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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO<br />

FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES<br />

E AMBIENTAL<br />

ILUMINÂNCIA EM CENTROS CIRÚRGICOS<br />

EM CUIABÁ: ESTUDO DE CASO<br />

TULA KIRST ROMANI<br />

Orientadora: Prof.ª Dr.ª MARTA CRISTINA DE JESUS ALBUQUERQUE NOGUEIRA<br />

Cuiabá, MT<br />

Julho/2013


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO<br />

FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E<br />

AMBIENTAL<br />

ILUMINÂNCIA EM CENTROS CIRÚRGICOS<br />

EM CUIABÁ: ESTUDO DE CASO<br />

TULA KIRST ROMANI<br />

“Dissertação apresentado junto ao<br />

Programa de Pós-Graduação em<br />

Engenharia de Edificações e Ambiental<br />

da Universidade Federal de Mato<br />

Grosso, como parte dos requisitos para<br />

obtenção do Título de Mestre.”<br />

Orientadora: Prof.ª Dr.ª MARTA CRISTINA DE JESUS ALBUQUERQUE NOGUEIRA<br />

Cuiabá, MT<br />

Julho/2013


DEDICATÓRIA<br />

Dedico este trabalho ao meu marido,<br />

meus filhos e meus pais.


AGRADECIMENTOS<br />

Inicialmente agradeço a DEUS, pois sem Ele, nada disto seria possível;<br />

Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental pela<br />

oportunidade de continuar meus estudos;<br />

À Prof.ª Dr.ª MARTA CRISTINA DE JESUS ALBUQUERQUE<br />

NOGUEIRA, que não só me orientou e auxiliou na realização deste trabalho,<br />

mas também se mostrou presente para me apoiar e aconselhar quando precisei;<br />

Aos professores do Programa de Pós Graduação em Engenharia de Edificações e<br />

Ambiental pelos ensinamentos, discussões e incentivo durante o curso;<br />

Ao Prof. Dr. JOSÉ DE SOUZA NOGUEIRA, coordenador da Pós-Graduação<br />

em Física Ambiental, por me receber e acolher no bloco do Programa e autorizar<br />

a utilização dos equipamentos utilizados nesta pesquisa;<br />

À Prof a . Dr a . ÂNGELA SANTANA DE OLIVEIRA, ao Prof. Dr. IVAN<br />

JÚLIO APOLÔNIO CALLEJAS e à Prof a . Dr a . LUCIANE CLEONICE<br />

DURANTE, membros da banca avaliadora por terem aceitado o convite e pelas<br />

contribuições para o desenvolvimento deste trabalho;<br />

Aos colegas de mestrado: ADRIANA BUSSIKI FIGUEIREDO SANTOS,<br />

ALINE SANTIAGO, ARY BIANCARDINI FILHO, EDER LEITE DE<br />

BRITO, LEDIANE LÉSLIE CAMPOS RAMOS, LÚCIA FLÁVIA<br />

MILANI DIAS RAMOS, MELLYNA MARIA DE FREITAS WENDLAND,<br />

RODRIGO PINHEIRO TÓFFANO PEREIRA, TAÍSSA MODESTO<br />

AZEVEDO, pelo companheirismo e por dividirem comigo estes dois anos de<br />

trabalhos, provas, artigos e estudos;<br />

Ao JOÃO MÁRIO DE ARRUDA ADRIÃO e NADINE LESSA<br />

FIGUEIREDO CAMPOS pela brilhante defesa de dissertação que serviu de<br />

guia para a montagem da minha;<br />

À RAQUEL MOUSSALEM APOLONIO, colega de profissão e de<br />

especialização que me incentivou o ingresso no programa de pós-graduação;<br />

Ao Dr. ANTÔNIO CATAULI DOS SANTOS, ao Dr. HELTON HUGO<br />

MAIA TEIXEIRA e ao Dr. NASSER HUSSEIN MAHFOUZ, amigos que


não pouparam esforços no sentido de me garantir o acesso aos locais de<br />

medições;<br />

A todo pessoal do Programa de Pós Graduação em Física Ambiental por me<br />

receber e sempre se mostrar solícito para conversar ou ajudar, mesmo que só<br />

para abrir a porta.<br />

Aos meus pais, incentivadores e companheiros sempre;<br />

Ao MAURO NORONHA ROMANI, meu marido, pelo incentivo, apoio<br />

incondicional em todos os sentidos e pela paciência;<br />

A CAPES pela bolsa de estudos concedida;<br />

À ELETROBRÁS pela aquisição de equipamentos;<br />

A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização<br />

deste trabalho.


SUMÁRIO<br />

LISTA DE FIGURAS................................................................................... viii<br />

LISA DE TABELAS..................................................................................... xi<br />

LISTA DE ANEXOS....................................................................................<br />

RESUMO.......................................................................................................<br />

xii<br />

xiii<br />

ABSTRACT................................................................................................... xiv<br />

1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 1<br />

1.1.PROBLEMÁTICA................................................................................... 1<br />

1.2.JUSTIFICATIVA..................................................................................... 3<br />

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................ 5<br />

2.1. HISTÓRIA DE CIRURGIA.................................................................... 5<br />

2.2. HISTÓRIA DO CENTRO CIRÚRGICO................................................ 9<br />

2.3.O CENTRO CIRÚRGICO NOS DIAS DE HOJE................................... 13<br />

2.3.1. Estrutura física.................................................................................... 14<br />

2.3.2. O trabalho no centro cirúrgico e sua organização......................... 16<br />

2.4. CONFORTO........................................................................................... 17<br />

2.4.1. Conforto Lumínico.............................................................................. 19<br />

2.4.1.1. Iluminação........................................................................................ 19<br />

2.4.1.2. Luz..................................................................................................... 24<br />

2.4.1.3. Lâmpadas.......................................................................................... 31<br />

2.4.1.4. Tipos de lâmpadas............................................................................. 34<br />

2.4.1.5. Qualidade em iluminação................................................................. 42<br />

2.4.1.6. Luz para o trabalho........................................................................... 44<br />

2.4.2. Recomendações de projeto de iluminação para o centro<br />

cirúrgico......................................................................................................... 47<br />

2.4.2.1. Farmácia........................................................................................... 47<br />

2.4.2.2. Recuperação Pós-Anestésica (R.P.A.).............................................. 49<br />

2.4.2.3. Sala de cirurgia................................................................................. 51<br />

3. MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................... 65<br />

3.1. MATERIAIS ........................................................................................... 65<br />

3.2. MÉTODO................................................................................................ 65<br />

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................... 72<br />

4.1. COLETA DE DADOS............................................................................. 72<br />

4.1.1. Hospital A............................................................................................ 72<br />

4.1.2. Hospital B............................................................................................ 85<br />

4.1.3. Hospital C............................................................................................ 95<br />

4.1.4. Resultados obtidos através da simulação com software DIALUX 106<br />

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS MEDIDOS x SIMULADOS PARA<br />

CADA AMBIENTE ..................................................................................... 108<br />

5.1.FARMÁCIA............................................................................................. 108<br />

5.2. RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA ................................................. 110<br />

5.3. SALAS DE CIRURGIA.......................................................................... 111<br />

5.3.1. Iluminação geral ................................................................................. 111<br />

5.3.2. Iluminação de tarefa .......................................................................... 103<br />

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 116


6.1. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS................................... 119<br />

7. BIBLIOGRAFIAS ................................................................................... 120<br />

7.1. BIBLIOGRAFIAS CITADAS................................................................. 120<br />

7.2. BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS .................................................... 125<br />

8. ANEXOS.................................................................................................... 128


viii<br />

LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 01: Crânio com evidência de trepanação................................................<br />

Figura 02: Amputação realizada no teatro de cirurgia do Hospital St.<br />

Thomaz (1775)....................................................................................<br />

Figura 03: Teatro de cirurgia do museu de Peterborough .................................<br />

Figura 04: Sala de cirurgia, Hospital Bellevue, 1890.........................................<br />

Figura 05: Teatro de cirurgia do Hospital Geral do Maine, 1895......................<br />

Figura 06: Castiçal grego 3.000 a.C. .................................................................<br />

Figura 07: Vela de espermacete.........................................................................<br />

Figura 08: Acendedor de candeeiro acendendo uma lâmpada de iluminação<br />

pública a gás no Terreiro do Paço em Lisboa.....................................<br />

Figura 09: Lâmpada a gás residencial................................................................<br />

Figura 10: Lâmpada de arco voltaico.................................................................<br />

Figura 11: Espectro eletromagnético e a porção de radiação visível pelo<br />

homem..............................................................................................<br />

Figura 12: Curva se sensibilidade do olho a radiações monocromáticas...........<br />

Figura 13: Quadro da eficiência luminosa de alguns tipos de lâmpada.............<br />

Figura 14: Fluxo luminoso.................................................................................<br />

Figura 15: Iluminância.......................................................................................<br />

Figura 16: Luminância.......................................................................................<br />

Figura 17: Reflexão especular, difusa e mista ...................................................<br />

Figura 18: Transmissão colimada, difusa e combinada......................................<br />

Figura 19: Refração da luz entre meios diferentes.............................................<br />

Figura 20: Temperatura de cor na escala Kelvin ...............................................<br />

Figura 21: Lâmpada incandescente comum ......................................................<br />

Figura 22: Lâmpada halógena dicroica .............................................................<br />

Figura 23: Lâmpada halógena infravermelha ....................................................<br />

Figura 24: Lâmpada fluorescente compacta.......................................................<br />

Figura 25: Lâmpada fluorescente tubular .........................................................<br />

Figura 26: Lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão...................................<br />

Figura 27: Lâmpada de vapor de mercúrio........................................................<br />

Figura 28: Iluminação pública com lâmpada de vapor de sódio.......................<br />

Figura 29: Lâmpada de multivapores metálicos.................................................<br />

Figura 30: Led....................................................................................................<br />

Figura 31: Ofuscamento direto e indireto..........................................................<br />

Figura 32: Efeito estroboscópio.........................................................................<br />

Figura 33: Leitos na área de Recuperação Pós Anestésica (R.P.A.) do<br />

Hospital Vida e Saúde em Santa Rosa - RS........................................<br />

Figura 34: Iluminação geral no teto de uma sala de cirurgia.............................<br />

Figura 35: Detalhe do sistema de iluminação de tarefa com tecnologia Led e<br />

equipamentos auxiliares ao procedimento suspensos.........................<br />

Figura 36: Detalhe do sistema de iluminação de tarefa em uso ........................<br />

Figura 37: Procedimento cirúrgico com campo de isolamento e paramento<br />

médico verde ......................................................................................<br />

Figura 38: Médico cirurgião com aparato auxiliar de iluminação na cabeça ....<br />

Figura 39: Foco cirúrgico auxiliar .....................................................................<br />

Figura 40: Iluminação com fibra ótica em instrumento cirúrgico .....................<br />

5<br />

9<br />

10<br />

12<br />

13<br />

20<br />

21<br />

22<br />

22<br />

23<br />

24<br />

25<br />

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30<br />

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40<br />

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51<br />

55<br />

56<br />

56<br />

57<br />

60<br />

61<br />

62


ix<br />

Figura 41: Laparoscopia.....................................................................................<br />

Figura 42: Negatoscópio em uso........................................................................<br />

Figura 43: Planta <strong>Baixa</strong> do Centro Cirúrgico do Hospital A.............................<br />

Figura 44: Farmácia – Hospital A......................................................................<br />

Figura 45: Sistema de iluminação da Farmácia – Hospital A............................<br />

Figura 46: Nível de iluminamento (em lux) da Farmácia – Hospital A.............<br />

Figura 47: Curvas isolux da Farmácia – Hospital A..........................................<br />

Figura 48: Recuperação Pós Anestésica (R.P.A.) – Hospital A.........................<br />

Figura 49: Sistema de iluminação da Recuperação Pós Anestésica (R.P.A.) –<br />

Hospital A ........................................................................................<br />

Figura 50: Nível de iluminamento (em lux) R.P.A. – Hospital A......................<br />

Figura 51: Curvas isolux do R.P.A. – Hospital A .............................................<br />

Figura 52: Sala de cirurgia 4 – Hospital A ........................................................<br />

Figura 53: Sistema de iluminação da sala de cirurgia 4 – Hospital A................<br />

Figura 54: Luminária para quatro lâmpadas fluorescentes tubulares na sala de<br />

cirurgia 4 – Hospital A .......................................................................<br />

Figura 55: Nível de iluminamento (em lux) na sala de cirurgia 4 – Hospital<br />

A.......................................................................................................<br />

Figura 56: Curvas isolux da sala de cirurgia 4 – Hospital A..............................<br />

Figura 57: Sala de cirurgia 4 – Hospital A.........................................................<br />

Figura 58: Sala de cirurgia 5 – Hospital A.........................................................<br />

Figura 59: Sistemas de iluminação na sala de cirurgia 5 – Hospital A..............<br />

Figura 60: Níveis de iluminamento (em lux) da sala de cirurgia 5 – Hospital<br />

A..........................................................................................................<br />

Figura 61: Curvas isolux da sala de cirurgia 5 – Hospital A .............................<br />

Figura 62: Planta baixa do centro cirúrgico – Hospital B..................................<br />

Figura 63: Farmácia – Hospital B .....................................................................<br />

Figura 64: Luminária da Farmácia – Hospital B................................................<br />

Figura 65: Níveis de iluminamento (em lux) da Farmácia – Hospital B..........<br />

Figura 66: Curvas isolux da Farmácia – Hospital B .........................................<br />

Figura 67: Sala de Recuperação Pós Anestésica (R.P.A.) – Hospital B............<br />

Figura 68: Luminária da sala de Recuperação Pós Anestésica – Hospital B.....<br />

Figura 69: Níveis de iluminamento (em lux) do R.P.A. – Hospital B...............<br />

Figura 70: Curvas isolux do R.P.A. – Hospital B..............................................<br />

Figura 71: Sala de cirurgia 2 – Hospital B ........................................................<br />

Figura 72: Sistemas de iluminação da sala de cirurgia 2 - Hospital B...............<br />

Figura 73: Nível de iluminamento (em lux) da sala de cirurgia 2 - Hospital B.<br />

Figura 74: Curvas isolux da sala de cirurgia 2 - Hospital B ..............................<br />

Figura 75: Sala de cirurgia 5 - Hospital B..........................................................<br />

Figura 76: Luminária do sistema de iluminação geral da sala de cirurgia 5 -<br />

Hospital B.........................................................................................<br />

Figura 77: Sistema de iluminação de tarefa da sala de cirurgia 5 - Hospital B..<br />

Figura 78: Sistema auxiliar de iluminação - Hospital B ...................................<br />

Figura 79: Nível de iluminamento (em lux) da sala de cirurgia 5 - Hospital B.<br />

Figura 80: Curvas isolux da sala de cirurgia 5 - Hospital B...............................<br />

Figura 81: Planta <strong>Baixa</strong> - Hospital C .................................................................<br />

Figura 82: Farmácia - Hospital C......................................................................<br />

Figura 83: Mesa de controle – Farmácia - Hospital C......................................<br />

62<br />

63<br />

72<br />

73<br />

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75<br />

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91<br />

91<br />

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92<br />

93<br />

93<br />

94<br />

94<br />

95<br />

96<br />

97


x<br />

Figura 84: Nível de iluminamento (em lux) da Farmácia - Hospital C............<br />

Figura 85: Curvas isolux da Farmácia - Hospital C...........................................<br />

Figura 86: Sala de Recuperação Pós Anestésica - Hospital C...........................<br />

Figura 87: Sala de Recuperação Pós Anestésica - Hospital C..........................<br />

Figura 88: Luminária da Sala de Recuperação Pós Anestésica - Hospital C.....<br />

Figura 89: Níveis de iluminamento da Sala de Recuperação Pós Anestésica -<br />

Hospital C.........................................................................................<br />

Figura 90: Curvas isolux Sala de Recuperação Pós Anestésica - Hospital C...<br />

Figura 91: Sala de cirurgia 1 - Hospital C.........................................................<br />

Figura 92: Níveis de iluminamento na sala de cirurgia 1 - Hospital C.............<br />

Figura 93: Curvas isolux da sala de cirurgia 1 - Hospital C...............................<br />

Figura 94: Sala de cirurgia 1 - Hospital C.........................................................<br />

Figura 95: Luminária da sala de cirurgia - Hospital C......................................<br />

Figura 96: Sistema de iluminação de tarefa na sala de cirurgia 4 - Hospital C..<br />

Figura 97: Níveis de iluminamento da sala de cirurgia 4 - Hospital C..............<br />

Figura 98: Curvas isolux da sala de cirurgia 4 - Hospital C...............................<br />

Figura 99: Níveis de iluminamento medidos e simulados na farmácia .............<br />

Figura 100: Níveis de iluminamento medidos e simulados na sala de<br />

recuperação pós anestésica .................................................................<br />

Figura 101: Níveis de iluminamento medidos e simulados nas salas de<br />

cirurgia do hospital A.....................................................................<br />

Figura 102: Níveis de iluminamento medidos e simulados nas salas de<br />

cirurgia do hospital B.....................................................................<br />

Figura 103: Níveis de iluminamento medidos e simulados nas salas de<br />

cirurgia do hospital C.....................................................................<br />

Figura 104: Níveis de iluminamento medidos e simulados para a iluminação<br />

de tarefa nas salas de cirurgia ........................................................<br />

97<br />

98<br />

98<br />

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99<br />

100<br />

101<br />

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105<br />

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111<br />

112<br />

112<br />

113<br />

114


xi<br />

LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 01: Classificação das fontes de luz conforme o Indice de Reprodução<br />

de Cores e suas aplicações..................................................................<br />

Tabela 02: Iluminâncias, em lux, por tipo de atividade (valores médios em<br />

serviço)................................................................................................<br />

Tabela 03: Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com<br />

especificação da iluminância e Indice de Reprodução de Cores.........<br />

Tabela 04: Níveis mínimos de iluminamento para as sala de cirurgia...............<br />

Tabela 05: Recomendação de iluminância para a cavidade cirúrgica................<br />

Tabela 06: Tamanhos de malha para tomada dos níveis de iluminamento........<br />

Tabela 07: Resultados obtidos durante as medições .........................................<br />

Tabela 08: Resultados obtidos durante as simulações .......................................<br />

Tabela 09: Resultados obtidos durante as medições e simulações no ambiente<br />

hospitalar – Farmácia .........................................................................<br />

Tabela 10: Resultados obtidos durante as medições e simulações no ambiente<br />

hospitalar – Sala de Recuperação Pós Anestésica...............................<br />

Tabela 11: Resultados obtidos durante as medições e simulações no ambiente<br />

hospitalar – Salas de Cirurgia.............................................................<br />

Tabela 12: Níveis de iluminamento obtidos através de medições manuais com<br />

luxímetro para o sistema de iluminação de tarefa das salas de<br />

cirurgia................................................................................................<br />

33<br />

50<br />

52<br />

55<br />

57<br />

68<br />

106<br />

107<br />

109<br />

110<br />

112<br />

114


xii<br />

LISTA DE ANEXOS<br />

Anexo 01: Simulação – Hospital A - Farmácia<br />

Anexo 02: Simulação – Hospital A – Recuperação Pós Anestésica<br />

Anexo 03: Simulação – Hospital A – Sala de Cirurgia 4<br />

Anexo 04: Simulação – Hospital A – Sala de Cirurgia 5<br />

Anexo 05: Simulação – Hospital B - Farmácia<br />

Anexo 06: Simulação – Hospital B - Recuperação Pós Anestésica<br />

Anexo 07: Simulação – Hospital B – Sala de Cirurgia 2<br />

Anexo 08: Simulação – Hospital B – Sala de Cirurgia 5<br />

Anexo 09: Simulação – Hospital C - Farmácia<br />

Anexo 10: Simulação – Hospital C - Recuperação Pós Anestésica<br />

Anexo 11: Simulação – Hospital C – Sala de Cirurgia 1<br />

Anexo 12: Simulação – Hospital C – Sala de Cirurgia 4


xiii<br />

RESUMO<br />

ROMANI, T.K. Iluminância em centros cirúrgicos em cuiabá: estudo de caso.<br />

2013. 153 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Ambiental) –<br />

Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia, Universidade Federal de Mato<br />

Grosso, Cuiabá, 2013.<br />

Para garantir a segurança em cirurgias, além de todos os elementos técnicos do<br />

procedimento em si, é necessário que as condições lumínicas do centro cirúrgico<br />

sejam as mais adequadas possíveis, para reduzir as variáveis que podem alterar o<br />

resultado dos procedimentos, aumentar o nível de sucesso destes e preservar a saúde<br />

dos profissionais envolvidos. Este trabalho tem como objetivo verificar o<br />

atendimento à norma brasileira quanto aos níveis mínimos de iluminamento para o<br />

centro cirúrgico, comparar esses níveis com os valores obtidos em simulações<br />

computacionais para iluminação no sentido de validar o seu uso para projetos de<br />

iluminação nestes ambientes e verificar o atendimento às recomendações da IESNA,<br />

Sociedade Americana de Engenharia de Iluminação, para a iluminação em Unidades<br />

de Saúde. Para isso, foi criado um perfil da iluminância no centro cirúrgico em três<br />

Instituições de Saúde em Cuiabá com base nas normas brasileiras e as<br />

recomendações da IESNA, e foram realizadas simulações computacionais quanto à<br />

iluminação nestes ambientes. Os dados foram coletados através da observação das<br />

características físicas das salas, os equipamentos disponíveis para a iluminação do<br />

local de trabalho, da medição dos níveis de iluminamento no centro cirúrgico e das<br />

simulações computacionais. Os equipamentos utilizados nesta pesquisa foram: uma<br />

trena, um luxímetro, uma câmera e o software Dialux. Os critérios utilizados para a<br />

análise foram: a norma brasileira para a iluminação, que determina os níveis mínimos<br />

de iluminação para ambientes, e as recomendações para instalações de iluminação<br />

em estabelecimentos de saúde da IESNA. Os resultados indicam que os sistemas de<br />

iluminação dos centros cirúrgicos estudados apresentam discordâncias com a maioria<br />

das recomendações e critérios normativos utilizados como parâmetros e que o uso do<br />

software Dialux pode ser viável para a realização de projetos de iluminação deste<br />

ambiente com considerações.<br />

Palavras chave: iluminação, estabelecimentos assistenciais de saúde, níveis de<br />

iluminamento.


xiv<br />

ABSTRACT<br />

ROMANI, T.K. Lighting in Surgery Centers in Cuiabá: Case Study 2013. 153 p.<br />

Dissertation (Master in Enviromental Engeneering and Building) – School of<br />

Architecture, Engeneering and Technology, Federal University of Mato Grosso,<br />

Cuiabá, 2013.<br />

To ensure safety in surgery, in addition to the technical elements of the procedure<br />

itself, it is necessary that the lighting conditions of the surgical center are proper, in<br />

order to reduce the variations that can alter the outcome of the procedures, to<br />

increase the level of success and to preserve the health of the professionals. This<br />

study aims to verify the accordance of the lighting levels to the Brazilian standard<br />

regarding minimum levels of illuminance in the operating room, compare these<br />

levels with the values btained in computer simulations for lighting in order to<br />

validate its use for lighting projects in these environments and to verify compliance<br />

with the recommendations of the IESNA (American Society Illuminating<br />

Engineering) for lighting Units Health Assistance. For this, a profile of illuminance<br />

in the operating room in three health institutions in this Cuiabá was built, based on<br />

Brazilian standards and the recommendations of the IESNA, and computer<br />

simulations were conducted regarding lighting levels in these environments. The data<br />

were collected through observation of the physical characteristics of the rooms, the<br />

facilities available for the lighting the workplace, the measurement of illuminance in<br />

the operating room and computer simulations. The equipment used for the research<br />

were: a measuring tape, a luximeter, a camera and the Dialux software. The criteria<br />

used for the analysis were: the Brazilian standard for lighting, which determines the<br />

minimum levels of lighting for different environments, and the recommendations for<br />

lighting for hospitals and health care facilities of the IESNA. The results indicate that<br />

the lighting systems of surgical centers evaluated do not meet most of the<br />

recommendations and normative criteria used as a basis for this work in all<br />

environments, and the use of the Dialux software can be viable to carry out lighting<br />

projects in these environments with some considerations.<br />

Keywords: lighting, health care facilities, lighting levels.


