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Dissertação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA ETECNOLOGIAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DEEDIFICAÇÕES E AMBIENTALAVALIAÇÃO DO DESEMPENHOTERMO-LUMÍNICO DE UMA EDIFICAÇÃO COMBRISES SOLEILS: ESTUDO DE CASOALINE CRISTINA JARA DA SILVAOrientador: Profº Drº JOSÉ ANTÔNIO LAMBERTCo-orientadora: Profª Drª MARTA C. J. A. NOGUEIRACuiabá, MTFevereiro 2011


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA ETECNOLOGIAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DEEDIFICAÇÕES E AMBIENTALAVALIAÇÃO DO DESEMPENHOTERMO-LUMÍNICO DE UMA EDIFICAÇÃO COMBRISES SOLEILS: ESTUDO DE CASOALINE CRISTINA JARA DA SILVADissertação apresentada junto aoPrograma de Pós-Graduação emEngenharia de Edificações e Ambientalda Universidade Federal de MatoGrosso, como requisito para obtençãodo título de Mestre.Orientador: Profº Drº JOSÉ ANTÔNIO LAMBERTCo-orientadora: Profª Drª MARTA C. J. A. NOGUEIRACuiabá, MTFevereiro 2011


Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.S586a Silva, Aline Cristina Jara da.Avaliação do desempenho termo-lumínico de uma edificação com brisessoleils : estudo de caso / Aline Cristina Jara da Silva. – 2011.xix, 161 f. : il. (algumas color.) ; 30 cm.Orientador: José Antônio Lambert.Co-orientadora: Marta C.J.A. Nogueira.Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso,Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, 2011.Inclui bibliografia.1. Conforto térmico. 2. Conforto ambiental. 3. Desempenho termolumínico.4. Edificações - Proteção solar. 5. Eficiência ambiental. I. Título.CDU 727.3:621.3:697 (817.2)Ficha catalográfica elaborada pelo Bibliotecário Carlos Henrique T. de Freitas. CRB-1: 2.234.Permitida a reprodução parcial ou total desde que citada a fonte.


DEDICATÓRIAEste trabalho é dedicado a Deus, por meconceder força e perseverança paraenfrentar o desafio de conciliar omestrado e a maternidade...


AGRADECIMENTOS• Ao Prof.º Dr.º José Antônio Lambert, pela orientação, incentivo e pelogrande empenho e dedicação para realização deste curso de mestrado.• A Prof.ª Dr.ª Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira, pelaorientação, apoio e confiança.• Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia deEdificações e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), pelosensinamentos repassados.• Ao Programa de Pós-Graduação em Física Ambiental, por terdisponibilizado os equipamentos para a coleta de dados.• Ao meu marido Clézio André, pelo apoio, cumplicidade e incentivo narealização dos meus sonhos.• Ao meu amado filho Davi, por ser um bebê comportado e tranqüilo,facilitando a realização deste trabalho.• A minha família, mãe, pai, irmãos, sogros e cunhados, por acreditarem emmeu potencial e pela ajuda fornecida na realização da coleta de dados.• A minha cunhada Jany Kelly, pela ajuda fornecida durante a coleta dedados.• Aos colegas do mestrado, pela amizade e convívio.• As minhas amigas Raquel e Márcia pela amizade e auxílio nos momentosde dúvidas.• A Faculdade de Enfermagem (FAEN), pela disponibilidade na realizaçãoda pesquisa, e aos professores e alunos pela compreensão.• A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para arealização deste trabalho.


SUMÁRIOLISTA DE FIGURAS............................................................................................xLISTA DE TABELAS.........................................................................................xvLISTA DE QUADROS.......................................................................................xviLISTA DE EQUAÇÕES...................................................................................xviiRESUMO...........................................................................................................xviiiABSTRACT........................................................................................................xix1. INTRODUÇÃO........................................................................................011.1. PROBLEMÁTICA.........................................................................011.2. JUSTIFICATIVA...........................................................................042. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...............................................................062.1. CONFORTO TÉRMICO...............................................................062.1.1. Trocas térmicas entre corpo e ambiente.............................072.1.2. Mecanismo termo-regulador..............................................082.1.3. Variáveis do conforto térmico............................................102.1.3.1. Metabolismo.........................................................................102.1.3.2. Vestimenta............................................................................112.1.3.3. Temperatura do ar...............................................................112.1.3.4. Velocidade do ar..................................................................112.1.3.5. Umidade relativa do ar........................................................122.1.3.6. Temperatura radiante média...............................................132.1.4. Normalização em conforto térmico....................................142.1.4.1. ISO 7730/94 - Ambientes térmicos moderados -Determinação dos índices PMV e PPD e especificações dascondições para conforto térmico......................................................142.1.4.2. ISO/DIS 7726/96 - Ambientes Térmicos - Instrumentos eMétodos para medições das quantidades físicas..............................142.1.4.3. ASHRAE Standard 55-1992: Ambientes Térmicos -Condições para ocupação humana...................................................152.1.4.4. ASHRAE Fundamentals Handbook - cap. 8 ThermalComfort – 1997.................................................................................152.1.4.5. ISO 8996/90 - Ergonomia - Determinação da produção decalor metabólico...............................................................................15


2.1.4.6. ISO 9920/95 - Ergonomia de ambientes térmicos -Estimativa de isolamento térmico e resistência evaporativa de umtraje de roupas..................................................................................152.2. BIOCLIMATOLOGIA..................................................................152.2.1. Cartas bioclimáticas...........................................................172.2.2. Zoneamento bioclimático brasileiro...................................202.2.3. Estratégias bioclimáticas para Cuiabá................................212.3. BRISES SOLEILS.........................................................................222.3.1. Definição e origem dos brises soleils.................................222.3.2. Tipos de brises soleils.........................................................252.3.3. O brise soleil e a eficiência ambiental................................272.4. CONFORTO LUMÍNICO.............................................................322.4.1. Grandezas fotométricas......................................................332.4.1.1. Fluxo Luminoso...................................................................332.4.1.2. Eficiência Luminosa............................................................332.4.1.3. Eficiência Energética...........................................................342.4.1.4. Luminância..........................................................................342.4.1.5. Contrastes............................................................................362.5. NÍVEIS DE ILUMINÂNCIA........................................................362.5.1. Iluminância (Nível de Iluminamento)................................362.5.2. Determinação e Incremento dos Níveis de Iluminância.....382.5.3. Incremento do Nível da Iluminância..................................382.5.4. Níveis mínimos de iluminância..........................................382.6. O CONFORTO AMBIENTAL NO AMBIENTE DEENSINO...........................................................................................................393. ÁREA DE ESTUDO................................................................................443.1. CUIABÁ – CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS.......................443.2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO –UFMT..............................................................................................................473.3. FACULDADE DE ENFERMAGEM – FAEN..............................473.2.1. Caracterização da sala de aula............................................523.2.2. Caracterização da sala de reunião......................................533.2.3. Caracterização da área de convivência...............................554. MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................574.1. ESCOLHA DO LOCAL DE PESQUISA......................................57


4.2. CARACTERIZAÇÃO DO MICROCLIMA INTERNO EEXTERNO E ANÁLISE DO DESEMPENHO TERMO-LUMÍNICO..........584.2.1. Procedimentos para coleta de dados...................................584.2.2. Equipamentos utilizados na coleta de dados......................604.2.2.1. Termômetro de Globo Digital.............................................604.2.2.2. Abrigo Termométrico com Psicrômetro..............................614.2.2.3. Termo-higro-anemômetro Digital.......................................624.2.2.4. Termo-higrômetro com Data logger HT-4000....................624.2.2.5. Abrigo para Data logger.....................................................634.2.2.6. Luxímetro Digital.................................................................634.2.3. Pontos de coleta de dados...................................................644.2.4. Tratamento dos dados.........................................................674.2.4.1. Caracterização do microclima externo e interno do períodode estudo...........................................................................................674.2.4.2. Análise estatística os dados de temperatura do ar..............684.2.4.3. Avaliação dos brises soleils.................................................684.2.4.4. Avaliação do desempenho térmico......................................744.2.4.5. Avaliação do desempenho lumínico....................................755. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS.......................795.1. CARACTERIZAÇÃO DO MICROCLIMA EXTERNO EINTERNO DO PERÍODO EM ESTUDO.......................................................795.1.1. Dados de temperatura e umidade relativa do ar.................795.1.1.1. Sala de aula.......................................................................795.1.1.2. Sala de reunião...................................................................875.1.1.3. Área de convivência...........................................................935.1.2. Análise estatística dos dados de temperatura do ar............995.1.2.1. Verão..................................................................................1005.1.2.2. Outono...............................................................................1015.1.2.3. Inverno...............................................................................1025.1.2.4. Sala de aula.......................................................................1035.1.2.5. Sala de reunião..................................................................1045.1.2.6. Área de convivência...........................................................1055.1.2.7. Área externa.......................................................................1065.1.3. Avaliação dos brises soleils..............................................1075.1.3.1. Sala de aula.......................................................................107


5.1.3.2. Sala de reunião..................................................................1105.1.4. Dados de ventilação..........................................................1135.1.4.1. Sala de aula.......................................................................1135.1.4.2. Sala de reunião..................................................................1155.1.4.3. Área de convivência...........................................................1175.2. AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO..............................1205.2.1. Horas em conforto e desconforto.....................................1205.2.1.1. Sala de aula.......................................................................1205.2.1.2. Sala de reunião..................................................................1255.2.1.3. Área de convivência...........................................................1305.3. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO LUMÍNICO......................1365.3.1. Sala de aula.......................................................................1365.3.2. Sala de reunião.................................................................1395.3.3. Área de Convivência........................................................1425.3.4. Verificação da iluminância de interiores..........................1456. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................1476.1. SUGESTÕES DE MELHORIAS CONSTRUTIVAS PARA AEDIFICAÇÃO...............................................................................................1496.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.......................1517. BIBLIOGRAFIAS.................................................................................1527.1. BIBLIOGRAFIAS CITADAS.....................................................1527.2. BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS.........................................158


xLISTA DE FIGURASFIGURA 1 – Trocas térmicas entre corpo e ambiente.........................................08FIGURA 2 – Zoneamento bioclimático brasileiro definido pela Norma deDesempenho Térmico de Edificações (ABNT 2005).....................................20FIGURA 3 – Edifício do Ministério da Educação e Saúde, Rio de Janeiro........24FIGURA 4 – Tipos de brises soleils encontrados no campus da UFMT.............27FIGURA 5 – Luminância.....................................................................................34FIGURA 6 – Luminância de uma superfície.......................................................35FIGURA 7 – Luminância.....................................................................................35FIGURA 8 – Iluminância.....................................................................................37FIGURA 9 – Variações da iluminância em função do ângulo de incidência......37FIGURA 10– Corte esquemático do mapa físico de Mato Grosso......................45FIGURA 11– Mapa urbano de Cuiabá e direção do vento dominante................46FIGURA 12– Campus da Universidade Federal de Mato Grosso.......................47FIGURA 13 – Localização da FAEN no campus da UFMT...............................48FIGURA 14 – Setorização da edificação em estudo............................................49FIGURA 15 – Entorno da edificação...................................................................51FIGURA 16 – Layout da sala de aula..................................................................52FIGURA 17 – Vista externa da sala de aula........................................................53FIGURA 18 – Vista interna da sala de aula.........................................................53FIGURA 19 – Layout da sala de reunião.............................................................54FIGURA 20 – Vista externa da sala de reunião...................................................54FIGURA 21 – Vista interna da sala de reunião...................................................54FIGURA 22 – Layout da área de convivência.....................................................55FIGURA 23 – Vista externa da área de convivência...........................................56FIGURA 24 – Vista interna da área de convivência............................................55FIGURA 25 – Faculdade de Computação...........................................................57FIGURA 26 – Instituto de Ciências Humanas e Sociais.....................................57FIGURA 27 – Termômetro de Globo Digital, modelo TGD-50, da marcaInstrutherm......................................................................................................60FIGURA 28 – Receptor digital do termômetro de globo, tipo PT:100................60FIGURA 29 – Termômetro de Globo Digital, modelo TGD-100, da marcaInstrutherm......................................................................................................60


xiFIGURA 30 – Abrigo termométrico com psicrômetro........................................61FIGURA 31 – Psicrômetro..................................................................................61FIGURA 32 – Termo-higro-anemômetro digital.................................................62FIGURA 33 – Termo-higrômetro com data logger da marca ICEL....................62FIGURA 34 – Abrigo para termo-higrõmetro com data logger..........................63FIGURA 35 – Luxímetro Digital Portátil............................................................63FIGURA 36 – Localização dos ambientes analisados.........................................64FIGURA 37 – Pontos de medição na sala de aula...............................................65FIGURA 38 – Pontos de medição na sala de reunião..........................................66FIGURA 39 – Pontos de medição na área de convivência..................................66FIGURA 40 – Brises soleils da sala de aula........................................................69FIGURA 41 – Sombra proporcionada pelo brise soleil e ângulos β1 e β2..........70FIGURA 42 – Sombra proporcionada pelo brise soleil e ângulos β1 e β2..........70FIGURA 43 – Sombra proporcionada pelo brise soleil e ângulos β1 e β2..........71FIGURA 44 – Sombra proporcionada pelo brise soleil e ângulos β1 e β2..........71FIGURA 45 – Brises soleils da sala de reunião...................................................72FIGURA 46 – Sombra proporcionada pelo brise soleil vertical e ângulos.........73FIGURA 47 – Sombra proporcionada pelo brise soleil vertical e ângulos.........73FIGURA 48 – Pontos de coleta de dados de iluminância na sala de aula noperíodo noturno...............................................................................................76FIGURA 49 – Pontos de coleta de dados de iluminância na sala de reunião noperíodo noturno...............................................................................................77FIGURA 50 – Pontos de coleta de dados de iluminância na área de convivênciano período noturno..........................................................................................78FIGURA 51– Sombra na fachada nordeste da sala de aula causada pelaarborização......................................................................................................81FIGURA 52– Interior da sala de aula iluminada naturalmente no períodomatutino..........................................................................................................81FIGURA 53 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar nasala de aula no período de coleta de dados correspondente a estação doverão................................................................................................................82FIGURA 54 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar nasala de aula no período de coleta de dados correspondente a estação dooutono.............................................................................................................84FIGURA 55 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar na


xiisala de aula no período de coleta de dados correspondente a estação doinverno............................................................................................................86FIGURA 56 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar nasala de reunião no período de coleta de dados correspondente a estação doverão................................................................................................................89FIGURA 57 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar nasala de reunião no período de coleta de dados correspondente a estação dooutono.............................................................................................................91FIGURA 58 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar nasala de reunião no período de coleta de dados correspondente a estação doinverno............................................................................................................92FIGURA 59 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar naárea de convivência no período de coleta de dados correspondente a estaçãodo verão...........................................................................................................95FIGURA 60 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar naárea de convivência no período de coleta de dados correspondente a estaçãodo outono........................................................................................................96FIGURA 61 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar naárea de convivência no período de coleta de dados correspondente a estaçãodo inverno.......................................................................................................98FIGURA 62 – Máscara de sombra proporcionada pelos brises soleils najanela 1 (J1)...................................................................................................108FIGURA 63 – Máscara de sombra proporcionada pelos brises soleils najanela 2 (J2)...................................................................................................108FIGURA 64 – Máscara de sombra proporcionada pelos brises soleils najanela 3 (J3)...................................................................................................109FIGURA 65 – Máscara de sombra proporcionada pelos brises soleils najanela 4 (J4)...................................................................................................109FIGURA 66 – Máscara de sombra proporcionada pelos brises soleils nasjanelas J1 e J3................................................................................................111FIGURA 67 – Máscara de sombra proporcionada pelos brises soleils nasjanelas J2 e J4................................................................................................112FIGURA 68 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, nasala de aula, correspondente à estação do Verão..........................................114FIGURA 69 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, na


xiiisala de aula, correspondente à estação do Outono........................................114FIGURA 70 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, nasala de aula, correspondente à estação do Inverno.......................................115FIGURA 71 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, nasala de reunião, correspondente à estação do Verão.....................................116FIGURA 72 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, nasala de reunião, correspondente à estação do Outono...................................116FIGURA 73 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, nasala de reunião, correspondente à estação do Inverno..................................117FIGURA 74 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, naárea de convivência, correspondente à estação do Verão.............................118FIGURA 75 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, naárea de convivência, correspondente à estação do Outono...........................118FIGURA 76 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, naárea de convivência, correspondente à estação do Outono...........................119FIGURA 77 – Carta bioclimática referente aos três períodos de medição dasala de aula....................................................................................................121FIGURA 78 – Carta bioclimática da sala de aula referente à estação doverão..............................................................................................................122FIGURA 79 – Carta bioclimática da sala de aula referente à estação dooutono...........................................................................................................123FIGURA 80 – Carta bioclimática da sala de aula referente à estação doinverno..........................................................................................................124FIGURA 81 – Carta bioclimática referente aos três períodos de medição dasala de reunião...............................................................................................126FIGURA 82 – Carta bioclimática da sala de reunião referente à estação doverão..............................................................................................................127FIGURA 83 – Carta bioclimática da sala de reunião referente à estação doverão..............................................................................................................128FIGURA 84 – Carta bioclimática da sala de reunião referente à estação doinverno..........................................................................................................129FIGURA 85 – Carta bioclimática da área de convivência referente à estação doinverno..........................................................................................................130FIGURA 86 – Carta bioclimática da área de convivência referente à estação doverão..............................................................................................................132


xivFIGURA 87 – Carta bioclimática da área de convivência referente à estação dooutono...........................................................................................................133FIGURA 88 – Carta bioclimática da área de convivência referente à estação doinverno..........................................................................................................134FIGURA 89 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na salade aula, correspondente à estação do Verão.................................................137FIGURA 90 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na salade aula, correspondente à estação do outono................................................138FIGURA 91 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na salade aula, correspondente à estação do inverno...............................................139FIGURA 92 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na salade reunião, correspondente à estação do verão.............................................140FIGURA 93 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na salade reunião, correspondente à estação do outono...........................................141FIGURA 94 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na salade reunião, correspondente à estação do inverno..........................................142FIGURA 95 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na áreade convivência, correspondente à estação do verão......................................143FIGURA 96 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na áreade convivência, correspondente à estação do outono...................................144FIGURA 97 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na áreade convivência, correspondente à estação do inverno..................................145


LISTA DE TABELASxvTABELA 1 – Características construtivas da Faculdade de Enfermagem...........50TABELA 2 – Média e desvio padrão estacional das temperaturas e umidaderelativa do ar na sala de aula........................................................................80TABELA 3 – Média e desvio padrão estacional das temperaturas e umidaderelativa do ar na sala de reunião...................................................................87TABELA 4– Média e desvio padrão estacional das temperaturas e umidaderelativa do ar área de convivência................................................................93TABELA 5 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes aos trêsperíodos de coleta de dados da sala de aula...............................................121TABELA 6 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estação doverão da sala de aula..................................................................................122TABELA 7 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estação dooutono da sala de aula................................................................................124TABELA 8 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estação doinverno da sala de aula...............................................................................125TABELA 9 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes às trêsestações do ano para a sala de reunião.......................................................126TABELA 10 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estaçãodo verão da sala de reunião........................................................................128TABELA 11 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estaçãodo outono da sala de reunião......................................................................129TABELA 12 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estaçãodo inverno da sala de reunião.....................................................................130TABELA 13 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes aos trêsperíodos de coleta de dados da área de convivência..................................131TABELA 14 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estaçãodo verão da sala de aula.............................................................................132TABELA 15 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estaçãodo outono da área de convivência..............................................................134TABELA 16 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estaçãodo inverno da sala de aula..........................................................................135


LISTA DE QUADROSxviQUADRO 1 – Período de coletas de dados.........................................................59QUADRO 2 – Simbologias dos equipamentos utilizados...................................64QUADRO 3– Análise da variância de temperatura do ar no verão...................100QUADRO 4 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar no verão.101QUADRO 5 – Análise da variância de temperatura do ar no outono................101QUADRO 6 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar nooutono........................................................................................................102QUADRO 7 – Análise da variância de temperatura do ar no inverno...............102QUADRO 8 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar noinverno.......................................................................................................103QUADRO 9 – Análise de variância de temperatura do ar na sala de aula.........103QUADRO 10 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar na sala deaula.............................................................................................................104QUADRO 11 – Análise de variância de temperatura do ar na sala de reunião.104QUADRO 12 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar na sala dereunião........................................................................................................105QUADRO 13 – Análise de variância de temperatura do ar na área deconvivência................................................................................................105QUADRO 14 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar na área deconvivência................................................................................................106QUADRO 15 – Análise de variância de temperatura do ar na áreaexterna........................................................................................................106QUADRO 16 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar na áreaexterna........................................................................................................107


LISTA DE EQUAÇÕESxviiEQUAÇÃO 1 – Temperatura radiante média de convecção natural...................13EQUAÇÃO 2 – Temperatura radiante média de convecção forçada..................13EQUAÇÃO 3 – Iluminância Média.....................................................................76


RESUMOxviiiSILVA, A. C. J. Avaliação do desempenho termo-lumínico de uma edificaçãocom brises soleils: Estudo de caso. Cuiabá – MT, 2010. 161f. Dissertação(Mestrado em Engenharia de Edificações e Ambiental) Faculdade de Arquitetura,Engenharia e Tecnologia, Universidade Federal de Mato Grosso.A cada dia torna-se evidente a real necessidade em relacionar a arquiteturaàs questões energéticas e ambientais, de forma a otimizar a concepção deambientes confortáveis sem pressionar os recursos naturais nem onerar custoscom energia elétrica. Devido ao clima quente de Cuiabá faz-se necessário o uso deequipamentos de climatização para amenizar a sensação de desconforto,aumentando o consumo de energia. Com o intuito de contribuir para confortoambiental e conservação de energia elétrica cresce a busca por alternativasconstrutivas, como o emprego de materiais de melhor desempenho e o uso debrises soleils para minimizar os ganhos térmicos e o ofuscamento dentro dosambientes. Além disso, é necessário utilizar estratégias adequadas efundamentadas nos princípios da arquitetura bioclimática. Este trabalho tem comoobjetivo geral avaliar o desempenho termo-lumínico de uma edificação de ensinosuperior que possui brises soleils como dispositivo de proteção solar, situada naUniversidade Federal de Mato Grosso - UFMT. Para isso, foi realizado estudo decaso em três ambientes da Faculdade de Enfermagem - FAEN: sala de aula, salade reunião e área de convivência. Os ambientes analisados foram monitorados por15 dias consecutivos durante as estações do verão, outono e inverno no ano de2010. As medições se iniciavam às 7h e 30min e finalizavam às 17h e 30min decada dia. Foram coletados, simultaneamente, dados de temperaturas, umidaderelativa, velocidade do ar e iluminância, interna e externamente. Foramcaracterizados os microclimas externo e interno, analisou-se estatisticamente osdados de temperatura do ar, avaliou-se os brises soleils existentes e paralelamenteavaliou-se o desempenho térmico dos ambientes por meio da Carta Bioclimáticade Givoni, sendo identificadas as horas em desconforto, bem como as estratégiasbioclimáticas adequadas para alcançar a condição de conforto. O desempenholumínico foi analisado por meio da verificação da iluminância média nosambientes iluminados naturalmente e artificialmente. Observa-se que hánecessidade de adequação da arquitetura da edificação às condições climáticaslocais, principalmente na área de convivência, que apresentou 2/3 de horas emdesconforto, enquanto a sala de reunião apresentou 2/3 das horas em conforto e asala de aula metade das horas em condição de conforto. Verificou-se que os brisessoleils da sala de aula cumprem sua função no horário desejado na maioria dosmeses do ano, ao contrário dos brises soleils da sala de reunião que não protegemo ambiente de forma eficiente no horário desejado. Além do desconforto térmico,constatou-se que há deficiências quanto à iluminação natural e artificial nosambientes analisados. Os resultados obtidos contribuem na produção de futurasedificações do campus da UFMT, no sentido de direcionar as decisões de projetopara se obter ambientes com conforto termo-lumínico eficientes energicamente eque favoreçam o processo de ensino-aprendizagem dos usuários.Palavras-chave: conforto ambiental, proteção solar, eficiência ambiental.


ABSTRACTxixSILVA, A. C. J. Luminous thermal evaluation of an edification with brisesoleil: case study. Cuiabá – MT, 2010. 161f. Dissertation (Masters inEnvironmental and Edification Engineering) Technology, Engineering andArchitecture School, Federal University of Mato Grosso.Relating architecture to energy and environmental issues is a more evidentneed each day, with the purpose of optimizing the conception of comfortableenvironments without pressuring the natural resources or encumber the electricalenergy costs. Due to Cuiabá's hot weather, the use of acclimation equipments isnecessary to diminish the discomfort, increasing the energy consumption. Aimingto contribute with environmental comfort and energy conservation, constructivealternatives are wanted, such as more efficient materials and the use of brise soleilto diminish heat gains and internal obfuscation. Besides, it is necessary to useadequate strategies based on bioclimatic architecture principles. This paper'sgeneral objective is to evaluate the luminous thermal performance of a graduationschool edification that uses brise soleil as a sun block device in the FederalUniversity of Mato Grosso – UFMT. For that matter, a case study was developedin three environments of the Nursing School – FAEN: classroom, meeting roomand public area. The analyzed environments were monitored for 15 consecutivedays in the summer, fall and winter of 2010. The measuring started at 7:30 am andended at 5:30 pm each day. Air temperature, relative humidity, air speed andexternal/internal lightning data were collected simultaneously. The external andinternal micro climates were characterized and the thermal performance of theenvironments was also evaluated through the Bioclimatic Letter of Givoni,identifying the hours of discomfort and the adequate bioclimatic strategies toreach a comfortable condition. The luminous performance was analyzed throughthe verification of the average lightning in the environments lit natural andartificially. It was observed that it is necessary to adequate the architecture of theedification to the local climate conditions, mainly in the public area since itshowed 2/3 of uncomfortable hours, the meeting room showed 2/3 of comfortablehours and the classroom ½ of uncomfortable hours. The brises soleils in theclassroom does its job during the necessary period in most seasons of the year, butin the meeting room the device does not protect the space efficiently in thenecessary period of time. Besides the thermal discomfort, it was noted deficiencyregarding the natural and artificial lighting in the environments analyzed. Theresults obtained contribute in the production of future edifications on campus,directing project decisions aiming to create thermal luminous comfort in energyefficient environments favoring the teaching and learning process of the users.Key words: environmental comfort, sun block, environmental efficiency.


11. INTRODUÇÃO1.1. PROBLEMÁTICAAtualmente são abordadas e discutidas diversas questões sobresustentabilidade, recursos naturais, energia e meio ambiente.Crescem as preocupações sobre o futuro do planeta, o aumento dosdesequilíbrios ambientais, a escassez de água e de recursos energéticos, oaquecimento global, entre outros assuntos ligados ao meio ambiente que repercutemnos meios de comunicações em todo o mundo.Nos últimos anos o aumento no consumo de energia gerada a partir decombustíveis fósseis, cuja queima gera gases causadores do chamado efeito estufa,tem aumentado de forma considerável o desequilíbrio ambiental.A emissão do CO 2 na atmosfera é responsável pelo aumento da temperaturado planeta, além do aumento de áreas desérticas e dos níveis do oceano, devido aoderretimento das geleiras.Os efeitos das mudanças climáticas e do aquecimento global têm papel muitoimportante sobre o impacto na qualidade ambiental e no consumo de energia, alémde afetar negativamente a saúde humana, causando o estresse térmico e até amortalidade durante ou após um extremo evento de onda de calor.A cada dia torna-se evidente a real necessidade em relacionar a arquitetura àsquestões energéticas e ambientais, de forma a otimizar a concepção de ambientesconfortáveis sem pressionar os recursos naturais nem onerar custos com energiaelétrica.O modernismo trouxe várias tendências arquitetônicas a diversos países domundo, entre eles a utilização dos vidros de forma intensiva, que foi estendido dasáreas de abertura para toda a extensão da fachada.O uso exagerado do vidro não se limitou aos países de clima temperados, masse expandiu aos países de clima tropicais, onde as médias de temperatura são altas


2durante grandes períodos do ano. Isso acarreta problemas referentes ao confortoambiental, com o aumento da carga térmica no interior do ambiente além doofuscamento.Os sistemas de iluminação e o condicionamento de ar consomem parcelaconsiderável da energia elétrica do setor residencial, público e comercial. O consumode energia por meio destes sistemas está diretamente ligado ao projeto arquitetônicoda edificação.A forma da edificação e os materiais utilizados influenciam no aumento dacarga térmica do ambiente, principalmente pelo crescimento de áreas envidraçadassobre a área total da fachada.As edificações que possuem fachadas envidraçadas apresentam maiordesconforto térmico em comparação com edificações de tipologias pesadas ou quepossuem algum tipo de proteção solar.O conforto ambiental influencia na sensação de satisfação, na qualidade devida e na produtividade do usuário. A arquitetura bioclimática baseia-se emestratégias arquitetônicas e construtivas que evitam o desperdício de energia eotimizam o conforto ambiental de seus usuários.O desconforto térmico causado pelo aumento da temperatura no interior doambiente não é o único problema gerado pelo envidraçamento das fachadas, aquantidade excessiva de luminosidade gera o ofuscamento. O emprego de materiaisque desconsideram o clima local também contribui para o desconforto térmico.A utilização do brise soleil constitui em uma estratégia bioclimática eficientepara se obter o conforto térmico e lumínico. Este dispositivo visa barrar os raiossolares através das janelas e fachadas de vidro.No Brasil estes dispositivos incorporaram-se à arquitetura local e são muitoutilizados em edifícios comerciais e públicos para barrar os raios solares para ointerior do ambiente, diminuindo assim o consumo de energia elétrica com ocondicionamento do ar, porém muitas vezes são utilizados de maneira aleatória, semum correto dimensionamento, com formatos inadequados e pouco eficientes.Cuiabá é conhecida como uma das capitais com temperaturas mais elevadasdo Brasil, seu clima tropical semi-úmido caracteriza-se por apresentar três períodosdistintos em função da temperatura: período quente e seco, no inverno; período


3quente e úmido, no verão e o período de transição, caracterizado pela “friagem” queocorre no outono, que é um forte declínio na temperatura do ar, com céu limpo epouca umidade relativa do ar, com duração em média, de três a quatro dias..Devido ao clima quente de Cuiabá faz-se necessário o uso de equipamentosde climatização para amenizar a sensação de desconforto, aumentando o consumo deenergia.A Universidade Federal de Mato Grosso utiliza na maioria de seus edifícios obrise soleil como forma de minimizar os ganhos térmicos e o ofuscamento dentro dosambientes acadêmicos e administrativos, porém muitas vezes esses dispositivos nãofuncionam com a eficiência desejada, desempenhando apenas um papel estético doedifício, desconsiderando a orientação solar. Somada a esta deficiência, os materiaisempregados nas edificações muitas vezes ficam aquém das necessidades térmicasextremamente importantes ao que se refere à adequação à realidade climática daregião.A edificação escolar deve ser um ambiente agradável, onde as pessoaspossam realizar suas atividades de ensino. Por isso, ela deve ser sempre projetadacom a intenção de garantir o máximo de conforto aos usuários. No caso dasedificações construídas no campus da UFMT, o custo influencia as decisões deprojeto, há uma tendência a padronização dos projetos arquitetônicos, reproduzindose,nos campi, as mesmas tipologias.Quanto aos materiais, a falta de incentivo a experimentar novas técnicas etecnologias, faz com que a produção não se apóie nas especificidades ecaracterísticas térmicas desses materiais, mas sim nas vantagens econômicasimediatas.Ainda que os profissionais da área tenham conhecimento sobre os melhoresmateriais e técnicas para garantir o conforto do usuário, eles não o empregam emseus projetos por receio de alterar técnicas e modelos padrões fechados, onde já seconhecem os custos.


