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MEDIÇÃO CONTÍNUA DE TEMPERATURA DO AÇO LÍQUIDONO DISTRIBUIDOR UTILIZANDO PIRÔMETROINFRAVERMELHO DE FIBRA ÓPTICAdoi: 10.4322/tmm.00303011José Raposo Barbosa 1Adilson Yukishigue Suda 2Fabiano Corrêa Martins 3ResumoO presente trabalho, desenvolvido na Usiminas, descreve a metodologia, os benefícios, as comparações comoutros tipos de medições e os resultados operacionais do sist<strong>em</strong>a de medição contínua de t<strong>em</strong>peratura do aço líquido nodistribuidor da máquina de lingotamento contínuo nº 4 da Aciaria nº 1. A medição de t<strong>em</strong>peratura utiliza um manipuladormecânico, uma cerâmica de alumina como corpo negro, um pirômetro de fibra óptica e um dispositivo de refrigeração eproteção do sensor. Foram utilizados métodos comparativos através de medição com termopar do tipo “S” e a experiênciaoperacional para a impl<strong>em</strong>entação da nova medição. O sist<strong>em</strong>a de medição contínua de t<strong>em</strong>peratura levou à redução doscustos operacionais, da exposição térmica do operador de plataforma, dos riscos de acidentes pessoais e operacionais <strong>em</strong>ostra a tendência da variação da t<strong>em</strong>peratura do processo ao longo do t<strong>em</strong>po.Palavras-chave: Medição contínua; Lingotamento contínuo; Pirômetro.AbstractCONTINUOUS MEASUREMENT OF LIQUID STEEL TEMPERATURE INTHE TUNDISH BY USING OPTIC FIBER INFRARED PYROMETERThis paper describes the methodology developed by Usiminas and its benefits of using continuous measur<strong>em</strong>entsyst<strong>em</strong> of liquid steel t<strong>em</strong>perature in the tundish, at Usiminas continuous casting plant # 4 of steelmaking # 1, and alsomakes comparisons with other types of measur<strong>em</strong>ents showing its operational results. The t<strong>em</strong>perature measur<strong>em</strong>entsyst<strong>em</strong> uses an aluminum ceramic as a black body, an optic fiber pyrometer protected by a cooling device, and a mechanismthat places the sensor on/off line. Comparative methods using “S” type termocouple and the operational experiencewere used for the new measur<strong>em</strong>ent syst<strong>em</strong> impl<strong>em</strong>entation. The continuous measur<strong>em</strong>ent syst<strong>em</strong> has reduced theoperator’s thermal exposition, risks of accidents and also operational costs. This syst<strong>em</strong> shows the t<strong>em</strong>perature variationtendency during casting process.Key words: Continuous measur<strong>em</strong>ent; Continuous casting; Pyrometer.1 INTRODUÇÃOAs indústrias siderúrgicas têm conseguidonotável progresso nas últimas décadas,na melhoria da qualidade dos seus produtos,aumento da produtividade, melhoria no controleambiental, redução dos custos operacionais eaumento da segurança pessoal e operacional. Issot<strong>em</strong> incentivado de maneira significativa a buscapor processos inovadores de produção, desenvolvimentode equipamentos no controle dosprocessos e medição de seus parâmetros.No processo de solidificação do aço nolingotamento contínuo, são utilizados basicamentedois tipos de sensores para a medição de t<strong>em</strong>peratura do metallíquido no distribuidor. A maioria das siderúrgicas utiliza termoparesde platina do tipo “S” (1) (10% PtRh e Pt), montados <strong>em</strong> pontasdescartáveis, para medições eventuais. Uma minoria, devido ao altocusto, utiliza no processo de monitoramento