1<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

1.1. PROBLEMÁTICA<br />

Muitas pessoas veem o Centro Cirúrgico com os olhos de quem, vez ou outra, foi, ou<br />

teve algum parente ou conhecido, submetido a um procedimento terapêutico invasivo.<br />

Para uma parcela pequena, mas não menos importante da população, este é o local de<br />

trabalho, de execução de tarefa e de produção. Como qualquer outro tipo de atividade<br />

laboral, as atividades nele desenvolvidas apresentam características próprias e demandas<br />

específicas que podem causar danos à saúde dos trabalhadores ou comprometer o<br />

resultado final das tarefas.<br />

Os médicos e os enfermeiros dividem com profissionais de emergência, policiais,<br />

investidores da bolsa, controladores de tráfego aéreo e professores, o topo da lista das<br />

profissões mais estressoras. No caso da equipe do Centro Cirúrgico, a responsabilidade<br />

de lidar diretamente com a vida das pessoas e a expectativa delas quanto aos resultados<br />

dos procedimentos realizados é uma das principais razões da carga extra de stress a que<br />

estes profissionais estão sujeitos.<br />

Os procedimentos realizados dentro do Centro Cirúrgico podem ser simples e rápidos<br />

ou extremamente complexos e demorados, mas um elemento é comum a todos eles, o<br />

risco, seja pela gravidade dos pacientes ou pela complexidade dos atos anestésico e<br />

cirúrgico.<br />

O trabalho do médico cirurgião exige grande resistência física e habilidade motora. Ele<br />

trabalha longas horas em pé e usa as mãos para manipular instrumentais para os mais<br />

diversos fins. Muitos deles exigem grande esforço físico, outros destreza e alguns a<br />

repetição constante de movimentos. É necessário também um grande esforço cognitivo<br />

e mental, pois todas as atividades desenvolvidas neste ambiente precisam de um estado<br />

de alerta permanente para o qual é exigida uma intensa preparação intelectual e rapidez<br />

na tomada de decisões.<br />

Associado ao stress de ter em suas mãos a responsabilidade pelo bem estar e, em muitos<br />

casos, a vida de seus pacientes, está o stress causado por fatores como a fadiga física e


2<br />

mental causada por cirurgias longas, má postura, inadequação do ambiente e acuidade<br />

visual prejudicada.<br />

Todos estes fatores dificultam a ação dos cirurgiões e podem trazer como consequência<br />

uma queda no rendimento do trabalho do médico e, em casos mais extremos,<br />

negligências operacionais. Estas podem gerar consequências graves para o profissional,<br />

para a instituição e principalmente para o paciente.<br />

Os demais membros da equipe cirúrgica também são bastante exigidos. Como membros<br />

de apoio ao procedimento, devem estar atentos a qualquer necessidade que possa surgir<br />

ou alterações de protocolo para ter condições de dar suporte à nova situação. Também<br />

passam horas ininterruptas em pé, auxiliam o médico durante todo o procedimento e,<br />

dependendo de sua função dentro do processo cirúrgico, acompanham o paciente desde<br />

sua preparação para o procedimento até sua Recuperação Pós-Anestésica (R.P.A.) e<br />

encaminhamento para o quarto.<br />

O stress e o esforço físico e mental exigem muita energia do corpo, mas já fazem parte<br />

da profissão dos membros da equipe cirúrgica pelas próprias características do seu<br />

trabalho. Colocar estes profissionais sob condições menos adequadas do que as<br />

consideradas ideais para o cumprimento de suas tarefas, significa aumentar as demandas<br />

de energia sobre o trabalhador, elevando ainda mais os riscos associados aos<br />

procedimentos cirúrgicos.<br />

Visualizar tarefas delicadas com iluminação inadequada exigem esforço extra que<br />

absorve parte da energia e atenção que deveriam estar dirigidas à tarefa, acarretando um<br />

aumento do desgaste físico e da tensão relacionada à atividade dentro do Centro<br />

Cirúrgico. Quando isso acontece o resultado do trabalho deixa de depender somente das<br />

habilidades particulares do cirurgião e da equipe, e passa a ter um comprometimento<br />

diretamente ligado às limitações impostas pelos aspectos ambientais do local de<br />

trabalho.<br />

Este trabalho trata dos aspectos lumínicos do Centro Cirúrgico, que, apesar de não<br />

serem as únicas características do ambiente capazes de trazer consequências à tarefa e à<br />

saúde do profissional, constituem-se de questões fundamentais para o conforto de


3<br />

trabalhadores em qualquer ambiente de trabalho e para a realização de qualquer<br />

atividade.<br />

1.2. JUSTIFICATIVA<br />

O homem passa mais da metade da sua vida trabalhando. Cada tipo de profissão<br />

apresenta características distintas, e algumas delas apresentam situações de risco ou<br />

expõe o profissional a condições que podem comprometer sua saúde e seu desempenho.<br />

Na área da saúde a qualidade do serviço prestado deve se analisado de uma maneira<br />

muito mais cuidadosa do que no sistema de produção e serviço. Quando trata-se de<br />

saúde não se pode levar em consideração somente aspectos econômicos, aumento de<br />

produção ou de conquista de clientes, o bem estar e a vida das pessoas é o foco. Além<br />

disso, por se tratar de assistência à saúde, o serviço prestado em hospitais tem cunho<br />

social e afeta toda a região em que está inserido.<br />

Cuiabá é a capital do estado do Mato Grosso, é um centro de referência médica na<br />

região e atende, além da população da cidade, diversos municípios do estado. Possui<br />

vários hospitais e centros cirúrgicos que recebem pacientes do Sistema Único de Saúde<br />

do governo, clientes de planos de saúde e pacientes particulares. No entanto, poucos<br />

estudos têm sido feitos quanto à qualidade ambiental dos centros cirúrgicos em nossa<br />

capital.<br />

Não foram encontrados, durante o levantamento de dados para a realização desta<br />

dissertação, informações a respeito dos sistemas de iluminação instalados dentro dos<br />

hospitais, dos níveis de iluminamento em seus setores e dos equipamentos disponíveis<br />

para suprir a necessidade de luz visível durante os procedimentos nos centros cirúrgicos<br />

em Cuiabá. A necessidade da criação de um banco de dados a este respeito foi um dos<br />

motivadores para a realização desta dissertação.<br />

A coleta de dados a respeito da qualidade física do ambiente de trabalho da equipe de<br />

cirurgia em Cuiabá é de extrema importância para que se verifique o atendimento às<br />

normas existentes acerca do tema e se possa garantir um ambiente favorável a prática a<br />

que se destina os centros cirúrgicos neste centro de referência de nosso estado.


4<br />

Quanto toma-se ciência de que é preciso ver para poder realizar uma tarefa, a luz passa<br />

a ter uma importância fundamental para a verificação das condições ambientais de<br />

trabalho dentro do Centro Cirúrgico. A capacidade de visualização é tão importante que<br />

os níveis mínimos de iluminamento para os ambientes são normatizados. A NBR 8995-<br />

1 (ABNT, 2013) estabelece estes valores para os mais diversos ambientes de trabalho<br />

para que se tenha uma referência de qual nível de iluminamento atende às necessidades<br />

de cada tarefa.<br />

O Centro Cirúrgico, objeto de estudo deste trabalho, é um importante setor dentro da<br />

estrutura de assistência à saúde por se tratar do ambiente onde são realizados os<br />

procedimentos cirúrgicos com finalidade de cura terapêutica ou estética, que são, em<br />

sua maioria, parte fundamental de tratamentos que buscam o reestabelecimento da saúde<br />

dos pacientes.<br />

Más condições de trabalho podem trazer como consequência um decréscimo na<br />

qualidade dos serviços prestados e danos para a saúde do trabalhador. Isso é verdade<br />

independente do serviço a que se refira, no entanto, poucos serviços mal prestados<br />

podem trazer consequências tão graves quanto o mau serviço prestado dentro de um<br />

Centro Cirúrgico.<br />

Este trabalho pretende demonstrar a importância de bons níveis de iluminamento para a<br />

atuação dos profissionais que trabalham no Centro Cirúrgico e apresentar as condições<br />

reais a que estes trabalhadores estão sujeitos nestes ambientes.<br />

Para isso definiu-se como objetivo geral analisar a iluminância, em centros cirúrgicos<br />

em Cuiabá e confrontar os valores encontrados com as recomendações normativas<br />

existentes.<br />

Como objetivos específicos foram definidos: a) analisar o comportamento da<br />

iluminação dentro dos ambientes estudados; b) realizar o comparativo dos níveis de<br />

iluminamento obtidos durante as medições com os valores estabelecidos pela NBR<br />

8995-1 (ABNT, 2013) para verificar o atendimento à essas normas; c) verificar a<br />

compatibilidade dos níveis de iluminamento obtidos com o uso do software DIALUX<br />

com os mesmos níveis obtidos através das medições para os ambientes estudados.


5<br />

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1. HISTÓRIA DA CIRURGIA<br />

A cirurgia faz parte da vida do homem desde praticamente o início de sua história. Há<br />

evidências de que trepanação, um procedimento extremamente sangrento e doloroso, em<br />

que uma porção circular do osso do crânio é removido, já era realizado desde 10.000<br />

a.C., (HOLLINGHAM, 2009).<br />

As razões da realização de tal procedimento nesta época não são ainda muito claras,<br />

mas especula-se que eram realizadas como parte de uma cerimônia de passagem para<br />

jovens, como um rito religioso ou até pela razão que nos parece mais óbvia nos dias de<br />

hoje, alívio da pressão intracraniana. Fato é que vários crânios, com mais de 10.000<br />

anos de idade, como o da Figura 01, foram encontrados em diversos lugares do mundo,<br />

com orifícios perfeitamente circulares e cicatrizados, o que indica intervenção<br />

intencional em que o paciente sobreviveu.<br />

Figura 01: Crânio com evidência de trepanação<br />

FONTE: Tubino & Alves (2010)<br />

Os fragmentos retirados dos crânios foram encontrados em colares primitivos, o que nos<br />

conduz à crença de que eram usados como amuletos, assim como a rótula dos joelhos,<br />

(LYONS & PETRUCELLI, 1997).<br />


6<br />

Os primeiros registros documentados de cirurgias vêm da Grécia. Alcmeon de Croton<br />

(500 a.C.) é considerado o primeiro escritor grego em medicina. Possuía uma visão<br />

científica e moderna do ouvido e testou suas teorias realizando experimentos<br />

anatômicos em dissecações, inclusive do olho humano. Desenvolveu algumas teorias e<br />

descreveu a seu modo algumas estruturas do corpo humano, tendo como destaque sua<br />

contribuição para a descrição do sistema circulatório, conhecimento supostamente<br />

adquirido através do tratamento que realizava em pessoas seriamente feridas e em<br />

dissecações de animais, (LYONS & PETRUCELLI, 1997).<br />

Cirurgias na antiguidade eram acompanhadas de instrumentos altamente rudimentares<br />

pela própria tecnologia da época. Em cerca de 600 a.C. Susruta, o pai da cirurgia Hindu,<br />

produziu várias obras descrevendo métodos e mais de 120 instrumentos usados em suas<br />

cirurgias, que incluíam rinoplastias em pessoas acidentadas ou mutiladas, (SCHOR &<br />

FREITAS, 1992).<br />

É de pouco tempo depois a documentação de uso de sistema de rotação da pele para a<br />

reparação de deformidades ou mutilações em estruturas como boca, nariz e orelha.<br />

Cornélius Celsus, um dos grandes contribuintes da medicina durante o Império<br />

Romano, descobriu que a pele adjacente ao local a ser reparado corria menos risco de<br />

rejeição durante um reimplante. Era a cirurgia plástica, cuja história acontece em<br />

paralelo à história da medicina, mas que sofreu diversos reveses. Apesar de ter o seu<br />

valor reconhecido no psicológico dos pacientes cujos procedimentos representavam<br />

uma melhoria considerável em sua aparência, sempre foi considerada supérflua sobre os<br />

outros procedimentos que visavam preservar a vida, aplacar a dor ou curar inflamações,<br />

sendo inclusive banida durante muitos anos pela igreja católica, (LYONS &<br />

PETRUCELLI, 1997).<br />

Na Índia antiga houve uma primeira coleção de informações médicas conhecida como<br />

Ayurveda, em que é possível encontrar capítulos inteiros a respeito de cirurgias para<br />

retirada de corpo estranho, feto morto retido intrauterino, drenagem de ferida com pus,<br />

cirurgia dos olhos, nariz e garganta, todos separados por assunto e com descrição de<br />

procedimento e instrumentos, (SCHOR & FREITAS, 1992).


7<br />

Segundo o mesmo autor, Hipócrates (460 a.C.) é considerado o pai da medicina. Sua<br />

participação em produção literária médica da época é muito grande, e é o fundador das<br />

bases atuais da medicina. Dirigiu uma escola de medicina na ilha de Cos e deu os<br />

primeiros passos para o desenvolvimento de uma medicina separada da religião. Seus<br />

instrumentos cirúrgicos muito se assemelham com os instrumentos usados nos dias de<br />

hoje, como bisturis, pinças e afastadores, no entanto não há descrição do uso de<br />

ambientes específicos para a prática cirúrgica de pacientes. Desenvolveu a teoria dos<br />

quatro humores fundamentais: sangue, bílis, pituíte e atrabilis. Esta teoria afirmava que<br />

a doença era causada pelo desequilíbrio entre estes elementos dentro do corpo. O<br />

tratamento para muitas delas era então reduzida à indução ao vômito, a sangria e ao<br />

enema.<br />

Em 130 d.C. nasceu Galeno. Este Romano fez inúmeras descobertas médicas ao tratar<br />

gladiadores feridos e acompanhar seus pacientes durante sua recuperação, foi médico de<br />

imperadores, era defensor da teoria dos quatro humores fundamentais proposto por<br />

Hipócrates. Escreveu vários livros, muitos destes perdidos ao longo do tempo, mas que<br />

foram compilados em Veneza no ano de 1538 e usados como base para a medicina<br />

exercida de seu tempo e por toda a Idade Média. Tinha como hábito ferver seus<br />

instrumentos cirúrgicos entre os procedimentos, o que o colocava séculos a frente de seu<br />

tempo em alguns sentidos, (LYONS & PETRUCELLI, 1997).<br />

Os gladiadores, no Império Romano, ocupavam as posições mais baixas da hierarquia<br />

na sociedade da época. Eram, no entanto, tratados como atletas caros, precisavam estar<br />

em pleno vigor físico para vencer batalhas pela vida no coliseu, e em outros tantos<br />

circos espalhados por todo o império, em nome da diversão do povo. Possuíam o<br />

melhor treinamento, dieta e tratamentos médicos disponíveis na época. Mesmo assim,<br />

este tratamento se limitava a amputações e tratamento de feridas de batalha, mas<br />

permitiram a realização de grandes descobertas na medicina graças à observação do<br />

fluxo sanguíneo que espirrava de feridas abertas, da cor do sangue que vertia de veias e<br />

artérias, da oportunidade de ver os músculos e das entranhas em gladiadores mortos ou<br />

feridos em batalhas, (HOLLINGHAM, 2009).<br />

Essas observações foram o impulso para o início do estudo de anatomia, mas, como a<br />

dissecação de cadáveres era considerada suja e blasfeme, toda a descrição da anatomia


8<br />

humana da época era baseada somente no conhecimento que se tinha da anatomia de<br />

animais. Apesar disso, grandes descobertas foram feitas, como o fato de existir sangue<br />

ao invés de ar nas artérias, que órgãos distintos tinham funções igualmente distintas e<br />

que o cérebro controlava a voz, (HOLLINGHAM, 2009).<br />

Segundo o mesmo autor, neste período é que surgem os primeiros estabelecimentos com<br />

características hospitalares de que se tem notícia. Eram casas de acolhimento de<br />

doentes, geralmente localizadas próximas a templos destinados aos Deuses. Nos tempos<br />

pré-cristãos o pensamento Judaico associava as doenças ao pecado. Essa idéia foi<br />

reforçada com o passar dos anos com a ação evangélica de Cristo, que curava<br />

milagrosamente as doenças através do perdão dos pecados.<br />

O tratamento médico profissional desapareceu a partir do século V, início da Idade<br />

Média, e passou a ser oferecido somente dentro de mosteiros. Durante este período o<br />

conhecimento e os homens instruídos eram quase sempre os clérigos, pois estes tinham<br />

o estudo dos conhecimentos naturais como parte de sua educação. No entanto estes<br />

homens davam prioridade à fé e pouco questionavam o que lhes era ensinado. A<br />

medicina nos monastérios era simples e usava muito do que conhecemos hoje como<br />

medicina popular, sempre com uso de ervas cultivadas nas hortas dos próprios<br />

monastérios, com uma mistura de ciência básica e muita superstição, que incluía o uso<br />

da teoria dos quatro humores e o uso de inúmeros amuletos. Esta medicina monástica<br />

foi banida no séc. XIII porque a igreja percebeu que os monges estavam sempre mais<br />

ocupados de seus afazeres médicos do que com suas funções religiosas, (LYONS &<br />

PETRUCELLI, 1997).<br />

Preconizada por Abw’l Qasim al Zahrawai (930-1013), primeiro cirurgião a escrever<br />

um livro ilustrado de cirurgia, a cauterização de ferimentos à ferro em brasa foi<br />

amplamente utilizada neste período, (TURBINO & ALVES, 2010). Fora dos<br />

monastérios as cirurgias aconteciam em qualquer lugar, na casa do paciente, do<br />

cirurgião, em um campo de batalha ou no convés de navios, (LYONS & PETRUCELLI,<br />

1997).