41.2. JUSTIFICATIVACom o intuito de contribuir para conforto ambiental e conservação de energiaelétrica cresce a busca por alternativas construtivas, como o emprego de materiais demelhor desempenho termo-lumínico e o uso de brises soleils para minimizar osganhos térmicos e o ofuscamento dentro dos ambientes. Além disso, é necessárioutilizar estratégias adequadas e fundamentadas nos princípios da arquiteturabioclimática.Ao projetar, o profissional deve sempre considerar as condições climáticaslocais, a orientação de seu edifício e os materiais que serão utilizados.Os materiais utilizados na construção das edificações da UFMT são muitasvezes escolhidos pela sua vantagem econômica e não pelo seu desempenho, já que hálimitações no orçamento. Este fato contribui para que construções mal orientadastenham um ambiente interno ainda mais desagradável.Sabe-se que os cortes de custos para a construção e principalmente aburocracia acabam eliminando soluções simples, como o uso de brises pré-moldadosnas fachadas, e o uso de materiais com melhor desempenho.O uso de protetores solares como os brises soleils tem amenizado o aumentoda temperatura no interior do ambiente e conseqüentemente diminuído o consumo deenergia elétrica com o condicionamento de ar.Esta pesquisa justifica-se devido à necessidade da Universidade Federal deMato Grosso utilizar em suas edificações conceitos de economia de energiaincorporados na fase de concepção do projeto, que conseqüentemente gera benefíciosao desempenho térmico e lumínico dos ambientes.A correta implantação, forma e dimensão das plantas arquitetônicas, ou seja,as atitudes tomadas na fase de concepção de projeto são mais eficientes e maiseconômicas do que as medidas corretivas, adotadas depois do projeto concluído.O trabalho visa avaliar a contribuição dos dispositivos de proteção solar paraalcançar o conforto termo-lumínico no ambiente construído, criando diretrizes parafuturas obras executadas no campus, e principalmente, confirmar a importância emrealizar a manutenção constante nos brises-soleils existentes, conservando o bempúblico e proporcionando o seu correto funcionamento.


5Esta pesquisa é relevante para a instituição, já que a mesma utiliza-se em suasedificações os mesmos tipos de materiais de construção e os brises soleils comodispositivo de proteção solar.O objetivo geral do trabalho foi avaliar o desempenho térmico e lumínico daFaculdade de Enfermagem – FAEN, localizado na Universidade Federal de MatoGrosso, campus de Cuiabá, que possui brises soleils como dispositivo desombreamento. Para atingir o objetivo geral foram necessários alguns objetivosespecíficos tais como: caracterizar o microclima externo e interno da edificaçãoquanto à temperatura do ar, temperatura radiante média e umidade relativa do ar;analisar estatisticamente os dados de temperatura do ar; avaliar os brises soleilsexistentes; avaliar a disponibilidade de ventilação natural nos ambientes; avaliar odesempenho térmico da edificação; avaliar o desempenho lumínico; propormelhorias de conforto térmico e lumínico a partir dos resultados encontrados.


62. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA2.1. CONFORTO TÉRMICOSegundo a ASHRAE Standard 55-2004, “Conforto térmico é a condição damente que expressa satisfação com o ambiente térmico”.Conforto térmico é o estado mental que expressa a satisfação do homemcom o ambiente térmico que o circunda. A não satisfação pode sercausada pela sensação de desconforto pelo calor ou pelo frio, quando obalanço térmico não é estável, ou seja, quando há diferenças entre o calorproduzido pelo corpo e o calor perdido para o ambiente. (LAMBERTS etal.,2007, p.5).“O estudo do conforto térmico leva a avaliação das condições específicas queos seres humanos tendem a reagir de acordo com a temperatura do meio ambienteque se encontra”. (SOUZA; COSTA, 2006, p.12).Atualmente torna-se de extrema importância estudos na área de confortotérmico devido a fatores ligados a satisfação do homem em sentir-se termicamenteconfortável, a performance humana, que pode ser reduzida devido ao desconfortocausado por calor ou frio e a conservação da energia, já que muitas pessoas passamgrande parte de suas vidas em ambientes climatizados artificialmente, muitas vezesdesnecessários, levando ao desperdício.Assuntos relacionados ao conforto térmico têm merecido especial atenção dosestudiosos da área, que em virtude da crescente preocupação com a crise energética ereal necessidade de conservação de energia vem empenhando esforços para que aarquitetura de uma edificação inserida no clima local propicie a sensação de confortoaos usuários, sem a necessidade de utilizar equipamentos mecânicos consumidoresde energia elétrica.Ruas (1999, p.17) afirma que o conforto térmico num determinado ambientepode ser definido como a sensação de bem-estar experimentada por uma pessoa,


7como resultado da combinação satisfatória, nesse ambiente, da temperatura radiantemédia, umidade relativa, temperatura do ambiente e velocidade relativa do ar, com aatividade desenvolvida e com a vestimenta utilizada.Santos (2008, pag.1) define o conforto térmico como o nível de satisfação dousuário em um ambiente, conseqüente da relação da temperatura média, umidaderelativa, velocidade do ar, atividade desenvolvida e a vestimenta utilizada, causandoa sensação de bem estar na pessoa. Sendo, portanto, considerado as diferenças dehábitos, cultura e particularidades da população analisada.A primeira condição para que uma pessoa esteja em conforto térmico, é que amesma se encontre em balanço térmico, isto é, que todo o calor gerado por seuorganismo seja transferido na mesma proporção ao ambiente, através de perdas porconvecção, radiação, evaporação e eventualmente também por condução através dasroupas. (SANTOS, 2008, p. 11).A Norma Brasileira (NBR)15220-3(2005), define como “(...) a satisfaçãopsicofisiológica de um indivíduo com as condições térmicas do ambiente”.A diferença entre sensação térmica e conforto térmico é que a sensaçãotérmica depende da temperatura da pele, enquanto que conforto térmicodepende do estado geral do sistema termo-regulador, sensação térmica éuma experiência racional que pode ser expressa como quente ou frio e é apercepção predominante de receptores térmicos na pele, enquanto oconforto térmico é uma experiência emocional que pode ser expressacomo confortável e desconfortável ou agradável e desagradável, e estárelacionado à experiência e expectativa. (PANTAVOU et al., 2010,p.339).2.1.1. Trocas térmicas entre corpo e ambiente“A quantidade de calor liberado pelo organismo é função da atividadedesenvolvida. Este calor será dissipado através de mecanismos de trocas térmicasentre o corpo e o ambiente envolvendo trocas secas e trocas úmidas”. (LAMBERTSet al., 2007, pag.6).As trocas secas podem ocorrer por condução, convecção e radiação, enquantoque as trocas úmidas ocorrem através da evaporação, conforme Figura 1.


8FIGURA 1 – Trocas térmicas entre corpo e ambienteFonte: LABEEE, 2007A primeira condição para que ocorram as trocas térmicas é que os corposestejam em temperaturas diferentes e a segunda é que haja mudanças no estado deagregação.Os corpos que possuem temperaturas diferentes trocam calor, e o sentido dofluxo é do mais quente para o mais frio. O calor perdido para o ambiente por meiodas trocas secas é denominado de calor sensível, e depende das diferenças detemperaturas entre o corpo e o ambiente.O calor envolvido no mecanismo de trocas úmidas é denominado de calorlatente, quando há mudança do estado de agregação, por exemplo, o suor (líquido)passa para o gasoso através da evaporação.2.1.2. Mecanismo termo-reguladorO homem é um ser homeotérmico, isto é, mantém a temperatura interna doseu corpo constante em 37ºC (variando entre 36,1ºC e 37,2º C), independente datemperatura ambiente. Os limites para sobrevivência estão entre 32ºC e 42 ºC.O ser humano possui um mecanismo termo-regulador, responsável porregular a redução dos ganhos ou o aumento das perdas de calor, garantindo amanutenção interna do organismo e permitindo o funcionamento dos sistemas vitaisdo homem.Este mecanismo permite que o organismo se mantenha em equilíbrio, mesmoem condições adversas, para o bem estar fisiológico.Em função das altas temperaturas do meio ocorrem dificuldades em eliminaro calor, provocando no organismo humano a vasodilataçao, reação ao calor, que


9aumenta o volume de sangue, acelerando o ritmo cardíaco e provocando atranspiração. Todavia, com o frio, existem dificuldades em manter o calor do corpodevido às baixas temperaturas do meio. Neste caso, o organismo reage ao frio atravésda vasoconstrição, que provoca a diminuição do volume do sangue e do ritmocardíaco. Ocorrem então, o arrepio e o tiritar, gerando calor devido à atividadeprovocada.Segundo Frota; Schiffer (2001, p. 22), “sendo a pele o principal órgãotermorregulador do organismo humano a temperatura da pele, é através dela que serealizam as trocas de calor”.Ao sentir desconforto térmico, o primeiro mecanismo fisiológico a ser ativadoé a regulagem vasomotora do fluxo sangüíneo da camada periférica do corpo, acamada subcutânea, através da vasodilatação ou vasoconstrição, reduzindo ouaumentando a resistência térmica dessa camada subcutânea.A transpiração é outro mecanismo de termo-regulação da pele, que tem inícioquando as perdas por convecção e radiação são inferiores às perdas necessárias àtermo-regulação.A fadiga é um dos resultados de um trabalho excessivo do aparelhotermorregulador, pela existência de condições ambientais desfavoráveis, no tocante àtemperatura do ar, tanto com relação ao frio quanto ao calor, e à umidade do ar.O conforto térmico depende de variáveis ambientais e humanas. As variáveisambientais são: a temperatura do ar, a temperatura radiante média, a velocidade do are a umidade relativa do ar. As variáveis humanas são: o metabolismo gerado pelaatividade física, e a resistência térmica oferecida pela vestimenta. Além destasvariáveis o sexo, a idade, a raça, os hábitos alimentares, o peso, a altura, e aadaptação ao clima local podem exercer influência na sensação de conforto térmicode cada pessoa.Segundo Rosseti (2009, p. 24) as variáveis ambientais numa edificaçãodependem das suas características construtivas, assim o clima deve ser decisivo nadefinição dessas características para que o desconforto imposto por condiçõesclimáticas adversas seja amenizado e dessa forma o consumo de energia paraventilação, refrigeração e/ou aquecimento seja o mínimo possível.


10No entanto, a sensação de conforto térmico de uma edificação não dependeapenas da sua adequação ao clima local, mas também da sua adaptação às atividadesdesenvolvidas e aos equipamentos presentes na edificação.“A arquitetura com o intuito de garantir o conforto dos usuários e aconseqüente racionalização do uso da energia, deve explorar sabiamente os fatoresclimáticos: temperatura, o movimento do ar, a umidade relativa e a radiação solar”.(OLIVEIRA, 2007, p. 10).2.1.3 Variáveis do conforto térmico2.1.3.1. MetabolismoO organismo adquire energia através do metabolismo, este processo deprodução de energia interna acontece a partir de elementos combustíveis orgânicos,que são os alimentos ingeridos pelo homem.“Essa energia é consumida na manutenção das funções fisiológicas vitais, narealização de trabalhos mecânicos externos (atividade muscular), e o restante éliberado na forma de energia térmica”. (ROSSETI, 2009, p. 22).Desta forma, apenas 20% de toda energia produzida pelo organismo humanoé transformada em potencialidade de trabalho, os 80% restantes são transformadosem calor que deve ser dissipado para que a temperatura interna do organismo sejamantida em equilíbrio.A quantia total de calor metabólico produzido depende do ambiente externo etambém da dieta, tamanho corporal, idade e nível de atividade destes.Frota; Schiffer (2001, p. 19) afirmam que, “o organismo dos homeotérmicospode ser comparado a uma máquina térmica – sua energia é conseguida através defenômenos térmicos”.“Quando o organismo, sem recorrer a nenhum mecanismo de termoregulação,perde para o ambiente o calor produzido pelo metabolismo compatívelcom a atividade realizada, experimenta-se a sensação de conforto térmico”.(LAMBERTS et al., 2007, p. 6). No entanto, quanto maior for o trabalho do sistematermorregulador para manter a temperatura interna do corpo, maior será a sensaçãode desconforto


112.1.3.2. VestimentaA vestimenta funciona como um isolante térmico, ou seja, uma barreira paraas trocas térmicas por convecção, mantendo junto ao corpo uma camada de ar maisaquecida ou menos aquecida, conforme seja mais ou menos isolante, conforme seuajuste ao corpo e a porção do corpo que cobre.Em climas secos com elevadas temperaturas, como nos desertos, a vestimentareduz o ganho de calor relativo à radiação solar direta, as perdas em condições debaixo teor de umidade e o efeito refrigerador do suor, em resumo, mantém a umidadeadvinda do organismo pela transpiração e evita a desidratação.“A vestimenta reduz também a sensibilidade do corpo às variações detemperatura e de velocidade do ar”. (LAMBERTS et al., 2007, p. 8).A resistência térmica da vestimenta depende do tipo do tecido, da fibra, doajuste ao corpo, e deve ser medida através das trocas secas relativas a quem usa. Suaunidade é o clo, originada de clothes.Assim: 1 clo = 0,155 m² ºC/W = 1 terno completo.2.1.3.3. Temperatura do arConsiderada a principal variável do conforto térmico, a temperatura do artambém chamada de temperatura de bulbo seco (TBS) é a temperatura do ar ao redordo corpo humano.Conforme Lamberts et al. (2007, p. 11) a sensação de conforto baseia-se naperda de calor do corpo pelo diferencial de temperatura entre a pele e o ar,complementada pelos outros mecanismos termo-reguladores. Desta forma, o calor éproduzido pelo corpo por meio do metabolismo e suas perdas são menores quando atemperatura do ar está alta ou maiores quando a temperatura está mais baixa.O autor salienta que a diferença de temperatura entre dois pontos no ambienteprovoca a movimentação do ar, chamada de convecção natural: a parte mais quentetorna-se mais leve e sobe enquanto a mais fria, desce, proporcionando uma sensaçãode resfriamento do ambiente.2.1.3.4. Velocidade do arA velocidade do ar ocorre em ambientes internos sem necessariamente a açãodireta do vento e costuma ser abaixo de 1m/s.


12Quando o deslocamento do ar ocorre pela diferença de temperatura noambiente, denomina-se convecção natural, o ar quente (mais leve) sobe e o ar frio(mais pesado) desce.Porém, quando o ar se desloca por meios mecânicos, como um ventilador,ocorre a convecção forçada, ou seja, o coeficiente de convecção aumenta juntamentecom a sensação de perda de calor.O deslocamento do ar favorece os efeitos da evaporação no corpo humano,retirando a água em contato com a pele com mais eficiência e assim, reduzindo asensação de calor.2.1.3.5. Umidade relativa do arLamberts et al. (2007, p. 12) afirmam que a umidade é caracterizada pelaquantidade de vapor d’água contido no ar, que se forma pela evaporação da água,processo que supõe a mudança do estado líquido ao gasoso, sem modificação da suatemperatura.“Umidade relativa é definida como a relação entre o teor em vapor d’águaque o ar contém e o teor máximo que poderia conter, à temperatura ambiente”.(ROSSETI, 2009, p.25).O ar, a uma determinada temperatura, somente pode conter certa quantidadede vapor de água, chegando a esse valor máximo diz-se que o ar está saturado.Ultrapassado este limite, ocorre a condensação, no qual o vapor excedente muda oestado físico para líquido, provocando assim, o aumento da temperatura da superfícieonde ocorre a condensação. (SANTOS, 2008, p.15).A umidade do ar em conjunto com a velocidade do ar, intervém na perda decalor por evaporação. Conforme a temperatura do meio se eleva, aumenta adificuldade nas perdas de calor por convecção e radiação, desta forma o organismoaumenta sua eliminação por evaporação.A eficiência da evaporação na remoção do calor aumenta quanto menor for aUR, umidade relativa.Quando o ar está saturado, a evaporação não é possível, o que faz aumentar oganho de mais calor assim que a temperatura do ar seja superior a da pele. Contudo,


13em caso do ar estar seco, as perdas continuam ainda com as temperaturas maiselevadas.Além disto, a ventilação adequada torna-se importante, pois, a circulação doar acelera as perdas por evaporação.2.1.3.6. Temperatura radiante médiaA temperatura radiante média é a temperatura uniforme de um ambienteimaginário no qual a transferência de calor por radiação do corpo humano é igual àtransferência de calor por radiação em um ambiente real não uniforme.(LAMBERTS; XAVIER, 2002, p. 31). Em resumo, ela expressa a temperatura médiados corpos que trocam calor no ambiente.De uma forma geral, o valor da temperatura radiante média é um pouco maiorou um pouco menor do que o da temperatura do ar, pois expressa a presença decorpos em diferentes temperaturas, trocando calor através da radiação. (GONZÁLEZet al., 1986 apud ROSSETI, 2009, p. 27) 1 .O termômetro de globo constitui um meio prático de separar e determinarquantitativamente a componente energia radiante do ambiente, tendo como principaisvariáveis: temperatura de bulbo seco e temperatura de globo.A ISO 7726 (1996) apresenta duas equações para a obtenção da temperaturaradiante média (TRM), uma de convecção natural (Equação 1) e outra de convecçãoforçada (Equação 2). Utilizando dados de temperatura de globo (TG), temperatura debulbo seco (TBS) e velocidade do ar (V).TRM= [(TG + 273) 4 + 0,4 * 10 8 |TG - TBS| ¼ * (TG-TBS)] ¼ - 273 (Eq. 1)TRM= [(TG + 273) 4 + 2,5 * 10 8 * V 0,6 (TG – TBS)] ¼ - 273 (Eq. 2)____________1 GONZÁLEZ, E., HINZ, E., OTEIZA, P., QUIRÓS, C. Proyecto, Clima Y Arquitectura.Universidad de Zulia. Vol. 1. Editorial Gustavo Gili. México 1986, apud ROSSETI, K. A. C. Estudodo desempenho de coberturas verdes como estratégia passiva de condicionamento térmico dosedifícios na cidade de Cuiabá, MT. Cuiabá-MT, 2009. 130f. Dissertação (Mestrado em FísicaAmbiental) – Universidade Federal de Mato Grosso.


142.1.4 Normalização em conforto térmicoAs normas sobre conforto térmico são uma ferramenta essencial paraobtenção de um ambiente termicamente confortável aos usuários.A princípio estas normas tinham como principal objetivo definir as condiçõesde conforto térmico, sem levar em conta os consumos. Mas devido aos problemasambientais que são cada vez mais evidentes e à necessidade do desenvolvimentosustentável, estas normas de conforto térmico devem considerar a questão da reduçãodo consumo de energia.Nos últimos anos houve um aumento do interesse por parte dos pesquisadoresnos estudos sobre conforto térmico. Nogueira; Nogueira (2003, p. 105) afirmam que:Avaliar o desempenho térmico de uma edificação consiste em verificar seo ambiente interno atende a um conjunto de requisitos pré-fixados pelasnormas técnicas de conforto ambiental, em função das exigências dousuário. Uma avaliação aparentemente simples, no entanto, envolveaspectos em relação ao tempo, e também aspectos subjetivos inerentes àsexigências humanas.As normas existentes englobam estudos sobre todas as variáveis queinfluenciam no conforto térmico, quer sejam em ambientes condicionados ou não. Asprincipais normas e guias de referência aos estudos são:2.1.4.1. ISO 7730/94 - Ambientes térmicos moderados - Determinação dos índicesPMV e PPD e especificações das condições para conforto térmicoEsta norma propõe um método de determinação da sensação térmica e o graude desconforto das pessoas expostas a ambientes térmicos moderados e especificacondições térmicas aceitáveis para o conforto.2.1.4.2. ISO/DIS 7726/96 - Ambientes Térmicos - Instrumentos e Métodos paramedições das quantidades físicasEsta norma internacional especifica as características mínimas dosinstrumentos de medição das variáveis físicas, assim como apresenta métodos demedição desses parâmetros.


152.1.4.3. ASHRAE Standard 55-1992: Ambientes Térmicos - Condições paraocupação humanaEsta norma americana especifica condições ambientais aceitáveis para asaúde das pessoas sujeitas a pressões atmosféricas equivalentes a altitudes superioresa 3,00m, em ambientes internos projetados para ocupação humana por períodos nãoinferiores a 15 minutos.2.1.4.4 ASHRAE Fundamentals Handbook - cap. 8 Thermal Comfort - 1997Este guia normativo da sociedade americana de aquecimento, refrigeração ear condicionado apresenta os fundamentos de termo-regulação humana e conforto emtermos úteis aos engenheiros para o operação de sistemas e preparação de projetos eaplicações para o conforto dos ocupantes de edificações. Apresenta, de maneirasumarizada todos os dizeres das normas ISO aqui referidas.2.1.4.5. ISO 8996/90 - Ergonomia - Determinação da produção de calormetabólicoEsta norma internacional especifica métodos para a determinação e mediçãoda taxa de calor metabólico, necessário para a avaliação da regulação de calorhumana. Esta norma também pode ser utilizada para outras aplicações, como porexemplo, a verificação da prática de atividades, o custo energético de atividadesespecíficas ou atividades físicas, bem como o custo total energético das atividades.2.1.4.6. ISO 9920/95 - Ergonomia de ambientes térmicos - Estimativa deisolamento térmico e resistência evaporativa de um traje de roupasEsta norma internacional especifica métodos para a estimativa dascaracterísticas térmicas, resistência à perda de calor seco e à perda por evaporação,em condições de estado estacionário para um traje de roupa, baseado em valores devestimentas conhecidas, trajes e tecidos.2.2. BIOCLIMATOLOGIAA amigável relação entre clima e a arquitetura não é uma preocupaçãorecente, pelo contrário, a arquitetura tem procurado ao longo da história desenvolvermeios de controle ambiental que possam oferecer abrigo e conforto aos homens. O


16clima local tem sido determinante na definição das concepções arquitetônicas, dosmateriais, das técnicas construtivas e das instalações prediais.Apesar dos avanços tecnológicos possibilitarem o controle das condiçõesinternas do edifício, tornando-o confortável através de processos mecânicos, talcontrole utiliza-se de fontes consumidoras de energia bastante onerosas e emissorasde poluentes.A bioclimatologia estuda as relações entre o clima e o ser humano. Comoforma de tirar partido das condições climáticas para criar uma arquitetura comdesempenho térmico adequado, Olgyay (1973) criou a expressão ProjetoBioclimático, que visa a adequação da arquitetura ao clima local. (LAMBERTS etal., 2007, p.21) .A arquitetura é considerada bioclimática quando está baseada na corretaaplicação de elementos arquitetônicos e tecnologias construtivas em relação àscaracterísticas climáticas, visando otimizar o conforto dos ocupantes e o consumo demenos energia. (ROSSETI, 2009, p.22).O objetivo da bioclimatologia aplicada à arquitetura é alcançar a condição deconforto por meio de estratégias passivas, contribuindo, portanto, com o conceito desustentabilidade e com a relação benéfica entre o homem e meio ambiente. Vieira(2008, p. 16) afirma que:O conceito de arquitetura bioclimática pode ser entendido como umavertente da arquitetura que incorpora o clima na sua concepção. Assim, nafase de projeto são tidos em conta diversos elementos climáticos do localcomo sol, água e vento. Avaliando o comportamento destes fatores eminteração com o edifício, torna-se possível melhorar o comportamento domesmo, ao nível do conforto térmico e poupança energética.Conforme Leão (2007, p. 44) foi provavelmente Olgyay, em 1963 quedelimitou a relação entre clima e projeto arquitetônico, escrevendo um manual paraprojeto bioclimático, com particular referência à carta bioclimática.Esta carta foi a primeira representação gráfica a mostrar a conexão entreclima e conforto humano, relacionando a temperatura do ar e a umidade relativa doar. Segundo a autora, baseada nesta relação os irmãos Olgyay propuseram uma zonade conforto e sugeriram medidas corretivas para se atingir conforto quando o ponto


17em estudo estiver fora da zona de conforto. Tais medidas poderiam ser passivas ouativas, dependo dos parâmetros climáticos.Após cinco anos, Givoni desenvolveu a idéia de Olgyay, propondo uma cartabioclimática para edificações com base na carta psicrométrica, incluindo a pressão devapor e a temperatura de bulbo úmido. Utilizada até os dias atuais, a carta vem sendoaperfeiçoada por vários pesquisadores, inclusive pelo próprio Givoni.Bogo et al. (1994, p. 9) definem o bioclimatismo como o princípio deconcepção em arquitetura que pretende utilizar, por meio da própria arquitetura, oselementos favoráveis do clima com o objetivo de satisfazer as exigências de bemestarhigrotérmico.(...) apesar da comprovada vantagem de integrar conceitos bioclimáticosno projeto do edifício, há uma dificuldade considerável em sua aplicaçãoreal, principalmente nos estágios iniciais de projeto, em que as principaissoluções de projeto são definidas. O processo de projeto é difícil de sercolocado em um modelo devido a sua não linearidade e à influência diretade práticas particulares do arquiteto. (MACIEL, 2006, p. 6).Maciel (2006, p. 7) observa que todo conhecimento científico na área debioclimatologia e eficiência energética, melhoraram e desenvolveram um campotécnico consolidado.Porém, este conhecimento não tem demonstrado uma influência efetiva naspráticas de projeto dos arquitetos, que muitas vezes concentra-se em aspectosformais, enquanto a análise da estratégia ambiental recebe consideravelmente menosatenção.2.2.1. Cartas bioclimáticasBogo et al. (1994, p.12) afirmam que as escalas de conforto térmico podemser semânticas ou numéricas, montadas em termos de sensações subjetivas graduadaspor conforto e desconforto térmico, relacionando-se tais graduações com osparâmetros físicos de estímulo.Desta forma, estabelecem-se as zonas de conforto térmico delimitadasgraficamente sobre diversos tipos de monogramas ou através de cartas e diagramasque limitam os parâmetros físicos e definem o domínio no qual se estabelecem asditas zonas de conforto térmico.


18Com base nas zonas de conforto térmico e elementos de previsão decomportamento térmico das edificações, são definidas as cartas bioclimáticas, ondeassociam-se três informações: 1 - O comportamento climático do entorno; 2 – Aprevisão de estratégias indicadas para a correção desse comportamento climático pormeio do desempenho esperado na edificação; e 3 - A zona de conforto térmico.(BARBOSA, 1997, p. 34).Segundo Bogo et al. (1994, p. 19), a carta bioclimática de Olgyay (1963)propõe estratégias de adaptação da edificação ao clima, a partir de dados do climaexterno. Para definição da zona de conforto, expõem-se diversos pontos de vista,onde mostra que trata de um processo complexo, e deve ser de acordo com asdiferentes regiões geográficas, já que condições climáticas mais quentes elevam osrequerimentos térmicos devido a aclimação.Além disso, varia de acordo com os indivíduos, os tipos de vestimenta, anatureza da atividade que executa, sexo e idade. Para definir os limites da zona deconforto da carta bioclimática de Olgyay, foi adotado um critério em que, em médiaa pessoa não experimenta sensação de desconforto.Segundo Olgyay (1968) apud Bogo et al.(1994, p. 22) 2 , no momento deconstruir-se o gráfico bioclimático e a delimitação da zona de conforto, para oshabitantes da zonas temperadas se levaram em conta: o indivíduo, a razãometabólica, a dieta, a aclimatação e a vestimenta.Porém, em zonas tropicais, somente os três primeiros fatores puderam sertratados da mesma forma, estabelecendo-se restrições para protótipos “normais”humanos, sob determinadas condições de atividade.Os dois últimos fatores, aclimatação e vestimenta, devem ser trabalhados deforma menos simplificada, pois: em zonas tropicais de aclimatação deve-seconsiderar que as altas temperaturas são constantes e influenciam no mecanismobiológico humano, elevando os limites da zona de conforto. Assim, o tipo devestuário usado na vida diária das regiões quentes é diferente das regiões temperadase montanhosas.____________2 OLGYAY, V. Clima y Arquitectura em Colombia. Universidad del Valle. Facultad deArquitectura. Cali, Colômbia, 1968, apud BOGO, A. et al. Bioclimatologia aplicada ao projeto deedificações visando o conforto térmico. Relatório Interno do Núcleo de Pesquisa em Construção daUFSC. Florianópolis: NPC – UFSC, 1994.