contínuo, termoparesde platina do tipo “B” (2) (94% Pt/6% Rh e 70% Pt/30% Rh), <strong>em</strong>montagens especiais devidamente protegidos. Esses tipos de mediçõesapresentam índice elevado de manutenção, erros consideráveisna medição, alto custo e riscos de acidentes pessoal e operacional.Visando minimizar os probl<strong>em</strong>as citados, foi avaliada dentreoutros métodos, a aplicação de pirômetro óptico que mostrou-sebastante adequada. (3)Foram utilizados métodos comparativos e a experiênciaoperacional para a impl<strong>em</strong>entação e validação da nova medição.1M<strong>em</strong>bro da ABM, Engenheiro de Instrumentação, Gerência de Instrumentação dos Altos Fornos, Aciarias e Energia da Usiminas Ipatinga - MG2M<strong>em</strong>bro da ABM, Gerente, Gerência de Seção de Lingotamento da Aciaria 1 da Usiminas Ipatinga - MG3Técnico de Instrumentação, Gerência de Instrumentação dos Altos-Fornos, Aciarias e Energia da Usiminas Ipatinga - MG58 <strong>Tecnologia</strong> <strong>em</strong> <strong>Metalurgia</strong> e <strong>Materiais</strong>, São Paulo, v.3, n.3, p. 58-62, jan.-mar. 2007


2 PRINCÍPIO DE MEDIÇÃO DOS PIRÔMETROS ÓPTICOSA radiação infravermelha faz parte do espectro eletromagnético,e inclui vários tipos de ondas como rádio, microondas, luz visível,luz ultravioleta, raios gama e raios X. A faixa infravermelha está entrea porção visível do espectro e as ondas de rádio. Os comprimentosde ondas infravermelhas são geralmente expressos <strong>em</strong> mícron (µm),com o espectro se estendendo de 0,7 micra a 1.000 micra. Somente afaixa de 0,7 micra a 18 micra é usada para a medição de t<strong>em</strong>peratura.A intensidade da energia infravermelha <strong>em</strong>itida de um objetoaumenta ou diminui <strong>em</strong> razão da sua t<strong>em</strong>peratura. Emissividade éo termo utilizado para determinar as características de <strong>em</strong>issão deenergia de diferentes materiais e superfícies.Um pirômetro óptico de duas cores ou de razão, (4) detectaa energia infravermelha de um objeto e focaliza a energia <strong>em</strong> doissensores fotossensíveis, incorporados <strong>em</strong> uma única pastilha desilício. Os detetores convert<strong>em</strong> a energia infravermelha num sinalelétrico, que é convertido dentro de um valor de t<strong>em</strong>peraturabaseado na equação de calibração do medidor e na configuraçãoda inclinação da curva de saída de t<strong>em</strong>peratura (slope). Esse valorde t<strong>em</strong>peratura pode ser exibido no medidor, saindo como sinalelétrico (4 mA a 20 mA) e exibido no computador.Quando o alvo é muito pequeno ou quando outras partículasinterfer<strong>em</strong> no sinal de medição, como fumaça, vapor e poeira, umpirômetro de duas cores ou de razão é mais efetivo.Os pirômetros ópticos, onde a cabeça está separada dosmedidores eletrônicos com um cabo de fibra óptica, são aplicados<strong>em</strong> locais onde há campos eletromagnéticos ou <strong>em</strong> outrosambientes desfavoráveis.A Equação 1 é a função mat<strong>em</strong>ática de saída do pirômetrode fibra óptica de duas cores.T = (E λ1.λ 1.ε λ1.X 1%)/(E λ2.λ 2.