9<br />

2.2. HISTÓRIA DO CENTRO CIRÚRGICO<br />

O hospital foi instituído ainda na idade média. O Hôtel Dieu, o hospital mais antigo de<br />

Paris foi criado em 651, e servia de depósito de doentes. Era uma forma de segregar a<br />

população doente e impedir que as pessoas saudáveis fossem contaminadas. Nestes<br />

locais os pacientes recebiam comida e tratamento paliativo para seus males, (TUOTO,<br />

2010). Foi dentro deste hospital que no século XII surgiu o primeiro Centro Cirúrgico.<br />

Depois de muitos anos esperando por um local adequado para sua prática profissional,<br />

os cirurgiões, considerados uma classe intelectual inferior à dos médicos conseguiram<br />

um espaço para suas cirurgias. As primeiras escolas de medicina como conhecemos<br />

sugiram no séc. XIII, (KREISCHER, 2007).<br />

Nestas escolas professores cirurgiões ensinavam sobre a cirurgia em teatros lotados de<br />

alunos. O cirurgião barbeiro executava o procedimento indicado pelo médico em um<br />

paciente amarrado sobre uma mesa de madeira, muitas vezes consciente, e geralmente<br />

gritando de agonia e dor, como pode ser verificado na Figura 02.<br />

Figura 02: Amputação realizada no teatro de cirurgia do Hospital St. Thomaz (1775)<br />

FONTE: http://www.mpiwg-berlin.mpg.de (Acesso em 2012)<br />

Nem todos os médicos cirurgiões punham as mãos nos paciente. Eles eram escolados e<br />

altamente instruídos se comparados com o resto da população, trabalhar manualmente<br />

era considerado pouco nobre e significava a perda da autoridade. Além disso, os<br />

médicos, para poderem receber o conhecimento formal de medicina, tinham que falar<br />

latim e ser homens da igreja, e homens da igreja não derramam sangue. Esta função era


10<br />

então delegada aos cirurgiões barbeiros. Esta situação durou até o Séc. XVI, sendo<br />

Ambroise Paré (1510-1590) o primeiro médico a dedicar todo seu tempo à cirurgia,<br />

(TURBINO & ALVES, 2009).<br />

Os procedimentos eram antecedidos de enorme ansiedade e medo por parte dos<br />

pacientes. Já o médico se orgulhava de ser rápido, pois, quanto mais rápido, menor o<br />

sofrimento causado.<br />

As guerras foram grandes escolas para os cirurgiões. Em um tempo em que os<br />

procedimentos eram restritos, ter a oportunidade de lidar com os mais diferentes tipos<br />

de ferimentos era muito bom em termos de aprendizado.<br />

O cuidado com a higiene era praticamente inexistente nos teatros de medicina nas<br />

escolas e hospitais. Todas as estruturas das salas eram feitas em madeira, material<br />

poroso e de difícil manutenção quando em contato constante com materiais orgânicos<br />

como pode ser verificado na Figura 03. Muitos pacientes, quando sobreviviam ao<br />

procedimento, sucumbiam à infecção que vinha logo em seguida.<br />

Figura 03: Teatro de cirurgia do museu de Peterborough<br />

FONTE: arthurmellows.peterborough.sch.uk<br />

Após o renascimento houve uma ruptura maior com relação à igreja católica, isso<br />

alavancou o estudo da anatomia e da fisiologia, fazendo deste um período de grandes<br />

descobertas. O tabu acerca da abertura de corpos ainda era grande, mas muito mais<br />

pessoas estavam dispostas a fazê-lo em nome da ciência e da curiosidade. Mesmo<br />

assim, durante muito tempo ainda não se fez cirurgias grandes. Eram em sua maioria


11<br />

amputações, remoções de corpos estranhos e fechamento de ferimentos,<br />

(HOLLINGHAM, 2009).<br />

Segundo o mesmo autor, no século XVIII acontecem grandes avanços na cirurgia, John<br />

Hunter foi um grande nome na cirurgia mundial, foi um grande anatomista que<br />

ministrava aulas sobre o tema em escolas de medicina e em sua escola particular.<br />

Conhecia a anatomia humana como nenhum outro em sua época, e, enquanto alguns<br />

médicos ainda trabalhavam sob a influência da teoria dos quatro humores de Hipócrates,<br />

ele desenvolvia métodos para evitar infecções, reduzir o tempo de cirurgia e garantir um<br />

bom resultado final de seus procedimentos.<br />

Hunter possuía uma gigantesca coleção de seus estudos anatômicos, com os ossos e<br />

partes dos corpos dos mais diversos animais, de humanos com deformidades físicas,<br />

órgãos, membros e uma série de outras peças. Existe hoje em Londres um museu que<br />

acomoda toda sua coleção e que é aberta ao público para visitações, (MOORE, 2005).<br />

A anestesia é também muito importante da linha do tempo do estudo dos centros<br />

cirúrgicos. Durante toda a história da medicina o fato de o paciente sentir dor limitava a<br />

realização dos procedimentos cirúrgicos em diversos aspectos, por isso, vários métodos<br />

anestésicos foram sendo desenvolvidos ao longo dos anos.<br />

Por volta de 1000 a.C. os pacientes tinham sua carótida comprimida até que<br />

desmaiassem. Na Europa medieval os pacientes eram golpeados na cabeça, protegida<br />

com uma tigela de madeira para que o crânio não quebrasse, a fim de que o paciente<br />

ficasse inconsciente. Mais tarde os unguentos com vinho e ópio foram largamente<br />

usados, (HOLLINGHAM, 2009).<br />

Os anestésicos fizeram com que os médicos e os pacientes ficassem mais tranquilos<br />

quanto ao procedimento cirúrgico, um porque não teria dor e o outro porque trataria de<br />

um paciente imóvel, o que permitiria um controle melhor das ações durante o<br />

procedimento. Avanços no campo da anestesia evitaram várias mortes por choque<br />

causado pela dor, e também permitiram que o tempo de cirurgia fosse estendido. Esta<br />

nova realidade, diminuiu a ansiedade de pacientes e médicos quanto à possibilidade de


12<br />

se realizar um procedimento de risco extremo e não ter tempo hábil para resolver o<br />

problema a que este procedimento estava se propondo.<br />

No início do Século XIX o éter começou a ser usado com grande sucesso nos mais<br />

variados tipo de procedimentos. Na Figura 04 é possível verificar um auxiliar segurando<br />

o frasco de éter próximo ao rosto do paciente. Na mesma Figura é possível verificar um<br />

equipamento de iluminação sobre a mesa de cirurgia.<br />

Figura 04: Sala de cirurgia, Hospital Bellevue, 1890<br />

FONTE: http://theardentaudience.blogspot.com.br (Acesso em 2012)<br />

Lister, um professor da universidade de Glasgow, no século XIX, foi um dos primeiros<br />

a associar a falta de higiene nos centros cirúrgicos às mortes causadas pelas infecções,<br />

conhecidas como febre das enfermarias. Isso já havia sido observado por Ignaz<br />

Semmelweiss, um médico húngaro que fazia com que os médicos de sua equipe<br />

lavassem as mãos com cloreto de cálcio entre as visitas de diferentes pacientes para<br />

diminuir as chances de contaminação. Com este pequeno cuidado as mortes de<br />

pacientes sob seus cuidados caíram dramaticamente. Isso também aconteceu com os<br />

pacientes de Lister. Este começou protegendo feridas abertas com gaze embebida em<br />

ácido carbólico. Também foi dele a ideia de uma máquina que bombeasse uma leve<br />

névoa de ácido carbólico no ar próximo às cirurgias para evitar a contaminação do<br />

campo cirúrgico, (BANKSTON, 2005).<br />

O início do uso das luvas de borracha e do avental no Centro Cirúrgico, trocados a cada<br />

procedimento, em 1882 e 1889 respectivamente, também foram marcos na história da


13<br />

cirurgia por diminuírem os números da febre das enfermarias, (KREISCHER, 2007).<br />

Foi neste período que a necessidade de melhor assistência durante o procedimento<br />

cirúrgico trouxe as enfermeiras para dentro deste ambiente. Hoje são peças chave na<br />

organização do trabalho dentro das salas de cirurgia. As alunas do curso de enfermagem<br />

do Boston Training School do Hospital Geral de Massachusetts foram as primeiras<br />

mulheres a frequentarem os centros cirúrgicos. Na Figura 05 possível verificar uma<br />

equipe de cirurgia com membros do sexo feminino.<br />

Figura 05: Teatro de cirurgia do Hospital Geral do Maine, 1895<br />

FONTE: http://www.mainememory.net<br />

As grandes guerras mundiais, apesar de muitas mortes, trouxeram consigo também uma<br />

grande quantidade de avanços na área da medicina e da cirurgia como uma série de<br />

novos instrumentos para o tratamento de ferimentos, técnicas para tratamento de trauma<br />

em cirurgia, transfusões seguras de sangue e a penicilina, (MCKEE & HEALY, 2002).<br />

2.3. O CENTRO CIRÚRGICO NOS DIAS DE HOJE<br />

Ao contrário dos primeiros teatros de cirurgia o Centro Cirúrgico é hoje um setor de<br />

grande importância dentro do hospital. Os cuidados relacionados com a limpeza o<br />

coloca na zona crítica quanto aos cuidados de controle de infecção hospitalar pela<br />

ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Seus cuidados no sentido de<br />

manter o ambiente o mais estéril possível envolve o abrigo, não somente das salas de


14<br />

cirurgia propriamente ditas, mas de todos os ambientes de apoio às atividades realizadas<br />

dentro deste setor.<br />

O Centro Cirúrgico é uma ala do hospital altamente complexa e especializada em<br />

termos de equipamento e organização espacial, composto por várias salas, equipamentos<br />

e materiais que são usados pela equipe cirúrgica. A conscientização das necessidades<br />

específicas da administração segura da anestesia, da assepsia nos procedimentos e das<br />

barreiras no sentido de eliminar a infecção pós-operatória mudaram o design dos<br />

ambientes hospitalares destinados à cirurgia, (BERGUER, 1997 apud DINIZ &<br />

MORAES, 1999).<br />

A proteção destes ambientes com relação aos demais dentro do hospital se dá através do<br />

controle dos fluxos de circulação e barreiras físicas que impedem a entrada de<br />

contaminantes de área externas ao Centro Cirúrgico. Os materiais de acabamento devem<br />

ser laváveis e impermeáveis, tanto para pisos, paredes, tetos e bancadas. Devem-se<br />

evitar ranhuras e frestas para evitar a proliferação de microrganismos, (BICALHO,<br />

2002).<br />

2.3.1. Estrutura Física<br />

A ANVISA é o órgão, dentro do Brasil, que define as diretrizes de projeto para os EAS,<br />

Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, através da RDC – 50/02. Para a construção,<br />

ampliação ou reforma de qualquer EAS é necessário que se apresente o projeto para sua<br />

avaliação pela Vigilância Sanitária local. Esta irá se manifestar quanto à adequação do<br />

projeto arquitetônico às atividades propostas, à funcionalidade do edifício, ao<br />

dimensionamento dos ambientes, às instalações ordinárias e especiais e à especificação<br />

básica dos materiais a serem utilizados.<br />

Dentre as diretrizes apontadas pela RDC-50/02 estão os ambientes mínimos para o<br />

atendimento dentro dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde de acordo com as<br />

funções específicas de cada um deles. Para que se definam quais esses ambientes<br />

mínimos é necessário que se especifique qual será o nível de atendimento prestado<br />

dentro de cada EAS.


15<br />

As salas de cirurgia são obrigatórias quanto existem, nestes estabelecimentos, os<br />

ambientes de internação para tratamento intensivo de queimados e unidade de anatomia<br />

patológica e cito patologia, (ANVISA, 2002).<br />

De acordo com a ANVISA, na RDC-50/02, os ambientes de apoio ao Centro Cirúrgico<br />

são: a secretaria, o expurgo, esterilização, preparação e depósito de material ou<br />

farmácia, vestiários (tanto para trabalhadores quanto para pacientes), lavabos e estar<br />

médico. Os ambientes de apoio do Centro Cirúrgico são a sala de utilidades, que neste<br />

trabalho está sendo denominada farmácia por ser esta a nomenclatura utilizada dentro<br />

dos centros cirúrgicos visitados, banheiros com vestiário para funcionários com barreira,<br />

sala administrativa, laboratório para revelação de chapas, que pode ser dentro do Centro<br />

Cirúrgico ou não, DML (Depósito de Materiais de Limpeza), depósito de equipamentos<br />

e materiais, sala de distribuição de hemocomponentes, área de recuperação anestésica,<br />

posto de enfermagem e serviço, área para prescrição médica, sala de apoio às cirurgias<br />

especializadas, sala de pequena, grande e média cirurgia, área de escovação, de indução<br />

anestésica e de recepção de paciente e ainda sala de guarda e preparo de anestésicos.<br />

O mobiliário dentro das salas de operações deve se resumir ao mínimo necessário, como<br />

mesas cirúrgicas, mesas auxiliares, carrinho de anestesia e monitores, hampers (cestos<br />

para roupa suja), bacias e suportes e bisturi elétrico.<br />

A arquitetura atua no Centro Cirúrgico no sentido de proporcionar o melhor esquema de<br />

circulação entre os ambientes e oferecer a melhor proteção quanto a infecções, com a<br />

especificação de barreiras, proteções, meios e recursos físicos, funcionais e<br />

operacionais.<br />

Para auxiliar a determinação de quais proteções usar dentro do Centro Cirúrgico e os<br />

melhores locais para seu posicionamento a ANVISA, na RDC-50/02, classifica as áreas<br />

dentro dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde em:<br />

a) Áreas críticas: são os ambientes onde o risco de transmissão de infeção é<br />

alto, em que se realizam procedimentos de risco com ou sem pacientes, ou<br />

onde se encontram pacientes imunodeprimidos. Esta é a classificação do<br />

Centro Cirúrgico. Nestas áreas os materiais para o revestimento de paredes,


16<br />

pisos e tetos devem ser resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes. Os<br />

materiais cerâmicos aqui não podem possuir índice de absorção de água<br />

superior a 4%, bem como seu rejunte. As ranhuras em paredes, pisos e teto<br />

devem ser evitadas a todo custo para evitar a acomodação de bactérias, ou<br />

seja, devem ter acabamento monolítico;<br />

b) Áreas semicríticas: Aquelas ocupadas por pacientes com doenças infecciosas<br />

de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas;<br />

c) Áreas não críticas: locais não ocupados por pacientes e onde não se realizam<br />

procedimentos de risco.<br />

2.3.2. O trabalho no centro cirúrgico e sua organização<br />

O estudo da ergonomia dentro do Centro Cirúrgico, no sentido de minimizar a fadiga,<br />

aumentar a eficiência e reduzir os custos, é uma realidade desde que a cirurgia se tornou<br />

mais segura e, consequentemente, aceitável como tratamento. O número de<br />

procedimentos aumentou, e a necessidade de produção, quase como um chão de fábrica,<br />

logo se tornou uma realidade.<br />

Se por um lado esta realidade assusta e dá a sensação de banalização deste tipo de<br />

tratamento, por outro só reforça o fato de que se está no caminho certo para que a<br />

cirurgia se torne cada dia mais segura.<br />

O funcionamento do Centro Cirúrgico já deixou de ser um mistério ou estar totalmente<br />

sob a responsabilidade do médico cirurgião. Existem hoje protocolos de atendimento,<br />

recebimento e preparação do paciente, assim como equipes diferentes, com atribuições<br />

diferentes, que trabalham em conjunto e fornecem segurança para todos os envolvidos<br />

na cirurgia quanto aos passos a serem seguidos a cada etapa do procedimento,<br />

(MOURA, 2006).<br />

Existem essencialmente três equipes atuando no Centro Cirúrgico: a Equipe de<br />

Anestesia, de Cirurgia e de Enfermagem.<br />

A equipe de anestesia é composta pelos médicos anestesistas. Estes são responsáveis<br />

pelo ato anestésico, pelo planejamento, execução e acompanhamento das condições do


17<br />

paciente durante a cirurgia e após esta, no período de recuperação até seu<br />

encaminhamento para o quarto, (MOURA, 2006).<br />

A Equipe de cirurgia é a responsável direta pelo procedimento e é composta por médico<br />

cirurgião, que é quem comanda a cirurgia e é responsável por ela, o médico assistente,<br />

que auxilia na cirurgia e assume o lugar do cirurgião no caso de necessidade, e pelo<br />

instrumentador cirúrgico, que é responsável por todo o instrumental utilizado durante o<br />

procedimento.<br />

Equipe de enfermagem. Composta por profissionais de vários níveis, esta equipe pode<br />

ser pequena ou grande dependendo da complexidade de cada procedimento. É<br />

geralmente composta pela enfermeira, que é responsável pela enfermagem do<br />

procedimento e pelo gerenciamento de materiais para o mesmo, técnico em<br />

enfermagem, que é quem auxilia diretamente a enfermeira, cuida da verificação das<br />

condições de funcionamento dos equipamentos utilizados nas cirurgias, encaminha<br />

materiais para laboratórios e verifica prazos e data de validade de materiais, o circulante<br />

de sala, que é quem atende as solicitações da equipe médica e verifica o posicionamento<br />

do paciente, e o instrumentador cirúrgico, que fornece os instrumentais cirúrgicos à<br />

equipe médica durante a cirurgia, (MOURA, 2006).<br />

2.4. CONFORTO<br />

Conceituar conforto não é tarefa fácil, seu conceito é muito amplo, depende muito do<br />

aspecto que se está levando em consideração e quais as variáveis que se toma como<br />

referência.<br />

Para Katherine Kolcaba, enfermeira que há anos oferece consultoria em hospitais nos<br />

Estados Unidos no sentido do estabelecimento de um ambiente que favoreça a<br />

recuperação de pacientes em hospitais, a análise do conceito de conforto não envolve<br />

somente o sentido físico do ambiente. Para ela o conforto é um conceito universal e<br />

holístico, que envolve aspectos físicos do ambiente, mas mais aqueles que estão<br />

diretamente ligados a percepções individuais de cada um e de sentimentos de segurança<br />

e tranquilidade. As necessidades de conforto físico que ela costuma levantar estão<br />

relacionadas a mecanismos fisiológicos individuais como equilíbrio de fluidos, dor,


18<br />

coceira entre outros, principalmente em hospitais, local ao qual se é encaminhado<br />

quando este mecanismo está sofrendo alteração e onde se busca o reestabelecimento dos<br />

mesmos, (SCHMID, 2005).<br />

Kolcaba & Wilson (2002) apud Schmid (2005) mencionam ainda as necessidades psicoespirituais<br />

como inspiração, motivação e encorajamento, e as necessidades<br />

socioculturais como confiança, mais relacionadas com a ordem, mobília, e minimização<br />

de odores. Neste sentido o atendimento, a oferta abundante de informações e a atenção<br />

são fatores muito mais relevantes para o paciente do que o aspecto físico de cores,<br />

materiais ou luz dentro dos ambientes. Devemos manter em mente que este trabalho está<br />

voltado para o bem estar dos pacientes em primeiro lugar, não dos profissionais da área<br />

da saúde que ali atuam.<br />

Schmidt (2005) apresenta um dos conceitos mais comumente citados sobre conforto<br />

quando diz que ele é “a neutralidade através da supressão dos fatores indesejáveis”.<br />

Ruas (1999) aponta que o conforto está diretamente ligado com o bem estar do homem.<br />

“É um conceito amplo que engloba desde os fatores necessários à manutenção de sua<br />

saúde física, até aqueles responsáveis pelo seu sentimento de satisfação”.<br />

Tratado holisticamente, no entanto, o conforto não pode ser definido de apenas uma<br />

maneira, pois passa a envolver outros fatores, inclusive os pessoais como experiências e<br />

vivências que são próprias de cada indivíduo. Isso deve ser levado em consideração<br />

mesmo quando estamos tratando de questões físicas, pois estas também são particulares<br />

e sofrem uma série de influências relacionadas com questões particulares, como<br />

experiência, tolerância, vivência e capacidade de adaptação, (SCHMID, 2005).<br />

Ainda segundo Shmid (2005), devido à tamanha influência que os aspectos pessoais<br />

trazem para a análise do conforto pode-se dizer que não é possível, arquitetonicamente<br />

falando, fazer com que um ambiente seja completamente confortável para todos os seus<br />

usuários. Palavras diretamente relacionadas com uma descrição de cada ambiente são<br />

subjetivas demais para serem mensuradas, como bonito, aconchegante, intimidador,<br />

austero entre outros, e intervir em aspectos físicos do ambiente seria inútil, pois<br />

alteraria, simultaneamente, a percepção de todos os usuários, tanto positiva quanto<br />

negativamente.