19Conforme Bogo et al. (1994, p. 38), a carta bioclimática para edifício,“Building Bioclimatic Chart” (BBCC), foi desenvolvida por Givoni no ano de 1969,para corrigir as limitações do diagrama bioclimático idealizado por Olgyay conformeGivoni (1992).A principal diferença entre esses dois sistemas deve-se ao fato de que odiagrama de Olgyay foi desenhado entre dois eixos (temperaturas secas e umidadesrelativas), enquanto que a carta de Givoni foi traçada sobre uma carta psicrométricaconvencional e utiliza-se da umidade absoluta como referência (BARBOSA, 1997, p.34).Segundo o mesmo autor os sistemas desenvolvidos por Olgyay (1963) eGivoni (1992) buscam ampliar a zona de conforto através da adoção de estratégiasarquitetônicas que alteram a sensação do clima interno em estudo. Na carta deOlgyay, os limites de conforto foram obtidos de pesquisas efetuadas por fisiologistas.No diagrama bioclimático de Olgyay as condições de temperatura e umidadesão plotadas como curvas fechadas ou ciclogramas das médias diárias horárias (24horas), para cada mês, em uma dada localidade.A carta bioclimática, concebida por Givoni em 1969, que é construída sobre odiagrama psicrométrico apresenta nove diferentes zonas relacionadas com diferentesestratégias de atuação construtivas para a adequação da arquitetura ao clima: zona deconforto, zona de ventilação, de resfriamento evaporativo, de massa térmica pararesfriamento, de ar condicionado, de umidificação, de massa térmica paraaquecimento, de aquecimento solar passivo e aquecimento artificial.Na carta de Givoni (1992) os limites originais de conforto foramdeterminados com base em pesquisas realizadas nos Estados Unidos, Europa e Israel.Entretanto, considerando estudos realizados em países quentes e o fato daspessoas que moram em países em desenvolvimento com clima quente e úmidoaceitarem limites máximos superiores de temperatura e umidade, são sugeridos aexpansão desses limites para a aplicação em tais regiões.Desta forma, os limites para a zona de conforto térmico de Givoni de paísescom clima quente e em desenvolvimento são: no verão em situação de umidadebaixa, a variação de temperatura pode ser de 25°C a 29°C, e em umidade alta de25°C a 26°C, podendo chegar a 32°C com ventilação de 2,0 m/s; no inverno, os


20limites são de 18°C a 25°C; com relação a umidade, os limites são de 4,0 g/kg a 17,0g/kg e 80% de umidade relativa. (OLIVEIRA, 2007, p. 18).Givoni (1992) explica também que o clima interno em edifícios nãocondicionados reage mais largamente à variação do clima externo e à experiência deuso dos habitantes, por isso busca-se em seus estudos maior inércia ao clima externo.As condições internas de conforto são alcançadas relacionando as alteraçõesclimáticas externas com princípios básicos de projeto da edificação e suaspropriedades de envoltória.2.2.2. Zoneamento bioclimático brasileiroAs estratégias bioclimáticas quando utilizadas corretamente no processo deconcepção do projeto arquitetônico, proporcionam melhoras nas condições deconforto térmico e redução no consumo de energia. A norma NBR 15220-3(2005)estabeleceu uma subdivisão das condições climáticas brasileiras para projetos. Estasubdivisão foi denominada zoneamento bioclimático brasileiro, e compreende oitodiferentes zonas, homogêneas quanto ao clima conforme Figura 2.FIGURA 2 – Zoneamento bioclimático brasileiro definido pela Norma deDesempenho Térmico de Edificações (ABNT 2005)Fonte: LAMBERTS et al., 2007, p. 37


21Para cada zoneamento bioclimático há estratégias bioclimáticas consideradasadequadas para utilização nas edificações.No Brasil são identificados diferentes tipos de climas devido a sua grandeextensão territorial e a sua localização entre dois trópicos.As cidades com aspectos semelhantes ao clima e as estratégias bioclimáticasrecomendadas foram agrupadas. Além disso, formularam-se um conjunto derecomendações técnico construtivas, objetivando otimizar o desempenho térmico dasedificações, através de sua melhor adequação climática.O município de Cuiabá é classificado como Zona Bioclimática 7, zona estaque ocupa 12,6% do território brasileiro e que engloba parte das regiões Centro-Oeste e Nordeste e algumas cidades do Sudeste e Norte.Dentre as diretrizes construtivas recomendadas destacam-se: aberturas paraventilação pequenas, compreendendo 10-15% da área de piso e sombreadas. Aparede deve ser pesada com Transmitância Térmica (U) ≤ 2,20 w/m²k; AtrasoTérmico (φ) ≥ 6,5h e Fator de Calor Solar (FCS} ≤ 3,5% e com cobertura tambémpesada apresentando U≤ 2,00 w/m²k, φ ≥ 6,5h e FCS ≤ 6,5%.2.2.3. Estratégias bioclimáticas para CuiabáOliveira (2007, p. 21) afirma que “a utilização de estratégias bioclimáticas eequipamentos energeticamente eficientes, em edificações corretamente planejadasdesde a fase de projeto, podem reduzir significativamente o consumo de energia”.Para amenizar o desconforto causado pelas altas temperaturas no municípiode Cuiabá são necessárias estratégias bioclimáticas, dentre elas destacam-se: aventilação, o resfriamento evaporativo e a utilização de cores apropriadas.Cuiabá possui grande disponibilidade de luz solar, que favorece o uso dailuminação natural como recurso fácil a ser aplicado nos projetos arquitetônicos.Oliveira (2007, p. 20) salienta que “diante dos novos conceitos na aplicação daeficiência energética, esta utilização é altamente recomendável, já que é uma fonteinesgotável, livre de custos de manutenção e que é produzida sem riscos ao meioambiente”.De acordo com o relatório elaborado por Leão (2007, p. 111) com dadoshorários do TRY, a percentagem de horas de conforto é de 19.5%, com 1708.2 horas


22ou 71 dias do ano climático. A quantidade de desconforto anual de 80.5% totaliza7051.8 horas ou 294 dias.Segundo a mesma autora do total de horas de desconforto, 75.9% devem-seao calor, com 5352.3 horas ou 294 dias do ano climático, e a percentagem de 4.54%,1699.5 horas ou 17 dias deve-se ao desconforto por frio.Das estratégias indicadas para a correção do calor, a ventilação é proposta emmaior quantidade, com 56.2%. As estratégias que podem ser utilizadas em conjuntosão resfriamento evaporativo e massa térmica para resfriamento, indicadas emproporções quase equivalentes, com 20.2% e 19.6% respectivamente.Conforme o relatório, a insuficiência das estratégias passivas para o clima deCuiabá deve ser suprida em 8.55% das horas de desconforto com ar condicionado.Quanto ao desconforto por frio, a massa térmica (inércia térmica) também é indicadapara aquecimento junto ao aquecimento solar, em 3.78%. A estratégia deumidificação do ar não deve ser usada para amenizar o desconforto por frio. Issoocorre porque o clima de Cuiabá não apresenta temperaturas inferiores a 27°Cassociadas à umidade relativa inferior a 20%, sendo este o limite para sua indicação.O sombreamento é indicado em 94.7% das horas do ano climático,totalizando 8295.7 horas ou 346 dias.2.3. BRISES SOLEILS2.3.1. Definição e origem dos brises soleilsA arquitetura moderna trouxe o uso excessivo do vidro na busca pelabrancura da luz baseado em conceitos de claridade, pureza e limpidez,conseqüentemente, surgiram problemas de excesso e insolação nas edificações.A partir do século XVIII com o início do pensamento racionalista expandemos ideais da razão e ciência, que reflete na arquitetura a valorização dos aspectostécnicos da construção.Conforme Atem (2003, p. 1359) “antes que a revolução industrial criassepremissas para uma mudança profunda nas técnicas construtivas, o neoclassicismopropõe grandes superfícies de vidro, um culto à claridade e à racionalidade,elementos inspiradores da cultura iluminista”.


23No final do século XIX o inconsciente coletivo desejava a claridade, atransparência e a luz, símbolos do espírito da época, que procuravam uma novaexpressão arquitetônica. Esses símbolos representavam a vontade das pessoas depossuírem melhores condições de habitabilidade, a necessidade de saneamento,higiêne, ar e luz para combater doenças contagiosas da época como a tuberculose.No século XX surge o universalismo se opondo ao individualismo, ondebeleza é sinônimo de funcionalidade. Neste momento, a estrutura se desconecta dasparedes, surge a transparência da pele de vidro nos edifícios, e conseqüentemente aperda da capacidade de inércia das paredes diante do calor, da capacidade de filtrar aluz e evitar o ofuscamento. A luz e o calor adentram por todos os ambientes, nemsempre desejados.A luz natural tem como pontos positivos o aumento da luminosidade nosambientes, maior integração com o exterior e higienização das edificações. Porém,tende a trazer a monotonia luminosa nos espaços internos, a repetição das fachadas, aperda dos jogos de luz e sombra, o aumento da carga térmica e o ofuscamento.(ATEM, 2003, p. 1359).A desconsideração da orientação solar e da realidade climática da regiãoocorre devido à busca pela universalidade do modelo de utilização da luz natural.Este modelo proposto pelo modernismo começa a se espalhar pelo mundo,onde as condições climáticas são diferentes dos países de clima temperado.O excesso de vidro começou a ser utilizado também pelos países de climaquente, onde a sombra e o vento estavam presentes nas construções vernaculares.Surge então o desconforto em relação à luz e calor. (ATEM, 2003, p. 1359).O brise soleil surge neste momento em que é preciso introduzir elementosque protegessem as aberturas da radiação solar, porém esses elementos deveriamconcordar com os princípios modernos de modulação, padronização eindustrialização. Além de compor esteticamente o edifício com os conceitos abstratose funcionais do modernismo.O brise soleil foi idealizado por Le Corbusier em meados do século XX, nodesenvolvimento de projetos habitacionais para Argel e Barcelona em 1933. Porém asua execução ocorreu de fato em 1936, no edifício do Ministério da Educação e


24Saúde (Figura 3), no Rio de Janeiro, onde Le Corbusier foi convidado para assessorara equipe responsável.FIGURA 3 – Edifício do Ministério da Educação e Saúde, Rio de JaneiroFonte: Gutierrez, 2004, p. 26Estes dispositivos de proteção solar possuem o mesmo princípio de atuaçãodos elementos construtivos oriundos de culturas árabes e asiáticas, apesar de nãopossuírem a mesma forma ou material.O brise-soleil descende das inúmeras formas de filtragem da luzdesenvolvidas pela arquitetura mediterrânea, fortemente marcada pela cultura árabe:muxarabis, gelosias, cobogós, varandas, beirais. (MIANA, 2005, p. 17). Porém, asplacas horizontais ou verticais, móveis ou fixas, com nome específico de brise soleilconstitui um sistema criado por Le Corbusier em seus projetos de 1933, como ditoanteriormente.Composto por lâminas paralelas, horizontais, verticais ou combinados, o brisesoleil pode ser fabricado de vários materiais e tem como função o controle daradiação solar excessiva, interferindo também na luminosidade e na visão para oexterior.As janelas de vidro comum são elementos arquitetônicos que contribuemconsideravelmente para os altos valores de carga térmica total dos edifícios e,


25portanto, devendo ser bem protegidas da radiação solar incidente. (CASTANHEIRAet al., 2003, p. 1012).Maragno (2000, p. 8) define o brise soleil como elemento arquitetônicoformado por placas externas com a finalidade de impedir que os raios solares atinjamdiretamente as superfícies, principalmente as transparentes, das edificações.O brise soleil, ou quebra-sol, representa um elemento arquitetônico cujafunção é sombrear, com o objetivo de minimizar a incidência do sol sobre umaconstrução, ou sobre espaços exteriores, fornecendo melhores condições detemperatura e controle da incidência da luz solar. (SILVA, 2007, p. 17).O clima quente predominante no Brasil, que requer edificações quefuncionem como um filtro para as intensas radiações solares foi o fator determinantepara que o uso de dispositivos de proteção pudesse ser observado desde a arquiteturacolonial, de origem portuguesa e com reconhecíveis influências mouras, até aimplantação e desenvolvimento da arquitetura moderna na primeira metade desteséculo. (MARAGNO, 2000, p. 34).Devido à localização do país no hemisfério sul, as fachadas voltadas para onorte são as que mais precisam de cuidados, pois são as mais expostas à radiaçãosolar. Merecem cuidados também as fachadas leste e oeste, que recebem a radiaçãosolar nos períodos da manhã e a tarde com inclinações variáveis. As fachadas comorientação sul na maior parte do país não são atingidas ou recebem radiação compequeno ângulo de inclinação.As coberturas e as paredes são os elementos que compõem os envoltórios daedificação, que funcionam como filtro, e estão diretamente sujeitas à radiação solar.Porém, as janelas são os elementos arquitetônicos mais preocupantes quanto àentrada da radiação solar no interior do ambiente que gera o superaquecimento.2.3.2. Tipos de brises soleilsDe modo geral, o brise soleil é definido pelas seguintes características: sãoelementos externos à fachada e são compostos por uma ou mais lâminas, geralmenteparalelas. (GUTIERREZ, 2004, p. 39). Segundo a mesma autora este dispositivopode ser classificado por sua tipologia (posição na fachada), mobilidade ecomposição arquitetônica.


26Os brises soleils podem apresentar diversos formatos e combinações. Àrespeito da posição que ocupa na fachada pode ser: horizontal, vertical oucombinado. Quanto à tipologia (posição) Gutierrez (2004, p. 40) afirma que:Cada tipologia protege mais adequadamente a determinado ângulo deobstrução: a horizontal intercepta os raios solares quando o sol está maisalto; a vertical é mais eficaz quando os raios solares estão mais baixos,porém dependem fundamentalmente da variação do azimute em relação àorientação da fachada; e a combinada associa ambas as proteções dahorizontal e vertical.Quanto à mobilidade estes dispositivos podem ser fixos ou móveis, sendo queos brises fixos são mais econômicos, devido a facilidade de instalação e manutenção.Enquanto que os brises móveis possuem lâminas pivotantes ou basculantes, queacompanham o movimento do sol provendo sombra nos momentos de incidênciaindesejada, de acordo com as necessidades do usuário, e permite ampla abertura evisualização do exterior quando não há insolação. Dessa forma, oferece flexibilidadee maior eficiência. (GUTIERREZ, 2004, p. 40).“Com relação à composição arquitetônica, suas variações e multiplicidade desoluções resultam numa segunda pele da edificação, conferindo ritmo, dinâmica, eforma à linguagem arquitetônica”. (GUTIERREZ, 2004, p. 40).Os brises podem ser negativos quando excluem completamente a entrada desol; seletivo quando permite a entrada de sol nos períodos desejáveis e excluindo-opara evitar o superaquecimento; e ajustáveis quando permite ampla liberdade decontrole.Há ainda a classificação dos brises soleils em finito e infinito quanto àdimensão. Os finitos possuem comprimento, vertical ou horizontal, finito, ou seja,limitado. Enquanto que os infinitos apresentam comprimento teoricamente infinito,onde o observador situado na borda debaixo desta abertura não enxergará uma partedo céu sobre sua cabeça, a partir do limite do ângulo de sombra vertical. (SILVA,2007, p. 23).A Figura 4 apresenta alguns tipos de brises soleils encontrados no campus daUniversidade Federal de Mato Grosso.


27FIGURA 4 – Tipos de brises soleils encontrados no campus da UFMTFonte: Acervo próprio2.3.3. O brise soleil e a eficiência ambientalSegundo Braga et al. (2005, p.216) “o desenvolvimento de nossa sociedadeurbana e industrial, por não conhecer limites, ocorreu de forma desordenada, semplanejamento, à custa de níveis crescentes de poluição e degradação ambiental”.Os problemas ambientais, de nível mundial e também a nível local, sãomuitas vezes enraizados nas atividades urbanas e na crescente pressão sobre osrecursos naturais (LAFORTEZZA et al., 2009, pag.97).A qualidade ambiental é limitada devido ao crescente aumento do tráfego deveículos, da poluição sonora, da poluição atmosférica e ainda do excesso de áreasconstruídas e pavimentadas, que contribuem significativamente para osuperaquecimento dos ambientes como um todo.Faria et al. (2003, p. 103) observam que as decisões arquitetônicas tomadasno início do projeto, como orientação dos ambientes e das aberturas são muitoimportantes e decisivas para o sucesso de um projeto eficiente, do que as medidascorretivas, como o uso de isolantes térmicos.


28Segundo Maragno (2000, p. 9) com os edifícios de estrutura leve com poucainércia térmica e grande superfície envidraçada proporcionadas pela modernidadeserá premente a utilização de algum sistema de proteção.O brise-soleil constitui-se em um elemento que pode atender à diversasfinalidades em relação à eficiência ambiental, como à proteção solar, à captação daventilação, além de dar privacidade visual, refletir e distribuir a luz natural nointerior do ambiente. No entanto, suas características constitutivas podemcomprometer as condições lumínicas e visuais enquanto protegem da insolação.A radiação solar é a principal fonte de energia do planeta, no que respeitao fornecimento de calor e de luz. É, portanto, de extrema importância oseu estudo e incorporação na arquitetura das edificações. Os fatores luz ecalor podem ser maximizados ou reduzidos, na sua interação com oedifício, sendo um erro tradicionalmente recorrente, o foco em apenas umdeles. Isto é, há uma concentração apenas na vertente do calor, ou apenasna vertente da luminosidade, sendo a outra deixada para segundo plano,para ser solucionada recorrendo a sistemas artificiais. (VIEIRA, 2008, p.23).A invenção do condicionamento artificial e da lâmpada elétrica possibilitou osurgimento de uma arquitetura desvinculada do clima local, aumentandoexcessivamente o aumento da energia elétrica nas edificações. (MIANA, 2005, p.20).O brise soleil é um sistema natural de controle ambiental, que interfere nocomportamento energético e na qualidade termo-lumínica dos edifícios.O dispositivo de sombreamento se caracteriza como elemento arquitetônico edesta forma pode ser analisado com certa independência em relação ao restante doedifício. Apresenta identidade construtiva própria, desempenhando algumas vezespapel auto-suficiente no controle solar. Porém, sua eficiência será maior sedesempenhar a tarefa de maneira integrada.Lamberts et al. (2007, p. 56) afirmam que o tipo de brise e suas dimensõessão função da eficiência desejada. Portanto, um brise será considerado eficientequando impedir a entrada de raios solares no período desejado.A partir do século XIV com a difusão do uso de vidros nas janelas, surgemnovas possibilidades construtivas, a passagem da luz permitida pela transparência domaterial e a integração com o exterior. Paralelamente a isso, questões sobre proteção


29solar são abordadas, pois o efeito estufa produzido pelas aberturas envidraçadaspodem ser desejado nos climas frios, mas traz desconforto nos climas quentes.A utilização de fachadas feitas exclusivamente por vidro, nem sempre é umaboa solução, ainda mais em um clima como o nosso, pois pode surgir um efeitoestufa que seria terrivelmente indesejável em muitos ambientes. (MASCARÓ, 1983,p. 160).Considera-se o brise soleil como eficiente quando ele permite a captação eproteção dos raios solares visando iluminar naturalmente os ambientes e evitando osganhos excessivos de calor. Podendo ser utilizado nas mais variadas formas ecombinações, dependendo da orientação da fachada e das horas em que se deseja aproteção. É de suma importância a sua utilização nos países de clima tropical com afinalidade de proteger passivamente dos raios solares.Segundo Costa (1982, p. 222) a melhor proteção contra a insolação sobre assuperfícies transparentes é o sombreamento destas por meio de vegetação ou uso depara-sóis verticais no leste e no oeste, e horizontais no norte. Para o autor, outrassoluções, como o uso de cortinas, persianas internas, vidros pouco transparentes oumesmo vidros reflexivos, são de pouca eficácia.O brise soleil assume seu papel de controlador ambiental quando proporcionacondições confortáveis no interior dos edifícios com mínimo gasto de energia,utilizando apenas de disposições arquitetônicas.Mascaró (1985) destaca o uso do brise como um dos elementos passivos daarquitetura bioclimática utilizado para racionalizar o uso de energia nas edificações.O brise soleil é um componente de controle ambiental, que atua naclimatização natural e na iluminação natural. Sua eficiência quanto à climatizaçãonatural é determinada não somente pelo controle solar, mas também por permitir aventilação dos espaços interiores e a visão do exterior. Quanto ao sistema deiluminação natural, o brise é considerado eficiente quando cria uma iluminaçãodifusa no ambiente, controlando a passagem da luz e evitando o ofuscamento.Lamberts et al. (1997, p. 71) afirmam que a opção por uma proteção externapode ser a mais adequada se houver um dimensionamento que garanta a redução daincidência da radiação solar, quando necessária, sem interferir na luz natural.


30Salienta ainda que as proteções externas também interferem na definição da fachadaarquitetônica, podendo ser pensadas como elemento compositivo da fachada.O brise permite minimizar o ganho de carga témica, otimizando odesempenho térmico da edificação, além de atuar no desempenho térmico, osdispositivos de proteção solar favorecem a boa distribuição da luz natural dentro doambiente, controlando a penetração da radiação solar direta e o excesso de luznatural difusa, contribuindo também para o conforto luminoso. (MIANA, 2005, p.16).O brise móvel é na maioria das vezes mais eficiente que o fixo, pois permiteum maior controle da radiação solar incidente. Porém pode haver ocomprometimento da eficiência deste dispositivo quando não é bem utilizado pelousuário.Toledo (2003, p. 912) conclui que o efeito da orientação é bastantesignificativo na composição da carga térmica do edifício, podendo implicar numaumento de até 13,58% no consumo total; e que o efeito do sombreamento semprepromove a redução das cargas térmicas provenientes das aberturas, sendo maiseficiente nas paredes norte e sul que nas demais.Castanheira et al. (2003) afirmam que os valores da intensidade de radiaçãosolar incidente nas fachadas podem ocasionar condições de desconforto térmico aosocupantes das edificações, bem como incrementar gastos energéticos com sistemasartificiais de condicionamento térmico.Atenta-se que o uso de protetor solar e a ventilação são estratégiasbioclimáticas sugeridas para climas quentes e úmidos, porém é importante que oprotetor solar não interfira no fluxo de ventilação.Segundo Bittencourt et al. (1995, p. 383) as simulações computacionaissugerem que para uma mesma máscara de sombra, protetores mais próximos e menosprofundos produzem um padrão de ventilação natural mais eficiente que aquelesmais afastados e mais profundos. Os espaçamentos da ordem de 0,75m induzem osprotetores a funcionarem como anteparos difusores de luz indireta para os ambientes,diminuindo o contraste de luminosidade entre as aberturas e o fundo da sala.(BITTENCOURT et al., 1999).


31“(...) o brise deve permitir a entrada do vento no interior da edificação, assimcomo sua circulação pela fachada, a fim de resfriar a superfície vertical porconvecção e reduzir as temperaturas superficiais. (SILVA, 2007, p. 25)A interferência da cor no desempenho do brise existe. (BASSO; ARGOUT,1997, p. 318). Os autores afirmam que conforme o desenho do quebra-sol estainterferência poderá ser maior ou menor, dependendo da possibilidade de múltiplasreflexões entre os elementos do quebra-sol quando a cor é clara. Complementamainda que, quanto mais o dispositivo assemelhar-se a uma lâmina única horizontalposicionada sobre a abertura, menor será a interferência na iluminação natural,mesmo quando é utilizada a cor escura.A iluminação natural adequada favorece uma maior produtividade dosusuários em ambientes de trabalho ou estudo e contribui para a redução da energiaelétrica.Bittencourt et al. (1999) afirmam que o espaçamento entre as lâminas dosprotetores solares influencia a intensidade e distribuição da luz natural no interior doambiente. Salienta ainda que, quando combinados com refletâncias clarasproporcionam acréscimos de ate 30% nos níveis de iluminância, em comparação comos pintados em cores escuras.Frota (2004, p. 164) sugere para se obter maior eficiência:“- seja guardada uma certa distância entre o sistema de sombreamento e ocorpo da edificação (pelo menos 30cm) , o que amenizará o efeito daradiação do infravermelho longo e também proporcionará a ventilaçãodeste espaço; quanto menor o contato do brise soleil com o corpo doedifício, menor será o calor transmitido por condução;- tenha acabamento superficial externo, na face exposta ao sol, de corclara, para evitar maior sobreaquecimento desta superfície, isto éinteressante não só para o próprio edifício, mas também para seu entorno.- se o material do quebra-sol for isolante térmico, o desempenho dosistema de proteção será melhor, posto que menos calor chegará a facevoltada para o edifício, resultando em temperatura superficial menor.- se essa face tiver acabamento superficial de baixa emissividade térmica– superfícies metálicas de alto brilho, mesmo aquecidas, emitem poucaradiação térmica – menos calor será emitido para a superfície externa docorpo da edificação”.Para Neto (1995, p. 60) a escolha do tipo e as dimensões de um protetor solarserão feitas de acordo com a eficiência desejada. Um protetor solar será eficaz


32quando for capaz de proteger uma janela, num período previamente escolhido, dairradiação solar indesejável.Segundo o autor, para o dimensionamento dos protetores solares aplica-se ummétodo gráfico denominado traçado de máscaras, sendo necessário analisar o ângulode incidência solar num determinado período.2.4. CONFORTO LUMÍNICOSegundo Braga et al.(2005, p. 56) uma saída para a crise de energia é aconservação. Isso significa desenvolver meios de utilizar mais eficientemente asfontes hoje disponíveis. Os autores salientam que os benefícios da conservação sãoenormes, prolongam o uso das fontes finitas e, principalmente, minimizam osimpactos ambientais decorrentes da geração de energia.A função da iluminação é tornar o ambiente visível e adequado, permitindo aexecução de tarefas necessárias com conforto visual.Este conforto é conseguido com a luz, parte visível do espectroelectromagnético, com comprimento de onda entre os 380 a 780 nm.A luz pode ser fornecida de forma natural (luz solar), de forma artificial(lâmpadas) ou através da combinação de ambas. Porém, a melhor opção é oaproveitamento da luz natural, pois promove a diminuição do consumo de energiaelétrica e de outros combustíveis para iluminação do ambiente.A iluminação natural pode ser um fator essencial para a eficiênciaenergética dos edifícios. É certo que a iluminação natural, devido à suaaleatoriedade e inexistência durante a noite, não pode satisfazer todas asnecessidades de iluminação, mas nos períodos que está disponível podereduzir substancialmente os consumos energéticos subjacentes àiluminação artificial. (WEST, 2001 apud SILVA, 2006, p. 64) 3 .Mascaró (1983, p. 35) define a luz natural como a luz proveniente do sol, sejaem forma direta, através dos raios solares, ou indireta devido à reflexão da atmosfera____________3 West, S.: Improving the sustainable development of building stock by the implementation of energyefficient, climate control technologies. Energy and Environment 35: 281-289, 2001, apud SILVA, P.C. P. Análise do comportamento térmico de construções não convencionais através de simulaçãoem Visual DOE. Portugal, 2006. 228f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidadedo Minho.


33com ou sem nuvens (luz difusa), da vegetação, dos edifícios ou outros objetosexistentes na superfície da terra (luz refletida).A iluminância natural é uma medida do fluxo fotométrico por unidade deárea, consistindo numa grandeza física que fornece informações sobre ofluxo de energia eletromagnética na faixa espectral do visível. Contudo, oolho humano não é igualmente sensível a todos os comprimentos de ondada radiação visível, de maneira que essa sensibilidade é levada em contana curva de resposta de um medidor de iluminância. Desta forma, ailuminância, medida em Lux (lúmens por m²), representa a curva deresposta do olho humano à radiação solar incidente. (SANTOS, 2008, P.18).A iluminação artificial é obtida pela utilização de lâmpadas, que devem serescolhidas em função do tipo de requerimentos e espaços, e de forma a promover aeficiência energética. Por isso, é necessário considerar a energia consumida nailuminação, a potência dos equipamentos, assim como o tempo de utilização.O combate ao desperdício de energia elétrica visa desenvolver uma novacultura, com a conscientização das pessoas sobre as necessidades de preservação dosrecursos naturais, porém, para que isso aconteça é necessária a utilização deequipamentos e processos de produção mais eficientes.2.4.1. Grandezas fotométricas2.4.1.1. Fluxo LuminosoO Fluxo Luminoso é a radiação total da fonte luminosa, entre os limites decomprimento de onda mencionados (380 e 780 nm). O fluxo luminoso é a quantidadede luz emitida por uma fonte, medida em lúmens, na tensão nominal defuncionamento. (VIANA; GONÇALVES, 2001).2.4.1.2. Eficiência LuminosaUma fonte de luz ideal seria aquela que converteria toda sua potência deentrada (W) em luz (lm). Infelizmente, qualquer fonte de luz converte parte dapotência em radiação infravermelho ou ultravioleta. A habilidade da fonte deconverter potência em luz é chamada de eficiência luminosa. (PEREIRA; SOUZA,2004, p. 10).