ε λ2.X 2%) (1)Sendo:T: t<strong>em</strong>peratura (°C);ε λ1= ε λ2: <strong>em</strong>issividades do tubo cerâmico relativa aos λ 1e λ 2;λ 1: comprimento de onda da medição do sensor 1 (µm);λ 2: comprimento de onda da medição do sensor 2 (µm);E λ1: radiação relativa ao λ 1;E λ2: radiação relativa ao λ 2; eX 1% = X 2%: percentual de obstrução (%).Em pirômetro de duas cores ou de razão, como é mostradona equação 1, o percentual da relação da obstrução (X 1%/X 2%) éconstante e igual a 1. As <strong>em</strong>issividades relativas (ε λ1e ε λ2) são iguais,pois o ponto de leitura é único, então a relação ε λ1/ε λ2é tambémconstante e igual a 1. Desta forma, a função mat<strong>em</strong>ática final de saídado pirômetro de fibra óptica de duas cores, é dada pela Equação 2.T = E λ1.λ 1/E λ2.λ 2(2)O resultado da Equação 2, depende apenas dos valores doscomprimentos de ondas gerados no interior da cerâmica (λ 1e λ 2)e das radiações relativas (E λ1e E λ2).3 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO COMPIRÔMETRO ÓPTICOPara a utilização do pirômetro óptico na medição contínuada t<strong>em</strong>peratura do aço líquido no distribuidor, a Usiminas desenvolveuum dispositivo que permitiu o uso dessatecnologia, originando a patente no Brasil e noexterior de nº PI-0502779-9 de 09 de junho de2005.O sist<strong>em</strong>a de medição contínua utilizaum pirômetro de razão com fibra óptica, umconversor óptico/elétrico (4 mA a 20 mA), umacerâmica de alumina grafitada como corpo negro euma caixa com refrigeração protegendo a cabeçaóptica. A fibra óptica é o meio de transmissão daenergia infravermelha <strong>em</strong>itida no interior da cerâmica,sendo que essa radiação é proporcional àt<strong>em</strong>peratura do processo.A cerâmica, composta de alumina grafitadae prensada, possui a capacidade de promoveruma alta condutividade térmica e luminosa. Parapermitir a medição da t<strong>em</strong>peratura do processo,a cerâmica possui um furo longitudinal com umadas extr<strong>em</strong>idades fechada, onde o pirômetroestá focado para fazer a leitura. A cabeça ópticaestá devidamente alinhada dentro da cerâmica deforma a garantir uma leitura precisa, s<strong>em</strong> as interferênciasda parede interna da mesma.O processo de medição consiste basicamente<strong>em</strong> mergulhar a cerâmica e aquecê-la àt<strong>em</strong>peratura do aço líquido. O pirômetro ópticofaz a leitura da radiação instantânea, processa eenvia para o sist<strong>em</strong>a de registro e indicação. Ot<strong>em</strong>po inicial necessário para estabilizar a mediçãoé de aproximadamente 6 a 10 minutos.A vida útil desse tubo cerâmico depende dascaracterísticas do aço <strong>em</strong> processo. Em média, acerâmica dura 24 h de operação, podendo atingirum t<strong>em</strong>po maior. Na Figura 1 é apresentado odesenho do dispositivo.O pirômetro óptico foi montado de formaa não sofrer nenhum dano no momento da troca dacerâmica e da limpeza da lente do sensor, (5) gerandobaixo custo operacional e de manutenção.Através de simulações diretas, realizando-s<strong>em</strong>edições com sensores descartáveis,termopares do tipo “S”, foi possível ajustar ot<strong>em</strong>po de resposta da medição de t<strong>em</strong>peraturado processo, alterando a inclinação da curva d<strong>em</strong>edição (slope) e ajustando o filtro de saída.Nesse sist<strong>em</strong>a é necessário substituir otubo cerâmico e fazer a limpeza na lente a cada24 h de operação. A atividade de substituição elimpeza da lente é realizada pela operação. A calibraçãodo pirômetro óptico (6) é realizada a cada12 meses, sendo que até o presente momentonão foi verificado nenhum desvio da calibraçãodurante esse intervalo de t<strong>em</strong>po.<strong>Tecnologia</strong> <strong>em</strong> <strong>Metalurgia</strong> e <strong>Materiais</strong>, São Paulo, v.3, n.3, p. 58-62, jan.-mar. 2007 59