19<br />

2.4.1. Conforto Lumínico<br />

Como não se pode tratar de conforto no sentido amplo da palavra de uma maneira não<br />

holística, esta dissertação se aterá ao estudo de aspectos físicos para os quais existem<br />

parâmetros mínimos exigidos em norma. Neste caso será trabalhado o aspecto<br />

quantitativo da iluminação no Centro Cirúrgico. Desta forma é possível analisar este<br />

aspecto individualmente e sua parcela de contribuição para a sensação de bem estar<br />

experimentada pelos trabalhadores nos locais estudados.<br />

2.4.1.1. Iluminação<br />

a. Histórico<br />

A história da iluminação segue paralela à história do homem. Desde os tempos préhistóricos<br />

o homem usa o fogo para se proteger dos agentes naturais como o frio e de<br />

predadores. No paleolítico (2.000.000 a 10.000 a.C.) o homem não possuía o<br />

conhecimento para controlá-lo, ele simplesmente tomava para si o que já estivesse<br />

queimando e mantinha a chama acessa com o uso de gravetos ou gordura animal. O<br />

homem primitivo logo percebeu novas possibilidades para o uso deste elemento, entre<br />

eles o seu uso para a iluminação. Pinturas rupestres deste período em cavernas<br />

profundas são a prova material de que o fogo não era usado somente para a proteção,<br />

aquecimento e cozimento, (DERZE, 2009).<br />

Um grande salto na evolução do hominídeo aconteceu quando ele aprendeu a fazer o<br />

fogo, e foi assim capaz de controlar melhor as suas condições de vida, de proteção e de<br />

alimentação. No período entre 10.000 e 4.000 a.C. o homem, que já utilizava recipientes<br />

de pedra polida que possuíam uma parte côncava, para acomodar o combustível para<br />

alimentar e transportar o fogo, desenvolveu as primeiras lâmpadas de argila crua. Com<br />

este material era possível aumentar a profundidade das concavidades que acomodavam<br />

mechas e fibras vegetais ressecadas para iniciar o fogo com o uso da brasa. A maior<br />

profundidade dos recipientes também permitiu reduzir o tempo gasto com reposição de<br />

fluídos combustíveis e facilitou ainda mais o transporte da chama, (BONX, 2010).<br />

Segundo a mesma autora o homem fixa moradia e desenvolve a agricultura também<br />

neste período. As lâmpadas de argila cozida são desenvolvidas logo em seguida. O fogo


20<br />

era produzido através da fricção de pedras de quartzo ou sílex, que podiam facilmente<br />

ser carregadas junto aos pertences pessoais e levadas para onde quer que fossem.<br />

Na Grécia antiga não havia ainda a noção de que a luz e a visão fossem coisas distintas,<br />

eles concluíram que “os seres vivos têm uma tênue chama dentro dos olhos”.<br />

Acreditavam que raios de luz eram projetados de dentro dos olhos. Que os cães<br />

enxergavam melhor à noite porque sua chama era mais intensa do que a dos humanos.<br />

Acredita-se que esta teoria foi desacreditada pela dificuldade em explicar a razão desta<br />

chama não funcionar no escuro, (DERZE, 2009).<br />

Sedundo o mesmo autor, os castiçais, como o que se pode observar na Figura 06,<br />

surgem por volta de 3.000 a.C., quando os homens perceberam que quanto mais alta a<br />

fonte luminosa, maior a área iluminada por ela. Foi mais ou menos neste período que<br />

surgiram as primeiras velas em forma de bastão. Elas eram produzidas manualmente<br />

com o envolvimento de um pavio por algum tipo de material que fornecia combustível<br />

para a chama, mas que queimava de forma vagarosa, permitindo que a mesma<br />

queimasse por longos períodos de tempo.<br />

Figura 06: Castiçal grego 3.000 a.C.<br />

FONTE: DERZE (2009, p.34)<br />

Nas ruínas dos templos Gregos é possível verificar a influência da luz nas decisões<br />

arquitetônicas. A maioria deles foi construída com orientação leste, para que os raios de<br />

sol pudessem entrar pela porta principal e iluminar todo o corredor da nave, além de<br />

iluminar a face das estátuas colocadas na entrada dos templos. No auge do império<br />

Romano as lâmpadas de metais preciosos e pedras nobres tomavam conta dos palácios e


21<br />

casas de famílias abastadas. Na Idade média as lâmpadas com recipiente para armazenar<br />

o fluido combustível eram as mais usadas por manterem a chama por mais tempo. Isso<br />

permitiu seu uso na escavação de minas de carvão e foi neste período que surgiram os<br />

primeiros isqueiros, (BROX, 2010).<br />

Durante este período as velas eram também bastante usadas, mas como sua fabricação<br />

era manual e caseira e o material do qual era feita era muito caro, era mais comum vêlas<br />

dentro de mosteiros, igrejas e em casas mais abastadas. Os primeiros moldes para<br />

velas foram feitos por volta do séc. XV, tirando o aspecto irregular do produto devido a<br />

produção artesanal e conferindo a ele contornos regulares. Durante um período da<br />

história deste artefato, a cera de abelhas e o sebo foram substituídos por espermacete,<br />

um tipo de gordura encontrada na cabeça de baleias. O espermacete produzia uma luz<br />

mais brilhante e gerava menos fumaça e as velas produzidas com ele se tornaram muito<br />

procuradas. Uma vela deste tipo foi usada para a definição de um dos padrões de<br />

avaliação da intensidade luminosa usado até os dias de hoje, a candela, (DERZE, 2009).<br />

Na Figura 07 é possível ver um exemplo de vela de espermacete dos dias de hoje.<br />

Figura 07: Vela de espermacete<br />

FONTE: scienceblogs.com.br<br />

Mais tarde, com o avanço da tecnologia surgiram as lâmpadas de vidro em que era<br />

possível ver o fluido combustível, e no séc. XIX surgiu o palito de fósforo, muito<br />

parecido com o que é usado nos dias de hoje. A descoberta dos gases inflamáveis e de<br />

maneiras de utilizá-los em lâmpadas ampliou a gama de combustíveis que poderiam ser<br />

utilizados. Em 1807 foi utilizado pela primeira vez no mundo um sistema de iluminação<br />

pública a gás na Inglaterra. Isso só foi acontecer em nosso país décadas mais tarde,<br />

(DERZE, 2009).


22<br />

A iluminação pública ampliou o tempo que as pessoas podiam passar fora de suas casas<br />

e das edificações. Uma profissão que morreu com o avanço da tecnologia, mas que era<br />

importantíssima durante este período era a profissão de acendedores de candeeiro,<br />

(BROX, 2010). A Figura 08 mostra um destes profissionais em ação em Portugal.<br />

Figura 08: Acendedor de candeeiro acendendo uma lâmpada de iluminação<br />

pública a gás no Terreiro do Paço em Lisboa<br />

FONTE: http://revelarlx.cm-lisboa.pt<br />

A iluminação a gás apresentava vantagens com relação aos combustíveis utilizados até<br />

então, pois produzia uma luz mais, permitia a regulagem de intensidade, produzia<br />

fachos mais estáveis, permitia novas disposições de fontes de luz e ainda poderia contar<br />

com um controle centralizado. Por outro lado ele produzia um cheiro desagradável,<br />

fuligem, intoxicação e ainda oferecia riscos de explosões. A Figura 09 apresenta um<br />

exemplo de luminária à gás.<br />

Figura 09: Luminária a gás residencial<br />

FONTE: www.materialeletrico.blog.br<br />

Com a descoberta de eletricidade e de meios de utilizá-la, os combustíveis fósseis<br />

tiveram o seu consumo reduzido. Em 1808 surgiu a primeira lâmpada elétrica de arco<br />

voltaico, invenção do inglês Sir Humphrey Davy (DERZE, 2009). Um exemplo deste


23<br />

tipo de lâmpada pode ser visto na Figura 10. A primeira utilização de luz elétrica no<br />

Brasil aconteceu quando 6 destas lâmpadas foram instaladas na estação Rio da estrada<br />

de Ferro D. Pedro II.<br />

Figura 10: Lâmpada de arco voltaico<br />

FONTE: artes-vivas-index3.blogspot.com<br />

As primeiras lâmpadas incandescentes surgiram quase que simultaneamente, mas os<br />

materiais utilizados como filamento nos primeiros anos da invenção apresentavam<br />

diversos tipos de problemas, como pouca duração ou exigência de grande quantidade de<br />

energia para que fossem acessos. Em 1909 foi desenvolvido o filamento de tungstênio,<br />

o mesmo utilizado nas lâmpadas de filamento dos dias de hoje, (DERZE, 2009).<br />

Em 1901 Cooper Hewit produziu uma lâmpada de vapor de mercúrio que foi utilizada<br />

em escala comercial e que foi a base para a criação das lâmpadas de vapor de mercúrio<br />

de alta pressão na década de 30, das lâmpadas de multivapores metálicos na década de<br />

50, e as lâmpadas de vapor de sódio na década de 60. Na década de 70 aconteceu a crise<br />

energética mundial, e a iluminação, apesar de responsável por uma parcela<br />

relativamente pequena do consumo energético global, precisou se adaptar. A produção e<br />

o uso de lâmpadas mais eficientes foram alavancados, (DERZE, 2009).<br />

Com o avanço da tecnologia e a produção em massa das lâmpadas, ter luz dentro dos<br />

ambientes passou a ser mais acessível, e a iluminação deixou de ser artigo de luxo. Hoje<br />

temos diversos tipos de lâmpadas para os mais diversos fins.


24<br />

2.4.1.2. luz<br />

Segundo Pereira & Souza (2005), ‘Luz, ou radiação visível, é a energia em forma de<br />

ondas eletromagnéticas capazes de excitar o sistema humano olho-cérebro, produzindo<br />

diretamente uma sensação visual’.<br />

O espectro magnético cobre todas as variedades de energia radiante, que vão desde as<br />

ondas de baixa frequência de rádio até raios gama de alta frequência. A luz é a porção<br />

visível deste espectro, que representa os comprimentos de onda que vão dos 380 aos<br />

780 nanômetros. Abaixo desta faixa, na região que compreende os comprimentos de<br />

onda mais curtos, estão os raios ultravioletas, raios X e raios gama. Acima dela estão os<br />

raios infravermelhos, as micro-ondas e as ondas de rádio, (BOYCE & RAYNHAM,<br />

2009; OSRAM, 2001; PEREIRA & SOUZA, 2005).<br />

Dentro desta gama de radiação visível estão as cores, cada uma com o seu comprimento<br />

de onda específico como pode ser visto na Figura 11. Os tons azulados têm<br />

comprimentos de onda mais curtos do que os tons avermelhados têm comprimentos de<br />

onda mais longos, (OSRAM, 2001).<br />

Figura 11: Espectro eletromagnético e a porção de radiação visível pelo homem<br />

FONTE: Manual Luminotécnico (OSRAM, 2012)<br />

Os olhos são capazes de perceber cerca de dez milhões de variações de luz e mais de<br />

sete milhões de tonalidades diferentes de cor (ANSHEL, 2005), mas existem duas<br />

variáveis quanto à sensibilidade visual humana. Uma delas é o comprimento de onda, a<br />

outra é a luminosidade. Quanto mais luz melhor são percebidas as cores mais quentes<br />

como o vermelho e amarelo. Quanto menos luz melhor são percebidas as cores frias,


25<br />

com comprimento de onda mais curto, como podemos perceber na Figura 12, (OSRAM,<br />

2012).<br />

Figura 12: Curva se sensibilidade do olho a radiações monocromáticas<br />

FONTE: Manual Luminotécnico (OSRAM, 2012)<br />

A luz é fundamental para a vida na terra. É através da ação da luz do sol que é realizada<br />

a fotossíntese, reação química que acontece nas folhas das árvores e que tem como<br />

produto final o oxigênio e a glicose, principais fontes de energia para a maioria dos<br />

seres vivos do nosso planeta (DERZE, 2009).<br />

Apesar de fundamental esta não é a única função da luz. O ser humano é um animal<br />

primordialmente visual, cerca de 80% de toda informação processada em nosso cérebro<br />

chega até ele através dos nossos olhos, (PAIS, 2011). O sistema de processamento de<br />

imagens funciona através do trabalho conjunto do olho e do cérebro no sentido de<br />

interpretar o ambiente. Isso só é possível porque fótons de luz são absorvidos pelos<br />

fotorreceptores na retina, transformados em impulsos elétricos e transmitidos para o<br />

cérebro, que, em seguida, interpreta esses impulsos, (BOYCE & RAYNHAM, 2009).<br />

Pode-se, então, dizer que a grande responsável pela capacidade de ver é a luz. É através<br />

do reflexo dela sobre as superfícies e o contraste que se forma ente os objetos e o seu<br />

entorno que permite distinguir formas, cores e texturas.<br />

A luz não só permite ver, mas ela interfere em diversos aspectos da vida. A iluminação<br />

natural, promovida pelo sol, além de ser responsável pela realização da fotossíntese,<br />

comanda o ciclo circadiano de vários seres vivos. Este ciclo, que se repete a cada 24<br />

horas, comanda diversas funções. Uma de suas atribuições é a diminuição do ritmo de<br />

nossas funções vitais no período da noite, permitindo o relaxamento, e o aumento do


26<br />

mesmo durante o dia aumentando o estado de alerta para o desenvolvimento das<br />

atividades do cotidiano, (GEIB, et al; 2003).<br />

A visão, dentre os 5 sentidos, é a mais utilizada para trabalhar. Estudos mostram que a<br />

iluminação adequada tem ligação com a produtividade, motivação e o bem estar no<br />

trabalho. Devido a este alto grau de influência que a luz exerce sobre o corpo é que se<br />

torna fundamental conhecer os efeitos fisiológicos e psicológicos da iluminação no<br />

organismo humano e como a luz pode afetar o conforto e o desempenho visual,<br />

(VEITCH, 2008).<br />

Para a análise da iluminação no Centro Cirúrgico, objeto desta dissertação, é preciso<br />

antes fixar alguns conceitos e verificar as recomendações de projeto de iluminação para<br />

este ambiente. Na primeira parte desta etapa do trabalho serão expostos alguns<br />

conceitos relacionados às características das lâmpadas e luminárias.<br />

a) Grandezas e definições<br />

Fluxo radiante (W)<br />

É a potência, em Watts, da radiação eletromagnética emitida ou recebida por um corpo.<br />

Nem todo fluxo radiante é visível. Quando e acende uma lâmpada, se vê a luz, mas<br />

também percebemos a radiação infravermelha (térmica) emitida pela fonte, (PEREIRA<br />

& SOUZA, 2005).<br />

Eficiência Luminosa (ɳ)<br />

É a capacidade de uma fonte de transformar a potência em luz, (OSRAM, 2012).<br />

Infelizmente não existe uma lâmpada capaz de transformar toda sua potência em<br />

radiação visível somente. Todas, sem exceção, consomem grande parte de sua potência<br />

emitindo radiação infravermelha e/ou ultravioleta.


27<br />

A verificação da eficiência luminosa de uma fonte de luz permite a escolha de uma que<br />

consuma menos energia e produza mais luz. Baseado nesta verificação é que foi<br />

possível a montagem de quadros como o da Figura 13.<br />

Figura 13: Quadro da eficiência luminosa de alguns tipos de lâmpada<br />

FONTE: PROCEL (2002)<br />

Fluxo luminoso (Φ)<br />

O Fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma fonte, (BOYCE &<br />

RAYNHAM, 2009). É a porção do fluxo radiante que gera resposta visual conforme<br />

podemos verificar na Figura 14, (PEREIRA & SOUZA, 2005).<br />

Figura 14: Fluxo luminoso<br />

FONTE: PEREIRA & SOUZA, (2005)


28<br />

Intensidade Luminosa (I)<br />

É o fluxo luminoso emitido em uma específica direção em um ângulo sólido por<br />

segundo. As medições da intensidade luminosa são realizadas dentro dos laboratórios<br />

dos fabricantes de luminárias para conseguir as características de distribuição da luz e<br />

informar o consumidor, (OSRAM, 2012).<br />

Iluminância<br />

É a luz que irradia de uma fonte. É o fluxo luminoso incidente sobre determinada<br />

superfície com pode ser verificado na Figura 15. A iluminância não é visível e pode ser<br />

medida com o auxílio de um luxímetro e sua unidade é o lux, (BOYCE & RAYNHAM,<br />

2009).<br />

Luminância (L)<br />

Figura 15: Iluminância<br />

FONTE: OSRAM, (2012)<br />

É a reflexão da iluminância sobre os objetos, ou seja, é a sensação de claridade emitida<br />

aos nossos olhos pela superfície iluminada conforme a Figura 16. Sua unidade é cd/m 2 ,<br />

(OSRAM, 2012). A luminância é usada para definir o estímulo ao sistema visual,<br />

(BOYCE & RAYNHAM, 2009).


29<br />

Figura 16: Luminância<br />

FONTE: OSRAM, (2012)<br />

b) Propriedades óticas dos materiais<br />

Reflexão<br />

Reflexo é o nome dado ao fenômeno no qual uma porção da luz que atinge uma<br />

superfície muda de direção e volta para seu meio de origem. As condições da superfície<br />

que a luz atinge e o ângulo de incidências desta luz é o que define como será a reflexão.<br />

Superfícies rugosas refletem a luz de maneira predominantemente difusa. Superfícies<br />

planas, polidas e brilhantes, como a do espelho, produzem reflexões especulares, assim<br />

chamadas por manterem a aparência, direção e tamanho da fonte original. No geral as<br />

reflexões são compostas, ou mistas, nem totalmente difusas e nem totalmente<br />

especulares como está representado na Figura 17, (PEREIRA & SOUZA, 2005).<br />

Figura 17: Reflexão especular (a), difusa (b) e mista (c)<br />

FONTE: PEREIRA & SOUZA (2005 p22)


30<br />

Absorção<br />

A absorção acontece quando parte do fluxo luminoso incidente sobre a superfície é<br />

absorvido por ela. A cor da superfície depende da parcela do fluxo luminoso incidente<br />

sobre a superfície que é absorvido por ela, (PEREIRA e SOUZA, 2005).<br />

Transmissão<br />

A transmissão acontece quando o fluxo luminoso atravessa a superfície. Ela pode<br />

acontecer da mesma maneira que a reflexão. Dependendo das características difusoras<br />

do material ela pode ser colimada, difusa, ou combinada, como está representado na<br />

Figura 18. Este é uma característica que está sendo bastante estudada no<br />

desenvolvimento de vidros no sentido de aumentar a quantidade de luz natural levada<br />

para dentro dos ambientes sem permitir a entrada da radiação infravermelha (PEREIRA<br />

& SOUZA, 2005).<br />

Figura 18: Transmissão colimada (a), difusa (b) e combinada (d).<br />

FONTE: PEREIRA & SOUZA, (2005 p23).<br />

Refração<br />

Refração é o desvio da luz causada pela diferença na densidade dos meios que<br />

atravessa. A diferença do ângulo de entrada do raio de luz acontece por uma redução da<br />

velocidade da luz ao atravessar o novo elemento. Esta velocidade retorna aos níveis


31<br />

iniciais quando a luz retorna para um meio com as mesmas características do primeiro,<br />

fazendo com que o ângulo final seja o mesmo do ângulo de incidência sobre o meio<br />

diferente como pode ser verificado na Figura 19, (PEREIRA & SOUZA, 2005).<br />

Figura 19: Refração da luz entre meios diferentes<br />

FONTE: PEREIRA & SOUZA, (2005 p.23)<br />

2.4.1.3. Lâmpadas<br />

As lâmpadas são as mais comuns fontes de luz artificiais, e há, nos dias de hoje,<br />

diversos tipos diferentes de lâmpadas, indicados para os mais diversos fins, de acordo<br />

com suas características. Para que se possa identificar essas características é necessário<br />

antes conhecer alguns conceitos que fazem parte desta caracterização das lâmpadas.<br />

Somente assim é possível compreender as especificações indicadas para os ambientes<br />

dentro do Centro Cirúrgico e a razão da escolha das fontes de luz artificial para estes<br />

locais.<br />

a. Temperatura de cor (k)<br />

Para classificar a luz emitida pelas lâmpadas quanto à sua cor foi desenvolvido o critério<br />

de temperatura de cor. Ele usa a especificação da cor da luz de acordo com a<br />

temperatura que um determinado corpo metálico necessita para atingir as cores em uma<br />

determinada escala. Quanto mais quente fica este corpo metálico, mais clara fica sua<br />

cor, (FREITAS, 2006). Uma escala de temperatura de cor e lâmpadas pode ser vista na<br />

Figura 20.


32<br />

Figura 20: Temperatura de cor na escala Kelvin<br />

FONTE: FREITAS, (2006 p7)<br />

A luz amarelada da lâmpada incandescente corresponde a cerca de 2700K, que é a<br />

temperatura que este corpo metálico necessitaria para reproduzir esta mesma cor. O<br />

branco da luz do dia ao meio dia corresponde a cerca de 6500K de temperatura. Sendo<br />

assim, ao contrário das radiações visíveis, que quanto maior a onda mais avermelhado é<br />

o seu tom, na escala de temperatura de cor, quanto maior sua temperatura, mais branco<br />

azulado ele representa, (FREITAS, 2006).<br />

Estudos sugerem que o uso de fontes de luz artificiais com diferentes temperaturas de<br />

cor e que possam ser alterados ao longo do dia para imitar a luz natural interfere menos<br />

com o nosso ciclo circadiano, diminuindo o impacto da iluminação artificial em nossos<br />

organismos, (PAULEY, 2004).<br />

b. Índice de reprodução de cores (IRC)<br />

Este índice representa a capacidade de reprodução de cores de uma fonte de luz,<br />

baseada em uma referência considerada ideal. Esta referência é o mesmo metal sólido<br />

aquecido ao ponto de irradiar luz. Referência IRC = 100. “Quanto maior da diferença na<br />

aparência de cor do objeto iluminado em relação ao padrão (sob a radiação do metal<br />

sólido) menor é seu IRC. A Tabela 01 apresenta as classificações das fontes de luz de<br />

acordo com o IRC e suas aplicações na prática.


