamento mortífero.E sentindo a gravi<strong>da</strong>de do minuto, acrescentou, triste:-Ó Alexandre, bem sei que devemos subordinar nossos desejos aos desígnios de Deus.Entretanto, meu filho necessita de mais alguns dias na Terra. Creio que, em dois meses,conseguirei dele, indiretamente, a solução de todos os problemas que lhe afetam a paz <strong>da</strong>família. Sua autori<strong>da</strong>de pode auxiliar-nos! Seu coração edificado em Cristo permanece emcondições de fazer-nos semelhante bem!...Reconhecendo a urgência do assunto, exclamou o orientador:-A caminho! Não temos um segundo a perder!Daí a poucos instantes, penetramos na residência confortável. A velhinha, aflita, conduzíunosa uma alcova espaçosa, onde o filho, chefe <strong>da</strong> casa, repousava metido em alvos lençóis,<strong>da</strong>ndo-me a impressão característica dum moribundo.Antônio parecia próximo dos setenta anos e exibia todos os sinais do arterioescleróticoadiantado.O quadro era agora profun<strong>da</strong>mente educativo para mim, que entrara num círculo valiosode observações novas.Identificava perfeitamente o estado pré-agônico, em to<strong>da</strong>s as suas expressões físicoespirituais.A alma confusa, inconsciente, movimentava-se com dificul<strong>da</strong>de, quase quetotalmente exterioriza<strong>da</strong>, junto do corpo imóvel, a respirar dificilmente.Enquanto Alexandre se inclinava paternalmente sobre ele, observei que estávamos diantede uma trombose perigosíssima, por localizar-se numa <strong>da</strong>s artérias que irrigam o córtexmotor do cérebro. A apoplexia não se fizera esperar. Mais alguns instantes e a vítima estariadesencarna<strong>da</strong>.Alexandre, que centralizara to<strong>da</strong>s as atenções no enfermo, tocou-lhe o cérebro perispirituale falou com autori<strong>da</strong>de serena:-Antônio, mantenha-se vigilante! Nosso auxílio pede a sua cooperação!O moribundo, desligado parcialmente do corpo, abriu os olhos fora do invólucro de carne,<strong>da</strong>ndo a entender vagas noções de consciência, e o instrutor prosseguiu:-Você foi acidentado pelos próprios pensamentos em conflito injustificável. Suaspreocupações excessivas criaram-lhe elementos de desorganização cerebral. Intensifique odesejo de retomar as células físicas, enquanto nos preparamos a fim de ajudá-lo. Este
momento é decisivo para as suas necessi<strong>da</strong>des.O interpelado não respondeu, mas observei que Antônio compreendera a advertência, noimo <strong>da</strong>s forças <strong>da</strong> consciência, colocando-se em boa posição para colaborar em favor de simesmo.Em segui<strong>da</strong>, o orientador iniciou complica<strong>da</strong>s operações magnéticas, no corpo inanimado,ministrando energias novas à espinha dorsal. Decorridos alguns instantes, colocou a destraao longo do fígado e, mais tarde, demorando-a no cérebro físico, bem à altura <strong>da</strong> zonamotora, chamou-me e disse: -André, mantenha-se em prece, cooperando conosco.Convocarei alguns irmãos em serviço, nesta noite, para auxiliar-nos.E acentuou, após meditar por alguns segundos: -o grupo do Irmão <strong>Francisco</strong> não podeestar longe.Dito isto, Alexandre assumiu atitude de profun<strong>da</strong> concentração de pensamento.Não passou mais dum minuto e pequena expedição de oito enti<strong>da</strong>des, quatrocompanheiros e quatro irmãs, penetrou o recinto doméstico, em religioso silêncio.Sau<strong>da</strong>mo-nos todos, ligeiramente, e o instrutor dirigiu-se, atencioso, à enti<strong>da</strong>de queguar<strong>da</strong>va atribuições de chefia.-<strong>Francisco</strong>, precisamos aqui <strong>da</strong>s emanações de algum dos nossos amigos encarnados,cujo veículo material esteja agora em repouso equilibrado. E ao passo que o novo irmãoobservava, cui<strong>da</strong>doso, o agonizante, Alexandre acrescentava:-Conforme observa, estamos diante dum caso gravíssimo. É preciso muito critério naescolha do doador de fluidos.O dirigente dos socorristas pensou um momento e obtemperou:-Temos um companheiro que nos atenderá razoavelmente. Trata-se de Afonso. Enquantovou buscá-lo, nosso grupo auxiliará sua ação curativa, emitindo forças de colaboraçãomagnética, através <strong>da</strong> prece.<strong>Francisco</strong> ausentou-se imediatamente.Nesse instante, a velhinha aproximou-se do instrutor e falou, respeitosa:-Se há necessi<strong>da</strong>de de fluidos de irmãos encarnados, quem sabe poderíamos empregar oconcurso de minhas netas que repousam nos aposentos próximos?-Não -respondeu Alexandre, delica<strong>da</strong>mente -, não atenderiam as exigências em curso.Precisamos de alguém suficientemente equilibrado no campo mental.A mãe inquieta afastou-se, enxugando os olhos. Atendendo a sinal afetuoso do orientador,aproximei-me, observando o doente de mais perto, mantendo-me embora na íntima atitudede oração.'-Antônio é viúvo faz vinte anos -explicou Alexandre -e está nas vésperas de vir terconosco, no plano espiritual. Nosso amigo, porém, necessita de mais alguns dias na esfera
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encontra em condições de suportar
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