342.4.1.3. Eficiência EnergéticaAs lâmpadas se diferenciam entre si não só pelos diferentes FluxosLuminosos que elas irradiam, mas também pelas diferentes potências que consomem.Para poder compará-las, é necessário que se saiba quantos lúmens sãogerados por watt absorvido. A essa grandeza dá-se o nome de Eficiência sem prévioaviso a (antigo “Rendimento Luminoso”). (VIANA; GONÇALVES, 2001).2.4.1.4. LuminânciaA luminância é um dos conceitos mais abstratos que luminotécnica apresenta.Pois, é através da luminância que o homem enxerga. Considera-se luminância aoefeito de luminosidade, que produz uma superfície, na retina do olho, tantoprocedente de uma fonte primária como de uma fonte secundária ou superfície quereflita a luz. (VIANA; GONÇALVES, 2001).A percepção da luz é realmente a percepção de diferenças de luminâncias. Aluminância de uma superfície iluminada é a razão entre a intensidade luminosa deuma fonte de luz, em uma direção e a superfície da fonte projetada segundo estadireção. A Figura 5 apresenta o esquema explicativo do conceito de luminância.FIGURA 5 – LuminânciaFonte: www.wikipedia.org/wiki/LuminânciaDesta forma, a luminância é a luz refletida, visível, enquanto que ailuminância é a luz incidente, não visível. Uma mesma iluminância pode dar origemà luminâncias diferentes devido ao coeficiente de reflexão, que é a relação entre o


35fluxo luminoso refletido e o fluxo luminoso incidente em uma superfície. Destaforma, os objetos refletem a luz diferentemente uns dos outros, pois o coeficiente dereflexão varia de acordo com a cor e a textura.Por ser uma grandeza quantitativa que se insere perfeitamente num conjuntode dados, a luminância pode ser analisada qualitativamente num sistema ouequipamento de iluminação, sendo desta forma influenciada pela posição doobservador, como mostra a Figura 6.AN rβFIGURA 6 – Luminância de uma superfícieFonte: PEREIRA; SOUZA, 2004, p.15Conforme Pereira; Souza (2004, p. 16) “o olho humano detecta luminânciasda ordem de um milionésimo de cd/m² até um limite superior de um milhão decd/m², a partir do qual a retina é danificada. O ofuscamento é o impedimento davisão que ocorre a partir de 25.000 cd/m²”.A luminância independe da distância entre o observador e a superfície fontede luz. À medida que o observador se aproxima, a área vista por ele diminui,mantendo constante a luminância da superfície, conforme Figura 7.FIGURA 7 – LuminânciaFonte: PEREIRA; SOUZA, 2004, p.16


362.4.1.5. ContrastesPereira; Souza (2004, p. 31) definem o contraste como a diferença entre aluminância (brilho) de um objeto e a luminância do entorno imediato deste objeto.Ou seja, é a determinação da diferença em aparência de duas partes do campo visual.Os mesmos autores afirmam que a luminância de uma superfície varia com oângulo de incidência da luz e o ângulo de observação. Quando estes ângulos foremsemelhantes o contraste será mínimo e o reflexo da luz incidente pode se tomar umproblema, reduzindo a visibilidade de elementos contidos no objeto central de visão.O contraste depende da iluminação e das características de reflexão doselementos envolvidos.2.5. NÍVEIS DE ILUMINÂNCIA2.5.1. Iluminância (Nível de Iluminamento)A Iluminância indica o fluxo luminoso de uma fonte de luz que incide sobreuma superfície situada a certa distância desta fonte. (VIANA; GONÇALVES, 2001).Em resumo, é a medida da quantidade de luz incidente numa superfície porunidade de área, ou também a relação entre a intensidade luminosa e o quadrado dadistância. Sua unidade no sistema internacional é lumen/m² ou Lux.A Iluminância ainda pode ser definida como uma densidade de luz necessáriapara uma determinada tarefa visual. Na prática, é a quantidade de luz dentro de umambiente, e pode ser medida com ao auxílio de um luxímetro. Como o fluxoluminoso não é distribuído uniformemente, a iluminância não será a mesma em todosos pontos da área em questão.Para afirmar se determinada área está dentro dos limites de iluminâncianecessários estabelecidos para a função a ser executada, considera-se a iluminânciamédia dentre vários pontos desta determinada área.Na Figura 8 a fonte de luz possui uma intensidade luminosa “I” de 1 candela[cd], ou 1 lm/sr. O fluxo luminoso se propaga sob um ângulo de 1 esterradiano [sr].Este fluxo luminoso produzirá em uma superfície de 1 m 2 que está afastada da fontede 1 m, a iluminância de 1 lux [lx]. (PEREIRA; SOUZA, 2004, p. 14).


371 cd1 sr1 m1 m 21 lux = 1 lm/m 2FIGURA 8 - IluminânciaFonte: PEREIRA; SOUZA, 2004, p. 14Quanto mais distante da fonte luminosa, o fluxo luminoso se expande cadavez mais, tornando-se menos denso. Além da distância entre a fonte e a superfície,outro fator que influência no valor da iluminância é o ângulo entre o feixe luminoso eo vetor normal a superfície. Quando o fluxo luminoso é paralelo ao vetor normal asuperfície, tem-se a iluminância máxima. Em situações em que o fluxo luminoso éperpendicular ao vetor normal a superfície a iluminância será nula. Para posiçõesintermediárias, a iluminância varia de 0 ao valor máximo. (PEREIRA; SOUZA,2004, p. 15). A Figura 9 apresenta as variações da iluminância em função do ângulode incidência.N rN rN rE máxE = 0EθφFIGURA 9 – Variações da iluminância em função do ângulo de incidênciaFonte: PEREIRA; SOUZA, 2004, p. 15


382.5.2 Determinação e Incremento dos Níveis de IluminânciaO olho humano tem grande capacidade de adaptação às condições deiluminação existentes. (PEREIRA; SOUZA, 2004, p. 29). É nossa reação fisiológicaque determina se o nível de iluminação está ou não adequado, através do maior oumenor esforço para ver, e do maior e menor cansaço que sentimos.A acuidade visual depende do nível de iluminação e é determinada pelarelação de luminância entre as tarefas e seu entorno.Segundo Viana; Gonçalves (2001) os fatores que devem ser consideradospara determinação do nível de iluminação para tarefas visuais são:1 – O tamanho dos detalhes críticos dessas tarefas;2 – a distância que esses detalhes são vistos;3 – A luminância das tarefas (função do fator de reflexão);4 – os contrastes entre tarefas/entornos;5 – a velocidade com que essas tarefas devem ser desenvolvidas;6 – O grau de precisão exigida nas suas realizações;7 – Idade de quem realiza.2.5.3. Incremento do Nível da IluminânciaPara Viana; Gonçalves (2001) o nível ótimo de iluminância para a visão dohomem não é necessariamente o mais alto nível que possa ser alcançado, mas simaquele que possibilita a melhor visão, um reconhecimento rápido e fácil damensagem sem causar cansaço visual.Alguns fatores podem limitar o aumento do nível de iluminância, como porexemplo, o aumento do consumo de energia, o custo inicial de instalação e o custo demanutenção.O limite quantitativo para iluminância, a partir do qual qualquer aumento nãotraz nenhuma melhora para a acuidade visual é por volta de 2.000 lux, consideradocomo ponto de saturação. (VIANA; GONÇALVES, 2001).2.5.4. Níveis mínimos de iluminânciaNo Brasil a norma NBR 5413 – “Iluminância de interiores” da ABNT(Associação Brasileira de Normas Técnicas), em vigor a partir de abril de 1992, tem


39como objetivo estabelecer valores de iluminância média mínima para iluminação eminteriores, onde se realizem atividades de comércio, indústria, ensino, esporte eoutras.Estabelece como condições gerais:a) A iluminância deve ser medida no campo de trabalho. Quando este não fordefinido, entende-se o nível do referente a um plano horizontal a 0,75m do piso;b) No caso em que seja necessária uma elevada iluminância em limitadocampo de trabalho, pode-se usar iluminação suplementar;c) A iluminação no restante do ambiente não deve ser inferior a 1/10 do valoradotado para o campo de trabalho, mesmo que haja recomendação menor;d) Recomenda-se que a iluminância em qualquer ponto do campo de trabalhonão seja inferior a 70% da iluminância média determinada segundo a NBR 5382 –“Verificação da iluminância de interiores – Métodos de ensaio”.2.6. O CONFORTO AMBIENTAL NO AMBIENTE DE ENSINOA escola é um segmento da sociedade que deve estar comprometida empreparar pessoas para atuarem no desenvolvimento intelectual e moral do mundo.Em outras palavras, a escola forma seres humanos, propiciando a aquisição deconhecimento, habilidades, além de modelar comportamento e atitudes necessáriaspara viver em sociedade.É fato que, o conforto ambiental influencia no desenvolvimento educacionaldo estudante, ou seja, escolas que não oferecem perfeitas condições do ambienteconstruído tais como, iluminação adequada, boa acústica, ambiente termicamenteconfortável, com cores agradáveis e segurança, proporcionam baixo nível deaprendizagem.O conforto ambiental relacionado à arquitetura e ambiente construído englobao conforto térmico, visual, acústico e ergonômico, quanto melhor as condições deconforto ambiental nos ambientes escolares, melhor o desempenho dos ocupantes.Percebe-se que a pouca preocupação com o desempenho térmico no ambienteescolar reflete negativamente no processo educativo dos alunos que, devido àsreações fisiológicas causadas pelo desconforto, tem a qualidade do ensino afetada


40pela inadequação dos ambientes em relação ao clima local com elevadastemperaturas. Segundo Nogueira et al. (2005, p. 38):“(...) estas escolas colocam em comprometimento o ensino-aprendizagem,a saúde física e psicológica provocando um aumento excessivo doconsumo de energia elétrica para condicionar ambientes, e a deterioraçãode materiais devido a problemas de condensação e ventilaçãoinsuficiente”.Os autores salientam que, a maioria das edificações escolares públicasapresenta partidos arquitetônicos e sistemas construtivos de certa formapadronizados, moldados à mesma maneira em todo o país, sendo o mesmo projetoconstruído diversas vezes, com diferentes implantações, sem levar em conta ascaracterísticas da área e do clima.O desenvolvimento tecnológico permite condicionar a edificação à custa deonerosas faturas de energia elétrica além de contribuir com o prejuízo ambiental. Porisso, é preciso considerar os sistemas construtivos, os aspectos físicos, o confortoambiental e os materiais empregados na construção da edificação, a fim decondicionar naturalmente o ambiente ou mesmo diminuir a necessidade de energiaelétrica.“Todavia, fabricar o clima, isto é, criar condições artificiais para produzirconforto ambiental é tecnicamente trivial, mas a energia que seráconsumida tornará a edificação um espaço doente com problemas noscondicionantes bioclimáticos tais como, vegetação, ar ventilação,iluminação, etc”. ((NOGUEIRA; NOGUEIRA, 2003, p. 104).Além da edificação em si, o ambiente escolar, também é formado pelo espaçoque o circunda, espaços abertos, cobertos ou descobertos, onde podem serdesenvolvidas atividades extraclasses ou mesmo momentos de lazer e convivência.A importância destes ambientes externos está em criar espaços arborizados,contemplativos e agradáveis, com um microclima propício a estimular o convívio.Muitas vezes, os alunos passam o tempo livre em salas de aula ou emlaboratórios climatizados, de frente aos computadores. Pois a área de convivêncianão oferece ambiente atrativo nem confortável, pelo contrário, são ambientescimentados, sem arborização suficiente, sem cobertura, exposto a maior parte do diaà radiação solar. Diante disso, fica difícil tornar este ambiente um espaço usual.


41A pouca importância dada à disposição da edificação no terreno de formaa aproveitar a iluminação e a ventilação natural, bem como de forma areduzir problemas acústicos (tendo em vista as características do entorno),acaba por tornar os ambientes quentes (considerando nosso clima),desagradáveis e de pouca produtividade escolar tanto por parte dosalunos, quanto dos educadores. Produtividade esta que, colabora para ocomprometimento do ensino-aprendizado, a saúde física e psicológica dosenvolvidos. (SANTOS, 2008, p. 28).Deve-se atentar para a localização das aberturas nos ambientes de ensino, deforma a obter iluminação e ventilação naturais adequadas, porém evitando osuperaquecimento advindo da radiação solar, evitando interferências na realizaçãodas atividades lá desenvolvidas.Recomenda-se a utilização de iluminação artificial apenas como forma decomplementar a iluminação natural e melhorar as condições visuais de leitura eoutras atividades.A localização da edificação é fundamental para que as perturbações externas,como por exemplo, os ruídos causados pelo tráfego de veículos, som de academias,comércio pesado, zonas industriais, em fim, para que a vizinhança não comprometaacusticamente nas atividades escolares.Azevedo (1995, p. 2) observa que a inserção de instrumentos bioclimáticos deavaliação nas etapas de projeto é recurso eficiente, que deve interagir com os demaisrequisitos de projeto, a fim de que se possa estabelecer condições de conforto nosambientes pedagógicos.Segundo a autora alguns requisitos são necessários para a adequação de umambiente escolar, dentre eles:a) Características do terreno - dimensões, forma e topografia – devemoferecer condições adequadas à implantação do edifício escolar;b) Relação do entorno, devendo ser identificados os percursos disponíveis:facilidades de acesso, condições de tráfego, atividades circunvizinhas;c) Análise dos aspectos programático-funcionais como a organizaçãoespacial, o dimensionamento dos conjuntos funcionais, a segurança, a adequaçãoergonômica do mobiliário, acessos e percursos;d) Estudo dos aspectos estético-compositivos que incluem elementos visuaisdo edifício, como forma de despertar a capacidade de descoberta do usuário.


42Quanto à proteção e sombreamento dos edifícios escolares deve-se preferir àutilização de elementos de proteção fixos, integrados à arquitetura, a fim de evitarproblemas resultantes do mau uso dos dispositivos móveis.“Na criação projetual faz-se necessário promover uma interação entre oobjeto arquitetônico e as condicionantes físico-climáticas. A influênciados fatores climáticos é bastante relevante na qualidade do espaço físicodos ambientes pedagógicos; é fundamental que se estabeleçamcaracterísticas espaciais que não comprometam a dinâmica educacional,atendendo às necessidades dos usuários e assegurando níveis desejáveisde conforto e salubridade suficientes à implementação deste processo.Ambientes mal solucionados termicamente causam desconforto edificultam a permanência dos ocupantes: o aquecimento do ambiente vaiprovocar desgaste físico-psicológico, prejudicando a concentração doaluno e contribuindo para a ineficiência na execução das tarefas escolares.(...) A variável conforto ambiental é então, importante critério deavaliação do desempenho da edificação; a seleção de materiais adequadosao clima regional, o padrão construtivo, bem como a localização etipologia de aberturas que privilegiem a ventilação e iluminação, vãodeterminar a qualidade do espaço físico construído”. (AZEVEDO, 1995,p. 28).As atividades didático-pedagógicas desenvolvidas nas escolas sofremdiretamente a influência das variáveis enérgico-ambientais na qualidade dodesenvolvimento do processo do ensino-aprendizagem, principalmente, se aindaefetuar-se a análise da conservação da energia elétrica despendida na iluminaçãoartificial ou na climatização artificial. (PIETROBON, 1999, p. 81).Mueller (2007, p. 5) afirma que as cores ou a falta de pintura nas paredes, amá iluminação, o excesso de frio ou calor, a má ventilação, as trepidações, os ruídose os ambientes escolares improvisados são condições extremamente prejudiciais parao processo de ensino-aprendizagem.O autor salienta ainda que, a qualidade do ar interno, a iluminação natural, atemperatura e a umidade do ar adequadas juntamente com uma boa acústica sãoessenciais na aprendizagem, concentração e desenvolvimento da imaginação e dacriatividade.Espaços saudáveis e confortáveis contribuem para a satisfação e retenção dealunos e professores no ambiente escolar, já que é necessário que os mesmospermaneçam grande número de horas do dia nele.


43Enfim, o ambiente de ensino além de permitir a interação entre as pessoasdeve promover o mínimo de conforto para que se desenvolvam os processos deensino-aprendizagem de qualidade.


443. ÁREA DE ESTUDO3.1. CUIABÁ – CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICASO município de Cuiabá está localizado nas coordenadas geográficas de15°35’ de latitude sul e 56°06’ a oeste de Greenwich, em uma altitude de 165m.Situada à margem esquerda do Rio Cuiabá, afluente do Rio Paraguai, Cuiabá possuiuma área de 3.224,68 Km², sendo que 251,94 Km² correspondem à área urbana e2.972,74 Km² à área rural.A capital matogrossense é limitada ao norte pelos municípios de Acorizal,Rosário Oeste e Chapada dos Guimarães, ao sul por Santo Antônio do Leverger e aoeste por Várzea Grande e Acorizal.A região pertence ao Planalto dos Guimarães, Depressão Paraguai, calha doRio Cuiabá, num clima Tropical quente e sub-úmido (XAVIER et al., 2009).Cuiabá apresenta um clima predominantemente quente, acentuado peloprocesso de urbanização contínuo, responsável pelo fenômeno da “ilha de calor”,caracterizado pela formação de uma determinada região mais quente na cidade,devido ao aumento das áreas impermeabilizadas e diminuição da vegetação(NOGUEIRA et al., 2005, p. 38).O município está localizado na Zona Intertropical, próximo ao Equador,justificativa para as pequenas diferenças existentes entre as estações e a ocorrênciade altas temperaturas durante boa parte do ano.Maitelli (1994) afirma que pelo fato do município de Cuiabá localizar-se naporção centro-sul do estado de Mato Grosso a atuação predominante durante aestação seca é do sistema de circulação estável do Anticiclone do Atlântico Sul etambém pelo sistema de correntes perturbadas de Sul e Sudoeste do AnticiclonePolar, responsável pelo fenômeno de “friagem” na região.


45Segundo a mesma autora na estação chuvosa atuam o sistema de correntesperturbadas de Oeste e Noroeste (linhas de instabilidades das Frentes Intertropicais)causando chuvas e temperaturas elevadas.Conforme Sampaio (2006) o clima de Cuiabá é do tipo AW de Koppen(temperaturas elevadas, chuva no verão e seca no inverno), isto é, Tropicalsemiúmido, com quatro a cinco meses secos e duas estações bem definidas, uma seca(outono-inverno) e uma chuvosa (primavera-verão). Em média ao longo dos anos asmínimas são de 5ºC e as máximas chegam a 41ºC. O índice pluviométrico écaracterizado por diferenças, pois em sua maioria o inverno é bastante seco e o verãomuito chuvoso. A média na região é de 1500 mm/ano.Outro fator importante é a influência da continentalidade em Cuiabá, quecausa elevadas amplitudes térmicas mensais (diferença entre a temperatura máxima emínima registrada), sobretudo nos meses de seca, sendo registradas amplitudes de até15°C nos meses de julho e agosto entre os anos de 1970 a 1992 (MAITELLI, 1994).FIGURA 10– Corte esquemático do mapa físico de Mato GrossoFonte: Leão, 2007, p. 90Cuiabá de acordo com a sua localização geográfica está assentada sobre umatopografia suave, com a ocorrência de extensos chapadões à sua borda,caracterizando-a como uma depressão relativa (Figura 10). Estes fatores contribuempara que haja na cidade uma fraca ventilação, dificultando a dispersão dos poluentes,o que pode causar uma maior concentração dos mesmos sobre a cidade (MAITELLI,


461994). Tal fenômeno é mais intenso durante a estação seca, na qual Maitelli (1994)verificou uma maior periodicidade das situações de estabilidade atmosférica, céulimpo e baixa velocidade do vento.Segundo Instituto Nacional de Meteorologia, INMET (2010) em Cuiabá adireção do vento predominante é N (norte) e NO (noroeste) durante grande parte doano, e S (sul) no período do inverno. Os Sistemas de Correntes Perturbadas de Oestese caracterizam pela invasão de ventos de oeste e noroeste, no final da primavera everão; os Sistemas de Correntes Perturbadas de Norte acarretam chuvas no verão e osSistemas de Correntes Perturbadas de Sul são representados pela invasão doanticiclone polar.A Figura 11 mostra a direção dos ventos dominantes no município de Cuiabá.FIGURA 11– Mapa urbano de Cuiabá e direção do vento dominanteFonte: Leão, 2007, p. 91


473.2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMTA Universidade Federal de Mato Grosso (Figura 12), campus de Cuiabá, foifundada em 13 de dezembro de 1970, possui uma área de 74 hectares delimitadapelas avenidas Fernando Correa da Costa e Arquimedes Pereira Lima, avenidas comintenso tráfego de automóveis, pois ligam o centro da cidade à região do Coxipó.Segundo o primeiro manual de Informações Estatísticas da UFMT realizadoem 1980, o campus da UFMT contava com apenas 2.890,00 m² de área construída noano de 1969, passando para 25.396,00 m² em 1977. Atualmente o campus de Cuiabáabriga uma área construída de 83.111,60 m² incluindo pista/campo de futebol eparque aquático, distribuída nos 74 ha do campus (CAMPOS NETO, 2007).FIGURA 12– Campus da Universidade Federal de Mato GrossoFonte: Arquivo próprio3.3. FACULDADE DE ENFERMAGEM – FAENA Faculdade de Enfermagem – FAEN, objeto de estudo desta pesquisa,localiza-se na Universidade Federal de Mato Grosso – campus de Cuiabá, localizadona latitude 15°36’ sul e na longitude 56°01’ oeste, na região leste do município deCuiabá.


48Inaugurada em outubro de 2008, a edificação é composta por cinco salas deaula, centro acadêmico, sanitários, cantina, área de convivência, secretarias, salas deprofessores, diretoria, coordenação, sala de reunião, almoxarifado e copa.A Faculdade desenvolve atividades administrativas e de ensino teórico docurso de enfermagem, enquanto que as práticas são desenvolvidas no HospitalUniversitário Júlio Muller. As aulas são ministradas nos períodos matutino evespertino, das 07h e 30min às 17h e 30min. A Figura 13 mostra a localização daedificação estudada no campus universitário de Cuiabá.FIGURA 13 – Localização da FAEN no campus da UFMTFonte: GOOGLE EARTH, acessado em 15 de julho de 2010; www.cuiabatur.com.br


49A edificação foi escolhida pela representatividade e pela repetição datipologia utilizada na maioria das edificações dos campi da UFMT nos últimos anos,além de possuir brises soleils como dispositivo de proteção solar.Observa-se que as edificações da UFMT têm seguido um padrão quanto aosmateriais empregados e em relação ao partido arquitetônico adotadoNota-se que a edificação possui três setores: setor de convivência, setoradministrativo e setor de salas de aula, conforme Figura 14. Estes setores diferemquanto ao tipo de materiais empregados nos forros e coberturas e tipos de brisessoleils utilizados.O setor administrativo possui seu forro em laje de concreto e brises metálicosverticais, o setor de salas de aula possui forro de gesso acartonado e brises metálicoshorizontais e o setor de convivência não possui forro nem brises.FIGURA 14 – Setorização da edificação em estudoPara caracterizar a Faculdade de Enfermagem foram escolhidos trêsambientes distintos em relação à orientação da fachada, as dimensões de esquadrias,os tipos dos dispositivos de proteção solar e os materiais construtivos utilizados noteto e cobertura, já que os materiais utilizados nas paredes são iguais para todos osambientes.


50Observa-se na Tabela 1 a caracterização construtiva da Faculdade deEnfermagem – FAEN.TABELA 1 – Características construtivas da Faculdade de Enfermagem – FAENESPECIFICAÇÃOParedes externasParedes internasCoberturaForroJanelasPortas internasSALA DE AULAAlvenaria em tijolosde oito furos revestidacom argamassa,pintada na cor branca.Espessura de 15cm e25cm.Alvenaria em tijolosde oito furos revestidacom argamassa,pintada na cor branca.Espessura de 15cm e25cm.Telha de fibrocimento.Espessura de 6mm.Forro de gessoacartonado. Espessurade ...mm.04 unidades:dimensões de 1,20 x1,70m. Material: ferrocom vidro liso. Tipo:basculante.01 unidade: dimensõesde 1,00 x 2,10m.Material: madeira,tipo: de abrirSALA DEREUNIÃOAlvenaria em tijolosde oito furos revestidacom argamassa,pintada na cor branca.Espessura de 15cm.Alvenaria em tijolosde oito furos revestidacom argamassa,pintada na cor branca.Espessura de 15cm.Telha de fibrocimento.Espessura de 6mmLaje pré-moldada.Espessura de 15cm.04 unidades:dimensões de 1,00 x1,50m. Tipo metálica,ferro com vidro liso.01 unidade: dimensõesde 0,80 x 2,10m.Material: madeira,tipo: de abrirÁREA DECONVIVÊNCIAAlvenaria em tijolos deoito furos revestidacom argamassa, pintadana cor branca.Espessura de 25cm.Alvenaria em tijolos deoito furos revestidacom argamassa, pintadana cor branca.Espessura de 15cm.Telha metálica.Espessura de 6mmSem forro.Janela alta com vidrofixo.04 unidade: dimensõesde 3,20 x 2,10.Material: ferro comvidro liso, tipo: decorrer.Portas externas Não possui. Não possui.01 unidade: dimensõesde 3,20 x 2,10.Material: ferro comvidro liso, tipo: decorrer.Piso Granilite. Granilite. Granilite.Brises fixos,Brises verticaishorizontais metálicosmetálicos pintados napintados na corcor amarela.amarela.Brises soleilsBrises fixosNão possui.Brises fixoshorizontais e verticaishorizontais e verticaisde concreto pintadosde concreto pintadosna cor branca.na cor marfim.


51Quanto à caracterização do entorno da edificação observa-se na Figura 15que, a edificação está próxima da avenida principal do campus que e é asfaltada,sendo que o canteiro central possui superfície gramada, tendo as palmeiras comovegetação principal ao longo da avenida.A superfície de entorno da FAEN não é pavimentada, possui uma faixa degrama próximo a calçada ao redor do prédio.Existem algumas árvores no entorno da edificação, porém as árvoreslocalizadas na calçada da avenida estão em um nível inferior ao nível da edificaçãoalém de estarem muito afastadas da mesma, não proporcionando o sombreamentonecessário na fachada sudoeste.As árvores localizadas próximas a fachada nordeste proporcionamsombreamento nas salas de aula no período da manhã, existem ainda árvores aolongo da fachada sudeste, entre a edificação e o estacionamento, que possuipavimento alfáltico e está localizado ao lado da área de convivência da edificação.Nota-se que a fachada noroeste, orientação mais desfavorável em relação àincidência solar direta, não possui sombreamento por arborização.FAENFIGURA 15 – Entorno da edificação


523.2.1. Caracterização da sala de aulaA sala de aula escolhida para a coleta de dados está localizada na extremidadenorte da edificação, a parede externa com orientação nordeste é em alvenaria comtijolos de 8 furos revestida com argamassa e pintada na cor marfim, com espessurade 15cm, no entanto, a outra parede externa com orientação noroeste tem espessurade 25cm, portanto, esta sala de aula está em posição desfavorável em relação àinsolação, conforme mostrado na Figura 16.FIGURA 16 – Layout da sala de aulaA cobertura é em telha de fibrocimento de 6mm de espessura e o forro é degesso acartonado, possui piso em granilite, janelas de ferro com vidro liso e porta demadeira.


53O ambiente possui área construída de 52,56m², suas dimensões são de 7,25 x7,25m, portando possui forma quadrada, com altura de pé-direito igual a 3,60m. Asjanelas estão localizadas na fachada nordeste e possuem brises horizontais metálicosna cor amarela.A Figura 17 e a Figura 18 apresentam as vistas externa e interna da sala deaula analisada.FIGURA 17 – Vista externa da sala deaulaFIGURA 18 – Vista interna da sala deaula3.2.2. Caracterização da sala de reuniãoA sala de reunião analisada está localizada na orientação sudoeste daedificação, conforme mostrado na Figura 19. As paredes internas e externas são emalvenaria com tijolos de 8 furos revestida com argamassa e pintada na cor branca,com espessura de 15cm.A cobertura é em telha de fibrocimento de 6mm de espessura, possui forro emlaje de concreto, piso em granilite, janelas de ferro com vidro liso e porta de madeira.Possui área construída de 35,65m², com forma retangular suas dimensões sãode 4,85 x 7,35m e altura de pé-direito igual a 3,30m. As janelas estão localizadas nafachada sudoeste e possuem brises soleils verticais metálicos na cor amarela.


54FIGURA 19 – Layout da sala de reuniãoA Figura 20 e a Figura 21 apresentam as vistas externa e interna da sala dereunião analisada.FIGURA 20 – Vista externa da sala dereuniãoFIGURA 21 – Vista interna da sala dereunião


553.2.3. Caracterização da área de convivênciaA área de convivência monitorada está localizada na orientação sudeste daedificação, conforme mostrado na Figura 22. As paredes são em alvenaria comtijolos de 8 furos revestida com argamassa e pintada na cor branca, sendo as paredesinternas com espessura de 15 cm e as externas com 25 cm. As portas internas eexternas são de ferro com vidro liso e as esquadrias altas são em vidro fixo.FIGURA 22 – Layout da área de convivênciaEste ambiente é aberto na sua extremidade sudeste, possui área construída de217,47m², com forma retangular suas dimensões são de 12,20 x 14,62m. O teto éinclinado, sendo a menor altura de pé-direito igual a 5,00 m e a maior de 7,15 m.A Figura 23 e a Figura 24 apresentam as vistas externa e interna da área deconvivência analisada.


56FIGURA 23 – Vista externa da área deconvivênciaFIGURA 24 – Vista interna da área deconvivência


574. MATERIAIS E MÉTODOSO objeto de estudo trata-se da Faculdade de Enfermagem – FAEN, nestecapítulo serão apresentados os materiais e métodos utilizados para analisar odesempenho termo-lumínico da edificação que possui brises soleils comodispositivos de proteção solar.4.1. ESCOLHA DO LOCAL DE PESQUISAA metodologia aplicada para a realização desta pesquisa caracterizou-seprimeiramente pela escolha da edificação que possuísse brises soleils e que aomesmo tempo representasse o partido arquitetônico adotado ultimamente no campusda UFMT.Foi realizado o levantamento dos edifícios que possuem brises soleils comodispositivo de proteção solar dentro do campus. A Figura 25 e a Figura 26apresentam alguns exemplos de edifícios localizados no campus que possuem estesdispositivos.FIGURA 25 – Faculdade deComputaçãoFIGURA 26 – Instituto de CiênciasHumanas e Sociais


58A escolha baseou-se no fato da Faculdade de Enfermagem possuir protetoressolares de tamanhos, formatos e orientação distintos e pela sua representatividade erepetição da tipologia adotada nas edificações do campus.Definida a edificação a ser investigada realizaram-se registros iconográficos ecoleta de informações gráficas como plantas, cortes e elevações da edificação e dosbrises soleils.Levantamentos realizados “in loco” verificaram as áreas, orientação emrelação ao sol e caracterização dos edifícios quanto aos materiais construtivosempregados na cobertura, paredes, piso e dos brises soleils.4.2. CARACTERIZAÇÃO DO MICROCLIMA INTERNO EEXTERNO E ANÁLISE DO DESEMPENHO TERMO-LUMÍNICO4.2.1. Procedimentos para coleta de dadosA coleta de dados foi realizada em três ambientes da Faculdade deEnfermagem, localizada no campus da Universidade Federal de Mato Grosso. Osambientes estudados foram: sala de aula, sala de reunião e área de convivência.Os dados foram coletados de forma direta e simultânea nos três ambientes daedificação e na área externa, e registrados manualmente a cada hora no período das07h e 30min às 17h e 30min, horário de funcionamento das atividades na edificação,em cada período de medição correspondente as três estações do ano analisadas:verão, outono e inverno.Os aparelhos eram instalados e aclimatados meia hora antes do início dasmedições e desinstalados ao final de cada dia.A sala de aula e a sala de reunião foram medidas ora climatizadas ora nãoclimatizadas, conforme o uso dos condicionadores de ar pelos ocupantes. Já a área deconvivência não possui condicionamento artificial de ar.Foi elaborado o relatório de ocorrências climatológicas, com registros dasocorrências de precipitações, seus respectivos horários e eventuais fenômenosmeteorológicos que pudessem influenciar no desempenho térmico da edificação.