33<br />

Tabela 01: Classificação das fontes de luz conforme o Índice de Reprodução de Cores e<br />

suas aplicações<br />

Grupo de<br />

reprodução de cor<br />

Índice de<br />

reprodução de cor<br />

Aplicação típica<br />

1A Ra ≥90 Situações especiais de controle de cor apurado<br />

1B 80≤Ra≤90 Quando é necessário um bom julgamento de cor, sua<br />

reprodução e aparência (indústrias têxteis, gráficas, lojas,<br />

museus, hospitais, residências, hotéis, etc.)<br />

2 60≤Ra≤80 Reprodução de cor moderada (escritórios, indústrias em geral,<br />

escolas, lojas, etc.)<br />

3 40≤Ra≤60 Quando a reprodução de cor não é importante, mas não se<br />

quer distorções em excesso<br />

4 20≤Ra≤40 Reprodução de cor desprezível (iluminação pública)<br />

FONTE: PEREIRA & SOUZA (2005)<br />

Algumas lâmpadas, apesar de terem a mesma aparência de cor podem ter diferentes<br />

IRCs. Esta medida é feita nos laboratórios dos fabricantes e cada produto vem para as<br />

lojas com a identificação da sua capacidade de reprodução de cores para auxiliar a<br />

compra do produto ideal para cada fim. Em locais onde a visualização correta das cores<br />

for indispensável é fundamental que se utilize lâmpadas com bom IRC, como em salas<br />

de desenho, ateliê de pintura e consultórios médicos, (PEREIRA & SOUZA, 2005).<br />

c. Vida média<br />

A vida média de um tipo de lâmpada é definida pela medida aritmética do tempo de<br />

duração de cada lâmpada ensaiada, (OSRAM, 2012).<br />

d. Vida útil<br />

A vida útil da lâmpada é diferente da vida média por um aspecto. Não é necessário que<br />

a lâmpada apague para que ela deixe de ter as características mínimas necessárias para<br />

seu bom funcionamento. Com o tempo, as lâmpadas podem perder parte de seu fluxo<br />

luminoso por conta do desgaste dos materiais componentes das partes do equipamento,<br />

e quando ela deixa de possuir as suas características mínimas de acordo com o


34<br />

especificado para aquele tipo de fonte de luz, significa que ela excedeu sua vida útil e<br />

deve ser descartada, (LUZ, 2007).<br />

2.4.1.4. Tipos de lâmpadas<br />

As lâmpadas são caracterizadas por seu mecanismo básico de funcionamento e<br />

produção de luz, e podem ser divididas da seguinte forma de acordo com Luz (2007).<br />

a. Incandescentes<br />

Este tipo de lâmpada emite luz quando um filamento de tungstênio é aquecido pela<br />

passagem de corrente elétrica ao ponto de se incandescer, daí o seu nome. O gás inerte<br />

argônio contido dentro do bulbo impede a oxidação do filamento (LUZ, 2007). Existem<br />

alguns tipos diferentes de lâmpadas incandescentes, são eles:<br />

Incandescente Comum<br />

Foi uma das primeiras lâmpadas a ser desenvolvida pelo homem, e foi também uma das<br />

mais difundidas. Possui uma cor agradável que varia em torno de 2700K e um alto IRC,<br />

(FREITAS, 2006). Mas esta lâmpada não é nada eficiente se comparada com as demais,<br />

variando de 7 a 15 lm/W. Sua vida útil é de cerca de 1000 horas, a vida útil mais curta<br />

entre as lâmpadas existentes hoje em dia.<br />

A quantidade de luz visível produzida por esta lâmpada, que pode ser vista na Figura<br />

21, é uma porção muito pequena da radiação por ela emitida. A maior parte de seu<br />

produto é de radiação infravermelha e ultravioleta, que não podem ser convertidas em<br />

luz e reaproveitadas, diminuindo ainda mais a sua eficiência, (FREITAS, 2006).


35<br />

Figura 21: Lâmpada incandescente comum<br />

FONTE: matelbastos.com.br<br />

Devido à esta baixa eficiência, a lâmpada incandescente já não é mais produzida em<br />

muitos países da Europa, e existe um movimento nacional no sentido de incentivar o<br />

uso de fontes de luz artificiais mais eficientes em todo o Brasil.<br />

Halógena<br />

Esta lâmpada possui o mesmo mecanismo de funcionamento das lâmpadas<br />

incandescentes comuns, mas com o acréscimo de um elemento, a inserção dos gases<br />

halógenos dentro do bulbo.<br />

Estes gases se combinam com as partículas de tungstênio desprendidas do filamento<br />

levando-as novamente para o seu local de origem, criando o ciclo regenerativo do<br />

halogênio. Isso também impede que o tungstênio se deposite nas paredes de vidro do<br />

bulbo e o escureça ao longo do tempo, aumentando a qualidade da luz emitida. Com<br />

isso esta lâmpada oferece algumas vantagens em relação à lâmpada incandescente<br />

comum (Luz, 2007).<br />

Segundo Freitas (2006) as lâmpadas halógenas apresentam as seguintes características:<br />

a) Produz luz mais branca, brilhante e uniforme durante toda sua vida;<br />

b) Oferece maior eficiência energética: de 15lm/W a 25lm/W;<br />

c) Possui vida útil mais longa, ente 2000 a 4000 horas.


36<br />

Halógena Dicróica<br />

É uma lâmpada halógena, ou seja, possui as mesmas características de uma lâmpada<br />

halógena, mas com uma diferença que a coloca em outro patamar. Esta lãmpada possui<br />

um refletor dicróico, como pode ser verificado na Figura 22. Este refletor reflete a<br />

radiação visível e absorve parte da radiação infravermelha emitida pela lâmpada,<br />

diminuindo a emissão de calor para o ambiente, (FREITAS, 2006).<br />

Figura 22: Lâmpada halógena dicróica<br />

FONTE: luzetc.com.br<br />

Halógena Infravermelha<br />

Esta lâmpada emite radiação na faixa da radiação infravermelha, entre 780 e 1400nm.<br />

Seu objetivo principal não é gerar luz, mas calor, e seu principal uso está relacionado à<br />

secagem de tintas em gráficas e indústria automobilística, no aquecimento de ambientes,<br />

tanto para pessoas como para animais em criadouros (mais comum) e em tratamentos<br />

medicinais, etc. Na Figura 23 é possível verificar um modelo de lâmpada infravermelha<br />

comumente utilizada em equipamentos médicos, (FREITAS, 2006).<br />

Figura 23: Lâmpada halógena infravermelha<br />

FONTE: comtrel.com.br


37<br />

b. Descarga de baixa pressão<br />

Fluorescente tubular e compacta<br />

Estas lâmpadas contam com um eletrodo em cada uma das extremidades de um bulbo<br />

tubular longo de vidro, revestido com pó de fósforo. Estes eletrodos são conectados a<br />

um circuito elétrico e alimentados por corrente elétrica alternada. Dentro do bulbo<br />

contém uma pequena quantidade de mercúrio líquido e um gás inerte em baixa pressão,<br />

(LUZ, 2007). A Figura 24 apresenta alguns modelos de lâmpadas fluorescentes<br />

compactas, que acomodam o reator em sua própria estrutura.<br />

Figura 24: Lâmpada fluorescente compacta<br />

FONTE: producaosustentavelteste.blospot.com<br />

Ao contrário da lâmpada incandescente comum o que gera a luz, neste tipo de lâmpada,<br />

não é um filamento. Os elétrons, que percorrem o tubo de um lado para o outro quando<br />

o artefato é aceso, se chocam com os átomos do mercúrio transformado em gás. Isso<br />

gera uma reação que emite fótons de luz na faixa de comprimento de onda ultravioleta,<br />

invisível aos olhos. O revestimento de fósforo que se encontra na parte interna do tubo,<br />

que confere a cor branca ao tubo de vidro e que pode ser visto na Figura 25, transforma<br />

esta radiação ultravioleta em luz visível. Esta luz é então emitida ao ambiente.<br />

A cor da luz emitida por esta lâmpada pode ser calibrado com diferentes combinações<br />

de fósforo que revestem o tubo. Sua vida útil pode chegar a 10.000 horas e sua<br />

eficiência luminosa fica entre 65 e 80 lm/W, (LUZ, 2007).


38<br />

Figura 25: Lâmpada fluorescente tubular<br />

FONTE: shopping.tray.com.br<br />

Vapor de Sódio<br />

Este tipo de lâmpada é bastante parecida com as lâmpadas fluorescentes em sua<br />

estrutura. Uma das grandes diferenças está no tipo de substância utilizada para a geração<br />

de vapor dentro do tubo, que neste caso é o sódio, e não o mercúrio. Esta diferença faz<br />

com que o arranque desta lâmpada seja mais lento. O sódio utilizado não é liquido como<br />

o mercúrio e não é capaz de produzir vapor a temperatura ambiente, esta lâmpada<br />

precisa “esquentar”. Para isso há a necessidade de uma tensão de arranque bastante<br />

elevada e um tempo para que ela atinja seu rendimento máximo. Este gás produz a luz<br />

diretamente, dispensando o uso de substâncias fluorescentes para transformar radiação<br />

ultravioleta em luz visível, (FREITAS, 2006). Um exemplo deste tipo de lâmpada pode<br />

ser visto na Figura 26.<br />

Figura 26: Lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão<br />

FONTE: getalamp.com (Acesso em 2012)


39<br />

Devido a sua grande eficiência luminosa, que pode chegar aos 150 lm/W, e vida útil de<br />

até 24.000 horas, são muito utilizadas na iluminação pública para locais de difícil<br />

manutenção, onde não há alto tráfego de pedestres e onde a visualização das cores não é<br />

fundamental, como túneis e autoestradas (FREITAS, 2006).<br />

c. Descarga de alta pressão<br />

Ainda segundo Freitas (2006), as HIDs (Descarga de Alta Pressão), podem ser<br />

fabricadas nas mais diversas formas e em uma variedade muito grande de dimensões,<br />

são econômicas e produzem uma luz extremamente brilhante.<br />

Estão no mercado com diferentes potências e qualidade de reprodução de cores. São<br />

muito usadas em vitrines, fábricas, estádios e em iluminação de ruas. Uma de suas<br />

principais características é que estas lâmpadas necessitam de um reator para sua ignição,<br />

podendo demorar de dois a vários minutos para seu acendimento completo. Sua<br />

eficiência luminosa é de cerca de 75 lm/W.<br />

Vapor de mercúrio<br />

A lâmpada de vapor de mercúrio, que pode ser vista na figura 27, possui aparência<br />

branco azulada e tem baixa eficiência energética. É geralmente utilizada em vias<br />

públicas e indústrias, (FREITAS, 2006). Seu IRC não é alto e existe um problema de<br />

manutenção da quantidade de lumens emitidos, fazendo com que seja recomendada a<br />

sua substituição com cerca de 8.000-10.000 horas, (BOYCE & RAYNHAM, 2009).<br />

Figura 27: Lâmpada de vapor de mercúrio


40<br />

FONTE: comtrel.com.brVapor de sódio de alta pressão<br />

Geralmente usadas para iluminação pública por terem alta durabilidade. Sua luz é<br />

branco dourada brilhante e seu IRC é baixo, não sendo indicada para locais onde esta<br />

característica é importante. São boas opções para retrofit de sistemas de iluminação com<br />

lâmpadas de mercúrio, pois são projetadas para utilizar o mesmo tipo de reator, mas<br />

com a vantagem de consumirem menos energia e possui maior fluxo luminoso,<br />

(BOYCE & RAYNHAM, 2009). A Figura 28 mostra um exemplo de aplicação destas<br />

lâmpadas em iluminação pública.<br />

Figura 28: Iluminação pública com lâmpada de vapor de sódio<br />

FONTE: camehil.com<br />

Lâmpada mista<br />

É uma combinação de uma lâmpada de vapor de mercúrio com uma lâmpada<br />

incandescente. O resultado desta combinação é a produção de uma luz branca agradável.<br />

Substituem as lâmpadas incandescentes de 220V com bastante propriedade, pois<br />

possuem maior eficiência e vida média de cerca de 8 vezes mais, além de não<br />

necessitam de equipamentos auxiliares como reatores, starters ou ignitores, (FREITAS,<br />

2006).


41<br />

Lâmpada de multivapor metálico<br />

Podemos ver alguns exemplos desta lâmpada na Figura 29. É uma lâmpada de vapor de<br />

mercúrio aperfeiçoada, pois tomam as melhores características das lâmpadas de<br />

mercúrio e as associam com as melhores qualidades dos diversos tipos de vapores<br />

metálicos dentro do bulbo para conseguir uma altíssima eficiência, alto IRC, baixa<br />

emissão de calor e longa durabilidade.<br />

Figura 29: Lâmpadas de multivapor metálico<br />

FONTE: impalux.com.br<br />

Sua luz é altamente brilhante e emitem a luz a partir de um ponto concentrado da<br />

lâmpada, permitindo focos fechados. São muito usadas em iluminação de produtos em<br />

vitrines, (FREITAS, 2006).<br />

d. LED (light Emitting Diodes) – Diodos emissores de luz<br />

A grande novidade no campo da iluminação hoje em dia são os leds. Criados na década<br />

de 60, eram incialmente usados apenas com a intenção de sinalização, como acontece<br />

em equipamentos para verificar se estão ligados ou não, emitindo uma luz vermelha.<br />

Com o avanço da tecnologia novas cores de led surgiram, permitindo sua combinação e<br />

a produção de diversos tons diferentes de cor, inclusive o branco. A luz do led é<br />

produzida através da eletroluminescência. Uma de suas grandes vantagens sempre foi o<br />

tamanho reduzido, sua longa vida e a alta eficiência luminosa, (FREITAS, 2006). Sua


42<br />

vida média é muito maior do que a da maioria das lâmpadas, podendo chegar a mais de<br />

100.000 horas, (BOYCE & RAYNHAM, 2009). A Figura 30 mostra um led.<br />

.<br />

Figura 30: LED<br />

FONTE: techpeeks. blogspot.com<br />

Existe, no entanto, ainda uma série de problemas não resolvidos quando se fala neste<br />

novo tipo de tecnologia. A questão do calor da lâmpada, a inexistência de uma<br />

padronização para a qualidade na produção do led, devido à grande quantidade de<br />

empresas fabricando peças com esta tecnologia, e, em muitos casos, o seu baixo IRC se<br />

comparado a muitas outras fontes artificiais de luz. Suas grandes possibilidades, no<br />

entanto, atraem fabricantes que se dedicam à tarefa de resolver estes problemas e inserir<br />

esta tecnologia de maneira confiável nos mais variados ambientes, inclusive no Centro<br />

Cirúrgico, (AKRIDGE, 2010).<br />

2.4.1.5. Qualidade em iluminação<br />

Não há como definir, de uma maneira global, o que significa a qualidade em<br />

iluminação. Ela não pode ser expressa somente em termos fotométricos e não há uma<br />

receita aplicável a todos os tipos de projeto, (HALONEN, TETRI & BHUSAL, 2010).<br />

Existe, no entanto, um consenso entre os estudiosos do assunto quanto ao indicativo<br />

desta qualidade, e ele está ligado ao alcance dos objetivos da iluminação definidos por<br />

cliente, light designer ou projetista de iluminação e orçamento, (BOYCE, 2003).


43<br />

De acordo com Halonen, Tetri & Bhusal (2010) os objetivos de projeto em iluminação<br />

podem ser os mais variados, mas raramente não estão ligados a um dos seguintes:<br />

aumento do desempenho, criação de impressões, geração de padrões de comportamento<br />

e a garantia do conforto visual. Para que estes objetivos básicos sejam atingidos é<br />

importante se observar dois aspectos fundamentais da iluminação<br />

Aspecto visual: Está relacionado à oferta de luz suficiente para a execução de tarefa.<br />

Entretanto quantidade, como já foi dito, pode não representar o ideal. Reflexos,<br />

brilho excessivo, sombra sobre a tarefa, a cor da luz e IRC adequados para a tarefa<br />

são componentes que devem ser observados para não gerar desconforto visual.<br />

Aspectos psicológicos: Apesar de a luz ser percebida através dos olhos, os estímulos<br />

são interpretados pelo cérebro. Isso faz com que lembranças e sensações anteriores<br />

sejam automaticamente relacionadas ao ambiente iluminado.<br />

Muitas vezes a definição de “melhor” é complexa e leva em conta fatores subjetivos,<br />

(HALONEN, TETRI & BHUSAL, 2010). Para que fique bem claro, um dos fatores<br />

subjetivos da qualidade em iluminação é a expectativa das pessoas com relação ao<br />

ambiente. Quando se coloca um grupo de indígenas e um vitrinista em uma sala de<br />

escritório repleta de luminárias, os índios com certeza acharão o ambiente bem<br />

iluminado, pois estão acostumados à luz de fogueira. O vitrinista, por outro lado, pode<br />

sentir falta de luz, pois a intensidade da iluminação do escritório, embora atenda a<br />

função de leitura à que este ambiente se destina, não é o suficiente para atrair a atenção<br />

das pessoas, que caminham pelos corredores de um shopping, para a vitrine.<br />

Se as expectativas com relação a um ambiente são negativas este sistema de iluminação<br />

pode ser considerado inadequado pelo usuário e impactar diretamente sobre a sua<br />

produtividade e a motivação, (BOYCE, 2003) .<br />

De acordo com Halonen, Tetri & Bhusal (2010) há ainda outro aspecto a ser observado:<br />

Aspectos não visuais: São aqueles relacionados às respostas biológicas à luz. Apesar<br />

de saber que o ciclo circadiano, altamente suscetível a estímulos da radiação visível,<br />

é responsável por diversas respostas do organismo, a descoberta recente de um novo<br />

fotorreceptor em nossos olhos, que causa reflexo da pupila, alteração na atenção,


44<br />

humor e no desempenho humana, está mostrando que o ser humano é muito mais<br />

suscetível a radiação visível do que se imaginava.<br />

A qualidade em iluminação é também uma questão financeira. Em um ambiente<br />

coorporativo um sistema insuficiente de luz pode facilmente resultar em perda de<br />

produtividade por parte dos funcionários. Este custo de perda pode ser maior do que o<br />

custo da implantação de um sistema de iluminação adequado e o consumo anual de<br />

energia juntos, (HALONEN, TETRI & BHUSAL, 2010). Do mesmo modo, um sistema<br />

superestimado pode acarretar custos desnecessários à empresa.<br />

O efeito da luz na produtividade do homem, apesar de já comprovado, é difícil de<br />

mensurar, pois muitos outros aspectos ambientais e pessoais, como motivação e<br />

relações pessoais, podem interferir diretamente no desempenho humano.<br />

2.4.1.6. Luz para o trabalho<br />

A luz é muito importante para a saúde e a segurança dos trabalhadores, pois quanto mais<br />

rápido e mais cedo os riscos são vistos, mais rápida é a resposta a ele. Luz fraca não só<br />

afeta as pessoas no trabalho causando dores de cabeça, perda da acuidade visual e<br />

fadiga ocular, mas está diretamente ligada à Síndrome do Prédio Doente que pode<br />

acontecer tanto em construções novas como em prédios reformados e remodelados. Os<br />

sintomas desta síndrome são dores de cabeça, letargia, irritabilidade e baixa<br />

concentração e suas principais consequências estão diretamente associadas à tempo de<br />

licença devido à acidentes e ferimentos, crescimento no número de faltas dos<br />

trabalhadores e redução na eficiência e produtividade em trabalhadores, (HEALTH &<br />

SAFETY EXECUTIVE, 2000).<br />

Mas a intensidade da luz no ambiente não é único aspecto que deve ser levado em<br />

consideração no projeto de iluminação para o ambiente de trabalho. Outros aspectos são<br />

também relevantes (PAIS, 2011).


45<br />

a. Distribuição da densidade luminosa<br />

A distribuição luminosa está relacionada com as diferenças de intensidade luminosa nas<br />

superfícies de trabalho dentro do campo visual e os contrastes formados entre elas. Para<br />

o campo de trabalho é sempre mais interessante que esta distribuição seja mais uniforme<br />

possível, pois contrastes muito grandes exigem constante adaptação visual, o que pode<br />

ocasionar fadiga visual e queda na produção.<br />

b. Ofuscamento<br />

O ofuscamento é um desconforto agudo causado por grandes diferenças de densidade<br />

luminosa no campo visual (ofuscamento relativo), quando se olha diretamente para a<br />

fonte luminosa (ofuscamento direto) ou quando o reflexo desta sobre alguma superfície<br />

atinge os olhos (ofuscamento indireto). O exemplo pode ser visto na Figura 31.<br />

c. Direção da luz e sombra<br />

Figura 31: Ofuscamento direto e indireto<br />

FONTE: fabioprojetos.blogspot.com<br />

O bom posicionamento de luminárias para o trabalho e a liberação do meio entre a fonte<br />

de luz e o campo visual evita sombras que podem dificultar a visualização da tarefa.<br />

Sempre que possível deve-se fazer a instalação de luminárias na parte superior e à<br />

esquerda do indivíduo (para destros). Também recomenda-se não utilizar luminárias em<br />

um ângulo inferior a 30º em relação ao plano de visão horizontal.