Caixa derefrigeraçãoN²FibraópticaConversorO/E4~20 mAComputadorde processoNivel 2SensorópticoNitrogênioTermopar tipo “T”IndicadorT<strong>em</strong>peraturacontínuaControladorIHMSireneaudio-visualBraço do manipuladorT<strong>em</strong>peraturado sensorCerâmicaFigura 1. Diagrama simplificado do sist<strong>em</strong>a de medição da Usiminas.4 VARIÁVEIS IMPORTANTES NODESENVOLVIMENTO DO PROJETONo decorrer desse desenvolvimento,surgiram várias interferências, tais como:• especificar um pirômetro ópticoadequado à aplicação;• alta t<strong>em</strong>peratura na cabeça óptica dosensor infravermelho, superior a 200°C;• monitorar a t<strong>em</strong>peratura na região ondea cabeça óptica está instalada;• projetar e desenvolver um dispositivomecânico para instalação e proteção dacabeça óptica;• tornar a aplicação adequada à operação,garantindo a substituição da cerâmica deforma fácil, rápida e segura;• estabelecer o diâmetro interno ecomprimento do tubo de aço inox parafixar a cabeça óptica;• manter a fixação e alinhamento dacabeça óptica no tubo de aço inox;• projetar um novo tubo cerâmico comas dimensões adequadas à necessidadedo processo, minimizando os efeitosdo alinhamento do conjunto mecânicoentre o pirômetro óptico e a cerâmica;• definir a vazão e pressão do gás de refrigeraçãopara a fibra e a cabeça ópticas<strong>em</strong> comprometer a medição;• definir a distância entre cabeça óptica eo fundo da cerâmica;• minimizar a interferência na mediçãodurante a variação do nível de aço líquidono distribuidor, durante a troca da panela, principalmente<strong>em</strong> baixa tonelag<strong>em</strong>; e• ajustar o t<strong>em</strong>po de resposta, isto é, a sensibilidade damedição e o fator de correção da inclinação da curva(slope).Com o objetivo de solucionar essas interferências e viabilizara aplicação do sensor, foi desenvolvido um sist<strong>em</strong>a utilizandonitrogênio para refrigeração interna da unidade eletrônica, da fibraóptica e da cabeça sensora, minimizando os efeitos da alta t<strong>em</strong>peraturaque estão submetidos (> 200°C). A caixa de proteção garanteo alinhamento da cabeça óptica e do tubo cerâmico e elimina osefeitos dos impactos operacionais, tais como o manuseio durantea substituição da cerâmica, limpeza da lente e choques mecânicos.Para monitorar a t<strong>em</strong>peratura interna, foi instalado um termopardo tipo “T” (0°C a 400°C) junto à cabeça sensora, ligado a umcontrolador digital responsável por gerar alarmes sonoros e visuaisquando a t<strong>em</strong>peratura ultrapassa um limite previamente estabelecido.5 FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR NA MEDIÇÃOSão variáveis que pod<strong>em</strong> influenciar negativamente noresultado da medição:• sujeira na lente;• formação de sílica, gerada pelo processo, no interior dotubo cerâmico;• nível de aço no distribuidor abaixo de 18 toneladas;• alinhamento da cabeça óptica com o tubo cerâmico;• fumaça, vapor e poeira <strong>em</strong> excesso no interior do tubocerâmico;• volume de nitrogênio para refrigeração da cabeça sensora; e• distância entre o sensor óptico e o ponto de medição.60 <strong>Tecnologia</strong> <strong>em</strong> <strong>Metalurgia</strong> e <strong>Materiais</strong>, São Paulo, v.3, n.3, p. 58-62, jan.-mar. 2007