59Os ambientes foram monitorados durante 15 dias consecutivos de cadaestação do ano analisada, exceto na estação do verão, onde o período de coletatotalizou 12 dias em virtude da ocorrência do Concurso Público do Estado noestabelecimento. Houve coleta de dados no período compreendido entre 23 defevereiro a 06 de março (verão), 18 de maio a 01 de junho (outono), 21 de junho a 05de julho (inverno), do ano de 2010, conforme quadro a seguir.QUADRO 1 – Período de coletas de dadosOrdem Estação do ano Período de coleta1ª Medição Verão 23/02/2010 à 06/03/20102ª Medição Outono 18/05/2010 à 01/06/20103ª Medição Inverno 21/06/2010 à 05/07/2010Para a análise do desempenho térmico foi necessário medir variáveisclimáticas capazes de caracterizar o microclima interno e externo da edificaçãoestudada, sendo levantados os seguintes parâmetros ambientais: temperatura do ar,temperatura radiante média, umidade relativa do ar e ventilação.Foram coletados 11.844 dados para verificar o desempenho térmico,provenientes de todos os períodos de medição. A cada hora eram coletados 24 dadosnos ambientes internos e na área externa, totalizando 282 registros por dia. Para cadaestação do ano durante os 15 dias de medição realizou-se 4.230 leituras, exceto naestação do verão que resultou em 3.384 leituras, pois o período de medição foi de 12dias.As medições foram realizadas com os seguintes equipamentos: abrigotermométrico com psicrômetro, termômetro de globo digital, termo-higroanemômetrodigital, datalloger termo-higrômetro e luxímetro digital (para verificar odesempenho lumínico).


604.2.2. Equipamentos utilizados na coleta de dados4.2.2.1. Termômetro de Globo DigitalPara medir as temperaturas internas foram utilizados dois termômetrosdigitais de globo modelo TGD-100, COD. 02043 (Figura 29), e um termômetro deglobo modelo TGD-50 (Figura 27 e Figura 28), ambos da marca INSTRUTHERM.Através destes equipamentos obtiveram-se dados de temperatura de bulbo seco(TBS), temperatura de bulbo úmido (TBU) e temperatura de globo (TG).FIGURA 27 – Termômetro de GloboDigital, modelo TGD-50, da marcaInstruthermFIGURA 28 – Receptor digital dotermômetro de globo, tipo PT:100FIGURA 29 – Termômetro de Globo Digital, modelo TGD-100, da marcaInstrutherm


61O globo é constituído de uma esfera de cobre com diâmetro de 6" (152,4mm),com haste central, o bulbo úmido é composto de uma haste com copo de 100ml ecordão de pano, o bulbo seco possui uma haste para temperatura ambiente. As hastestem diâmetro de 4mm x 150mm de comprimento e são construídas em Pt-100 classeA. O aparelho possui temperatura de operação de 0 a 100 ºC. Tendo em vista asespecificações da norma ISO-7726 (1996), foi definida também a altura para coletade dados a partir do termômetro de globo digital à 1,10m.4.2.2.2. Abrigo Termométrico com PsicrômetroPara caracterização do microclima próximo às edificações, foi instalado umpsicrômetro protegido por um abrigo termométrico conforme mostra a Figura 30 e aFigura 31.O equipamento registra a temperatura do clima externo a cada hora demedição interna do ambiente analisado. Através da leitura feita neste equipamentosão coletadas informações sobre temperaturas de bulbo seco (TBS) e temperaturas debulbo úmido (TBU).FIGURA 30 – Abrigo termométrico compsicrômetroFIGURA 31 – Psicrômetro


624.2.2.3. Termo-higro-anemômetro DigitalEste equipamento combina em um só aparelho medições da velocidade do arem m/s, Km/h, pés/min, milhas/h e nós, temperatura em °C e °F e umidade relativado ar em %. Circuito microprocessado que proporciona leituras de máximo, médio emínimo valores, conforme mostra a Figura 32.FIGURA 32 – Termo-higro-anemômetro digital4.2.2.4. Termo-higrômetro com Data logger HT-4000O HT-4000, da marca ICEL, é um termo-higrômetro com data logger quepode armazenar até 32.000 leituras e tranferí-las através de uma conexão USB,possui software compatível com Windows 98/2000/XP e Vista. O termo-higrômetro(Figura 33) mede temperatura do ar, umidade relativa do ar e ponto de orvalho.FIGURA 33 – Termo-higrômetro com data logger da marca ICEL


634.2.2.5. Abrigo para Data loggerAbrigo para o termo-higrômetro com data logger confeccionado com garrafapet, revestido com papel aluminizado, conforme Figura 34.FIGURA 34 – Abrigo para termo-higrõmetro com data logger4.2.2.6. Luxímetro DigitalPara a realização das medições internas de iluminação utilizou-se oLuxímetro Digital Portátil, modelo LD-510, marca ICEL conforme Figura 35.A unidade de medição é em Lux (lúmen/m²) e possui display duplo de cristallíquido (LCD) de 3 1/2 dígitos, seleção de escala manual (2.000, 20.000 e 50.000Lux) e precisão de ± 3% da leitura ± 5 dígitos.FIGURA 35 – Luxímetro Digital Portátil


644.2.3. Pontos de coleta de dadosOs pontos de coleta de dados na área externa foram posicionados conformeFigura 36. Na área externa foram coletados dados de temperatura de bulbo seco(TBS), temperatura de bulbo úmido (TBU), ventilação e iluminância.FIGURA 36 – Localização dos ambientes analisadosFoi instalado na área externa à edificação o abrigo termométrico compsicrômetro de forma a registrar as temperaturas de bulbo seco (TBS) e úmido(TBU), registrados manualmente em uma planilha, com intervalo de uma hora.Para coleta de dados de ventilação e iluminância foram utilizadosrespectivamente o termo-higro-anemômetro e o luxímetro digital. O quadro 2apresenta as simbologias dos equipamentos utilizados na pesquisa.QUADRO 2– Simbologias dos equipamentos utilizadosSimbologiaDescriçãoTermômetro de globoTermo-higro-anemômetroTermo-higrômetro com data-loggerAbrigo termométrico com psicrômetroLuxímetro digital


65Nos ambientes internos a temperatura de bulbo seco, a temperatura de globo etemperatura de bulbo úmido eram obtidas pelos termômetros de globo e registradasem planilhas, com intervalo de uma hora.Ainda nos ambientes internos utilizou-se sensores termo-higrômetros, quecoletavam dados de temperatura do ar, ponto de orvalho e umidade relativa do ar,estes dados eram armazenados nos próprios data loggers e descarregados ao final decada dia de medição, com intervalo de 30 minutos.Para a coleta de dados de ventilação utilizou-se o termo-higro-anemômetrodigital, foi escolhido um ponto central para medições nos ambientes internos e noambiente externo a medições ocorreram próximo ao abrigo termométrico, comintervalo de uma hora. A Figura 37, a Figura 38 e a Figura 39 apresentam oposicionamento dos pontos de coleta de dados de cada ambiente estudado.LegendaTermômetro de globoTermo-higro-anemômetroTermo-higrômetro com data-loggerAbrigo termométrico com psicrômetroLuxímetro digitalFIGURA 37 – Pontos de medição na sala de aula


66FIGURA 38 – Pontos de medição na sala de reuniãoLegendaTermômetro de globoTermo-higro-anemômetroTermo-higrômetro com data-loggerAbrigo termométrico com psicrômetroLuxímetro digitalFIGURA 39 – Pontos de medição na área de convivência


674.2.4. Tratamento dos dados4.2.4.1. Caracterização do microclima externo e interno do período de estudoOs fatores climáticos locais que interferem no microclima são a topografia, avegetação e a superfície do solo natural ou contruído. Fatores estes que compõem oentorno da edificação e influenciam diretamente no seu comportamento térmico,caracterizando o microclima próximo e no interior da edificação.Para avaliar o desempenho térmico de uma edificação é necessáriocaracterizar as condições climáticas locais. Sendo assim, será apresentada nestetrabalho a interação dos ambientes internos da Faculdade de Enfermagem com omeio externo.Foram considerados os dados climáticos externos registrados a nível local,através de um abrigo termométrico com psicrômetro instalado próximo à edificação.Primeiramente foram avaliados dados horários de temperaturas externa einterna medidas com o psicrômetro e com os termômetros de globo, respectivamente,e da umidade relativa do ar interna (UR) obtida de forma direta com data loggertermo-higrômetro. A temperatura radiante média foi obtida indiretamente através dedados de temperatura de globo (TG) e temperatura de bulbo seco (TBS), utilizando ocálculo da temperatura radiante média (TRM) de convecção natural (ISO 7726,1996), conforme a Equação 1.TRM= [(TG + 273) 4 + 0,4 * 10 8 |TG - TBS| ¼ * (TG-TBS)] ¼ - 273 (Eq. 1)Os dados foram apresentados através das médias, máxima, mínima e desviopadrão por estação do ano.Para caracterização do comportamento entre o ambiente externo e interno,foram comparados os valores de TBS externa e interna, TRM interna (temperaturaradiante média interna) e UR interna para cada ambiente analisado da edificação.A análise foi feita através de gráficos das condições térmicas que estãosubmetidos os usuários em cada estação do ano analisada.A fim de avaliar as condições de ventilação natural disponível no local, emcada uma das estações do ano, foram coletados dados de ventilação utilizando o


68termo-higro-anemômetro em um ponto interno central de cada ambiente e um pontoexterno à edificação.Por meio de gráficos da ventilação interna e externa verificou-se oaproveitamento da ventilação natural nos ambientes, que segundo Givoni (1992),para níveis aceitáveis de conforto deve ser maior ou igual a 2,0 m/s quando atemperatura atingir até 32ºC.A partir da caracterização destas variáveis torna possível a verificação docomportamento térmico da edificação nos períodos de coleta dentro do clima local.4.2.4.2. Análise estatística dos dados de temperatura do arPara qualquer estudo científico o conhecimento sobre a análise de variânciase torna indispensável, pois é uma ferramenta que pode fornecer uma visão danatureza das variações nos eventos naturais.A análise de variância permite verificar se várias amostras possuem mesmamédia, entretanto, quando detectar médias diferentes pode-se utilizar o Teste deTukey para separá-las em grupos de médias homogêneas, ou seja, médias iguaisestatisticamente. Para melhor precisão o teste exige que todas as médias possuam omesmo número de repetições.O teste de Tukey é um dos testes de comparação de médias mais utilizados,pois permite a comparação de todos os pares de médias entre si e testa assignificâncias das diferenças entre elas.A avaliação estatística foi feita pelo programa SPSS 13.0 (Statistical Packagefor the Social Sciences) com dados de temperaturas de bulbo seco (temperatura doar) dos ambientes estudados nas três estações do ano analisadas.4.2.4.3. Avaliação dos brises soleilsA avaliação dos brises soleils foi realizada através do programa ANALYSISSOL-AR 6.2, desenvolvido pelo LABEEE – Laboratório de Eficiência Energética emEdificações da Universidade Federal de Santa Catarina, que permite a obtenção dacarta solar da latitude especificada. O programa auxilia no projeto de proteçõessolares por meio da visualização gráfica dos ângulos de projeção desejados sobretransferidor de ângulos, que pode ser plotado para qualquer ângulo de orientação.


69Foram analisados os brises soleils da sala de aula e da sala de reunião,utilizou-se a latitude de Cuiabá de 15° 35’ sul.A sala de aula, com ângulo de orientação de 45°, possui dois tipos de brisessoleils fixos: o primeiro de concreto do tipo misto (vertical e horizontal) formadopela própria estrutura da edificação e outro formado por placas horizontais metálicas.A sala de aula possui quatro janelas que foram analisadas separadamente, a fim deverificar o sombreamento proporcionado pelos brises soleils em cada uma dasjanelas. A Figura 40 mostra o detalhe dos brises soleils da sala de aula.FIGURA 40 – Brises soleils da sala de aula


70O brise soleil horizontal de concreto possui ângulo α igual a 70°.A sombra proporcionada pelo brise soleil vertical de concreto na janela 1 (J1)da sala de aula com os valores dos ângulos β1 e β2 são apresentados na Figura 41.FIGURA 41 – Sombra proporcionada pelo brise soleil e ângulos β1 e β2A Figura 42 mostra o sombreamento proporcionado pelo brise soleil verticalde concreto na janela 2 (J2) da sala de aula com os valores dos ângulos β1 e β2.FIGURA 42 – Sombra proporcionada pelo brise soleil e ângulos β1 e β2


71A Figura 43 mostra o sombreamento proporcionado pelo brise soleil verticalde concreto na janela 3 (J3) da sala de aula com os valores dos ângulos β1 e β2.FIGURA 43 – Sombra proporcionada pelo brise soleil e ângulos β1 e β2A Figura 44 mostra o sombreamento proporcionado pelo brise soleil verticalde concreto na janela 4 (J4) da sala de aula com os valores dos ângulos β1 e β2.FIGURA 44 – Sombra proporcionada pelo brise soleil com ângulos β1 e β2


72A sala de reunião, com ângulo de orientação de 225°, possui dois tipos debrises fixos: o primeiro de concreto do tipo misto (vertical e horizontal) formado pelaprópria estrutura da edificação e outro formado por placas verticais metálicas.A sala de reunião possui quatro janelas, a fim de verificar o sombreamentoproporcionado pelos brises soleils em cada uma delas foram analisadasseparadamente, porém a janela 1 (J1) e janela 3 (J3) são iguais, ou seja, possuem osmesmos valores dos ângulos de sombra, assim como a janela 2 (J2) e janela 4 (J4)possuem os mesmos ângulos entre si. A Figura 45 mostra o detalhe dos brises soleilsda sala de reunião.FIGURA 45 – Brises soleils da sala de reunião


73O brise soleil horizontal de concreto possui ângulo α igual a 24°.A sombra proporcionada pelos brises soleils da sala de reunião com osvalores dos ângulos de sombra são apresentados na Figura 46, observa-se que entre oângulo de sombra β1 (34°) e o ângulo β2 (15°) existe um trecho vulnerável comângulo de 16° onde a radiação solar não é barrada pelo brise.FIGURA 46 – Sombra proporcionada pelo brise soleil vertical e ângulosFIGURA 47 – Sombra proporcionada pelo brise soleil vertical e ângulos


74A Figura 47 mostra os valores dos ângulos de sombreamento β1 (13°), β2(37°), β3 (13°) e os ângulos onde há entrada de radiação solar direta, ângulo de 2° eângulo de 8°.Outro fator que influencia na eficiência dos dispositivos de sombreamento é acor e o material. Os brises soleils de ambos ambientes analisados são metálicospintados na cor amarela.4.2.4.4. Avaliação do desempenho térmicoA avaliação do desempenho térmico da edificação tem o objetivo dequantificar as horas de conforto e desconforto que os ambientes analisados estiveramexpostos, sugerindo as estratégias bioclimáticas necessárias para alcançar a condiçãode conforto térmico nos períodos analisados.O método de avaliação do desempenho térmico da edificação é feito atravésda verificação do cumprimento dos limites estabelecidos para as característicastérmicas dos ambientes internos em relação ao externo. Estas características serãorepresentadas pela quantidade de horas de conforto e desconforto nos ambientes (salade aula, sala de reunião e área de convivência), utilizando dados de TBS e URlevantados no período diurno, em cada medição.Utilizou-se a zona de conforto de Givoni (1992) para países emdesenvolvimento com clima quente. Para a definição dos limites dos parâmetrostérmicos dos ambientes analisados, que estabelece a variação de temperatura noverão de 25°C a 29°C, e em umidade alta de 25°C a 26°C, podendo chegar a 32°Ccom ventilação de 2,0 m/s; e no inverno, os limites são de 18°C a 25°C; com relaçãoa umidade, os limites são de 4,0 g/kg a 17,0 g/kg e 80% de umidade relativa.Para plotagem dos dados na carta psicrométrica foi utilizado o programaANALYSIS BIO 2.1, desenvolvido pelo LABEEE – Laboratório de EficiênciaEnergética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC .O programa possibilitou a verificação dos pontos inseridos dentro da zona deconforto, e ainda resultou os relatórios de saídas das cartas psicrométricas para aqualificação dos dados de forma a identificar as horas em conforto e desconforto,assim como as estratégias bioclimáticas requeridas para alcançar a condição deconforto térmico.


754.2.4.5. Avaliação do desempenho lumínicoPara verificar se a iluminação disponível nos ambientes encontra-se dentro dolimites da NBR-5413 (1992) que estabelece valores de 300 Lux para sala de aula,200 lux para sala de reunião e 150 Lux para área de convivência (saguão) foramcoletados dados horários de iluminância nas três estações do ano analisadas, empontos internos e em um ponto externo à edificação.Foram coletados no total 13.860 dados de iluminância, sendo 330 dadosdiários e 4.950 dados por estação do ano, exceto no verão que registrou 3.960 dados,pois o período de medição foi de 12 dias, enquanto que no outono e inverno foi de 15dias cada.Na sala de aula e sala de reunião foram escolhidos nove pontos distribuídosem uma malha para coletar dados de iluminância, na área de convivência foramescolhidos 12 pontos. Já no ambiente externo foi escolhido um ponto próximo aoabrigo termométrico para medição da iluminância externa.As medições foram feitas com intervalos de uma hora utilizando o luxímetrodigital, sendo que na sala de aula e na sala de reunião mediu-se primeiramente ailuminação natural do ambiente e posteriormente mediu-se a iluminação artificialsomada à natural. O posicionamento dos pontos coletados pode ser visto na Figura37, na Figura 38 e na Figura 39, apresentadas anteriormente.Os dados foram apresentados através de médias horárias por estação em cadaum dos ambientes analisados, sendo feito posteriormente a análise através degráficos demonstrativos da disponibilidade de luz nos ambientes.No dia 05 de fevereiro de 2010, no período noturno foi realizada a mediçãoda iluminação artificial sem a contribuição da natural, com base na NBR-5382(1985) para verificação da iluminância de interiores de áreas retangulares nosambientes estudados.O método utilizado resultou em valores de iluminância média com nomáximo 10% de erro sobre os valores que seriam obtidos pela divisão da área totalem áreas de (50 x 50) cm, fazendo-se uma medição em cada área e calculando-se amédia aritmética (NBR-5382, 1985). Para o cálculo da iluminância média de cadaambiente utilizou-se a Equação 3.


76Iluminância Média = R (N -1) (M-1) Q (N-1) T (M-1) PNM (Eq. 3)Onde:R – Média aritmética de R1, R2, R3, R4, R5, R6, R7 e R8;Q – Média aritmética de Q1, Q2, Q3 e Q4;T – Média aritmética de T1, T2, T3 e T4;P – Média aritmética de P1 e P2;N – Número de luminárias por fila;M – Número de filas.O sistema de iluminação da sala de aula é composto por dezesseis lâmpadasfluorescentes T8 de 32W da marca Sylvania – Branco Confort, oito luminárias desobrepor com refletor de alumínio alto brilho, com aletas da marca Lumavi e reatoreseletrônicos com alto fator de potência da marca Tecnolight. A Figura 48 apresenta alocalização das luminárias e os pontos de medição na sala de aula.FIGURA 48 – Pontos de coleta de dados de iluminância na sala de aula no períodonoturno


77O sistema de iluminação da sala de reunião é composto por oito lâmpadasfluorescentes T8 de 32W da marca Sylvania – Branco Confort, quatro luminárias desobrepor com refletor de alumínio alto brilho, com aletas da marca Lumavi e reatoreseletrônicos com alto fator de potência da marca Tecnolight.A Figura 49 apresenta a localização das luminárias e os pontos de medição nasala de reunião.FIGURA 49 – Pontos de coleta de dados de iluminância na sala de reunião noperíodo noturnoO sistema de iluminação da área de convivência é composto por dezoitolâmpadas fluorescentes T8 de 32W da marca Sylvania – Branco Confort , noveluminárias de sobrepor com refletor de alumínio alto brilho, com aletas da marcaLumavi e reatores eletrônicos com alto fator de potência da marca Tecnolight.A Figura 50 apresenta a localização das luminárias e os pontos de medição naárea de convivência.


78FIGURA 50 – Pontos de coleta de dados de iluminância na área de convivência noperíodo noturnoOs sistemas de iluminação dos ambientes analisados são compostos delâmpadas fluorescentes, luminárias com refletor de alumínio de alto brilho e reatoreseletrônicos de alto fator de potência, ou seja, equipamentos mais econômicos eeficientes que favorecem a conservação de energia elétrica.


795. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS5.1. CARACTERIZAÇÃO DO MICROCLIMA EXTERNO EINTERNO DO PERÍODO EM ESTUDONeste item serão analisados os resultados obtidos nos períodos de coletas dedados, caracterizando o microclima externo e o microclima interno da Faculdade deEnfermagem – FAEN.Os dados coletados nos ambientes estudados serão apresentados em umatabela geral com os três períodos de medição. Posteriormente os dados de cadaperíodo de coleta serão apresentados em gráficos.Serão analisados dados de temperaturas, umidade relativa do ar e velocidadedo ar.5.1.1. Dados de temperatura e umidade relativa do ar5.1.1.1. Sala de aulaDurante todo o período de coleta a média global de temperatura de bulbo secointerna (TBS interna) foi de 27,3±2,1 e a TBS externa de 29,9±1,8, ou seja, oambiente interno apresenta-se mais confortável que o externo quanto à temperaturado ar. A temperatura radiante média (TRM) apresentou média global de 27,8±1,9,valor muito próximo da TBS interna.A TBS interna máxima registrada nas três estações analisadas com ambientesem condicionamento artificial de ar foi de 34,20°C (verão), enquanto que a mínimaregistrada foi de 19,7 °C (outono). A TRM máxima registrada foi de 34,6 °C e aTRM mínima registrada foi de 20,2 °C.Porém a TBS máxima registrada no ambiente climatizado artificialmente foide 27,9 °C (inverno), e a mínima de 18,7 °C (verão), vale ressaltar que o aparelho dear condicionado estava sempre programado para 25,0 °C. A TRM máxima registrada


80com o ambiente climatizado artificialmente foi de 30,1 °C e a TRM mínima foi de20,5 °C.A umidade relativa do ar média, durante todo o experimento, foi de 61,6±8,4com a máxima de 84,3% no período do verão a mínima de 36,7% no período doinverno, com o ambiente sem condicionamento artificial de ar. Já com o aparelho dear condicionado ligado a umidade relativa de ar apresentou a máxima de 76,2%(verão) e a mínima de 38,0% (inverno).O comportamento da UR foi descendente, registrando-se os maiores índicesnos primeiros horários do dia, em função da alta umidade do período noturnoA Tabela 2 apresenta as médias estacionais e as médias globais dastemperaturas e umidade relativa do ar na sala de aula.TABELA 2 – Intervalo de confiança da média estacional das temperaturas eumidade relativa do ar na sala de aulaESTAÇAODO ANOVerãoPeríodo de coleta(23/02/10 à 06/03/10OutonoPeríodo de coleta(18/05/10 à 01/06/10InvernoPeríodo de coleta(21/06/10 à 05/07/10TBS interno(°C)TBS externo(°C)UR(%)TRM interno(°C)29,5±1,3 30,4±2,1 69,8±2,2 29,8±1,225,3±0,8 27,9±3,3 62,1±5,6 26,0±1,127,0±1,0 31,5±4,2 53,0±6,9 27,7±1,4Média Global 27,3±2,1 29,9±1,8 61,6±8,4 27,8±1,9Comparando as temperaturas externas com as internas, observa-se que emtodos os períodos estudados a temperatura do ar externa é superior a temperatura doar interna, demonstrando que a sala de aula oferece conforto aos usuários quandocomparada com o ambiente externo.A TBS interna e TRM interna apresentam-se mais elevadas no período decoleta referente à estação do verão, com médias de 29,5±1,3 e 29,8±1,2,respectivamente.No período do verão obteve-se a maior média de umidade relativa do ar, comvalor de 69,8±2,2.


81No período de medição correspondente ao outono a sala de aula apresenta-semais confortável, comparando-a com a sala de reunião e com a área de convivência.Sua média de TBS foi de 25,3±0,8 °C, enquanto que a sala de reunião, a área deconvivência e a área externa apresentaram médias de TBS de 25,7±0,3 °C, 27,2±2,7°C e 27,9±3,3 °C, respectivamente.No período da manhã a fachada nordeste da sala de aula é sombreada pelasárvores presentes próximas da edificação, amenizando a incidência solar direta,porém prejudicando a iluminação natural no interior do ambiente, conforme Figura51 e Figura 52.FIGURA 51– Sombra nafachada nordeste da sala de aula causadapela arborizaçãoFIGURA 52– Interior da sala deaula iluminada naturalmente no períodomatutinoa) Verão – Período de coleta (18/02/10 à 06/03/10)Observa-se que para a coleta de dados referente à estação do verão, a médiade TBS interna foi de 29,5±1,3 °C e a externa de 30,4±2,1 °C, o que demonstra que asala de aula apresenta-se mais confortável que o ambiente externo quanto àtemperatura do ar. A TRM (temperatura radiante média) no interior da sala de aulaapresentou média de 29,8±1,2 °C, valor próximo ao TBS interna.A TBS interna máxima registrada neste período com ambiente semcondicionamento artificial de ar foi de 34,2 °C, enquanto que a mínima registrada foide 27,3 °C. A TRM máxima registrada foi de 34,6 °C e a TRM mínima registrada foide 26,7 °C.Porém a TBS máxima registrada no ambiente climatizado artificialmente foide 26,3 °C, e a mínima de 18,7 °C, vale ressaltar que o aparelho de ar condicionado


82estava sempre programado para 25,0 °C. A TRM máxima registrada com o ambienteclimatizado artificialmente foi de 26,9 °C e a TRM mínima foi de 21,4 °C.Quanto a TBS externa a máxima registrada neste período foi de 36,5 °C,enquanto que a mínima registrada foi de 24°C.A umidade relativa do ar apresentou uma média para o período de 69,8±2,2%,com a máxima de 84,3% e a mínima de 53,0%, com o ambiente semcondicionamento artificial de ar. Já com o aparelho de ar condicionado ligado aumidade relativa de ar apresentou a máxima de 76,2% e a mínima de 51,1%.Serão apresentadas na Figura 53 as médias horárias de TBS interna e externa(temperatura de bulbo seco no interior da sala de aula e na área externa daedificação), a TRM (temperatura radiante interna) e UR (umidade relativa do arinterna), para o período de medições correspondente à estação do verão.TEMPERATURAS (°C)40383634323028262422209085807570656055504540353007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30UR (%)HORASTBS INTERNA TBS EXTERNA TR INTERNA UR INTERNAFIGURA 53 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar na sala deaula no período de coleta de dados correspondente a estação do verãoObserva-se no gráfico que as médias de TRM interna são muito próximas dasmédias de TBS interna e TBS externa. A UR apresenta pouca variação ao longo dodia.


83Quanto às ocorrências climáticas registradas no período de 12 dias de coletade dados referentes à estação do verão, observa-se que houve precipitações em setedias. Neste período os dias apresentaram-se nublados ou parcialmente nublados namaioria das horas do dia. Porém houve dias com céu limpo e sol intenso.b) Outono – Período de coleta (18/05/10 à 01/06/10)Ao contrário da estação do verão observa-se que dentre os ambientesmonitorados da edificação a sala de aula apresenta-se como o ambiente maisconfortável comparando-a com a sala de reunião e com a área de convivência.Observa-se que para a coleta de dados referente à estação do outono, a médiade TBS interna foi de 25,3±0,8 °C e a externa de 27,9±3,3 °C, o que demonstra que asala de aula se apresenta mais confortável que o ambiente externo quanto àtemperatura do ar. A TRM (temperatura radiante média) no interior da sala de aulaapresentou média de 26,0±1,1 °C, valor próximo a TBS interna.A TBS interna máxima registrada neste período com ambiente semcondicionamento artificial de ar foi de 30,1 °C, enquanto que a mínima registrada foide 19,7 °C. A TRM máxima registrada foi de 30,6 °C e a TRM mínima registrada foide 20,2 °C.Porém a TBS máxima registrada no ambiente climatizado artificialmente foide 27,3 °C, e a mínima de 22,0 °C, vale ressaltar que o aparelho de ar condicionadoestava sempre programado para 25,0 °C. A TRM máxima registrada com o ambienteclimatizado artificialmente foi de 30,1 °C e a TRM mínima foi de 20,5 °C.Quanto a TBS externa a máxima registrada foi de 37,0°C, enquanto que amínima registrada foi de 17,0 °C.A umidade relativa do ar apresentou uma média para o período de 62,1±5,6%,com a máxima de 79,2% e a mínima de 48,2%, com o ambiente semcondicionamento artificial de ar. Já com o aparelho de ar condicionado ligado aumidade relativa de ar apresentou a máxima de 69,3% e a mínima de 44,0%.Serão apresentadas na Figura 54 as médias horárias de TBS interna e externa(temperatura de bulbo seco no interior da sala de aula e na área externa daedificação), a TRM (temperatura radiante interna) e UR (umidade relativa do arinterna), para o período de medições correspondente à estação do outono.