46<br />

d. Manutenção do sistema de iluminação artificial<br />

Todos os sistemas de iluminação estão sempre sujeitos à depreciação, e o mais<br />

significativo deles é a redução do fluxo luminoso das lâmpadas e o acúmulo de sujeira<br />

nas luminárias. Para que esta depreciação seja reduzida, a qualidade das condições<br />

lumínicas do ambiente mantido e a vida útil do sistema preservado, é fundamental que<br />

uma medição dos níveis de iluminamento e um programa de limpeza das luminárias<br />

sejam realizados de maneira regular.<br />

e. Efeito estroboscópio<br />

Este efeito de tremulação, percebido nas lâmpadas de descarga como consequência da<br />

descarga da luz, é percebido por uma porção muito pequena da população, mas gera um<br />

grande desconforto visual, (LOE & DAVIDSON, 1998 apud COSTI, 2007). Para o<br />

paciente, que já está sujeito ao stress do procedimento a que será ou a que está sendo<br />

submetido, isso passa a ser mais um elemento de desconforto totalmente desnecessário.<br />

Para o médico esta relação é exatamente a mesma, pois ele também está sujeito a altas<br />

cargas de stress gerado pelo procedimento em si. Uma maneira de evitar este efeito é<br />

utilizar sempre conjuntos de mais de uma lâmpada, pois a possibilidade de as duas<br />

sofrerem as descargas simultaneamente é ínfima. Uma imagem do efeito estroboscópio<br />

pode ser visto na Figura 32,<br />

Figura 32: Efeito estroboscópio<br />

FONTE: cybercollege.com


47<br />

2.4.2. Recomendações de projeto de iluminação para o centro cirúrgico<br />

Não foi encontrado, em publicações normativas brasileiras, recomendações diretas a<br />

respeito da iluminação em hospitais. A ANVISA aponta a NBR 5413 (ABNT, 1992)<br />

como a norma a ser consultada quanto aos níveis mínimos de iluminamento para os<br />

ambientes, inclusive ambientes hospitalares. No entanto esta norma não dá<br />

recomendações específicas de como esta iluminação deve se comportar dentro destes<br />

ambientes, tampouco o faz a sua substituta, a NBR 8995-1 (ABNT, 2013), atualmente<br />

em vigor.<br />

Para que a análise do sistema de iluminação instalado nos centros cirúrgicos em Cuiabá<br />

fosse feito de maneira mais abrangente foi necessário a realização da busca por<br />

recomendações internacionais a este respeito.<br />

O Comitê de Instalações de Saúde da Sociedade de Engenharia de Iluminação Norte<br />

Americana aprovou, em março de 2006, o guia de recomendações para a iluminação<br />

para hospitais e instalações de saúde. Este guia fornece direções para diferentes aspectos<br />

da iluminação para diversos ambientes do setor da saúde, incluindo as recomendações<br />

de níveis mínimos de iluminamento, temperatura de cor recomendado para as lâmpadas,<br />

posicionamento de luminárias, descrição da maneira como os sistemas devem ser<br />

utilizados, índice de reprodução de cores mínimo, entre outros, para cada setor de<br />

hospitais e instalações de saúde.<br />

As recomendações a seguir foram retiradas deste guia, e serão comparadas,<br />

posteriormente, com os sistemas de iluminação instalados nos centros cirúrgicos<br />

estudados.<br />

A iluminação artificial permitiu que a planta dos hospitais tivesse maior profundidade,<br />

que os blocos fossem mais largos e que muitos ambientes ficassem livres da<br />

necessidade de iluminação natural. Muito embora a iluminação e ventilação natural<br />

tenham sua importância nas construções, esta liberdade de distribuição permitiu uma<br />

melhor setorização dentro dos hospitais, (IESNA, 1995).<br />

Alguns ambientes hospitalares se encaixam no perfil dos ambientes funcionais que<br />

demandam sistemas de controle artificial das condições ambientais luminosas,


48<br />

independente da existência de iluminação natural. São aqueles “onde os pacientes são<br />

manipulados”, e necessitam de iluminação artificial especial no campo de trabalho. Isso<br />

significa que nestes ambientes a iluminação natural nunca é suficiente, pois o campo de<br />

trabalho precisa ser iluminado diretamente e em níveis que a luz natural geralmente não<br />

atende devido às limitações de posicionamento do paciente e equipe de atendimento,<br />

(BRASIL, 2002).<br />

Diferente de quando se realiza um projeto, quando se analisa um pronto, ou um sistema<br />

já instalado, a sequência de trabalho se altera. Ao invés de realizar os cálculos de<br />

iluminação descritos para a definição da quantidade de lâmpadas e luminárias, é<br />

realizada a medição dos níveis de iluminamento no local do sistema instalado. Os<br />

valores obtidos são em seguida comparados às normas relativas à quantidade mínima de<br />

luz exigida para a tarefa realizada neste local. Se os valores mínimos não forem<br />

atingidos há a recomendação de que o sistema de iluminação seja incrementado.<br />

A ANVISA aponta a norma NBR 5413/92 (ABNT, 1992) a ser seguida para a definição<br />

dos níveis mínimos de iluminação dentro dos Estabelecimentos Assistenciais De Saúde.<br />

Esta norma dita quais os níveis mínimos para a iluminação artificial para os mais<br />

diversos ambientes, inclusive os ambientes hospitalares, mas esta foi cancelada e<br />

substituída, a partir de abril de 2013, pela norma NBR 8995-1 (ABNT, 2013).<br />

Quanto à escolha das lâmpadas para a iluminação destes ambientes é importante<br />

analisar, além das questões já expostas, aspectos econômicos e técnicos relativos a esta<br />

escolha.<br />

Os aspectos econômicos estão relacionados com alguns fatores. Um deles é o<br />

rendimento do conjunto Lâmpada/Luminária. Este fator nos indica que quanto mais alto<br />

for o rendimento luminoso da lâmpada escolhida em conjunto com a luminária, menor<br />

será o número de conjuntos necessários para se atingir os valores de iluminância<br />

mínimos exigidos para o ambiente. Outro fator importante neste sentido é a vida útil da<br />

lâmpada, pois isso reduz significativamente os custos operacionais para a manutenção<br />

do sistema e reduz o tempo de inatividade do ambiente para a troca de partes do sistema<br />

de iluminação.


49<br />

Os aspectos técnicos estão relacionados, principalmente, à importância do alto IRC da<br />

fonte luminosa, pois a boa reprodução de cores é fundamental para a identificação de<br />

alterações orgânicas dos pacientes, como cianose e icterícia, condições médicas<br />

importantes que são identificadas através da cor da pele, (PECCIN,2002). A<br />

temperatura de cor das lâmpadas é outro aspecto relevante pois, apesar de não estar<br />

ligada diretamente à capacidade de reprodução das cores dos objetos, pode alterar a<br />

percepção que se tem das cores a nossa volta. É recomendada a temperatura de cor entre<br />

3300K e 5300K para uma boa visualização de uma alteração bastante comum e<br />

significativa em termos de condições de saúde do paciente, (IESNA, 2008).<br />

No entanto, algumas lâmpadas que estão dentro desta faixa de temperatura de cor não<br />

são indicadas para o uso nestes ambientes. Um exemplo disso é a lâmpada de vapor de<br />

mercúrio. Sua temperatura de cor é de 5000K, mas uma de suas características é o baixo<br />

conteúdo de vermelho no espectro visível, fundamental para a boa visualização dos tons<br />

da pele. Já lâmpadas incandescentes, com temperatura de cor abaixo de 3000K,<br />

produzem luminâncias acinzentadas para a pele, não sendo indicadas para estes<br />

ambientes (IESNA, 1995).<br />

a. Farmácia<br />

A Farmácia, dentro do Centro Cirúrgico, funciona como um depósito de materiais e<br />

equipamentos que são utilizados nas cirurgias. Nela ficam depositados frascos com<br />

soro, seringas, gases, medicamentos, tubos, sondas, e outros que são usados durante os<br />

procedimentos.<br />

O profissional responsável por este setor recebe, para as cirurgias eletivas, uma ficha<br />

com o tipo de procedimento a ser realizado, o nome do paciente e do cirurgião e uma<br />

lista dos equipamentos e medicamentos necessários para aquela cirurgia. Ele deve então<br />

separar estes objetos para que o circulante de sala leve-os para a sala de cirurgia e os<br />

coloque à disposição para o uso pelos cirurgiões.<br />

Como na NBR 8995-1 (ABNT, 2013) não há mais a indicação de níveis mínimos de<br />

iluminamento para este ambiente, a recomendação seguida para a análise da iluminação


50<br />

da Farmácia neste estudo é a da NBR 5413 (ABNT, 1992), que faz a indicação de 300<br />

lux para a iluminação geral e de 750 para a mesa de trabalho, como pode ser verificado<br />

na Tabela 02.<br />

Tabela 02: Iluminâncias em lux, por tipo de atividade (valores médios em serviço)<br />

FARMÁCIA<br />

Geral 150-150-300<br />

Mesa de trabalho 300-500-750<br />

FONTE: Adaptado da NBR 5413 (ABNT, 1992)<br />

É importante lembrar que a NBR 5413 (ABNT, 1992) apresenta três valores como os<br />

mínimos indicados para a iluminação de cada ambiente. O critério de escolha de quais<br />

valores tomar como referência varia de acordo com as características da tarefa e da<br />

idade dos trabalhadores atuantes no local. No caso dos hospitais visitados, devido à<br />

importância da tarefa e a idade dos funcionários a coluna a ser levada em consideração é<br />

a do maior valor.<br />

Na Farmácia o profissional possui uma mesa, em cima da qual acomoda a lista com os<br />

materiais necessários ao procedimento especificado. A iluminação neste local precisa<br />

ser intensa o suficiente para este trabalhador possa identificar todos os elementos<br />

listados para iniciar a acomodação dos mesmos nos containers que entram na sala de<br />

cirurgia.<br />

Muitos objetos são de fácil identificação dentro deste ambiente como frascos de cores<br />

diferentes ou elementos com formas distintas como rolos de esparadrapo e pacotes de<br />

gaze. Para outros elementos é necessária a identificação através de um número ou nome,<br />

como produtos cuja única diferença são os diferentes calibres e bitolas, como tubos,<br />

agulhas e mangueiras, dosagem de substâncias que vem encapsuladas de fábrica e<br />

nomes de medicamentos.<br />

Há também a necessidade de levantamento constante das datas de validade dos produtos<br />

e o lançamento de dados a respeito de inventário e compras. Esta atividade é realizada<br />

com o uso de tabelas e lançamento de dados e informações em programas de


51<br />

computador, fazendo com que as características do trabalho sejam muito próximas às<br />

desempenhadas em escritórios.<br />

b. Recuperação Pós-Anestésica (R.P.A.)<br />

A RPA é a sala, ou área, onde os pacientes ficam após o procedimento cirúrgico, sob os<br />

cuidados da equipe de enfermagem e responsabilidade do anestesista. O paciente fica<br />

neste local até recobrar os seus reflexos e consciência e podem assustar-se, tentar<br />

remover algum equipamento ou curativo, ou até precisar de ajuda para se livrar de<br />

algum desconforto. A figura 33 apresenta uma destas salas.<br />

Figura 33: Leitos na R.P.A. do Hospital Vida e Saúde em Santa Rosa – RS.<br />

FONTE: hvidaesaude.org.br<br />

Os técnicos de enfermagem que atuam neste local têm como funções principais a<br />

observação da posição do paciente na maca, controle deus sinais sinais vitais,<br />

verificação da integridade da incisão cirúrgica, verificação dos níveis de consciência de<br />

pacientes, administração de medicamentos indicados pelos cirurgiões dentro dos<br />

horários e doses prescritos, além da verificação das reclamações dos pacientes, no<br />

sentido de promover os melhores níveis de conforto possível e de verificação de reações<br />

adversas advindas do procedimento, (MOURA, 2006).<br />

O tempo de permanência do paciente neste ambiente é bastante variável, pois está<br />

diretamente ligado ao tipo de procedimento a que o paciente foi submetido, (MOURA,<br />

2006). Por ser o local onde a maioria das complicações anestésico–cirúrgica costuma<br />

manifestar-se é imprescindível que seja provido de materiais, equipamento e pessoal


52<br />

suficiente, além de um serviço de qualidade, para que o paciente tenha segurança<br />

durante o processo de recuperação.<br />

Por estas razões a iluminação deste local deve ser intensa o suficiente para permitir que<br />

os pacientes sejam vistos e que sua condição geral de recuperação possa ser atestada do<br />

posto de observação.<br />

No projeto do Centro Cirúrgico é fundamental que se preveja o posicionamento de um<br />

posto de enfermagem ou de observação em um local de onde os técnicos em<br />

enfermagem possam ver os pacientes durante sua estada na sala de Recuperação Pós-<br />

Anestésica (R.P.A.). Assim os pacientes ficam assistidos a todo momento e a<br />

observação das condições deles durante este período tão crítico do processo cirúrgico<br />

acontece independente de rondas.<br />

A NBR 8995-1 (ABNT, 2013) indica 500 lux como valor mínimo de iluminamento para<br />

este local, como pode ser visto na Tabela 03.<br />

Tabela 03 – Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com especificação<br />

da iluminânica e Índice de Reprodução de Cores<br />

----<br />

Tipo de ambiente, tarefa ou atividade<br />

Em<br />

(lux)<br />

R a<br />

Observações<br />

Salas pré operatórias e salas de recuperação 500 90 -<br />

Fonte: Adaptado de NBR 8995-1 (ABNT, 2013)<br />

Apesar desta necessidade, assim como nos leitos dos apartamentos e enfermarias, a luz<br />

neste ambiente não deve ser muito intensa e não deve ficar em uma posição que produza<br />

ofuscamento para os pacientes. É necessário que eles descansem do procedimento a que<br />

foram submetidos, e para isso necessitam de todo o conforto que seja possível sem<br />

prejudicar as tarefas dos técnicos. No entanto, evitar o ofuscamento neste local é<br />

relativamente complicado, pois estes pacientes estão, na maioria das vezes, em decúbito<br />

dorsal, com a face voltada para o teto. Além disso, é fundamental que a luz esteja<br />

próxima o suficiente para que os profissionais possam realizar suas tarefas relativas a<br />

este paciente e suas necessidades, (IESNA, 2008).<br />

Em alguns casos se utiliza um sistema de iluminação auxiliar aliado a um sistema geral<br />

menos intenso em termos de níveis de iluminamento. Assim o trabalhador pode acionar


53<br />

este sistema ao checar o paciente, contar com a luz de que precisa para garantir um bom<br />

atendimento, e desliga-lo ao término de suas tarefas, permitindo que o paciente repouse<br />

entre as visitas.<br />

No caso da impossibilidade do uso de um sistema complementar, necessitando a<br />

luminária ficar diretamente sobre o paciente, esta deve possuir aletas ou algum tipo de<br />

anteparo em frente às lâmpadas, como um filtro ou proteção de acrílico ou vidro<br />

jateado, para resolver, ou minimizar, o problema do ofuscamento.<br />

Seu posicionamento deve permitir fácil acesso para que a equipe de manutenção possa<br />

realizar a limpeza das luminárias e a troca das lâmpadas quando necessário, mas o<br />

principal parâmetro quanto à definição do local de sua instalação deve ser o da função,<br />

devendo estar, sempre que possível, próxima ao leito do paciente, para permitir o<br />

trabalho dos técnicos em enfermagem. Este pode ser alterado quando existe o sistema<br />

auxiliar a iluminação geral neste ambiente. Neste caso, as luminárias do sistema geral<br />

de iluminação podem ficar mais afastadas dos leitos, enquanto as luminárias de tarefa<br />

devem ficar em uma posição que permita a uma melhor visualização do paciente e da<br />

incisão, de preferência atrás da cabeceira da maca para não causar ofuscamento para o<br />

paciente em recuperação. O acionamento destes dois sistemas deve ser independente,<br />

(IESNA, 1995).<br />

A luz geral deve vir de mais de um ponto dentro do ambiente ou ser bastante difusa para<br />

evitar sombreamento quando o técnico estiver trabalhando próximo ao paciente.<br />

Superfícies opacas, como paredes brancas, podem auxiliar muito neste processo.<br />

A lâmpada para a iluminação geral deve possuir um bom IRC, para que as condições da<br />

pele do paciente e da incisão, que podem indicar as condições do paciente e do<br />

procedimento, possam ser verificadas (FERREIRA & ANDRADE, 2006). Não existe<br />

recomendação direta a respeito da temperatura de cor para a lâmpada dentro do RPA.<br />

c. Sala de Cirurgia<br />

A iluminação da sala de cirurgia é talvez a mais importante e complexa de todo o<br />

hospital. Dentro deste ambiente trabalham simultaneamente o anestesista, o cirurgião, o


54<br />

médico assistente, o técnico em enfermagem, o instrumentador e o circulante de sala,<br />

cada um com sua função e necessidade particular de iluminação.<br />

Além das diferentes funções para os profissionais atuantes no processo, existem<br />

também as especificidades e necessidades de cada tipo de procedimento. Como não é<br />

viável econômica e fisicamente montar uma estrutura de apoio a procedimentos que<br />

atenda a todos os tipos de cirurgia em um único local, os procedimentos são<br />

classificados de acordo com sua complexidade e necessidade, tanto física quanto de<br />

equipe. Baseada nesta classificação são montadas e equipadas as salas, que podem ser<br />

grandes, médias ou pequenas e possuir os mais diversos tipos diferentes de<br />

equipamentos de apoio, inclusive de iluminação. Um bom exemplo desta diversidade<br />

são as salas para cirurgias cardíacas e salas para procedimentos oftalmológicos.<br />

Para que todos esses profissionais sejam atendidos existem quatro sistemas<br />

independentes de iluminação utilizadas, que podem trabalhar juntos para atender as<br />

necessidades de toda equipe. As sombras não podem impedir os cirurgiões de ver as<br />

estruturas corporais exatamente como são, e, como alguns procedimentos duram horas,<br />

é importante que a iluminação não seja responsável pelo desconforto para o médico e os<br />

componentes de sua equipe, (IESNA, 1995).<br />

Existem recomendações comuns para todos os sistemas de iluminação dentro da sala<br />

cirúrgica: todas as luminárias devem ser providas de proteções de acrílico ou vidro para<br />

evitar que o paciente e a equipe cirúrgica seja atingida por cacos de vidro caso a<br />

lâmpada venha a explodir. O calor vindo das lâmpadas deve ser minimizado para evitar<br />

o ressecamento das estruturas corporais, (IESNA, 1995).<br />

A seguir são descritos os sistemas de iluminação utilizados dentro da sala de cirurgia.<br />

Sistema de iluminação geral<br />

O Sistema de iluminação geral da sala de cirurgia é composto por um conjunto de<br />

luminárias de teto que fornece luz para a sala como um todo. Ele atende a todas as<br />

tarefas que acontecem simultaneamente ao procedimento cirúrgico, mas fora do campo


55<br />

cirúrgico, como o controle da anestesia, o atendimento ao médico cirurgião quanto aos<br />

instrumentais utilizados e organização da atividade como um todo.<br />

Na Tabela 04 pode-se verificar o valor mínimo de iluminamento para a Sala de<br />

Cirurgia.<br />

Tabela 04 – Níveis mínimos de iluminamento para as salas de cirurgia.<br />

----<br />

Tipo de ambiente, tarefa ou atividade<br />

Em<br />

(lux)<br />

R a Observações<br />

Sala de cirurgia 1000 90 -<br />

Fonte: Adaptado dea NBR 8995-1 (ABNT, 2013)<br />

As luminárias deste sistema devem ser preferencialmente embutidas no forro e<br />

protegidas para evitar acúmulo de poeira, sujeira e bactérias (IESNA, 1995) como pode<br />

ser visto na Figura 34. Suas lâmpadas devem possuir grande IRC para que se obtenha<br />

uma boa reprodução de cores dentro da sala de cirurgia, o que é fundamental para o<br />

bom reconhecimento de estruturas e a verificação de alterações que podem ser<br />

relevantes para a identificação do estado do paciente. Além disso, essas lâmpadas<br />

devem possuir vida longa para reduzir o número de manutenções.<br />

Figura 34: Iluminação geral no teto de uma sala de cirurgia<br />

FONTE: www.astralux.com


56<br />

Sistema de iluminação de tarefa<br />

Este sistema é composto geralmente por luminárias suspensas, presas no teto e<br />

totalmente articuláveis, para que a equipe possa posicioná-las de acordo com o local e a<br />

necessidade do procedimento realizado. Em alguns casos estes sistemas articulados<br />

possuem uma série de outros equipamentos auxiliares como câmeras de vídeo e<br />

monitores que fornecem informações em tempo real a respeito do procedimento. O fato<br />

de estarem suspensos oferece uma grande vantagem, pois dispensam suportes que<br />

poderiam limitar a movimentação da equipe dentro da sala de cirurgia. Alguns<br />

exemplos podem ser vistos nas Figuras 35 e 36.<br />

Figura 35: Detalhe do sistema de iluminação de tarefa com tecnologia LED<br />

FONTE: AKRIDGE, 2010<br />

Figura 36: Detalhe do sistema de iluminação de tarefa em uso<br />

FONTE: portaldepaulinia.com.br<br />

Como pode ser observado nas figuras, o foco cirúrgico é geralmente composto por uma<br />

série de lâmpadas dispostas em círculo, com um raio grande o suficiente para reduzir o


57<br />

sombreamento causado por pequenas barreiras físicas que podem ser colocados entre o<br />

foco e a tarefa, como instrumentais ou membros de auxiliares.<br />

O campo de trabalho do cirurgião é fundamentalmente vermelho, devido às estruturas<br />

corporais que ficam expostas durante os procedimentos. Esta cor possui uma<br />

intensidade de onda estressante, sensação que pode ser ampliada com a altíssima<br />

iluminância a que o campo está exposto durante a cirurgia, pois esta deve ficar entre<br />

10.000 e 20.000 lux, (COSTI, 2007). A NBR 8995-1 (ABNT 2013), conforme a Tabela<br />

05, recomenda que estes valores podem ser ainda mais altos.<br />

Tabela 05 – Recomendação de iluminância para a Cavidade Cirúrgica<br />

----<br />

Tipo de ambiente, tarefa ou atividade Em<br />

(lux)<br />

R a<br />

Cavidade cirúrgica<br />

Especial<br />

Fonte: NBR 8995-1 (ABNT, 2013)<br />

Observações<br />

Em (lux)=10.000lux<br />

– 100.000lux<br />

Para amenizar este desconforto é recomendável a utilização da cor complementar do<br />

vermelho, o verde, para gerar um descanso visual. Um exemplo do uso desta cor para o<br />

campo pode ser verificado na Figura 37.<br />

Figura 37: Procedimento cirúrgico com campo de<br />

isolamento e paramento médico verde<br />

FONTE: corposaun.com


58<br />

Todo o campo cirúrgico é isolado com tecidos desta cor e se aconselha que ela seja<br />

utilizada também nas superfícies dentro da sala cirúrgica para a manutenção desta<br />

sensação (COSTI, 2007). Outra cor bastante utilizada é o azul claro.<br />

O teto do Centro Cirúrgico deve ter refletâncias acima dos 90%. As paredes devem ser<br />

pintadas com cores claras, com algum tipo de tinta lavável (BRASIL,1994) e com<br />

refletância superior a 60%. Os pisos podem ter refletâncias de 20% a 30%. Estes valores<br />

podem ser ainda menores caso seja necessário o uso de revestimentos fabricados com<br />

materiais especiais que permitam a utilização de anestésicos inflamáveis. Nestes casos<br />

existe a necessidade de compensação no sistema de iluminação ou refletância das<br />

paredes para que a iluminância média da sala não seja reduzida. Os instrumentos,<br />

cirúrgicos ou não, devem ter acabamento fosco para evitar reflexos, (IESNA, 1995).<br />

O sistema de iluminação de tarefa de teto é geralmente composto de pelo menos duas<br />

luminárias, podendo chegar a um total de cinco. Este grande número de luminárias<br />

distribuídas de forma que a luz para o foco cirúrgico venha de mais de um local<br />

cobrindo uma larga área angular ajuda a evitar o sombreamento durante os<br />

procedimentos, (IESNA, 1995).<br />

A movimentação do sistema de iluminação fixo ao teto deve ser feita sem aplicação de<br />

esforço excessivo por parte da equipe cirúrgica, sempre que houver a necessidade da<br />

mudança de posição do foco durante o procedimento, ou seja, o equipamento não deve<br />

oferecer resistência ao movimento. Por outro lado, uma vez posicionado, o equipamento<br />

não deve oscilar quanto à sua posição, evitando movimento indesejado que possa alterar<br />

a posição do foco ao longo do procedimento ou oferecer riscos à equipe cirúrgica.<br />

O excesso de iluminação pode fazer com que os objetos sejam vistos como se fossem<br />

planos, ou seja, a ausência total de sombra reduz a visualização da profundidade dos<br />

objetos. É importante que o cirurgião possa ajustar esta iluminância para que a os<br />

volumes possam ser observados ao mesmo tempo em que se evita o sombreamento que<br />

bloqueia totalmente a visão. Este ajuste pode ser realizado afastando ou aproximando a<br />

fonte luminosa. Outro recurso bastante utilizado quando o equipamento permite é o<br />

ajuste do foco da luminária, (IESNA, 1995).