6 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA MEDIÇÃO COM PIRÔ-METRO ÓPTICODeve-se destacar que nas malhas de medições que utilizamsensores de platina, como termopares tipo “S” ou “B”, a incertezaé superior a ± 8°C.A incerteza dos pirômetros ópticos para a faixa de mediçãode 1.400°C a 1.800°C é <strong>em</strong> média ± 0,36% do valor medido. Éum dispositivo de medição com baixo índice de manutenção secomparado com termopares.Na Figura 2 é apresentado o dispositivo de medição apósser retirado do banho.SensorFigura 2. Vista geral do sist<strong>em</strong>a de medição após ser retirado do banho.Na Figura 3 é apresentado o gráfico dos custos entre osdiversos tipos de medição e fabricantes, para dois anos consecutivosde operação, nas quatro máquinas de lingotamento da Usiminas.Os dados inclu<strong>em</strong> a aquisição de equipamentos e instalação, nãoconsiderando o des<strong>em</strong>bolso com as atividades de manutenção.O pirômetro óptico é mais econômico <strong>em</strong> relação aosoutros tipos de medição, sendo que o custo do primeiro ano deutilização é maior <strong>em</strong> relação ao segundo <strong>em</strong> função da aquisiçãode equipamentos e materiais de consumo (cerâmica). O mesmonão ocorre para o segundo ano, pois o des<strong>em</strong>bolso é apenas coma cerâmica.US$1.000.000500.000085.00035.000Pirômetroóptico1º Ano 2º Ano142.000142.000Termopartipo“S”nacional438.240438.240Termopartipo“B”USA728.640728.640Termopartipo“B”JapãoOs custos para os d<strong>em</strong>ais tipos de mediçãode outros fabricantes utilizados nessa aplicaçãopara o primeiro e segundo anos são iguais, porse tratar<strong>em</strong> de materiais de consumo constante(termopares, cabos de compensação e cerâmica).Os dados de custos operacionais e de aquisiçãode equipamentos apresentados na Figura 3,não levam <strong>em</strong> consideração as variações dosíndices econômicos, tais como inflação e variaçãocambial.O dispositivo desenvolvido pela Usiminaspossui maior robustez pois foi protegido de talmaneira que fatores externos como altas t<strong>em</strong>peraturase interferência humana não degrad<strong>em</strong> seudes<strong>em</strong>penho. A caixa de proteção evita que osist<strong>em</strong>a fique sujeito a danos durante sua operaçãoe manutenção.Com a medição contínua é possível umacompanhamento das variações de t<strong>em</strong>peraturado processo, reduzindo probl<strong>em</strong>as operacionaiscomo obstrução das válvulas longa e submersa erompimento de pele.Os gases gerados no interior do tubo cerâmico,<strong>em</strong> função da alta t<strong>em</strong>peratura do processo,maior que 1.500°C, provocam a oxidação dostermopares de medição contínua. O mesmo nãoocorre com o pirômetro óptico.Com o novo sist<strong>em</strong>a reduziu-se a necessidadedas tomadas sist<strong>em</strong>áticas de t<strong>em</strong>peraturacom lança de imersão manual durante o lingotamento,<strong>em</strong> média três medições por corrida,consequent<strong>em</strong>ente reduziu-se o t<strong>em</strong>po de exposiçãodo operador de plataforma à alta t<strong>em</strong>peraturae aos riscos de acidentes, gerando maior confortopessoal e disponibilidade operacional. A Figura 4apresenta o operador no momento da mediçãoutilizando a lança de medição manual com sensordescartável, termopar tipo “S”.Nas aplicações da Usiminas, a vida médiados termopares do tipo “B”, para a mediçãocontínua, foi de 150 h de operação. Já a vida útildo pirômetro óptico, até o momento, ultrapassouquatro anos.Figura 3. Gráfico de custo entre os diversos tipos de medição.Figura 4. Medição da t<strong>em</strong>peratura do aço líquido nodistribuidor com lança de medição manual.<strong>Tecnologia</strong> <strong>em</strong> <strong>Metalurgia</strong> e <strong>Materiais</strong>, São Paulo, v.3, n.3, p. 58-62, jan.-mar. 2007 61