84403836343230282624222007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30TEMPERATURAS (°C)90858075706560555045403530UR (%)HORASTBS INTERNA TBS EXTERNA TR INTERNA UR INTERNAFIGURA 54 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar na sala deaula no período de coleta de dados correspondente a estação do outonoObserva-se no gráfico que as médias de TRM interna são semelhantes àsmédias de TBS interna ao longo do dia.A partir das 10h e 30min até as 16h e 30min percebe-se a diferença entreTRM interna e a TBS interna que ocorre devido à maior intensidade da radiaçãoincidente neste período, desta forma a cobertura absorve parte desta radiaçãoelevando sua temperatura a um valor maior que os valores encontrados natemperatura do ar. A cobertura passa a irradiar calor para os demais corpos daedificação, por isso a TRM interna é maior do que a TBS interna.Porém as médias de TBS externa são maiores que as médias de TBS internaem todas as horas do dia, exceto nas duas primeiras horas de medição.Quanto às ocorrências climáticas, observou-se no período de 15 dias de coletade dados referentes a estação do outono não houve precipitações. Os diasapresentaram-se com céu claro ou com poucas nuvens na maioria das horas do dia.Porém houve dias nublados ou parcialmente nublados devido à chegada de umafrente fria, que ocasionou queda de temperatura no dias 18, 19, 31 de maio e 01 dejunho. Nos outros dias registraram-se baixas temperaturas apenas nas primeiras horasda manhã.


85c) Inverno – Período de coleta (21/06/10 à 05/07/10)Observa-se que para a coleta de dados referente à estação do inverno, a médiade TBS interna foi de 27,0±1,0 °C e a externa de 31,5±4,2 °C, o que demonstra que asala de aula se apresenta mais confortável que o ambiente externo quanto àtemperatura do ar. A TRM (temperatura radiante média) no interior da sala de aulaapresentou média de 27,7±1,4 °C, valor próximo ao TBS interna.A TBS interna máxima registrada neste período com ambiente semcondicionamento artificial de ar foi de 30,9 °C, enquanto que a mínima registrada foide 21,9 °C. A TRM máxima registrada foi de 31,5 °C e a TRM mínima registrada foide 22,9 °C.Porém a TBS máxima registrada no ambiente climatizado artificialmente foide 27,9 °C, e a mínima de 21,1 °C, vale ressaltar que o aparelho de ar condicionadoestava sempre programado para 18,0 °C neste período de coleta. A TRM máximaregistrada com o ambiente climatizado artificialmente foi de 28,0 °C e a TRMmínima foi de 23,5 °C.Quanto a TBS externa a máxima registrada foi de 38,0 °C, enquanto que amínima registrada foi de 18,0°C.A umidade relativa do ar apresentou uma média para o período de 53,0±6,9%,com a máxima de 80,2% e a mínima de 36,7%, com o ambiente semcondicionamento artificial de ar. Já com o aparelho de ar condicionado ligado aumidade relativa de ar apresentou a máxima de 54,8% e a mínima de 38,0%.Serão apresentadas na Figura 55 as médias horárias de TBS interna e externa(temperatura de bulbo seco no interior da sala de aula e na área externa daedificação), a TRM (temperatura radiante média interna) e UR (umidade relativa doar interna), para o período de medições correspondente à estação do inverno.


86403836343230282624222007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30TEMPERATURAS (°C)90858075706560555045403530UR (%)HORASTBS INTERNA TBS EXTERNA TR INTERNA UR INTERNAFIGURA 55 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar na sala deaula no período de coleta de dados correspondente a estação do invernoObserva-se no gráfico que as médias de TRM interna são maiores que asmédias de TBS interna, apenas nas três primeiras horas de medição verifica-se que asmédias de temperaturas possuem valores muito próximos.Essa diferença entre TRM e a TBS ocorre devido à maior intensidade daradiação incidente no período das 10h e 30min ás 16h e 30min. A cobertura absorveparte desta radiação elevando sua temperatura a um valor maior que os valoresencontrados na temperatura do ar. A cobertura passa a irradiar calor para os demaiscorpos da edificação, por isso a TRM é maior do que a TBS, à medida que reduz-se aincidência solar reduz-se a diferença encontrada entre a temperatura radiante médiae a temperatura do ar.Porém as médias de TBS externa são maiores que as médias de TBS internaem todas as horas do dia, exceto na primeira hora de medição.Neste período de 15 dias de coleta de dados referentes à estação do invernonão houve precipitações, pelo contrário, registrou-se os menores valores de umidaderelativa do ar devido a estiagem. A maioria das horas do dia apresentou-se com céulimpo ou com poucas nuvens, apenas no dia 29 de junho registrou-se céu nublado,devido à queda de temperatura com média diária de 22,4 °C.


875.1.1.2. Sala de reuniãoObserva-se na Tabela 3 que para os períodos de coletas de dados das trêsestações do ano a média global de TBS interna foi de 26,3±1,1 e a externa de29,9±1,8, ou seja, o ambiente interno apresenta-se mais confortável que o externoquanto a temperatura do ar. A TRM apresentou média global de 26,7±1,1, valormuito próximo da TBS interna.A TBS interna máxima registrada em todos os períodos com ambiente semcondicionamento artificial de ar foi de 31,2 °C (verão), enquanto que a mínimaregistrada foi de 21,1 °C (outono). A TRM máxima registrada foi de 30,5 °C(outono) e a TRM mínima registrada foi de 22,2 °C (outono).Porém a TBS máxima registrada no ambiente climatizado artificialmente foide 30,2 °C (verão), e a mínima de 14,4 °C (inverno). A TRM máxima registrada como ambiente climatizado artificialmente foi de 28,9 °C (inverno) e a TRM mínima foide 17,0 °C (inverno).A umidade relativa do ar apresentou uma média global de 62,80±6,1 com amáxima de 78,6 % no período do verão a mínima de 38,7 % no período do outono,com o ambiente sem condicionamento artificial de ar. Já com o aparelho de arcondicionado ligado a umidade relativa de ar apresentou a máxima de 78,7 % (verão)e a mínima de 43,7% (inverno).O comportamento da UR foi descendente, registrando-se os maiores índicesnos primeiros horários do dia, em função da alta umidade do período noturnoTABELA 3 – Intervalo de confiança da média estacional das temperaturas eumidade relativa do ar na sala de reuniãoESTAÇAODO ANOVerãoPeríodo de coleta(23/02/10 à 06/03/10OutonoPeríodo de coleta(18/05/10 à 01/06/10InvernoPeríodo de coleta(21/06/10 à 05/07/10TBS interno(°C)TBS externo(°C)UR(%)TRM interno(°C)27,6±0,6 30,4±2,1 69,0±2,1 28,0±0,625,7±0,4 27,9±3,3 62,6±1,7 26,1±0,525,6±0,5 31,5±4,2 56,9±2,6 26,0±0,4Média Global 26,3±1,1 29,9±1,8 62,8±6,1 26,7±1,1


88Comparando as temperaturas externas com as internas, observa-se que emtodos os períodos estudados a temperatura do ar externa é superior a temperatura doar interna, demonstrando que a sala de reunião oferece conforto aos usuários quandocomparada com o ambiente externo.A TBS interna e TRM interna apresentam-se mais elevadas no período decoleta referente à estação do verão, com médias de 27,6±0,6 e 28,0±0,6,respectivamente.No período do verão obteve-se a maior média de umidade relativa do ar, comvalor de 69,0±2,1.Verificou-se que dentre os ambientes monitorados da edificação a sala dereunião apresenta-se como o ambiente mais confortável no período do verão einverno, comparando-a com a sala de aula e com a área de convivência. Isso se devenão somente pela sua orientação sudoeste, mas também devido aos materiaisempregados no ambiente.A sala de reunião possui forro em laje de concreto e cobertura em telha defibrocimento, ou seja, o material do teto possui maior inércia térmica comparadocom os materiais do teto dos outros ambientes analisados.Assim, a sala de aula, que possui forro de gesso acartonado e cobertura emtelha de fibrocimento e a área de convivência que não possui forro e sua cobertura éem telha metálica possuem os elementos do teto mais leves, isto é, com menorinércia térmica.No verão a sala de reunião apresentou uma média de TBS de 27,6±0,6 °C,enquanto que a sala de aula, a área de convivência e a área externa apresentarammédias de TBS de 29,5±1,2 °C, 30,8±1,7 °C e 30,74±2,1 °C, respectivamente.No inverno a sala de reunião obteve uma média de TBS de 25,6±0,5 °C,enquanto que a sala de aula, a área de convivência e a área externa apresentarammédias de TBS de 27,0±1,0 °C, 30,6±3,4 °C e 31,5±4,2 °C, respectivamente.a) Verão – Período de coleta (18/02/10 à 06/03/10)Observa-se que para a coleta de dados referente à estação do verão, a médiade TBS interna foi de 27,6±0,6 °C e a externa de 30,4±2,1 °C, o que demonstra que asala de reunião se apresenta mais confortável que o ambiente externo quanto à


89temperatura do ar. A TRM (temperatura radiante média) no interior da sala dereunião apresentou média global de 28,0±0,6 °C, valor próximo ao TBS interna.A TBS interna máxima registrada neste período com aparelho de arcondicionado desligado foi de 31,2 °C, enquanto que a mínima registrada foi de 26,6°C. A TRM máxima registrada foi de 29,7 °C e a TRM mínima registrada foi de 26,3°C.Porém a TBS máxima registrada no ambiente climatizado artificialmente foide 30,2 °C, e a mínima de 20,0 °C, vale ressaltar que o aparelho de ar condicionadoestava sempre programado para 23,0 °C. A TRM máxima registrada com o ambienteclimatizado artificialmente foi de 27,6 °C e a TRM mínima foi de 23,0 °C.Quanto a TBS externa a máxima registrada foi de 36,5 °C, enquanto que amínima registrada foi de 24,0°C.A umidade relativa do ar apresentou uma média para o período de 69,0±2,1%,com a máxima de 78,6% e a mínima de 59,6%, com o ambiente semcondicionamento artificial de ar. Já com o aparelho de ar condicionado ligado aumidade relativa apresentou a máxima de 78,7% e a mínima de 49,6%.A Figura 56 apresenta as médias horárias de TBS interna e externa, a TRM eUR, para o período de medições correspondente à estação do verão.TEMPERATURAS (°C)40383634323028262422209085807570656055504540353007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:30UR (%)16:3017:30HORASTBS INTERNA TBS EXTERNA TR INTERNA UR INTERNAFIGURA 56 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar na sala dereunião no período de coleta de dados correspondente a estação do verão


90Observa-se no gráfico que as médias de TRM são muito próximas das médiasde TBS interna, porém as médias de TBS externa são maiores que as médias de TBSinterna na maioria das horas do dia, exceto na primeira hora de medição. Essadiferença de temperatura ocorre devido à maior inércia térmica proporcionada pelalaje de forro, que dificulta a entrada de calor pela cobertura do ambiente.b) Outono – Período de coleta (18/05/10 à 01/06/10)Observa-se que para a coleta de dados referente à estação do outono, a médiaglobal de TBS interna foi de 25,7±0,4 °C e a externa de 27,9±3,3 °C, o quedemonstra que a sala de reunião se apresenta mais confortável que o ambienteexterno quanto à temperatura do ar. A TRM (temperatura radiante média) no interiorda sala de reunião apresentou média global de 26,1±0,5 °C, valor próximo ao TBSinterna.A TBS interna máxima registrada neste período com aparelho de arcondicionado desligado foi de 28,9°C, enquanto que a mínima registrada foi de21,1°C. A TRM máxima registrada foi de 30,5°C e a TRM mínima registrada foi de22,2 °C.Porém a TBS máxima registrada no ambiente climatizado artificialmente foide 28,7 °C, e a mínima de 18,0 °C, vale ressaltar que o aparelho de ar condicionadoestava sempre programado para 23,0 °C. A TRM máxima registrada com o ambienteclimatizado artificialmente foi de 28,3 °C e a TRM mínima foi de 20,8 °C.Quanto a TBS externa a máxima registrada foi de 37,0 °C, enquanto que amínima registrada foi de 27,0 °C.A umidade relativa do ar apresentou uma média para o período de 62,6±1,7%,com a máxima de 70,9% e a mínima de 38,7%, com o ambiente semcondicionamento artificial de ar. Já com o aparelho de ar condicionado ligado aumidade relativa apresentou a máxima de 68,9% e a mínima de 55,6%.A Figura 57 apresenta as médias horárias de TBS interna e externa(temperatura de bulbo seco no interior da sala de reunião e na área externa daedificação), a TRM (temperatura radiante interna) e UR (umidade relativa do arinterna), para o período de medições correspondente à estação do outono.


91403836343230282624222007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30TEMPERATURAS (°C)90858075706560555045403530UR (%)HORASTBS INTERNA TBS EXTERNA TR INTERNA UR INTERNAFIGURA 57 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar na sala dereunião no período de coleta de dados correspondente a estação do outonoObserva-se no gráfico que as médias de TRM são muito próximas das médiasde TBS interna, porém as médias de TBS externa são maiores que as médias de TBSinterna na maioria das horas do dia, exceto nas duas primeiras horas de medição.Essa diferença de temperatura ocorre devido à maior inércia térmica proporcionadapela laje de forro, que dificulta a entrada de calor pela cobertura do ambiente.Percebe-se ainda que, as médias de UR apresentam baixa variação ao longodo dia.c) Inverno – Período de coleta (21/06/10 à 05/07/10)Observa-se que para a coleta de dados referente à estação do inverno, a médiaglobal de TBS interna foi de 25,6±0,5 °C e a externa de 31,5±4,2 °C, o quedemonstra que a sala de reunião se apresenta mais confortável que o ambienteexterno quanto à temperatura do ar. A TRM (temperatura radiante média) no interiorda sala de reunião apresentou média global de 26,0±0,4 °C, valor próximo ao TBSinterna.A TBS interna máxima registrada neste período com aparelho de arcondicionado desligado foi de 28,6°C, enquanto que a mínima registrada foi de 22,7


92°C. A TRM máxima registrada foi de 29,05°C e a TRM mínima registrada foi de23,6 °C.Porém a TBS máxima registrada no ambiente climatizado artificialmente foide 28,3 °C, e a mínima de 14,4 °C, vale ressaltar que o aparelho de ar condicionadoestava sempre programado para 23,0 °C. A TRM máxima registrada com o ambienteclimatizado artificialmente foi de 28,9 °C e a TRM mínima foi de 17,3 °C.Quanto a TBS externa a máxima registrada foi de 38,0 °C, enquanto que amínima registrada foi de 18,0 °C.A umidade relativa do ar apresentou uma média para o período de 56,9±2,6%,com a máxima de 69,0% e a mínima de 45,1%, com o ambiente semcondicionamento artificial de ar. Já com o aparelho de ar condicionado ligado aumidade relativa apresentou a máxima de 71,1% e a mínima de 43,7%.Serão apresentadas na Figura 58 as médias horárias de TBS interna e externa(temperatura de bulbo seco no interior da sala de reunião e na área externa daedificação), a TRM (temperatura radiante interna) e UR (umidade relativa do arinterna), para o período de medições correspondente à estação do inverno.TEMPERATURAS (°C)40383634323028262422209085807570656055504540353007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:30UR (%)16:3017:30HORASTBS INTERNA TBS EXTERNA TR INTERNA UR INTERNAFIGURA 58 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar na sala dereunião no período de coleta de dados correspondente a estação do inverno


93Observa-se no gráfico que as médias de TRM interna são muito próximas dasmédias de TBS interna, porém as médias de TBS externa são maiores que as médiasde TBS interna na maioria das horas do dia, exceto na primeira hora de medição.Essa diferença de temperatura ocorre devido à maior inércia térmica proporcionadapela laje de forro, que dificulta a entrada de calor pela cobertura do ambiente.5.1.1.3. Área de convivênciaObserva-se que para os períodos de coletas de dados de todas as medições amédia global de TBS interna foi de 29,5±2,0 e a externa de 29,9±1,8, ou seja, oambiente interno apresenta-se pouco mais confortável que o externo quanto àtemperatura do ar, porém com valores muito próximos. A TRM apresentou médiaglobal de 31,3±2,0.A TBS interna máxima registrada em todos os períodos de coleta de dados foide 36,2 °C (verão), enquanto que a mínima registrada foi de 16,8 °C (outono). ATRM máxima registrada foi de 43,9 °C (inverno) e a TRM mínima registrada foi de18,3 °C (outono).A umidade relativa do ar apresentou uma média global de 56,8±11,9 com amáxima de 94,4% no período do outono e a mínima de 22,8% no período do inverno.O comportamento da UR foi descendente, registrando-se os maiores índices nosprimeiros horários do dia, em função da alta umidade do período noturnoTABELA 4– Intervalo de confiança da média estacional das temperaturas e umidaderelativa do ar na área de convivênciaESTAÇÃO DOANOVerãoPeríodo de coleta(23/02/10 à 06/03/10OutonoPeríodo de coleta(18/05/10 à 01/06/10InvernoPeríodo de coleta(21/06/10 à 05/07/10TBS interno(°C)TBS externo(°C)UR(%)TRM interno(°C)30,8±1,7 30,4±2,1 67,5±5,8 32,6±1,827,2±2,7 27,9±3,3 59,0±9,6 29,0±2,530,6±3,4 31,5±4,2 43,9±12,3 32,3±3,4Média Global 29,5±2,0 29,9±1,8 56,8±11,9 31,3±2,0


94Comparando as médias de temperaturas externas com as internas, observa-seque, em todos os períodos estudados a TBS externa é superior a TBS interna, porémos valores são próximos, sendo que no verão ocorre o contrário, a média de TBSinterna é maior que a média de TBS externa, demonstrando que a área deconvivência não oferece conforto aos usuários quando comparada com o ambienteexterno.A TBS interna e TRM interna apresentam-se mais elevadas no período decoleta referente à estação do verão, com médias de 30,8±1,7 e 32,6±1,8,respectivamente.No período do verão obteve-se a maior média de umidade relativa do ar, comvalor de 67,5±5,8.A área de convivência que apesar de estar localizada na fachada sudeste,orientação favorável em relação ao sol, e possuir altura de pé direito significativo,apresenta muitas vezes valores de temperatura do ar superiores as da área externa.Isto ocorre devido à baixa inércia térmica proporcionada pela cobertura emtelha metálica, a ausência de forro e principalmente pelo fato das esquadrias altascom vidro fixo transparente estarem desprotegidas da incidência solar direta.Conseqüentemente ocorre o chamado efeito estufa, e o superaquecimento doambiente desfavorece o uso do espaço de convívio pelos usuários.a) Verão – Período de coleta (18/02/10 à 06/03/10)Observa-se que para a coleta de dados referente à estação do verão, a médiaglobal de TBS interna foi de 30,8±1,7 °C e a externa de 30,4±2,1 °C, o quedemonstra que a área de convivência se apresenta menos confortável que o ambienteexterno quanto à temperatura do ar na maioria das horas, apesar da proximidade dasmédias. Em alguns períodos do dia foram registrados valores maiores de TBS internaque TBS externa. A TRM (temperatura radiante média) no interior da área deconvivência apresentou média global de 32,6±1,8 °C, valor próximo ao TBS interna.A TBS interna máxima registrada neste período foi de 36,2 °C, enquanto quea mínima registrada foi de 24,0 °C. A TRM máxima registrada foi de 38,8 °C e aTRM mínima registrada foi de 24,8 °C.


95Quanto a TBS externa a máxima registrada foi de 36,5°C, enquanto que amínima registrada foi de 24,0 °C.A umidade relativa do ar apresentou uma média para o período de 67,5±5,8%,com a máxima de 90,8% e a mínima de 44,2%, com o ambiente semcondicionamento artificial de ar.Serão apresentadas na Figura 59 as médias horárias de TBS interna e externa(temperatura de bulbo seco no interior da área de convivência e na área externa daedificação), a TRM (temperatura radiante interna) e UR (umidade relativa do arinterna), para o período de medições correspondente à estação do verão.403836343230282624222007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30TEMPERATURAS (°C)90858075706560555045403530UR (%)HORASTBS INTERNA TBS EXTERNA TR INTERNA UR INTERNAFIGURA 59 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar na área deconvivência no período de coleta de dados correspondente a estação do verãoObserva-se que os valores das médias de TBS interna são maiores que as deTBS externa nas primeiras horas de medição, somente após as 12h e 30min estastemperaturas se igualam. Desta forma percebe-se que o ambiente não oferececonforto térmico aos usuários. A UR tem comportamento descendente ao longo dodia, com maiores índices nas primeiras horas da manhã.Percebe-se ainda que, as médias de TRM interna são maiores que as médiasde TBS interna e externa em todas as horas de medição, isso ocorre devido àcobertura metálica, que devido à baixa inércia térmica absorve parte da radiaçãosolar elevando a TRM interna.


96b) Outono – Período de coleta (18/05/10 à 01/06/10)Observa-se que para a coleta de dados referente à estação do outono, a médiade TBS interna foi de 27,2±2,7 °C e a externa de 27,9±3,3 °C, o que demonstra que aárea de convivência se apresenta mais confortável que o ambiente externo quanto àtemperatura do ar na maioria das horas, porém, em alguns períodos do dia ocorre ocontrário, ou seja, a TBS interna é maior que a TBS externa. A TRM (temperaturaradiante média) no interior da área de convivência apresentou média global de29,0±2,5 °C, valor próximo ao TBS interna.A TBS interna máxima registrada neste período foi de 35,4°C, enquanto que amínima registrada foi de 16,8 °C. A TRM máxima registrada foi de 39,5 °C e a TRMmínima registrada foi de 18,3 °C.Quanto a TBS externa a máxima registrada foi de 37,0 °C, enquanto que amínima registrada foi de 17,0 °C.A umidade relativa do ar apresentou uma média para o período de 59,0±9,6%,com a máxima de 94,4% e a mínima de 28,0%.Serão apresentadas na Figura 60 as médias horárias de TBS interna e externa(temperatura de bulbo seco no interior da área de convivência e na área externa daedificação), a TRM (temperatura radiante interna) e UR (umidade relativa do arinterna), para o período de medições correspondente à estação do outono.TEMPERATURAS (°C)40383634323028262422209085807570656055504540353007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:30UR (%)16:3017:30HORASTBS INTERNA TBS EXTERNA TR INTERNA UR INTERNAFIGURA 60 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar na área deconvivência no período de coleta de dados correspondente a estação do outono


97Verifica-se que neste período de coleta de dados os valores das médias deTBS interna são muito semelhantes às médias de TBS externa no período das 07h e30min às 09h e 30min, porém a partir das 10h e 30min os valores de TBS externa sãosuperiores a TBS interna, apesar de serem muito próximos.No entanto, as médias de TRM interna são maiores que as médias de TBSinterna e externa na maioria das horas de medição, exceto das 16h e 30min às 17h e30min quando as médias de TBS interna e TRM interna se igualam devido à reduçãoda radiação solar.Porém comparando as médias de TBS externa com as médias de TRM internapercebe-se que, as primeiras são superiores na maioria das horas do dia, apenas apartir das 14h e 30min às 17h e 30min estas temperaturas se igualam.c) Inverno – Período de coleta (21/06/10 à 05/07/10)Observa-se que para a coleta de dados referente à estação do inverno, a médiade TBS interna foi de 30,6±3,4 °C e a externa de 31,5±4,2 °C, o que demonstra que aárea de convivência se apresenta mais confortável que o ambiente. A TRM(temperatura radiante média) no interior da área de convivência apresentou média de32,3±3,4 °C, valor próximo ao TBS interna.A TBS interna máxima registrada neste período foi de 36,10°C, enquanto quea mínima registrada foi de 18,9 °C. A TRM máxima registrada foi de 43,9 °C e aTRM mínima registrada foi de 19,9 °C.Quanto a TBS externa a máxima registrada foi de 38,0 °C, enquanto que amínima registrada foi de 18,0 °C.A umidade relativa do ar apresentou uma média para o período de43,9±12,3%, com a máxima de 86,0% e a mínima de 22,8%.Serão apresentadas na Figura 61 as médias horárias de TBS interna e externa(temperatura de bulbo seco no interior da área de convivência e na área externa daedificação), a TRM (temperatura radiante interna) e UR (umidade relativa do arinterna), para o período de medições correspondente à estação do inverno.


98403836343230282624222007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30TEMPERATURAS (°C)90858075706560555045403530UR (%)HORASTBS INTERNA TBS EXTERNA TR INTERNA UR INTERNAFIGURA 61 – Médias horárias das temperaturas e umidade relativa do ar na área deconvivência no período de coleta de dados correspondente a estação do invernoVerifica-se que nesta estação, assim como no outono, os valores das médiasde TBS interna são muito semelhantes às medias de TBS externa no período das 07he 30min às 9h e 30min. Porém a partir das 10h e 30min os valores de TBS externa seelevam e superam a TBS interna. A UR tem comportamento descendente ao longodo dia, com os maiores índices nas primeiras horas de medição.No entanto, as médias de TRM são maiores que as médias de TBS interna namaioria das horas de medição, exceto das 16h e 30min às 17h e 30min quando estastemperaturas se igualam devido à redução da radiação solar.Apesar da área de convivência estar localizada na fachada sudeste e possuiraltura de pé direito significativa, sua cobertura em telha metálica, a ausência de forroe principalmente a falta de proteção solar nas esquadrias altas com vidros fixostransparentes são fatores determinantes para o superaquecimento do ambiente.Verificou-se que dentre os ambientes monitorados da edificação a sala dereunião apresenta-se como o ambiente mais confortável no período do verão einverno, comparando-a com a sala de aula e com a área de convivência. Já no outonoa sala de aula apresenta médias de temperaturas mais amenas dentre os ambientesanalisados.


99Analisando os três ambientes monitorados na pesquisa constata-se que a salade reunião apresenta-se mais confortável termicamente em relação ao ambienteexterno. A razão da sala de reunião apresentar menores valores de temperaturasinternas se deve não somente pela sua orientação sudoeste, e pela presença de brisessoleils, mas principalmente devido aos materiais empregados na sua envoltória.Desta forma, percebe-se que o material da cobertura deste ambiente reduz edificulta a entrada do calor para o interior do recinto, ou seja, o forro em laje deconcreto proporciona maior inércia térmica que o forro de gesso acartonado na salade aula e a ausência de forro na área de convivência.Di Perna et al. (2010) demonstra experimentalmente e analiticamente em seusestudos a importância da inércia térmica no interior do envelope para o conforto deambientes com elevadas cargas internas devido à presença das pessoas,equipamentos e ganhos solares.Conforme Duarte (1995), o tipo de cobertura mais adequado para a região sãoas telhas de barro com forro em laje. As telhas de fibrocimento, seguidas pelas telhasde aço, são as que menos se adaptam ao clima local, aquecem-se e resfriam-serapidamente, provocando grandes variações da temperatura interna, o que as tornamenos vantajosas.A área de convivência, que apresentou maiores valores de TBS interna emrelação aos outros ambientes, possui cobertura em telha metálica, tipo de materialque menos se adapta às condições climáticas de Cuiabá.Os três ambientes analisados possuem paredes em alvenaria de tijolos furadosque não favorecem o desempenho da envoltória, ou seja, são paredes leves que nãodificultam a entrada do calor por condução para o interior do ambiente.A alvenaria de tijolos maciços funcionam melhor como barreira para apassagem do calor do meio externo para o interno, pois proporciona maior atrasotérmico e maior amortecimento.(DUARTE, 1995).5.1.2. Análise estatística dos dados de temperatura do arPor meio da análise da variância encontrou-se o grau de significância docomportamento das estações do ano, dos ambientes analisados e do cruzamento daestação do ano e ambientes analisados tendo como variável dependente a temperatura


100do ar. O teste de Tukey possibilitou a comparação das médias diferentes e separaçãopor grupos de médias homogêneas, ou seja, médias iguais estatisticamente.Foram comparadas as médias de temperatura do ar dos ambientes analisados(sala de aula, sala de reunião, área de convivência e área externa) por estação do anoanalisada (verão, outono e inverno). Posteriormente comparou-se as médias detemperatura do ar das estações do ano analisada por ambiente.5.1.2.1. VerãoAnalisando o comportamento dos ambientes estudados na estação do verãoobserva-se a existência de pelo menos uma média diferente, ou seja, há diferençasignificativa entre as médias de temperatura dos ambientes, conforme Quadro 3.Tratamentos(entre)Resíduos(dentro)TotalQUADRO 3 – Análise de variância de temperatura do ar no do verãoSoma dosquadradosGraus deliberdadeQuadradosMédios64,813 3 21,60488,305 40 2,208153,119 43EstatísticaF calcSig.9,786 ,000Verificou-se que a sala de aula, a área externa e a área de convivência nãoapresentam diferença entre si, com grau de significância de ,253, demonstrando queos três ambientes se comportam de forma semelhante quanto a temperatura do ar.O teste de Tukey mostra no Quadro 4 que existem dois grupos de médiashomogêneas, ou seja, sala de reunião forma o grupo 1, apresentando diferençasignificativa do grupo 2 formado pela sala de aula, área externa e área deconvivência.


101QUADRO 4 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar no verãoAMBIENTE N GRUPOS α = ,051 2Sala de reunião 11 27,6Sala de aula 11 29,5Área externa 11 30,4Área de convivência 11 30,7Sig. 1,000 0,253*α,05→Não há diferença significativa5.1.2.2. OutonoAssim como no verão a estação do outono apresentou a existência de médiasdiferentes de temperatura do ar nos ambientes. O Quadro 5 apresenta a análise devariância.Tratamentos(entre)Resíduos(dentro)TotalQUADRO 5 – Análise de variância de temperatura do ar no outonoSoma dosquadradosGraus deliberdadeQuadradosMédios49,715 3 16,572191,927 40 4,798241,642 43EstatísticaF calcSig.3,454 ,025Por meio do teste de Tukey (Quadro 6) percebe-se que a sala de aula, a salade reunião e a área de convivência não apresentam diferença significativa de médiasde temperatura do ar, formando o grupo 1 de médias homogêneas, com grau designificância de ,200 entre si, demonstrando que os três ambientes se comportam deforma semelhante na estação do outono. Da mesma forma que a sala de reunião, aárea de convivência e a área externa possuem médias homogêneas de temperatura doar com grau de significância igual a ,097 entre si.Porém a sala de aula e a área externa são estatisticamente diferentes com graude significância igual a ,042, pertencendo a grupos diferentes.