59<br />

As luminárias nos dias de hoje estão caminhando no sentido de oferecer, para o<br />

cirurgião, uma luz mais precisa e com maior qualidade. As salas de cirurgia mais<br />

modernas estão utilizando sistemas de iluminação com o LED. Estas lâmpadas estão<br />

oferecendo como principal vantagem sobre as outras tecnologias, a grande vida útil. Isso<br />

faz com que esta tecnologia seja conhecida como uma tecnologia verde, pois reduz o<br />

custo com o consumo de energia, reduz a necessidade de manutenção do sistema e o<br />

custo com aquisição de novas lâmpadas.<br />

Outro grande atrativo é a possibilidade de geração de um fluxo luminoso mais claro e<br />

com emissão reduzida de raios infravermelhos. Em sistemas convencionais de<br />

iluminação, com o uso de lâmpadas halógenas, o calor é uma questão que se tenta<br />

driblar com filtros na própria luminária e com o posicionamento da mesma, pois o<br />

aquecimento excessivo pode produzir stress térmico para a equipe médica e pode<br />

ressecar as estruturas corporais expostas durante os procedimentos, (AKRIDGE, 2010).<br />

Já existem no mercado, principalmente no mercado voltado ao atendimento na área da<br />

saúde, sistemas de iluminação com o uso de lâmpadas de LED. Estas lâmpadas não<br />

provocam o aquecimento com os sistemas compostos por lâmpadas de filamento, mas<br />

por outro lado não oferecem a mesma qualidade em reprodução de cores.<br />

A intensidade do fluxo luminoso dos focos cirúrgicos pode ser regulada em<br />

praticamente em todos os sistemas de iluminação de tarefa, oferecendo pelo menos duas<br />

intensidades diferentes para melhor acomodar-se à necessidade do procedimento e à<br />

preferência pessoal do profissional.<br />

Sistema de iluminação auxiliar<br />

Este sistema é composto por diversos equipamentos que atuam, como o próprio nome<br />

diz, de maneira auxiliar ao sistema de iluminação de tarefa e geral no sentido de<br />

fornecer a intensidade luminosa ou o foco necessário para as atividades desenvolvidas<br />

durante os procedimentos.<br />

Os equipamentos auxiliares de iluminação apoiados na cabeça do cirurgião reduzem o<br />

sombreamento causado pelos membros do próprio médico e pelos instrumentais, pois


60<br />

fornecem uma fonte de luz situada muito próxima dos olhos destes profissionais. A<br />

remoção das barreiras neste caso é um movimento natural. São muito utilizados quando<br />

o foco de luz deve estar o tempo todo em paralelo à direção do olhar do cirurgião. Seus<br />

principais componentes são: a lâmpada (geralmente posicionada no eixo entre os olhos),<br />

o aparato de fixação à cabeça, o cabo de fibra ótica e a fonte. A Figura 38 mostra um<br />

destes equipamentos de iluminação auxiliar sendo utilizado por um médico cirurgião,<br />

(IESNA, 1995).<br />

Figura 38: Médico cirurgião com aparato auxiliar de iluminação na cabeça<br />

FONTE: sciencephoto.com<br />

Alguns elementos que devem ser levados em consideração quanto ao uso deste<br />

equipamento são: peso do equipamento para o cirurgião, o conforto do ajuste do<br />

suporte, o tamanho do cabo, o tipo de lâmpada usada na fonte, a facilidade da troca<br />

desta quando necessário, ajuste da intensidade da luminosidade e a quantidade de fibras<br />

óticas que a fonte de luz pode acionar simultaneamente, (IESNA, 1995).<br />

Outro sistema auxiliar de iluminação bastante comum em salas de cirurgia é o foco<br />

cirúrgico auxiliar. Trata-se de um foco cirúrgico móvel, apoiado no chão ou no teto,<br />

sendo os de apoio no chão os mais comuns. Estes podem ser utilizados para auxílio de<br />

qualquer procedimento que necessite de um complemento nos níveis de iluminamento,<br />

para a realização de procedimentos ou exames ou como um foco a mais dentro do


61<br />

campo para evitar sombreamentos. As Figuras 39 a, e b mostram alguns exemplos deste<br />

tipo de equipamento.<br />

(a)<br />

Figura 39: Foco cirúrgico auxiliar<br />

FONTE: neomedical.com.br<br />

(b)<br />

Uma grande vantagem deste equipamento dentro do Centro Cirúrgico é que ele pode ser<br />

movimentado entre as salas proporcionando auxílio lumínico onde este for necessário.<br />

Isto reduz a necessidade de grandes investimentos nas salas de cirurgia para<br />

necessidades eventuais. A grande desvantagem deste tipo de equipamento é que, quando<br />

não está fixo no teto, seu corpo pode prejudicar o posicionamento da equipe durante o<br />

procedimento, servindo como barreira e muitas vezes oferecendo riscos de acidentes..<br />

Uma de suas características principais é o braço articulável, que, assim como o sistema<br />

de iluminação fixo nas salas, permite um bom posicionamento da luminária. Estes focos<br />

cirúrgicos auxiliares possuem as mesmas lâmpadas dos focos cirúrgicos regularmente<br />

utilizados nas salas de cirurgia, e podem contar com diferentes quantidades destas,<br />

dependendo do equipamento e do fabricante, (IESNA, 1995).<br />

Outro exemplo de equipamento auxiliar de iluminação para a sala de cirurgia é o “site<br />

light”. Trata-se de um painel de fibra ótica que pode ser acoplado aos mais diversos<br />

tipos de instrumentos.<br />

Este equipamento leva a fonte luminosa para dentro da incisão, e executa duas funções<br />

ao mesmo tempo, além de iluminar o campo de trabalho, auxilia o procedimento por se<br />

tratar, na realidade, de um instrumento cirúrgico adaptado. Isso permite a redução do


62<br />

número de equipamentos durante o procedimento facilitando a visualização das<br />

estruturas internas à incisão para o cirurgião. O único inconveniente ligado diretamente<br />

a este equipamento é que, dependendo do procedimento, podem ocorrer respingos de<br />

fluidos corporais e, por estarem muito próximos à incisão, ter a sua função de<br />

iluminação reduzida durante o procedimento. Alguns exemplos podem ser vistos na<br />

Figura 40.<br />

“Site Light” acoplado a um afastador<br />

(a)<br />

Iluminação com fibra ótica em instrumento para<br />

cirurgia ortopédica<br />

(b)<br />

Figura 40: Iluminação com fibra ótica em instrumentos cirúrgicos<br />

FONTE: outpatientsurgery.net e news.thomasnt.com<br />

Sistemas de iluminação microscópicos<br />

Estes sistemas são compostos por feixes coaxiais de luz, na maioria das vezes cabos de<br />

fibras óticas, inseridos em instrumentos para a iluminação do campo cirúrgico. São<br />

utilizados em procedimentos pouco invasivos, quando os instrumentos cirúrgicos e<br />

câmeras são inseridos através de orifícios para se aproximarem do local a ser trabalhado<br />

sem a necessidade de grandes intervenções. Nas Figura 41 é possível ver exemplos do<br />

uso deste sistema de iluminação.<br />

Figura 41: Laparoscopia<br />

FONTE: e-familyblog.com e habiaunavezyfin.blospot.com


63<br />

O cirurgião conduz o procedimento com auxílio de imagens produzidas por uma micro<br />

câmera inserida em um dos orifícios e iluminadas por uma destas fontes de luz. A<br />

imagem é reproduzia em tempo real em um monitor que permite que tanto o médico<br />

cirurgião como seu assistente e toda a equipe acompanhe todo o procedimento.<br />

Esta iluminação microscópica não dispensa o uso do sistema convencional dentro da<br />

sala de cirurgia, pois a abertura das incisões, seu fechamento e a manipulação dos<br />

equipamentos que dão suporte ao procedimento precisam ser monitorados durante todo<br />

o procedimento. Os quatro sistemas de iluminação raramente são utilizados<br />

simultaneamente, por isso seus acionamentos devem ser completamente independentes.<br />

Outro equipamento existente em todas as salas de cirurgia é o negatoscópio, como pode<br />

ser visto na Figura 42. Este equipamento serve para sejam verificadas as revelações de<br />

raios-X durante as cirurgias para localização exata das estruturas que sofrerão a<br />

intervenção. Trata-se de uma caixa com lâmpadas embutidas e uma superfície opaca<br />

sobre a qual são fixados os exames.<br />

Figura 42: Negatoscópio em uso<br />

FONTE: medicineto.pt<br />

O equilíbrio entre as iluminâncias é outro fator bastante importante dentro da sala de<br />

cirurgia para evitar a constante acomodação visual que pode causar fadiga e desconforto<br />

depois de certo tempo e redução do desempenho visual no período de adaptação entre os<br />

campos (CIBSE, 2002).


64<br />

Esta recomendação é utilizada em ambientes comuns de trabalho com relação à área de<br />

tarefa, o piso e as paredes, mas no caso de uma sala de cirurgia, onde os níveis de<br />

iluminamento são ainda maiores, o cuidado deve ser bastante rigoroso. A razão entre a<br />

iluminância na cirurgia e no campo cirúrgico não deve ser maior do que três para um, e<br />

entre o campo cirúrgico e a mesa de instrumentos não deve ultrapassar a razão de cinco<br />

para um, (IESNA, 1995).<br />

Em alguns hospitais ainda é possível contar com sistemas de iluminação natural dentro<br />

dos centros cirúrgicos, mesmo nestes casos a RDC-50 indica a necessidade de<br />

iluminação artificial para estes ambientes, (BRASIL, 2002). Este tipo de iluminação,<br />

quando existente, deve ser usado com critério para evitar ganho térmico elevando dentro<br />

das salas de cirurgias. Além disso, há a possibilidade da radiação direta sobre os<br />

revestimentos e materiais dentro da sala de cirurgia causar reflexo intenso e prejudicar a<br />

visualização de objetos dentro do ambiente. Apesar disso isso a iluminação natural<br />

dentro da sala de cirurgia funciona como um elemento de efeito positivo sobre a equipe<br />

cirúrgica, (IESNA, 1995).


65<br />

3. MATERIAIS E MÉTODOS<br />

3.1. MATERIAIS<br />

Os materiais utilizados para a coleta dos dados foram:<br />

Um luxímetro, da marca Instrutherm, modelo LD-220, uma trena a laser, da marca<br />

Bosch; DLE 70, uma máquina fotográfica digital SAMSUNG, modelo WB150F, o<br />

manual de recomendações para a iluminação em hospitais e estabelecimentos de saúde<br />

da IESNA e o software DIALUX.<br />

3.2. MÉTODO<br />

3.2.1. Definição dos locais de pesquisa<br />

O primeiro passo para a esquematização do estudo foi a definição dos locais de<br />

pesquisa. Esta esteve, desde o início, dependente da obtenção de permissão de acesso<br />

aos centros cirúrgicos existentes na cidade. Este foi o principal critério para a definição<br />

dos hospitais a terem suas instalações analisadas, muito mais do que os de localização,<br />

das características da população atendida ou das especialidades de cada uma das<br />

instituições.<br />

Cuiabá conta com vinte e três hospitais, treze gerais e dez especializados. Entre eles<br />

encontram-se dois que atendem alunos de cursos de medicina e residência médica. Dos<br />

vinte e três existentes, três permitiram a coleta de dados em suas dependências,<br />

doravante serão chamados de Hospital A, Hospital, Hospital B e Hospital C.<br />

Estes hospitais colocaram as enfermeiras responsáveis pelo local à disposição para<br />

acompanhamento e esclarecimentos quanto ao uso do espaço, características do trabalho<br />

e a dinâmica dos profissionais dentro do Centro Cirúrgico, então o passo seguinte foi a<br />

realização de uma reunião com as enfermeiras responsáveis pelos Centros Cirúrgicos<br />

para que fossem estabelecidas as melhores datas e horários para realização das medições<br />

e levantamentos.


66<br />

Dentro de cada Centro Cirúrgico foram definidos quatro ambientes a serem analisados.<br />

O critério de escolha destes ambientes está ligado diretamente à relevância de cada um<br />

destes ambientes nos procedimentos realizados neste setor do hospital.<br />

Além das próprias salas de cirurgia, que contam com dois exemplares para cada hospital<br />

visitado para o levantamento das condições de iluminação, estão sendo analisados a<br />

Farmácia e a Sala de Recuperação Pós-Anestésica (R.P.A.). São, portanto, quatro<br />

ambientes por Centro Cirúrgico.<br />

Não foram medidas todas as salas de cirurgia dentro dos Centros Cirúrgicos, apenas<br />

duas salas de cada hospital. O critério da escolha da sala a ser estudada foi o tipo de<br />

cirurgia que cada uma destas salas pode acomodar de acordo com a RDC 50.<br />

Uma das deveria sempre ser uma sala em que acontecem, entre outras cirurgias, partos<br />

cirúrgicos, assim estaríamos cobrindo com este estudo também as salas de cirurgias<br />

obstétricas, que são muito comuns e contam com uma frequência bastante grande de<br />

ocorrências dentro do hospital. A outra é sempre uma sala considerada uma sala grande,<br />

onde ocorrem cirurgias mais complexas, pois estas podem acomodar qualquer tipo de<br />

procedimento.<br />

3.2.2. Coleta de dados<br />

Os dados foram coletados no dia 18 de dezembro de 2012 nos hospitais A e B, e no dia<br />

26 de fevereiro de 2013 no hospital C. Como não há aberturas laterais para a entrada de<br />

luz natural nas salas analisadas e, como consequência, todo o sistema de iluminação<br />

disponível é artificial em todos os hospitais, optou-se pela realização das medições no<br />

período noturno. A ausência da luz do dia não influenciaria os resultados obtidos e esta<br />

decisão facilitou a logística da coleta. Neste período praticamente não existem cirurgias<br />

eletivas, aquelas que acontecem por agendamento, e o movimento dentro do Centro<br />

Cirúrgico é mínimo, acontecendo somente no caso de cirurgias de emergência.<br />

O levantamento dentro de cada ambiente foi dividido em quatro etapas:<br />

A primeira foi o levantamento das dimensões dos Centros Cirúrgicos como um todo,<br />

para situar os ambientes estudados dentro deste setor do hospital. Em seguida foi feito o<br />

levantamento das dimensões dos ambientes estudados.


67<br />

Nesta mesma etapa foram feitas anotações quanto às caraterísticas físicas do ambiente,<br />

como cor e tipo de material de revestimentos, posicionamento de estruturas fixas e<br />

localização das aberturas.<br />

A segunda etapa consistiu na tomada de notas referentes ao sistema de iluminação de<br />

cada uma das salas, como o tipo de lâmpada, potência, tipo de luminária, características<br />

físicas de cada luminária, como cor, existência ou não de refletores, protetores ou aletas<br />

e quantidade de lâmpadas que cada uma das luminárias acomoda, assim como o<br />

posicionamento destas dentro de cada um dos ambientes.<br />

A terceira etapa foi a coleta de imagens dos locais estudados para montagem de um<br />

arquivo que servisse de auxilio em análises posteriores.<br />

A quarta etapa foi a tomada manual dos níveis de iluminamento dentro dos ambientes.<br />

Para esta etapa foi utilizada a NBR 5382 (ABNT 1995) que regulamenta a forma como<br />

devem ser feitas as coletas de dados referentes aos níveis de iluminamento em<br />

ambientes. Neste momento a norma NBR 8995-1, que substitui a NBR 5382 (ABNT,<br />

1995) e NBR 5413 (ABNT, 2002) ainda não havia entrado em vigor, então os<br />

parâmetros daquela foi usado para realizar os levantamentos.<br />

Foi montada uma malha imaginária de 0,5m x 0,5m para a tomada dos valores<br />

referentes ao nível de iluminância dos ambientes. Todos os levantamentos foram feitos<br />

com a utilização desta malha e do luxímetro. Os valores encontrados nos pontos de<br />

intersecção desta malha foram anotados para aquele ponto Também foi respeitado o<br />

tempo de exposição da fotocélula do luxímetro antes do início das medições em todos<br />

os ambientes.<br />

Ao entrar em vigor a NBR 8995-1 (ABNT, 2013), que substitui a NBR 5382 (ABNT<br />

1995) e a NBR 5413 (ABNT 1992) foi verificada a validade da maneira como os dados<br />

haviam sido coletados. O Anexo B desta norma aponta o uso de uma malha auxiliar<br />

para a verificação do nível de iluminância nas instalações. Assim como na norma<br />

anterior esta malha serve de guia para a tomada dos níveis de iluminamento dentro do<br />

ambiente. Os dados coletados anteriormente serão válidos, pois a malha encontra-se<br />

dentro das medidas consideradas ideais para o tamanho das salas avaliadas. A Tabela 06


68<br />

indica as dimensões sugeridas para o desenho da malha segundo a NBR 8995-1 (ABNT,<br />