7 ANÁLISE GRÁFICANa Figura 5 é mostrada a t<strong>em</strong>peratura doaço líquido no distribuidor durante a operação.Nesse gráfico visualiza-se a continuidadede medição da t<strong>em</strong>peratura no aço líquido natroca da panela. Observa-se uma queda suave nat<strong>em</strong>peratura durante a troca da panela abaixo deT<strong>em</strong>peratura (°C)1760,01694,0 Medição dat<strong>em</strong>peratura1628,01562,0 c1496,01430,0 b1364,01298,01232,01166,01100,0 a12:20:4012:04:0011:47:20a) 00111 Peso panela5.7252 tonsPeso dapanela11:30:4011:14:0010:57:20b) 00101 Peso distribuidor25.650 tonsc) 00104 T<strong>em</strong>p. continua1532,8 °CPeso dodistribuidorFigura 5. Gráfico da medição contínua da t<strong>em</strong>peraturado aço líquido.10:40:4018 toneladas. A ocorrência desse fato é devida ao baixo nível deaço no distribuidor, ficando a cerâmica total ou parcialmente forado banho. Ao restabelecer o nível normal de operação no distribuidor(24 toneladas), a medição volta a se estabilizar.Os momentos de troca de panelas estão representados nospicos da linha “Peso da Panela” no qual seu valor é máximo e opeso no distribuidor é mínimo.O ganho está na continuidade da medição de t<strong>em</strong>peraturadurante essa troca que pode ser visualizada na constância da linha“Medição da T<strong>em</strong>peratura”. O t<strong>em</strong>po necessário para atingir estaestabilidade está <strong>em</strong> torno de 5 minutos.8 CONCLUSÃODentre todas as tecnologias de medição analisadas, a utilizaçãodo pirômetro de fibra óptica foi a que apresentou o menorcusto operacional e o maior grau de confiabilidade.Esse desenvolvimento, na Usiminas, foi pioneiro e utilizouuma tecnologia de medição de t<strong>em</strong>peratura disponível nomercado.Adicionalmente ao uso do dispositivo com a tecnologia aplicada,é importante para uma medição confiável, desenvolver umprojeto adequado ao ambiente de trabalho, minimizar as interferênciasgeradas pelo processo, ajustar a medição com um padrão eescolher adequadamente o pirômetro óptico.Enfim, trata-se de uma alternativa viável e atrativa levandose<strong>em</strong> consideração os ganhos operacionais, segurança e a relaçãocusto/benefício do projeto.REFERÊNCIAS1 ECIL. Catálogo de pirometria, cabos de compensação e sensores de t<strong>em</strong>peratura. São Paulo, 2000.2 VESUVIUS. Manual do usuário do Sist<strong>em</strong>a Accumetrix. Rio de Janeiro, 1994. p. 2-9.3 AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS STANDARDS. ASTM E639: Standard test method formeasuring total radiance t<strong>em</strong>perature of heated surfaces using a radiation pyrometer. [S.l.], 2002.4 RAYTEK. Marathon series FR1 operator’s manual. São Paulo, 2000.5 LAND. Infrared application bulletin. [S.l.], 1999. p. 1-2.6 AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS STANDARDS. ASTM E1256: Standard test methods forradiation thermometers. [S.l.],1995.Recebido <strong>em</strong>: 02/01/07Aceito <strong>em</strong>: 29/05/07Proveniente de: SEMINÁRIO DE AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS, 10., 2006, Belo Horizonte. São Paulo: ABM, 2006.62 <strong>Tecnologia</strong> <strong>em</strong> <strong>Metalurgia</strong> e <strong>Materiais</strong>, São Paulo, v.3, n.3, p. 58-62, jan.-mar. 2007

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