102QUADRO 6 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar no outonoAMBIENTE N GRUPOS α = ,051 2Sala de aula 11 25,3Sala de reunião 11 25,7 25,7Área de convivência 11 27,2 27,2Área externa 11 27,9Sig. ,200 ,097*α,05→Não há diferença significativa5.1.2.3. InvernoO Quadro 7 mostra que na estação do inverno houve médias diferentes detemperatura do ar entre os ambientes estudados, ou seja, há diferença significativaentre as médias de temperatura dos ambientes.Tratamentos(entre)Resíduos(dentro)TotalQUADRO 7 – Análise de variância de temperatura do ar no invernoSoma dosquadradosGraus deliberdadeQuadradosMédios266,506 3 88,835305,009 40 7,625571,515 43EstatísticaF calcSig.11,650 ,000O teste de Tukey mostra a existência de dois grupos de médias homogêneasde temperatura do ar, onde a sala de reunião e a sala de aula formam o grupo 1 comgrau de significância igual a ,613 entre si, pode-se afirmar que estes dois ambientesapresentam comportamento semelhante quanto ao conforto térmico. Enquanto que aárea externa e a área de convivência formam o grupo 2 com grau de significância de,834 entre si, conforme Quadro 8.


103QUADRO 8 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar no invernoAMBIENTE N GRUPOS α = ,051 2Sala de reunião 11 25,6Sala de aula 11 27,0Área externa 11 30,6Área de convivência 11 31,5Sig. ,613 ,834*α,05→Não há diferença significativa5.1.2.4. Sala de aulaAnalisando a sala de aula nas três estações do ano estudadas, observa-se quehá médias de temperatura do ar diferentes conforme Quadro 9.Portanto há diferenças significativas entre os comportamentos do ambienteanalisado nas estações do ano, podendo-se afirmar que o comportamento datemperatura do ar variou de acordo com a estação do ano.QUADRO 9 – Análise de variância de temperatura do ar na sala de aulaTratamentos(entre)Resíduos(dentro)TotalSoma dosquadradosGraus deliberdadeQuadradosMédios97,464 2 48,73232,811 30 1,094130,275 32EstatísticaF calcSig.44,557 ,000O Quadro 10 mostra que houve diferenças entre as médias em todas asestações do ano, ou seja, não houve médias homogêneas, em cada estação do ano oambiente se comportou de forma diferente. O teste de Tukey separou as médias emtrês grupos diferentes.


104QUADRO 10 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar na sala de aulaESTAÇÃO DO ANO N GRUPOS α = ,051 2 3Outono 11 25,3Inverno 11 27,0Verão 11 29,5Sig. 1,000 1,000 1,000*α,05→Não há diferença significativa5.1.2.5. Sala de reuniãoQuanto às estações do ano, por meio da análise da variância observa-se noQuadro 11 que a sala de reunião apresentou médias de temperatura do ar diferentes.Portanto, há diferenças significativas entre as estações do ano no ambienteanalisado, podendo-se afirmar que o comportamento da temperatura do ar variou deacordo com a estação do ano.QUADRO 11 – Análise de variância de temperatura do ar na sala de reuniãoTratamentos(entre)Resíduos(dentro)TotalSoma dosquadradosGraus deliberdadeQuadradosMédios28,892 2 14,4467,864 30 ,26236,755 32EstatísticaF calcSig.55,111 ,000O teste de Tukey separou as médias em dois grupos diferentes, a sala dereunião apresentou médias de temperatura do ar homogêneas no inverno e outono,formando o grupo 1, com grau de significância igual a ,830 entre si, enquanto que ogrupo 2 é formado pela estação do verão.O Quadro 12 mostra que houve diferenças de médias em uma das estações doano, ou seja, o ambiente se comportou de forma diferente apenas no verão.


105QUADRO 12 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar na sala dereuniãoESTAÇÃO DO ANO N GRUPOS α = ,051 2Inverno 11 25,6Outono 11 25,7Verão 11 27,6Sig. ,830 1,000*α,05→Não há diferença significativa5.1.2.6. Área de ConvivênciaQuanto às estações do ano, observa-se que a área de convivência apresentoumédias de temperatura do ar diferentes, conforme Quadro 13.Portanto há diferença significativa em pelo menos uma das estações do ano,podendo-se afirmar que o comportamento da temperatura do ar variou de acordo coma estação do ano.QUADRO 13 – Análise de variância de temperatura do ar na área de convivênciaTratamentos(entre)Resíduos(dentro)TotalSoma dosquadradosGraus deliberdadeQuadradosMédios87,822 2 43,911215,213 30 7,174303,035 32EstatísticaF calcSig.6,121 ,006O teste de Tukey separou as médias em dois grupos diferentes, a área deconvivência apresentou médias de temperatura do ar homogêneas no inverno e verão,formando o grupo 1 com grau de significância igual a ,977, enquanto que o outonoformou o grupo 2, com menor valor de temperatura média.O Quadro 14 mostra que houve diferenças de médias em uma das estações doano, ou seja, o ambiente se comportou de forma diferente apenas no outono.


106QUADRO 14 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar na área deconvivênciaESTAÇÃO DO ANO N Grupos α = ,051 2Outono 11 27,2Inverno 11 30,5Verão 11 30,8Sig. 1,000 ,977*α,05→Não há diferença significativa5.1.2.7. Área ExternaQuanto às estações do ano, observa-se que a área externa apresentou médiasde temperatura do ar diferentes, conforme Quadro 15.Portanto há diferença significativa em pelo menos uma das estações do ano,podendo-se afirmar que o comportamento da temperatura do ar variou de acordo coma estação do ano.QUADRO 15 – Análise de variância de temperatura do ar na área externaTratamentos(entre)Resíduos(dentro)TotalSoma dosquadradosGraus deliberdadeQuadradosMédios76,606 2 38,303330,964 30 11,032407,570 32EstatísticaF calcSig.3,472 ,044O teste de Tukey separou as médias em dois grupos diferentes, a área externaapresentou médias de temperatura do ar homogêneas no outono e verão, formando ogrupo 1, com grau de significância igual a ,188 entre si, enquanto que, o verão e oinverno formaram o grupo 2, com grau de significância de ,724 entre eles, conformeQuadro 16.Pode- se afirmar que as médias de temperatura do ar no outono e no invernosão estatisticamente diferentes.


107QUADRO 16 – Grupos de médias homogêneas de temperatura do ar na área externaESTAÇÃO DO ANO N GRUPOS α = ,051 2Outono 11 27,9Verão 11 30,5 30,5Inverno 11 31,5Sig. ,188 ,724*α,05→Não há diferença significativa5.1.3. Avaliação dos brises soleilsA avaliação dos brises soleils por meio do programa Analysis SOL-AR 6.2possibilitou encontrar a máscara de sombra que os dispositivos proporcionam emcada janela da sala de aula e também da sala de reunião. Após selecionar a latitude deCuiabá de 15° 35” sul, e a orientação da fachada analisada tem-se a visualização dotraçado da máscara de sombra.5.1.3.1. Sala de aulaJanela 1, Janela 2, Janela 3 e Janela 4De acordo com a carta solar para a latitude estudada observa-se que a fachadanordeste recebe radiação solar direta desde pouco depois das 5h E 30min às 14h e15min. Os brises soleils proporcionam sombreamento nas janelas J1, J2 e J3 no mêsde dezembro das 6h e 15min às 11h e 15min, em janeiro e novembro das 6h e 30minàs 11h e 30min.Nos meses de fevereiro e outubro os brises protegem as janelas da incidênciadireta do sol do período das 6h e 45min às 12h e 15min. Nos meses de março esetembro as janelas estão protegidas das 7h às 13h, em abril e agosto das 7h e 30minàs 13h e 30min. Já nos meses de maio e julho os dispositivos de proteção solarproporcionam sombreamento das 7h e 45min às 14h e 15min e no mês de junho das8h às 14h 15min.De maneira geral, pode-se dizer que o brise soleil cumpre bem a sua função,uma vez que proporciona sombreamento no horário de uso do ambiente na maioriados meses do ano. A Figura 62, a Figura 63 e a Figura 64 apresentam as máscaras desombra proporcionadas pelos dispositivos de proteção solar nas janelas 1 (J1), janela2 (J2) e janela 3 (J3) respectivamente.


108FIGURA 62 – Máscara de sombra proporcionada pelos brises soleils na janela 1 (J1)FIGURA 63 – Máscara de sombra proporcionada pelos brises soleils na janela 2 (J2)


109FIGURA 64 – Máscara de sombra proporcionada pelos brises soleils na janela 3 (J3)FIGURA 65 – Máscara de sombra proporcionada pelos brises soleils na janela 4 (J4)Observa-se na Figura 65 que apenas a janela 4 (J4) difere das outras janelasquanto à proteção da radiação solar por meio do brise soleil vertical, que proporciona


110o sombreamento da janela desde as 5h e 45min da manhã, devido ao ângulo βd de31°.Percebe-se que as janelas J1, J2 e J3 são protegidas da incidência direta do solda mesma forma, ou seja, apenas os brises soleils horizontais com ângulo α de 70°seriam necessários para sombrear o ambiente.Os brises soleils verticais não são necessário para este ambiente, pois ohorário de início das aulas é 7h e 30min.Desta forma este sombreamento não traz benefícios para o ambiente, pelocontrário, o brise soleil vertical está superdimensionado, prejudicando a entrada edistribuição da iluminação natural, assim como a ventilação natural, que serianecessária para as trocas térmicas por convecção entre os dispositivos de proteção e aparede do ambiente.5.1.3.2 Sala de reuniãoJanela 1 e Janela 3De acordo com a carta solar para a latitude estudada observa-se que a fachadasudoeste recebe radiação solar direta no período das 11h e 30min às 18h e 30min.Conforme a Figura 66 os brises soleils proporcionam sombreamento nasjanelas J1 e J3 em dezembro das 11h e 30min às 17h. Nos meses de janeiro enovembro os dispositivos barram a entrada de radiação solar das 11h e 45min às 18h.Já em fevereiro e outubro a proteção da incidência solar é das 10h e 15min às12h e 15min e também das 18h e 15min, nos meses de março e setembro das 13h às14h e das 14h às 15h e 15min.Em abril e agosto os raios solares são barrados das 13h e 30min às 17h e45min; em maio e julho das 14h e 30min às 17h e 45min e no mês de junho das 14h40min as 17h e 40min.


111FIGURA 66 – Máscara de sombra proporcionada pelos brises soleilsnas janelas J1 e J3Percebe-se que os brises soleils não cumprem bem a sua função, uma vez quenão proporcionam sombreamento eficiente nos horários de uso nos meses de março esetembro. Seria necessário aumentar o valor do ângulo α, além de adicionar placasmetálicas verticais e assim eliminar a incidência solar direta neste período.Janela 2 e Janela 4Conforme a Figura 67 os brises soleils proporcionam sombreamento nasjanelas J2 e J4 em dezembro das 11h e 30min às 11h e 15min e das 18h 30min, emjaneiro e novembro das 11h e 45 às 18h e 30min.Nos meses de fevereiro e outubro os raios solares são barrados do período das12h e 15min às 17h e 15min. Já em março e setembro das 13h às 18h os brisesprotegem o ambiente. Em abril e agosto das 13h e 45min às 17h e 45min o ambientepossui proteção da radiação solar direta. Nos meses de maio e julho das 14h e 15minàs 15h e 45min e das 16h às 17h e 30min há proteção e também no mês de junho das14h 30min às 15h e 45min e das 16h e 15min às 17h e 45min.


112FIGURA 67 – Máscara de sombra proporcionada pelos brises soleilsnas janelas J2 e J4Desta forma, os brises soleils cumprem bem a sua função na maioria dosmeses do ano, porém não proporcionam sombreamento eficiente no horário de usoem fevereiro e outubro, quando as médias de temperaturas são rigorosas. Além disto,nos meses de abril, agosto, maio e julho há horários no período vespertino em que ocontrole solar está vulnerável.Observa-se que, as janelas J2 e J4 estão mais protegidas da radiação solardireta que as janelas J1 e J3. Fica evidente a necessidade de readequação dos brisessoleils verticais neste ambiente.Outro fator que influencia na eficiência dos brises soleils é a cor, quanto maisclara melhor o desempenho térmico, já que reflete mais a radiação solar diminuindotanto a temperatura superficial do próprio dispositivo de sombreamento quanto dopainel de vedação do ambiente. Além do benefício térmico, a cor clara dos brisesaumenta a reflexão e distribuição da iluminação natural no interior do recinto.Porém os brises soleils dos ambientes analisados são pintados na cor amarela,sendo que os dispositivos da sala de aula possuem o agravante de ter as lâminashorizontais muito próximas, prejudicando não só a entrada de luz natural como de


113ventilação. Além da cor o tipo de material dos brises soleils favorece o aquecimentoda parede do ambiente, pois o metal é um condutor de calor.5.1.4. Dados de ventilação5.1.4.1. Sala de aulaRealizaram-se medições da velocidade do ar (VA) em um ponto no centro dasala de aula e externamente em um ponto em frente à edificação.As maiores velocidades do ar foram registradas apenas nos momentos em queo ar condicionado estava ligado, nos horários de aula, apresentando velocidade do arconstante de 0,6m/s no verão e de 0,3m/s no outono e no inverno.A velocidade do ar no ambiente sem condicionamento de ar apresenta-seinsignificante em todos os períodos de medições, sendo que o termo-higroanemômetroregistrava a velocidade do ar igual a zero. Isso ocorre pelo fato dasesquadrias serem do tipo basculante, que prejudica a entrada de vento para o interiordo ambiente. Essas aberturas são protegidas por brises soleils horizontais, quepossuem as distâncias de suas lâminas muito próximas.As medições demonstram que não há aproveitamento da ventilação externa,ou seja, a ventilação do ambiente depende totalmente de equipamentos mecânicos. Avelocidade de ar média registrada no interior da sala de aula no período de verão foide 0,07 ±0,03 m/s, no outono foi de 0,05 ±0,04 m/s, no inverno 0,06 ±0,05 m/s.Quanto ao ponto medido externamente a média de velocidade de ar registradafoi de 0,49±0,20m/s no verão, 0,49±0,26m/s no outono e 0,39±0,25m/s no inverno.A Figura 68, a Figura 69 e a Figura 70 apresentam as médias horárias davelocidade do ar interna e externamente correspondente à coleta de dados referentesàs três estações do ano, verão, outono e inverno, respectivamente.


114VELOCIDADE DO AR (m/s)1,11,00,90,80,70,60,50,40,30,20,10,007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30HORASVA INTERNAVA EXTERNAFIGURA 68 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, na salade aula, correspondente à estação do VerãoVELOCIDADE DO AR (m/s)1,11,00,90,80,70,60,50,40,30,20,10,007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30HORASVA INTERNAVA EXTERNAFIGURA 69 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, na salade aula, correspondente à estação do Outono


1151,11,00,90,80,70,60,50,40,30,20,10,007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30VELOCIDADE DO AR (m/s)HORASVA INTERNAVA EXTERNAFIGURA 70 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, na salade aula, correspondente à estação do Inverno5.1.4.2. Sala de reuniãoRealizaram-se medições da velocidade do ar (VA) em um ponto no centro dasala de reunião e externamente em um ponto em frente à edificação.Assim como a sala de aula as maiores velocidades de ar foram registradasapenas nos momentos em que o ar condicionado estava ligado, nos horários em quehavia reuniões, apresentando velocidade de ar máxima de 0,6m/s e mínima de 0,3m/sem todos os períodos de medições.A velocidade do ar no ambiente sem condicionamento de ar apresenta-seinsignificante em todos os períodos de medições. Mesmo possuindo brises soleilsverticais com maior espaçamento entre as suas lâminas, registrou-se a velocidade doar igual a zero sempre que o ar condicionado encontrava-se desligado. Pois, além dasala de reunião possuir janelas do tipo basculante, essas aberturas estão localizadasna fachada sudoeste, contrárias a predominância dos ventos em Cuiabá que é norte enoroeste.As medições demonstram que não há aproveitamento da ventilação externa,ou seja, a ventilação do ambiente depende totalmente de equipamentos mecânicos. Avelocidade de ar média registrada no interior da sala de reunião no período de verãofoi de 0,08 ±0,04 m/s, no outono foi de 0,03 ±0,04 m/s, no inverno 0,07 ±0,06 m/s.


116As médias da velocidade do ar são inferiores a 2m/s recomendadas pelascartas bioclimáticas de Givoni, comprovando a ineficiência da ventilação natural nasala de reunião.Quanto ao ponto medido externamente a média de velocidade de ar registradafoi de 0,49±0,20m/s no verão, 0,49±0,26m/s no outono e 0,39±0,25m/s no inverno.A Figura 71, a Figura 72 e a Figura 73 apresentam as médias horárias davelocidade do ar interna e externamente correspondente à coleta de dados referentesàs três estações do ano na sala de reunião.VELOCIDADE DO AR (m/s)1,11,00,90,80,70,60,50,40,30,20,10,007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30HORASVA INTERNAVA EXTERNAFIGURA 71 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, na salade reunião, correspondente à estação do VerãoVELOCIDADE DO AR (m/s)1,11,00,90,80,70,60,50,40,30,20,10,007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30HORASVA INTERNAVA EXTERNAFIGURA 72 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, na salade reunião, correspondente à estação do Outono


1171,11,00,90,80,70,60,50,40,30,20,10,007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30VELOCIDADE DO AR (m/s)HORASVA INTERNAVA EXTERNAFIGURA 73 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, na salade reunião, correspondente à estação do Inverno5.1.4.3. Área de convivênciaRealizaram-se medições da velocidade do ar em um ponto no centro da áreade convivência e externamente em um ponto em frente à edificação.A área de convivência não possui nenhum tipo de condicionamento artificialde ar, depende exclusivamente da ventilação externa.As medições demonstram que há pouco aproveitamento da ventilaçãoexterna. A velocidade do ar média registrada no interior da área de convivência noperíodo de verão foi de 0,06 ±0,04 m/s, no outono foi de 0,03 ±0,02 m/s e no invernofoi de 0,02 ±0,03 m/s. valores baixos.As médias da velocidade do ar são inferiores a 2m/s recomendados pelascartas bioclimáticas de Givoni, comprovando a ineficiência da ventilação natural nosambientes em estudo.Quanto ao ponto medido externamente a média de velocidade de ar registradafoi de 0,49±0,20m/s no verão, 0,49±0,26m/s no outono e 0,39±0,25m/s no inverno.A Figura 74, a Figura 75 e a Figura 76 apresentam as médias horárias davelocidade do ar interna e externamente correspondente à coleta de dados referentesàs três estações do ano.


1181,11,00,90,80,70,60,50,40,30,20,10,007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:30VELOCIDADE DO AR (m/s)16:3017:30HORASVA INTERNAVA EXTERNAFIGURA 74 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, na áreade convivência, correspondente à estação do Verão1,1VELOCIDADE DO AR (m/s)1,00,90,80,70,60,50,40,30,20,10,007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30HORASVA INTERNAVA EXTERNAFIGURA 75 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, na áreade convivência, correspondente à estação do Outono


1191,11,00,90,80,70,60,50,40,30,20,10,007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30VELOCIDADE DO AR (m/s)HORASVA INTERNAVA EXTERNAFIGURA 76 – Médias horárias de velocidade do ar interna e externamente, na áreade convivência, correspondente à estação do InvernoA velocidade do ar geralmente é maior externamente que internamente, poisno interior dos ambientes os ventos são barrados pelo envelope da construção,diminuindo sua velocidade e muitas vezes não permitindo sua entrada.O posicionamento, as dimensões das aberturas, a presença de dispositivos deproteção solar acabam interferindo no aproveitamento da ventilação externa. Outroagravante diz respeito aos hábitos dos usuários quanto à abertura e fechamento dasjanelas, já que na maioria das vezes estes ambientes possuem algum tipo decondicionamento artificial do ar.Os valores registrados nas medições são insuficientes para atender a zonatérmica de Givoni (1992) para 32°C quando a ventilação interna é igual a 2 m/s,mantendo a temperatura limite em 29°C no interior das edificações.A ventilação natural registrada não foi um fator de contribuição significativapara melhoria do conforto nos ambientes analisadas, o que leva os usuários arecorrerem aos sistemas artificiais gerando assim maior consumo de energia elétrica.Observou-se que devido ao fato da área de convivência não possuir nenhumsistema artificial de condicionamento de ar e de não oferecer conforto térmico aosusuários, este é pouco utilizado pelos estudantes, que nos intervalos das aulas e nohorário de almoço permanecem dentro das salas de aula com aparelho de arcondicionado ligado.


1205.2. AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO5.2.1. Horas em conforto e desconfortoUtilizou-se a Carta Bioclimática de Givoni (1992) para a avaliação doconforto térmico da edificação usando dados de TBS e UR coletados internamenteem cada período de medição para cada ambiente analisado.Os dados foram plotados na Carta e posteriormente gerados relatórios paraconhecimento das porcentagens das horas de conforto e desconforto, assim como aporcentagem de cada estratégia bioclimática necessária para alcançar o confortotérmico.Para a avaliação do desempenho térmico da edificação foram desconsideradasas horas em que os aparelhos de ar condicionado estavam ligados na sala de aula esala de reunião.O software utilizado para a construção das Cartas Bioclimáticas foi oAnalysis Bio, deseenvolvido pelo LABEEE – Laboratório de Eficiência Energéticaem Edificações da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Os gráficos etabelas resultantes estão apresentados a seguir.5.2.1.1. Sala de aulaA análise realizada nos três períodos de coleta de dados na sala de aulaindicou que 50,1% das horas atingem a condição de conforto e 49,9% das horas é dedesconforto, sendo 49,6% por calor e apenas 0,27% por frio. Foram plotados o totalde 371 horas de dados.A Carta sugere o uso de ventilação em 34,2% das horas, massa térmica deresfriamento em 19,4%, resfriamento evaporativo em 19,1% e ar condicionado em15,4% das horas. Para amenizar o desconforto por frio há necessidade aquecimentoartificial em apenas 0,30%, valor pouco significante. Outra necessidade para se obtero conforto na sala de aula é o sombreamento em 98,9% das horas.A Figura 77 apresenta a Carta Bioclimática dos três períodos analisados noambiente.


121FIGURA 77 – Carta bioclimática referente aos três períodos de medição da sala deaulaA Tabela 5 mostra o relatório das estratégias bioclimáticas para as trêsestações do ano para a sala de aula.TABELA 5 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes aos três períodosde coleta de dados da sala de aulaAno: 2010Coleta – total de horas: 371 horas Pressão: 101,39kPaCONFORTO 50,1%DESCONFORTO 49,9%Ventilação 14,8%Ventilação/Alta inércia 0,30%CALOR Ventilação/Alta inércia/Resfr.49,6%19,1%DESCONFORTOEvaporativoAr condicionado 15,4%FRIOAlta inércia térmica/Aquecimentosolar0,27% 0,27%SOMBREAMENTO 98,9%a) Verão – Período de coleta de dados (23/02/10 à 16/03/10)A Carta Bioclimática gerada com 118 horas de dados para o período demedição correspondente a estação do verão, Figura 78, indicou que o ambiente está2,54% na condição de conforto e 95,8% das horas em desconforto, sendo 94,9% porcalor e apenas 0,85% das horas por frio.


122FIGURA 78 – Carta bioclimática da sala de aula referente à estação do verãoPara amenizar o desconforto por calor é necessária a ventilação em 49,2% ear condicionado em 45,8% das horas, sugere-se ainda a utilização de massa térmicade resfriamento em 7,63% e resfriamento evaporativo em 5,08% das horas.Para o desconforto por frio é sugerido o uso de aquecimento artificial em0,85% das horas. Quanto ao sombreamento é necessário em 98,3% das horas paraatingir a condição de conforto.A Tabela 6 apresenta o relatório das estratégias bioclimáticas para o períodode medição correspondente a estação do verão na sala de aula.TABELA 6 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estação doverão da sala de aulaAno: 2010Coleta – total de horas: 118 horas Pressão: 101,98kPaCONFORTO 2,54%DESCONFORTO 95,8%Ventilação 41,5%Ventilação/Alta inércia 2,54%CALOR Ventilação/Alta inércia/Resfr.94,9%5,08%DESCONFORTOEvaporativoAr condicionado 45,8%FRIOAlta inércia térmica/Aquecimentosolar0,85% 0,85%SOMBREAMENTO 98,3%


123b) Outono – Período de coleta de dados (18/05/10 á 01/06/10)A Carta Bioclimática gerada com 129 horas de dados para o período demedição correspondente a estação do outono indicou que o ambiente está 79,8% nacondição de conforto e 20,2% das horas em desconforto, sendo 19,4% por calor eapenas 0,77% das horas por frio, conforme Figura 79.FIGURA 79 – Carta bioclimática da sala de aula referente à estação do outonoHá necessidade de ventilação em 19,4% das horas para amenizar odesconforto por calor, sugere-se ainda a utilização de massa térmica de resfriamentoem 16,3% e resfriamento evaporativo em 15,5% das horas. Segundo o relatório nãohá necessidade de utilizar o ar condicionado como estratégia bioclimática nesteperíodo. Para o desconforto por frio é sugerido o uso de aquecimento artificial e0,77% das horas. Quanto ao sombreamento é necessário em 96,9% das horas paraatingir a condição de conforto. A Tabela 7 apresenta o relatório das estratégiasbioclimáticas para o período de medição correspondente a estação do outono na salade aula.


124TABELA 7 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estação dooutono da sala de aulaAno: 2010Coleta – total de horas: 129 horas Pressão: 101,91kPaCONFORTO 79,8%DESCONFORTO 20,2%Ventilação 3,1%Ventilação/Alta inércia 0,77%CALOR19,7%Ventilação/Alta inércia/Resfr.DESCONFORTO15,5%EvaporativoFRIOAlta inércia térmica/Aquecimentosolar0,77% 0,77%SOMBREAMENTO 96,9%c) Inverno – Período de coleta de dados (21/06/10 á 05/07/10)A Carta Bioclimática gerada com 126 horas de dados para o período demedição correspondente a estação do inverno indicou que a sala de aula está 64,3%na condição de conforto e 35,7% das horas em desconforto por calor, conformeFigura 80.FIGURA 80 – Carta bioclimática da sala de aula referente à estação do invernoA Carta aponta para a necessidade de ventilação em 35,7% das horas paraamenizar o desconforto por calor, sugere-se ainda a utilização de massa térmica deresfriamento e resfriamento evaporativo em 34,9% das horas. Segundo o relatório


125não há necessidade de utilizar o ar condicionado como estratégia bioclimática nesteperíodo correspondente ao inverno.O sombreamento é sugerido em 99,2% das horas para atingir a condição deconforto.A Tabela 8 apresenta o relatório das estratégias bioclimáticas para o períodode medição correspondente a estação do inverno na sala de aula.TABELA 8 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estação doinverno da sala de aulaAno: 2010Coleta – total de horas: 126 horas Pressão: 101,93kPaCONFORTO 64,3%DESCONFORTO 35,7%Ventilação 0,79%DESCONFORTO CALOR Ventilação/Alta inércia/Resfr.35,7%34,9%EvaporativoSOMBREAMENTO 99,2%5.2.1.2. Sala de reuniãoA análise realizada dos três períodos de coleta de dados na sala de reuniãoindicou que 77% das horas atingem a condição de conforto e 23% das horas é dedesconforto, sendo 22,7% por calor e apenas 0,30% por frio. Foram plotados o totalde 348 horas de dados.A Figura 81 apresenta a Carta Bioclimática das três estações do anoanalisadas no ambiente.


126FIGURA 81 – Carta bioclimática referente aos três períodos de medição da sala dereuniãoA Carta sugere o uso de ventilação em 22,7% das horas, massa térmica pararesfriamento e resfriamento evaporativo em 6,32%. Não há necessidade de utilizar oar condicionado como estratégia bioclimática.Para amenizar o desconforto por frio há necessidade de aquecimento artificialem apenas 0,30% das horas. Outra necessidade para se obter o conforto na sala dereunião é o sombreamento em 99,4% das horas.A Tabela 9 mostra o relatório das estratégias bioclimáticas para as trêsestações do ano para a sala de reunião.TABELA 9 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes às três estaçõesdo ano para a sala de reuniãoAno: 2010Coleta – total de horas: 348 horas Pressão: 101,41kPaCONFORTO 77%DESCONFORTO 23%Ventilação 16,4%CALOR Ventilação/Alta inércia/Resfr.22,7%6,32%DESCONFORTOEvaporativoFRIOAlta inércia térmica/Aquecimentosolar0,30% 0,30%SOMBREAMENTO 99,4%


127a) Verão – Período de coleta de dados (23/02/10 à 16/03/10)A Carta Bioclimática gerada com 85 horas de dados para o período demedição correspondente a estação do verão indicou que o ambiente encontra-se22,4% na condição de conforto e 77,6% das horas em desconforto por calor,conforme Figura 82.FIGURA 82 – Carta bioclimática da sala de reunião referente à estação do verãoPara amenizar o desconforto por calor é necessária a ventilação em 77,6%,sugere-se ainda a utilização de massa térmica para resfriamento e resfriamentoevaporativo em 16,5% das horas.O sombreamento é necessário em 98,8% das horas para atingir a condição deconforto.A Tabela 10 apresenta o relatório das estratégias bioclimáticas para o períodode medição correspondente a estação do verão na sala de reunião.


128TABELA 10 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estação doverão da sala de reuniãoAno: 2010Coleta – total de horas: 85 horas Pressão: 102,32kPaCONFORTO 22,4%DESCONFORTO 77,6%Ventilação 61,2%DESCONFORTO CALOR Ventilação/Alta inércia/Resfr.77,6%16,5%EvaporativoSOMBREAMENTO 98,8%b) Outono – Período de coleta de dados (18/05/10 á 01/06/10)A Carta Bioclimática gerada com 136 horas de dados para o período demedição correspondente a estação do outono indicou que o ambiente está 91,2% nacondição de conforto e 8,82% das horas em desconforto, sendo 8,09% por calor eapenas 0,73% das horas por frio, conforme Figura 83.FIGURA 83 – Carta bioclimática da sala de reunião referente à estação do verãoHá necessidade de ventilação em 8,09% das horas para amenizar odesconforto por calor, sugere-se ainda a utilização de massa térmica de resfriamentoem 16,3% e resfriamento evaporativo em 8,09% das horas. Segundo o relatório nãohá necessidade de utilizar o ar condicionado como estratégia bioclimática nesteperíodo.


129Para o desconforto por frio é sugerido o uso de aquecimento artificial em0,73% das horas. Quanto ao sombreamento é necessário em 98,5% das horas paraatingir a condição de conforto.A Tabela 11 apresenta o relatório das estratégias bioclimáticas para o períodode medição correspondente a estação do outono na sala de reunião.TABELA 11 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes a estação dooutono da sala de reuniãoAno: 2010Coleta – total de horas: 136 horas Pressão: 101,87kPaCONFORTO 91,2%DESCONFORTO 8,82%CALORVentilação/Alta inércia/Resfr.Evaporativo8,09% 8,09FRIOAlta inércia térmica/Aquecimentosolar0,73% 0,73%SOMBREAMENTO 98,5%c) Inverno – Período de coleta de dados (21/06/10 á 05/07/10)A Carta Bioclimática gerada com 128 horas de dados para o período demedição correspondente a estação do inverno indicou que a sala de reunião encontrase100% na condição de conforto, como pode ser visto na Figura 84.FIGURA 84 – Carta bioclimática da sala de reunião referente à estação do inverno


130A Carta Bioclimática sugere o sombreamento em 99,2% das horas paraatingir a condição de conforto.A Tabela 12 apresenta o relatório das estratégias bioclimáticas para o períodode medição correspondente a estação do inverno na sala de reunião.TABELA 12 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estação doinverno da sala de reuniãoAno: 2010Coleta – total de horas: 128 horas Pressão: 101,91kPaCONFORTO 100%DESCONFORTO 0%SOMBREAMENTO 99,2%5.2.1.3. Área de convivênciaA análise realizada nos três períodos de coleta de dados na área deconvivência indicou que 26,2% das horas atingem a condição de conforto e 73,8%das horas é de desconforto, sendo 72,3% por calor e apenas 1,52% por frio. Foramplotados o total de 462 horas de dados.A Figura 85 apresenta a Carta Bioclimática das três estações do anoanalisadas no ambiente.FIGURA 85 – Carta bioclimática da área de convivência referente à estação doinverno


131A Carta sugere o uso de ventilação em 32,3% das horas, massa térmica pararesfriamento em 38,1%, resfriamento evaporativo em 38,3% e ar condicionado em16,2% das horas. Para amenizar o desconforto por frio há necessidade aquecimentoartificial em apenas 0,22% e alta inércia térmica/aquecimento solar em 1,3% dashoras. Outra necessidade para se obter o conforto na área de convivência é osombreamento em 95,5% das horas.A Tabela 13 mostra o relatório das estratégias bioclimáticas para as trêsestações do ano analisadas para a área de convivência.TABELA 13 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes aos trêsperíodos de coleta de dados da área de convivênciaAno: 2010Coleta – total de horas: 462 horas Pressão: 101,34kPaCONFORTO 26,2%DESCONFORTO 73,8%Ventilação 16,2%Ventilação/Alta inércia 0,22%Ventilação/Alta inércia/Resfr.Evaporativo15,8%DESCONFORTOCALOR Alta inércia térmica para72,3%1,3%resfriamentoAlta inércia/resfriamento20,8%evaporativoAr condicionado 16,2%Alta inércia térmica/Aquecimento0,22%FRIO solar1,52%Aquecimento artificial 1,3%SOMBREAMENTO 95,5%a) Verão – Período de coleta de dados (23/02/10 à 16/03/10)A Carta Bioclimática gerada com 133 horas de dados para o período demedição correspondente a estação do verão, Figura 86, indicou que o ambiente está0,75% na condição de conforto e 99,2% das horas em desconforto, sendo 98,5% porcalor e apenas 0,75% das horas por frio.


132FIGURA 86 – Carta bioclimática da área de convivência referente à estação doverãoPara amenizar o desconforto por calor é necessária a ventilação em 47,4%,sugere-se ainda a utilização de massa térmica para resfriamento em 3,01%,resfriamento evaporativo em 0,75% e ar condicionado em 49,6% das horas.Para o desconforto por frio é sugerido o uso de aquecimento artificial em0,75% das horas. O sombreamento é necessário em 98,5% das horas para atingir acondição de conforto. A Tabela 14 apresenta o relatório das estratégias bioclimáticaspara o período de medição correspondente a estação do verão na área de convivência.TABELA 14 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estação doverão da área de convivênciaAno: 2010Coleta – total de horas: 133 horas Pressão: 101,89kPaCONFORTO 0,75%DESCONFORTO 99,2%Ventilação 45,9%Ventilação/Alta inércia 0,75%Ventilação/Alta inércia/Resfr.0,75%CALOR Evaporativo98,5%DESCONFORTOAlta inércia térmica pararesfriamento1,5%Ar condicionado 49,6%FRIOAlta inércia térmica/Aquecimentosolar0,75% 0,75%SOMBREAMENTO 98,5%


133b) Outono – Período de coleta de dados (18/05/10 á 01/06/10)A Carta Bioclimática gerada com 166 horas de dados para o período demedição correspondente a estação do outono indicou que o ambiente está 44,6% nacondição de conforto e 55,4% das horas em desconforto, sendo 51,2% por calor eapenas 4,22% das horas por frio, conforme Figura 87.FIGURA 87 – Carta bioclimática da área de convivência referente à estação dooutonoHá necessidade de ventilação em 29,5% das horas para amenizar odesconforto por calor, sugere-se ainda a utilização de massa térmica de resfriamentoem 38,6% e resfriamento evaporativo em 36,7% das horas. Segundo o relatório hánecessidade de utilizar o ar condicionado como estratégia bioclimática apenas em3,61% das horas.Para o desconforto por frio é sugerido o uso de aquecimento artificial em0,60% das horas e alta inércia térmica para resfriamento em 3,61%. Quanto aosombreamento é necessário em 89,8% das horas para atingir a condição de conforto.A Tabela 15 apresenta o relatório das estratégias bioclimáticas para o períodode medição correspondente a estação do outono na área de convivência.


134TABELA 15 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estação dooutono da área de convivênciaAno: 2010Coleta – total de horas: 166 horas Pressão: 101,73kPaCONFORTO 44,6%DESCONFORTO 55,4%Ventilação 7,83%Ventilação/Alta inércia 0,60%Ventilação/Alta inércia/Resfr.Evaporativo21,1%DESCONFORTOCALOR Alta inércia térmica para51,2%2,41%resfriamentoAlta inércia/Resfriamento14,5%evaporativoAr condicionado 3,61%Alta inércia térmica/Aquecimento0,60%FRIO solar4,22%Aquecimento artificial 3,61%SOMBREAMENTO 89,8%c) Inverno – Período de coleta de dados (21/06/10 á 05/07/10)A Carta Bioclimática gerada com 165 horas de dados para o período demedição correspondente a estação do inverno indicou que a área de convivência está27,9% na condição de conforto e 72,1% das horas em desconforto, sendo 71,5% porcalor e 0,60% de horas de desconforto por frio, conforme Figura 88.FIGURA 88 – Carta bioclimática da área de convivência referente à estação doinverno


135A Carta aponta para a necessidade de ventilação em 23% das horas paraamenizar o desconforto por calor, sugere-se ainda a utilização de massa térmica deresfriamento em 66,1%, resfriamento evaporativo em 69,7,% das horas. Hánecessidade de utilizar o ar condicionado como estratégia bioclimática apenas em1,21% das horas.O sombreamento é sugerido em 96,4% das horas para atingir a condição deconforto.A Tabela 16 apresenta o relatório das estratégias bioclimáticas para o períodode medição correspondente a estação do inverno na área de convivência.TABELA 16 – Relatório com as estratégias bioclimáticas referentes à estação doinverno da área de convivênciaAno: 2010Coleta – total de horas: 165 horas Pressão: 101,74kPaCONFORTO 27,9%DESCONFORTO 72,1%Ventilação 0,60%Ventilação/Alta inércia/Resfr.Evaporativo22,4%CALOR Alta inércia/Resfriamento71,5%43,6%DESCONFORTOevaporativoAr condicionado 1,21%Resfriamento evaporativo 3,64%FRIOAlta inércia térmica/Aquecimentosolar0,60% 0,60%SOMBREAMENTO 96,4%Na avaliação do conforto térmico através da carta Bioclimática de Givoni edos relatórios de saída gerados pelo programa Analysis Bio, considerando as trêsestações do ano, a sala de aula apresenta 50,1% das horas em conforto e 49,9% dashoras em desconforto, causado principalmente pelo calor, exigindo-se sombreamentoem 98,9% das horas e uso de aparelhos elétricos para amenizar a sensação de calor,sendo que este ambiente obteve na estação do verão a maior percentagem de horasem desconforto, que foi de 95,8%.A sala de reunião apresenta 77% das horas em conforto e 23% das horas emdesconforto, causado principalmente pelo calor, exigindo-se sombreamento em


13699,4% das horas e uso de aparelhos elétricos para amenizar a sensação de calor,porém não há necessidade de ar condicionado em nenhumas das estações do anoanalisadas, sendo que este ambiente obteve na estação do inverno 100% de horas emconforto.Considerando as três estações do ano, a área de convivência apresenta 26,2%das horas em conforto e 73,8% das horas em desconforto, causado principalmentepelo calor, exigindo-se sombreamento em 95,5% das horas e uso de aparelhoselétricos para amenizar a sensação de calor, sendo que este ambiente obteve naestação do verão a maior percentagem de horas em desconforto, que foi de 99,2%.5.3. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO LUMÍNICO5.3.1. Sala de aulaa) Verão – Período de coleta de dados (23/02/2010 à 06/03/2010)A iluminação natural do ambiente interno apresenta-se como insuficiente paraa atividade realizada, segundo a NBR 5413, a média de iluminância registrada para operíodo de coleta de dados foi de 35,83±22,22 Lux, sendo que o mínimo exigido pelanorma é de 300 Lux. Esta deficiência de iluminação natural se agrava devido àpresença dos brises soleils metálicos, que além de possuírem as lâminas muitopróximas, são pintados na cor amarela, que impede a entrada e distribuição dailuminação natural no ambiente, além do sombreamento causado pela arborizaçãoexterna no período da manhãPorém a média de iluminância registrada com a iluminação artificial somadaa iluminação natural foi de 270,30±31,39 Lux, que também não atende as exigênciasda norma, demonstrando a necessidade do uso da iluminação artificial em todos oshorários do dia.A Figura 89 apresenta as médias horárias de iluminância medida ora com ailuminação artificial ligada ora desligada.


137600500400300200100007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30ILUMINÂNCIA (LUX)HORASILUMINAÇÃO NATURAL ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL NBR 5413FIGURA 89 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na sala deaula, correspondente à estação do Verãob) Outono – Período de coleta de dados (18/05/2010 à 01/06/2010)A iluminação natural do ambiente interno apresenta-se como insuficiente paraa atividade realizada, segundo a NBR 5413, a média de iluminância registrada para operíodo de coleta de dados foi de 44,50±32,71 Lux, sendo que o mínimo exigido pelanorma é de 300 Lux.Isto ocorre, de fato, devido à presença dos brises metálicos pintados na coramarela, que impede a entrada de iluminação natural no ambiente, além dosombreamento causado pela arborização externa no período diurno.Porém a iluminância registrada com a iluminação artificial somada ailuminação natural foi de 293,51±27,55 Lux, que apesar de ser maior que na estaçãodo verão, também não atende as exigências da norma, demonstrando a necessidadedo uso da iluminação artificial em todos os horários do dia.A Figura 90 apresenta as médias horárias de iluminância medida ora com ailuminação artificial ligada ora desligada.


138600500400300200100007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30ILUMINÂNCIA (LUX)HORASILUMINAÇÃO NATURAL ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL NBR 5413FIGURA 90 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na sala deaula, correspondente à estação do outonoc) Inverno – Período de coleta de dados (21/06/2010 à 05/07/2010)A iluminação natural do ambiente interno apresenta-se como insuficiente paraa atividade realizada, segundo a NBR 5413, a média de iluminância registrada para operíodo de coleta de dados foi de 53,54±37,23 Lux, sendo que o mínimo exigido pelanorma é de 300 Lux.Esta deficiência de iluminação natural se agrava devido à presença dos brisessoleils metálicos, que além de possuírem as lâminas muito próximas, são pintados nacor amarela, que impede a entrada e distribuição da iluminação natural no ambiente,além do sombreamento causado pela arborização externa no período da manhã.Porém a média de iluminância registrada com a iluminação artificial somadaa iluminação natural foi de 315,63±39,48 Lux, que supera as exigências da norma.A Figura 91 apresenta as médias horárias de iluminância medida ora com ailuminação artificial ligada ora desligada.


139600500400300200100007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30ILUMINÂNCIA (LUX)HORASILUMINAÇÃO NATURAL ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL NBR 5413FIGURA 91 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na sala deaula, correspondente à estação do inverno5.3.2. Sala de reuniãoa) Verão – Período de coleta de dados (23/02/2010 à 06/03/2010)A iluminação natural do ambiente interno apresenta-se como insuficiente paraa atividade realizada, na maioria das horas do dia, segundo a NBR 5413.A iluminância média registrada para o período de coleta de dados foi de112,04±84,15 Lux, sendo que o mínimo exigido pela norma é de 200 Lux conformeFigura 92.Apenas no período vespertino, no intervalo das 14h e 30min às 15h e 30min,a iluminação natural seria suficiente, atinge as exigências da NBR 5413 para asatividades realizadas, com médias horárias de 224,58 Lux e 303,54 Lux,respectivamente, isto se deve a orientação sudoeste do ambiente.Porém a iluminância média registrada com a iluminação artificial somada ailuminação natural foi de 349,43±91,17 Lux, que supera as exigências da norma,apresentando-se bem iluminada no período vespertino.


140600500400300200100007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30ILUMINÂNCIA (LUX)HORASILUMINAÇÃO NATURAL ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL NBR 5413FIGURA 92 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na sala dereunião, correspondente à estação do verãob) Outono – Período de coleta de dados (18/05/2010 à 01/06/2010)A iluminação natural do ambiente interno apresenta-se como insuficiente paraa atividade realizada, na maioria das horas do dia, segundo a NBR 5413.A média registrada para o período de coleta de dados foi de 72,68±38,02 Lux,sendo que o mínimo exigido pela norma é de 200 lux.Porém a iluminância média registrada com a iluminação artificial somada ailuminação natural foi de 300,33±33,94 Lux, que supera as exigências da norma.A Figura 93 apresenta as médias horárias de iluminância medida ora com ailuminação artificial ligada ora desligada.


141600500400300200100007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30ILUMINÂNCIA (LUX)HORASILUMINAÇÃO NATURAL ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL NBR 5413FIGURA 93 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na sala dereunião, correspondente à estação do outonoc) Inverno – Período de coleta de dados (21/06/2010 à 05/07/2010)A iluminação natural do ambiente interno apresenta-se como insuficiente paraa atividade realizada, na maioria das horas do dia, segundo a NBR 5413.A iluminância média registrada para o período de coleta de dados foi de47,06±25,53 Lux, sendo que o mínimo exigido pela norma é de 200 Lux.Porém a iluminância média registrada com a iluminação artificial somada ailuminação natural foi de 267,66±22,88 Lux, que supera as exigências da norma.A Figura 94 apresenta as médias horárias de iluminância medida ora com ailuminação artificial ligada ora desligada.


142600500400300200100007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30ILUMINÂNCIA (LUX)HORASILUMINAÇÃO NATURAL ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL NBR 5413FIGURA 94 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na sala dereunião, correspondente à estação do inverno5.3.3. Área de Convivênciaa) Verão – Período de coleta de dados (23/02/2010 à 06/03/2010)A iluminação natural da área de convivência apresenta-se como suficientepara a atividade realizada, segundo a NBR 5413.A iluminância média registrada para o período de coleta de dados foi de2.613,32±957,04 Lux, sendo que o mínimo exigido pela norma seria de 150 Lux.Desta forma a iluminação natural do ambiente supera as exigências da norma(Figura 95), isto se deve a presença de esquadrias de vidro fixo sob o telhado nasorientações nordeste e sudoeste, que permite a entrada de iluminação natural durantetodo o dia.A iluminância média registrada no ambiente externo foi de48.545,74±24.977,38 Lux.


14350004500100000900004000350030002500200015001000500007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:30ILUMINÂNCIA (LUX)ÁREA DE CONVIVÊNCIA14:3015:3016:3017:3080000700006000050000400003000020000ILUMINÂNCIA (LUX)ÁREA EXTERNA100000HORASÁREA DE CONVIVÊNCIA ÁREA EXTERNA NBR 5413FIGURA 95 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na área deconvivência, correspondente à estação do verãob) Outono – Período de coleta de dados (18/05/2010 à 01/06/2010)A iluminação natural do ambiente interno apresenta-se como suficiente para aatividade realizada, segundo a NBR 5413, a iluminância média registrada para operíodo de coleta de dados foi de 1.843,91±938,57 Lux, sendo que o mínimo exigidopela norma seria de 150 Lux. Desta forma a iluminação natural do ambiente superaas exigências da norma (Figura 96), isto se deve a presença de esquadrias altas devidro fixo nas orientações nordeste e sudoeste, que permite a entrada de iluminaçãonatural durante todo o dia.A iluminância média registrada no ambiente externo foi de49.937,87±28.622,69 Lux.


14450004500100000900004000350030002500200015001000500007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:30ILUMINÂNCIA (LUX)ÁREA DE CONVIVÊNCIA80000700006000050000400003000020000ILUMINÂNCIA (LUX)ÁREA EXTERNA100000HORASÁREA DE CONVIVÊNCIA ÁREA EXTERNA NBR 5413FIGURA 96 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na área deconvivência, correspondente à estação do outonoc) Inverno – Período de coleta de dados (21/06/2010 à 05/07/2010)A iluminação natural do ambiente interno apresenta-se como suficiente para aatividade realizada, segundo a NBR 5413, a iluminância média registrada para operíodo de coleta de dados foi de 1.664,17±831,08 Lux, sendo que o mínimo exigidopela norma seria de 150 Lux.Desta forma a iluminação natural do ambiente supera as exigências da norma(Figura 97), isto se deve a presença de esquadrias altas com vidros fixostransparentes nas orientações nordeste e sudoeste, às cores claras nas paredes, queproporcionam melhor reflexão da luz no ambiente e ainda, devido à abertura naextremidade sudeste do ambiente, que permite a entrada de iluminação naturaldurante todo o dia.Porém em virtude da incidência solar direta nas esquadrias, que não possuemproteção solar, ocorre o ofuscamento em algumas horas do dia.A iluminância média registrada no ambiente externo foi de58.437,48±34.993,98 Lux.


1455000450010000090000ILUMINÂNCIA (LUX)ÁREA DE CONVIVÊNCIA4000350030002500200015001000500007:3008:3009:3010:3011:3012:3013:3014:3015:3016:3017:3080000700006000050000400003000020000ILUMINÂNCIA (LUX)ÁREA EXTERNA100000HORASÁREA DE CONVIVÊNCIA ÁREA EXTERNA NBR 5413FIGURA 97 – Médias horárias de iluminância (Lux) natural e artificial, na área deconvivência, correspondente à estação do invernoEm Cuiabá há luz natural abundante, devido a sua posição geográfica,entretanto não se faz uso dela. Percebe-se que na sala de aula e sala de reunião ailuminação natural é insuficiente ou mal distribuída.Nota-se que os projetistas não tem dado a devida atenção à questão dailuminação, do posicionamento das aberturas, limitando-se as precauções erecomendações, quando tomadas, a questões relativas à temperatura, julgadas portodos, técnicos ou não, como fator de projeto mais importante. As questões relativasà iluminação ficam em segundo plano, uma vez que, os usuários geralmente não temconsciência de sua importância e, portanto, os procedimentos não são cobrados(DURANTE et al, 2009).5.3.4. Verificação da iluminância de interiores segundo NBR 5382Após verificação da iluminância de interiores segundo a NBR 5382, verificaseque a sala de aula obteve uma média de 279,06 Lux, ou seja, não atende asexigências mínimas da norma para a atividade realizada, que seria de 300 Lux.Para a sala de reunião a iluminância média alcançada foi de 259,13 Lux,superando as exigências mínimas da norma para a atividade realizada, que seria de200 Lux.


146Porém a área de convivência obteve o valor de iluminância média de 83,47Lux, resultado muito inferior ao exigido pela norma para a atividade realizada nolocal, o valor mínimo para o ambiente seria de 150 Lux.Com isso, observa-se que apenas a sala de reunião não só atende comotambém supera as exigências da NBR 5413, enquanto que a sala de aula e área deconvivência ficam aquém das necessidades reais de iluminação para a realização dasatividades nos ambientes.Considera-se a iluminação como um fator ambiental que necessita deintervenção urgente nos ambientes analisados, a boa iluminação aumenta aprodutividade, pois a percepção visual dos objetos melhora o desempenho dequalquer atividade.Segundo Durante et al. (2009), não se tem consciência das vantagens de umailuminação adequada e por isso, na escala perceptiva individual, esses fatoresadquirem importância secundária no julgamento dos usuários.


1476. CONSIDERAÇÕES FINAISQuanto à caracterização do microclima, os três ambientes apresentaramtemperaturas internas inferiores à temperatura externa nas três estações do anoanalisadas, exceto a área de convivência, que na estação do verão apresentoutemperaturas internas superiores a temperatura externa, demonstrando o desconfortoproporcionado aos usuários.Os três ambientes apresentaram maior valor de umidade relativa do ar noverão, devido às ocorrências de precipitações neste período de medição, ao contrárioda estação de outono e inverno, que sem registros de chuvas apresentaram osmenores valores de umidade relativa do ar, caracterizando o período de seca.Constatou-se na análise estatística por meio do teste de Tukey que na estaçãodo verão apenas a sala de reunião apresentou média de temperatura do ar diferente,ou seja, a sala de aula, a área de convivência e a área externa obtiveram médias detemperatura do ar homogêneas. No outono verificou-se que a sala de aula e a áreaexterna apresentaram diferença significativa de temperatura do ar. Já no inverno asala de reunião e a sala de aula apresentaram médias de temperatura do arhomogêneas, formando o grupo 1, enquanto que a área de convivência e a áreaexterna formaram o grupo 2 com médias homogêneas.Analisando os ambientes nas três estações do ano estudadas, verifica-se nasala de aula que o comportamento da temperatura do ar variou com as estações doano. A sala de reunião não apresentou diferença significativa entre outono e inverno.A área de convivência não apresentou diferença significativa entre o inverno e overão, apenas no outono a temperatura do ar se comportou de forma diferente.O teste estatístico encontrou na área externa a formação de dois grupos demédias homogêneas, o primeiro formado pelas estações de outono e verão e osegundo formado pelas estações de verão e inverno, portanto há diferençasignificativa apenas entre outono e inverno.


148Na avaliação dos brises soleils através do programa SOL-AR conclui-se quena sala de aula o sombreamento proporcionado pelos dispositivos de controle solarcumprem bem sua função de barrar a incidência direta da radiação solar nos horáriosde aula na maioria dos meses do ano. Além dos brises a arborização do entornoauxilia no sombreamento do ambiente no período da manhã.Na sala de reunião observa-se que os brises soleils não proporcionamsombreamento eficiente no horário de uso na estação do verão, quando as médias detemperaturas são mais rigorosas, e mesmo nos meses em que os dispositivosprotegem o ambiente da radiação solar direta há horários no período vespertino emque o ambiente fica vulnerável e desprotegido da incidência solar.Quanto ao desempenho térmico dos ambientes analisados observa-se que, asala de aula apresentou metade de horas desconfortáveis; a sala de reuniãoaproximadamente 2/3 de horas em condições confortáveis, enquanto que a área deconvivência, aproximadamente 2/3 de horas de desconforto, devido aos materiaisleves de sua envoltória além das esquadrias de vidros fixos desprovidas de controlesolar, que causa o superaquecimento do ambiente.Os relatórios gerados pelo programa Analysis Bio sugerem principalmente aventilação e o sombreamento como estratégias bioclimáticas para atingir a condiçãode conforto nos ambientes.Quanto à ventilação, as medições demonstram que não há aproveitamento daventilação externa na sala de aula e na sala de reunião, ou seja, a ventilação destesambientes depende totalmente de equipamentos mecânicos. A área de convivêncianão possui equipamentos mecânicos para ventilação, ou seja, dependeexclusivamente da ventilação natural da área externa, que apresentou valores médiosinferiores a 0,50 m/s, não reduzindo assim o desconforto por calor na maioria doshorários.As médias da velocidade do ar tanto nos ambientes internos analisados comona área externa são inferiores a 2m/s recomendada por Givoni, comprovando aineficiência da ventilação natural nos ambientes analisados.Em relação à iluminância dos ambientes, observa-se que o ambiente externoapresenta médias de iluminância bastante altas, pois a região possui uma grandequantidade de radiação solar devido sua posição geográfica.


149Percebe-se que a área de convivência possui maior disponibilidade de luznatural, a iluminância média encontrada no ambiente supera a NBR 5413, porém emvirtude da incidência solar direta nas esquadrias, que não possuem proteção solar,ocorre o ofuscamento em algumas horas do dia.Tanto a sala de aula como a sala de reunião não possuem disponibilidade deiluminação natural suficiente para atingir às exigências da norma. Portanto torna-seindispensável o uso de iluminação artificial nestes ambientes, onerando os gastoscom energia elétrica.Com relação à verificação da iluminância média segundo a NBR 5382 nosambientes analisados no período noturno, apenas a sala de reunião atinge àsexigências da NBR 5413, sendo que a área de convivência fica muito aquém domínimo exigido, sendo necessária uma readequação dos ambientes com novo projetoluminotécnico.6.1. SUGESTÕES DE MELHORIAS CONSTRUTIVAS PARA AEDIFICAÇÃOCom o objetivo de melhorar a condição de conforto termo-lumínico econseqüente redução de consumo de energia elétrica com iluminação econdicionamento de ar, foram sugeridas algumas readequações construtivas para aFaculdade de Enfermagem – FAEN.Quanto ao conforto térmico sugere-se de modo geral o sombreamento daenvoltória da edificação por meio de arborização, que deve ser feita de forma a nãoprejudicar as condições de ventilação e iluminação natural dos ambientes. Outraforma de amenizar o desconforto por calor é a utilização de dispositivos de controlesolar mais eficientes, para cada orientação da edificação.Para a sala de aula e sala de reunião propõe-se a colocação de manta térmicaentre a telha e a estrutura do telhado com substituição da telha de fibrocimento portelha de barro. Outra alternativa seria a substituição da telha de fibrocimento portelha metálica termo-acústica, isto amenizaria a temperatura interna dos ambientes,reduzindo o número de horas de uso dos aparelhos de climatização.


150A substituição dos brises soleils metálicos fixos da sala de reunião pormóveis tornaria mais eficiente a proteção solar, pois seria possível controlar a entradada radiação solar ao longo do dia, porém deve-se ponderar e analisar se talsubstituição poderia acarretar gastos com manutenção dos dispositivos, já que podemser mal utilizados pelos usuários.Outra opção seria manter os brises metálicos fixos, no entanto serianecessário aumentar o número de placas metálicas verticais na sala de reunião econseqüentemente aumentar o ângulo da máscara de sombra e proporcionarsombreamento mais eficiente.Ainda em relação aos dispositivos de proteção solar sugere-se a pintura dasplacas na cor branca, a fim de diminuir a temperatura superficial do material eaumentar a reflexão e distribuição da luz natural no interior dos ambientes.Para a área de convivência, propõe-se a retirada da cobertura de telhametálica e colocação de telha metálica termo-acústica, a fim de melhorar a sensaçãode conforto térmico e reduzir ruídos nos momentos de chuvas.Sugere-se ainda, a instalação de brises soleils metálicos pintados na corbranca nas esquadrias altas com vidro fixo, ou substituição dos vidros por elementosvazados pintados na cor branca.Como previsto pela carta bioclimática a área de convivência necessita deventilação e ar condicionado, já que as estratégias construtivas passivas não sãosuficientes para otimizar a circulação do ar, devido aos baixos índices de ventilaçãoexterna (menores de 2m/s).Desta forma, sugere-se o uso de climatizadores artificiais com ventilação easpersão de água para melhorar o microclima no interior do ambiente, favorecendo ouso do espaço de convívio pelos estudantes, já que o uso de condicionadores de arnão seria possível por tratar-se de um espaço aberto, além de onerar os gastos comenergia elétrica.Em termos de recomendações a serem feitas para a melhoria das condições deconforto lumínico nos ambientes propõe-se um novo projeto luminotécnico para asala de aula e área de convivência, que apesar de possuirem lâmpadas fluorescentes ereatores eletrônicos, mais econômicos e eficientes, o sistema de iluminação encontrasesubdimensionado principalmente para o período noturno.


1516.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROSa) Estudos mais aprofundados com monitoramento por um período maior detempo, considerando as 24 horas do dia, para maior compreensão do desempenho daedificação.b) Estudos que considerem também o período da primavera, não abordadoneste trabalho, de forma a estabelecer um conhecimento mais completo docomportamento da edificação em todas as estações do ano.c) Comparação de dados medidos “in loco” com simulações computacionaispara análise de desempenho térmico e lumínico, objetivando a validação dosprogramas existentes para o caso de Cuiabá e regiões com climas semelhantes.d) Avaliação do desempenho acústico da edificação, de forma a estabelecerum conhecimento mais completo do conforto ambiental, englobando todas asvertentes.


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