2013).<br />

AMBIENTE<br />

Tabela 06: Tamanhos de malha para tomada dos níveis de iluminamento<br />

MAIOR DIMENSÃO DA<br />

ZONA OU SALA<br />

TAMANHO DA MALHA<br />

Área de tarefa Aproximadamente 1m 0,2m<br />

Salas/zonas de salas pequenas Aproximadamente 5m 0,6m<br />

Salas médias Aproximadamente 10m 1m<br />

Salas grandes Aproximadamente 50m 3m<br />

Nota: Recomenda-se que o tamanho da malha não seja excedido<br />

Fonte: Adaptado de NBR 8995-1 (ABNT 2013)<br />

A medição com o uso da malha permitiu que se verificassem as variações dos níveis de<br />

iluminamento de cada setor dentro das salas e as influências que os equipamentos<br />

médicos e a estrutura física da mesma exercem sobre estes níveis.<br />

As salas de cirurgia estudadas estavam preparadas para as cirurgias agendadas para o<br />

período da manhã do dia seguinte às medições. Isso significa que os aparelhos<br />

auxiliares à cirurgia já estavam posicionados. Optou-se por manter estes aparelhos no<br />

lugar, pois assim as medições apresentariam os valores para a situação real de uso da<br />

sala durante o procedimento, inclusive com os bloqueios de fluxo impostos pelos<br />

equipamentos utilizados durante a cirurgia.<br />

Nos demais ambientes estudados foram utilizados os mesmos critérios.<br />

Na farmácia a realidade dos níveis de iluminamento da sala é alterada diariamente. Os<br />

próprios produtos e seus rótulos aumentam ou diminuem os níveis de reflexão da luz<br />

dentro destes ambientes. A ausência destes produtos também alteram os valores em<br />

outros momentos.<br />

No R.P.A. são os equipamentos de monitoramento e soro que oferecem barreiras. Como<br />

eles não estão sempre no mesmo lugar com relação à maca, estes também oferecem


69<br />

variações nos níveis de iluminamento dependendo do posicionamento do paciente e do<br />

médico.<br />

Com os dados obtidos nos pontos de interseção da malha foi feita manualmente o<br />

desenho das curvas isolux, com o uso da interpolação dos valores. Com estas curvas foi<br />

possível analisar o comportamento da iluminação dentro de cada uma das salas naquele<br />

momento específico.<br />

O nível médio de iluminamento dentro de cada ambiente foi estabelecido através do<br />

cálculo da média aritmética de todos os valores obtidos nos pontos de intersecção da<br />

malha. Esta irá representar o nível de iluminamento dos ambientes no momento da<br />

medição manual.<br />

Também foi realizada a medição dos níveis de iluminamento nos mesmos pontos com o<br />

foco cirúrgico aceso e apontado para o centro da mesa de cirurgia para verificar a<br />

influência desta luz em seu entorno imediato.<br />

Com os dados em mãos foi feito o comparativo dos valores obtidos com os valores<br />

estabelecidos pela NBR 5413 (ABNT, 1992) e NBR 8995-1 (ABNT, 2013) para cada<br />

um dos ambientes. Também foi realizada uma análise das condições do sistema de<br />

iluminação em cada um dos locais estudados, os tipos de lâmpadas e luminárias, e as<br />

influências exercidas pelas características físicas do ambiente no resultado da<br />

iluminação promovida pelo sistema instalado e na atividade dos profissionais dentro dos<br />

ambientes.<br />

A tomada dos valores de refletância das superfícies foi realizada manualmente com o<br />

uso do luxímetro.<br />

3.2.3. Simulação computacional<br />

O software escolhido para fazer a simulação computacional dos níveis de iluminamento<br />

dentro dos ambientes do centro cirúrgico estudados foi o DIALUX. A escolha deste<br />

programa foi feita por se tratar de um software livre, com interface amigável e por<br />

possuir uma grande quantidade de plug-ins de diversos fabricantes de lâmpadas e


70<br />

luminárias, o que facilita a utilização, no modelo, do tipo exato de fonte luminosa<br />

encontrada no ambiente ou a ser proposta para ele.<br />

Para a realização da simulação é necessário que se faça a modelagem dos ambientes<br />

estudados, com suas dimensões físicas e as características dos materiais de<br />

revestimento. Assim que esta etapa foi concluída foi inserido o sistema de iluminação<br />

de cada um dos ambientes, com suas características particulares de dimensões,<br />

posicionamento dentro do ambiente, características físicas das luminárias e tipos de<br />

lâmpadas. O Dialux permite que os dados a respeito das fontes luminosas sejam<br />

inseridos através dos plug-ins ou de suas grandezas fotométricas.<br />

A modelagem dos ambientes para o estudo foi feito seguindo os critérios do programa,<br />

mas não foi inserido na modelagem as barreiras formadas por elementos “não fixos” do<br />

ambiente, como máquinas e equipamentos auxiliares utilizados durante as cirurgias e<br />

acompanhamento dos pacientes durante o período de recuperação.<br />

Na farmácia as prateleiras plásticas que acomodam os produtos e medicamentos foram<br />

suprimidas da simulação. Isso porque o layout da sala, segundo informação das próprias<br />

enfermeiras que acompanharam as medições.<br />

Em seguida foram inseridas as fontes luminosas de acordo com as informações obtidas<br />

dos fabricantes das fontes encontradas no ambiente.<br />

Com isso foi realizada a simulação. Os dados foram apresentados em tabela com os<br />

maiores, menores e a média dos níveis de iluminamento encontrados, além das curvas<br />

isolux da simulação.<br />

Não foram realizadas simulações para o sistema de iluminação de tarefa.<br />

3.2.4. Análise dos dados<br />

Os dados obtidos nas visitas aos ambientes, nas medições manuais e através das<br />

simulações serão comparadas à duas normas, a NBR 5413 (ABNT, 1992), substituída<br />

em março de 2013 pela NBR 8995-1 (ABNT, 2013) e a própria NBR 8995-1 (ABNT,<br />

2013). Isso não acontecerá para todos os ambientes, apenas para aqueles que não tem


71<br />

seus níveis mínimos de iluminamento regulados pela nova norma, apenas pela norma<br />

antiga. A verificação de conformidade com a antiga norma, no entanto, não faz parte<br />

dos objetivos desta dissertação, ela será apontada apenas no sentido de explicitar a razão<br />

pela qual alguns ambientes, não mais regulamentados quanto à seus níveis mínimos de<br />

iluminamento, estão sendo analisados neste trabalho.


72<br />

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />

4.1.1. Hospital A<br />

Este hospital iniciou suas atividades em Cuiabá em 1984. Trata-se de um hospital Geral,<br />

de esfera administrativa privada, pessoa jurídica com fins lucrativos, que atende<br />

pacientes particulares e planos de saúde privados. Não há atividade de ensino dentro de<br />

suas instalações. Possui oitenta e um leitos, sendo cinquenta e sete cirúrgicos. Seu<br />

Centro Cirúrgico é dotado de nove salas de cirurgia, além de todos os ambientes de<br />

apoio descritos na RDC 50.<br />

Existe, neste hospital, uma série de equipamentos auxiliares de iluminação, depositado<br />

em local apropriado, que são colocados à disposição dos profissionais no caso da<br />

verificação da necessidade de complementação do sistema existente. Esses<br />

equipamentos são frequentemente utilizados pelos médicos cirurgiões durante os<br />

procedimentos, limpos e em seguida novamente acondicionados do depósito de<br />

equipamentos para que possam ser utilizados em outras cirurgias.<br />

A planta baixa do seu Centro Cirúrgico, bem como os ambientes analisados com<br />

preenchimento em amarelo, pode ser verificada na Figura 43.<br />

Figura 43: Planta baixa do Centro Cirúrgico do Hospital A


73<br />

a. Farmácia<br />

Este ambiente tem aproximadamente 20m 2 de área, com pé direito de 3,59m de altura. O<br />

teto é revestido com pintura branca fosca. Suas paredes são revestidas com tinta lavável<br />

bege claro, cuja refletância de cerca de 70%, foi verificada manualmente com o uso do<br />

luxímetro. Apesar disso, os móveis e prateleiras que acomodam os materiais e<br />

equipamentos utilizados nas cirurgias impedem este reflexo justamente na área onde<br />

este seria de mais valia, ou seja, na altura de trabalho, com pode ser visto na Figura 44.<br />

Figura 44: Farmácia - Hospital A<br />

O revestimento do piso da farmácia, assim como de todo o Centro Cirúrgico é de<br />

paviflex bege claro, o que confere uma reflexão difusa de cerca de 50% verificada da<br />

mesma forma que para as paredes.<br />

Existem, neste ambiente, duas janelas altas e estreitas que, apesar de estarem<br />

parcialmente bloqueadas por móveis e película, permitem a entrada de luz. No entanto,<br />

como não se está analisando esta contribuição para nenhum dos ambientes, sua posição<br />

na planta foi desconsiderada.<br />

Dentro deste ambiente existe somente um sistema de iluminação instalado, o geral. Este<br />

é composto por duas luminárias, cada uma destas acomodam duas lâmpadas<br />

fluorescentes tubulares de 32W cada, com pode ser visto na Figura 45.


74<br />

Figura 45: Sistema de iluminação da farmácia - Hospital A<br />

As luminárias não possuem refletores ou aletas para direcionar o fluxo luminoso. Este<br />

está bastante espalhado e difuso por todo o ambiente. O sistema de iluminação está em<br />

boas condições em termos de manutenção.<br />

A Figura 46 apresenta os valores obtidos para o nível de iluminamento em lux, nos<br />

pontos da malha auxiliar, para o ambiente em questão. O maior valor obtido foi de 259,<br />

e o menor foi de 85 lux. Nesta figua, assim como nas demais figuras dos ambientes<br />

estudados pode ser visto, em verde, o posicionamento e o formato das luminárias.<br />

Figura 46: Nível de iluminamento (em lux) da farmácia - Hospital A


75<br />

Onde:<br />

Menor valor medido<br />

Maior valor medido<br />

Não foi constatado, visualmente, variação de temperatura de cor entre elas e todo o<br />

conjunto encontra-se limpo, com todas as lâmpadas funcionando e praticamente<br />

nenhum sinal de acúmulo de sujeira.<br />

A Figura 47 apresenta as curvas isolux montadas manualmente com base nos valores<br />

obtidos nas medições com o uso do luxímetro.<br />

Figura 47: Curvas isolux da Farmácia - Hospital A<br />

b. Recuperação Pós-Anestésica (R.P.A.)<br />

Este ambiente tem aproximadamente 20m 2 de área. Seu pé direito não é regular, parte<br />

dele tem os mesmos 3,59m de altura da farmácia, outra parte, formada pela extensão do<br />

corredor do Centro Cirúrgico tem 3,1m de altura.<br />

O teto é revestido com pintura branca fosca. Suas paredes são revestidos com tinta<br />

lavável bege claro, e, assim como o revestimento das paredes da farmácia, possui alto<br />

nível de reflexão, acima dos 70%. Este dado foi verificado manualmente com o uso do<br />

luxímetro. O piso é também revestido com o paviflex bege claro encontrado na farmácia<br />

como pode ser visto na Figura 48.


76<br />

Figura 48: Recuperação Pós-Anestésica (R.P.A.) - Hospital A<br />

Este ambiente possui poucos móveis se comparado com a farmácia. Eles limitam-se a<br />

pequenas prateleiras que acomodam os equipamentos que auxiliam os médicos e<br />

enfermeiros no monitoramento dos pacientes durante sua recuperação do processo<br />

anestésico, pequenas saídas de gases medicinais fundamentais no caso de emergência e<br />

uma faixa de tomadas utilizadas se houver necessidade de acionamento de algum outro<br />

equipamento móvel para a manutenção da saúde do paciente durante sua estada na sala<br />

de recuperação pós anestésica.<br />

Neste ambiente existe uma mesa onde se acomodam os técnicos de enfermagem que<br />

acompanham os pacientes em recuperação, o carrinho de emergência e o hamper,<br />

carrinho que acondiciona roupas sujas.<br />

O sistema de iluminação instalado neste ambiente é composto por 4 luminárias idênticas<br />

às instaladas na farmácia como pode ser verificado na Figura 49. Nenhuma delas possui<br />

qualquer sistema de refletores, aletas, ou proteção. Cada luminária acomoda 2 lâmpadas<br />

fluorescentes tubulares de 32W.


77<br />

Figura 49: Sistema de iluminação da Recuperação<br />

Pós-Anestésica (R.P.A.) - Hospital A<br />

A linha de luminárias que acompanha a extensão do corredor é acionada junto com as<br />

luminárias do corredor. As luminárias posicionadas acima das macas é acionada em um<br />

circuito distinto permitindo que a iluminação seja reduzida no caso de necessidade. Não<br />

há, no entanto, nenhum tipo de iluminação auxiliar que permita o acompanhamento<br />

individual de cada paciente. Uma vez acionado, todo o sistema acima das macas acende.<br />

A Figura 50 apresenta os valores obtidos para o nível de iluminamento, em lux, nos<br />

pontos da malha auxiliar, para o ambiente em questão.<br />

Figura 50: Nível de iluminamento (em lux) R.P.A.- Hospital A


78<br />

Onde:<br />

Menor valor medido<br />

Maior valor medido<br />

A Figura 51 apresenta as curvas isolux montadas manualmente com base nos valores<br />

obtidos nas medições com o uso do luxímetro.<br />

Figura 51: Curvas isolux da R.P.A. - Hospital A<br />

c. Sala de cirurgia 4<br />

Com 25 m 2 , esta sala, assim como as demais salas de cirurgia deste hospital, possui um<br />

pé direito de 3,59m. Seu teto é revestido com uma tinta branco fosco, suas paredes são<br />

revestidas com uma tinta lavável bege claro e esta cor se repete também do paviflex do<br />

piso como pode ser visto na Figura 52.<br />

Figura 52: Sala de cirurgia 4 - Hospital A


79<br />

Todas as paredes possuem nível de reflexão acima dos 70%. Grande parte da superfície<br />

da parede das salas do centro cirúrgico aproveitam a reflexão da luz e ampliam<br />

suavemente a intensidade da luz em alguns pontos. No entanto, apesar de poucos,<br />

existem alguns equipamentos instalados nestas paredes. Os mais constantes são o<br />

negatoscópio, o controle do foco cirúrgico e uma pequena prateleira de canto que<br />

acomoda frascos.<br />

Estes se repetem em todas as salas, mas também é comum encontrar apoios para cabos e<br />

materiais utilizados durante as cirurgias. Nesses pontos a intensidade da luz diminui<br />

devido ao sombreamento gerado por esses equipamentosA luz também fica bastante<br />

reduzida nas proximidades do carrinho de anestesia. O material com o qual é<br />

confeccionado reflete muito pouco a luz, as cores dos equipamentos nele montados<br />

também ajudam muito pouco neste sentido.<br />

É importante observar que os equipamentos dentro da sala de cirurgia são sempre<br />

móveis, pois são acomodados de acordo com a necessidade de cada procedimento.<br />

Devido a esta mobilidade existem diferenças nos níveis de iluminamento quando<br />

tomados com a sala montada à espera de tipos diferentes de cirurgia.<br />

Em cada extremidade do ambiente estão instalados um luminária para duas lâmpadas e<br />

uma luminária para quatro, na tentativa de distribuir melhor e mais uniformente o fluxo<br />

luminoso por toda a sala como pode ser verificado na Figura 53.<br />

Figura 53: Sistema de iluminação da sala de cirurgia 4 - Hospital A<br />

Assim como nas demais salas de cirurgia existem instalados nesta sala 2 sistemas<br />

distintos de iluminação. O geral é composto por quarto luminárias. Duas destas são


80<br />

idênticas às luminárias instaladas no R.P.A., sem proteção ou sistemas de refletores,<br />

com duas lâmpadas fluorescentes tubulares de 32W. As outras duas luminárias<br />

acomodam quatro lâmpadas fluorescentes tubulares de 32W.<br />

Mesmo com os cuidados adotados no sentido de distribuir uniformemente o fluxo<br />

luminoso pela sala, as condições de manutenção de uma das luminárias não está<br />

adequado. No conjunto instalado na região próxima ao carrinho de anestesia uma das<br />

lâmpadas está totalmente inutilizada, e uma segunda lâmpada não está funcionando de<br />

maneira apropriada, como pode ser visto na Figura 54. Isso reduz a eficácia da<br />

luminária, e, consequentemente, os níveis de iluminamento neste local dentro da sala.<br />

Figura 54: Luminária para quatro lâmpadas fluoresentes<br />

tubulares na sala de cirurgia 4 - Hospital A<br />

As lâmpadas do sistema de iluminação geral também não estão homogêneas com<br />

relação à temperatura de cor das lâmpadas. Este dado foi obtido através da visualização<br />

das luminárias. Na Figura 58 é possível verificar os níveis de iluminamento, em lux,<br />

dentro da sala de cirurgia 4 nos pontos de intersecção da malha. Também é possível<br />

observar luminárias de diferentes tamanhos e dispostas em diferentes posições.<br />

Figura 58: Nível de iluminamento (em lux) na sala de cirurgia 4 - Hospital A


81<br />

Onde:<br />

Menor valor medido<br />

Maior valor medido<br />

A Figura 56 apresenta as curvas isolux montadas manualmente com base nos valores<br />

obtidos nas medições com o uso do luxímetro.<br />

Figura 56: Curvas isolux da Sala de Cirurgia 4 - Hospital A<br />

O sistema de iluminação de trabalho é composto por dois braços suspensos no teto.<br />

Cada um deles é composto por um conjunto de 4 lâmpadas de multivapores metálicos<br />

protegidos, e podem ser movimentados e posicionados de acordo com a necessidade do<br />

procedimento. A intensidade da luz nestes focos cirúrgicos é muito grande. Os níveis de<br />

iluminamento atingidos pelo foco cirúrgico, com seus dois braços apontados para o<br />

mesmo local, foi de 5265 lux, . Seu foco é bastante fechado e o fluxo luminoso gerado<br />

praticamente não altera os níveis de iluminamento nos pontos da malha próximos. A<br />

Figura 57 mostra o sistema de iluminação de tarefa, conhecido como foco cirúrgico, da<br />

sala de cirurgia 4 do Hospital A


82<br />

Figura 57: Sala de Cirurgia 4 - Hospital A<br />

d. Sala de cirurgia 5<br />

Este ambiente tem aproximadamente 21m 2 de área. Seu pé direito é de 3,59m de altura.<br />

O teto é revestido com uma tinta branco fosco, as paredes são revestidas com uma tinta<br />

lavável bege claro com refletância acima dos 70%. Assim como nos demais ambientes<br />

do Centro Cirúrgico deste hospital, o piso nesta sala é revestido com paviflex bege<br />

claro.<br />

Todas as salas de cirurgia deste hospital possuem poucos móveis em frente às paredes,<br />

existe no entanto alguns equipamentos montados nela, como negatoscópio e o controle<br />

do foco cirúrgico. Há também apoios para cabos e materiais utilizados nos<br />

procedimentos. Estes elementos reduzem a reflexão das paredes nos locais onde estão<br />

instalados, diminuindo o aproveitamento deste recurso nestes pontos. A Figura 58<br />

mostra a sala de cirurgia 5 do Hospital A.<br />

Figura 58: Sala de cirurgia 5 - Hospital A


83<br />

Nas salas de cirurgia existem dois sistemas distintos de iluminação, o geral e o foco<br />

cirúrgico. O sistema de iluminação geral desta sala é composto por quatro luminárias<br />

idênticas às luminárias utilizadas no R.P.A., sem refletores, proteção ou aletas. São do<br />

mesmo tipo também as lâmpadas. O segundo sistema de iluminação nesta sala é o de<br />

iluminação de tarefa, composto pelo foco cirúrgico. Os dois sistemas podem ser<br />

visualizados na Figura 59.<br />

Figura 59: Sistemas de iluminação na sala de cirurgia 5 - Hospital A<br />

Este aparelho possui dois braços suspensos no teto, com quatro lâmpadas de<br />

multivapores metálicos protegidas por uma cúpula removível em cada um deles. O foco<br />

cirúrgico nesta sala atinge valores de 2.677 lux com os dois braços apontados para o<br />

mesmo local, e o fluxo luminoso é tão fechado que ele praticamente não influencia os<br />

valores dos pontos medidos manualmente com o auxílio da malha que ficam fora da<br />

circunferência de seu fluxo.<br />

A Figura 60 mostra os valores obtidos para os níveis de iluminamento, em lux, desta<br />

sala com a utilização da malha de medição.<br />

Figura 60: Nível de iluminamento (em lux) da sala de cirurgia 5 - Hospital A


84<br />

Onde:<br />

Menor valor medido<br />

Maior valor medido<br />

Todas as luminárias do sistema geral de iluminação encontram-se bem mantidas e em<br />

bom funcionamento. Todas as lâmpadas acendem por completo, não há variação da<br />

temperatura de cores entre elas, estão limpas e funcionam todas perfeitamente bem. A<br />

Figura 61 mostra as curvas isolux obtidas através dos valores medidos nesta sala.<br />

Figura 61: Curvas isolux da sala de cirurgia 5 - Hospital A<br />

4.1.2. Hospital B<br />

Em funcionamento na Capital desde 1981, trata-se de um hospital Geral de esfera<br />

administrativa privada, pessoa jurídica com fins lucrativos, que atende a pacientes<br />

particulares e planos de saúde privados. Os ambientes analisados são aqueles indicados<br />

na planta baixa da Figura 62 com preenchimento amarelo.<br />

Não há atividade de ensino dentro de suas instalações. Possui 115 leitos, sendo 39<br />

destes leitos cirúrgicos. Seu Centro Cirúrgico é dotado de sete salas de cirurgia, além de<br />

todos os ambientes de apoio descritos na RDC 50.


85<br />

Figura 62: Planta baixa do Centro Cirúrgico - Hospital B<br />

a. Farmácia<br />

Com apenas 8 m 2 , a farmácia do hospital B tem pé direito de 2,56 m de altura. O teto é<br />

revestido de pintura branca fosca. As paredes estão revestidas com tinta lavável fosca<br />

verde claro, também com nível de reflexão acima dos 70% verificados com o uso do<br />

luxímetro. Assim como a farmácia do hospital A, esta também está com suas paredes<br />

praticamente cobertas por móveis e prateleiras que acomodam os equipamentos,<br />

materiais e medicamentos utilizados durante os procedimentos dentro do Centro<br />

Cirúrgico. O piso é de Paviflex azul claro como pode ser visto na Figura 63.<br />

Figura 63: Farmácia - Hospital B


86<br />

A farmácia, assim como todos os ambientes do Centro Cirúrgico deste hospital, é um<br />

ambiente interno, ou seja, não possui aberturas para o exterior.<br />

O seu acesso principal se dá através de uma porta para um corredor, o que facilita a<br />

entrada de funcionários e a reposição de material. A comunicação deste ambiente com o<br />

Centro Cirúrgico acontece por uma janela, através da qual é passado os containers com<br />

os materiais a serem utilizados nos procedimentos.<br />

Dentro desta farmácia existe somente um sistema de iluminação, formado por duas<br />

luminárias para quatro lâmpadas fluorescentes tubulares do tipo T5 de quatorze Watts<br />

cada. As luminárias, apesar de não possuírem sistema de proteção contra acidentes com<br />

as lâmpadas, contam com refletores e aletas que direcionam o fluxo luminoso,<br />

diminuindo a possibilidade de ofuscamento para o trabalhador neste ambiente. É<br />

possível verificar esta luminária na Figura 64.<br />

Figura 64: Luminária da farmácia - Hospital B<br />

Não foi verificado variação de temperatura de cor na inspeção visual. Todas as<br />

lâmpadas estão funcionando e a luminária, está limpa e em bom estado de conservação.<br />

Na Figura 65 é possivel verificar os níveis de iluminamento, em lux, tomados<br />

manualmente com o auxílio da malha. