A transição do trabalho escravo ao trabalho livre ... - Diversitas - USP
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Diadema nasceu na Grande ABC: História Retrospectiva da Cidade Vermelhaparecia ser o povo italiano ou meridional. A ambição estava nos povos <strong>do</strong>norte europeu, plenamente aptos e disciplina<strong>do</strong>s <strong>ao</strong> <strong>trabalho</strong>."No decorrer de minha permanência em São Paulo[1860] fui visita<strong>do</strong>por grande número de colonos suíços, que tinham aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>seus contratos de parceria depois de haverem pago as dívidas contraídasou de se haverem delas esquiva<strong>do</strong> por meio de fuga[...] To<strong>do</strong>s semostravam muito satisfeitos com os ofícios que então exerciam; unsjá haviam conquista<strong>do</strong> posição econômica estável, outros lutavam aindacontra grandes adversidades, mas sentiam-se homens <strong>livre</strong>s."!!o trabalha<strong>do</strong>r <strong>do</strong> norte europeu fez parte <strong>do</strong>s imigrantes vin<strong>do</strong>s paraSão Paulo logo nas primeiras décadas <strong>do</strong> século XIX, na maioria <strong>do</strong>s casossob o sistema de <strong>trabalho</strong> de parceria. Muitos deles como mão-de-obra,estan<strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong>s principalmente em Santo Amaro e Itapecerica, conformerelata Tschudi, viajante suíço, que visitou o Brasil em 1860.94"No dia 2 de setembro [1860], saí bastante tarde de São Paulo,visitei o engenheiro Wieland em São Bernar<strong>do</strong>, que trabalhava naconstrução da via férrea e cheguei <strong>ao</strong> alto da serra de Cubatão, noalbergue Sansalá, debaixo de nevoeiro denso e forte chuva. O <strong>do</strong>no<strong>do</strong> albergue, no qual se obtém por eleva<strong>do</strong>s preços boa comida eaposentos medianos, era um suíço chama<strong>do</strong> Jean Perraud.Conseguiraamealhar boa fortuna mas era pessoa rude e violenta. [...]A estradaserra abaixo era um mar de lama.[...] Sob uma chuva torrencial,cheguei à Santos, à uma hora, nadan<strong>do</strong>, antes que cavalgan<strong>do</strong>. Doisdias mais tarde, embarquei no Piratininga, que depois de uma vagarosaviagem de 22 horas, me deixou no porto <strong>do</strong> Rio de Janeiro."12No ABC, os primeiros a se estabelecerem ocupam funções variadas, destacan<strong>do</strong>-seas pousadas, tão citadas pelos viajantes <strong>do</strong> século XVIII e XIX.Outros alemães viriam mais próximos à virada <strong>do</strong> século, provenientes jáde outras regiões <strong>do</strong> país, organizan<strong>do</strong>-se em economias rurais de pequenoporte. A 'ação benéfica' exercida pelos alemães por toda a região, se caracterizoupelo incremento na produção de bens caseiros e da pequena indústria,corno o cultivo de legumes, apicultura e laticínios, sen<strong>do</strong> tais produtoscomercializa<strong>do</strong>s pelos próprios "parceiristas". No entanto, seria urna vantajosapolítica imigrantista firmada entre os <strong>do</strong>is países que colocaria o trabalha<strong>do</strong>ritaliano, corno mão-de-obra real, aceito mais no perío<strong>do</strong> de 1877.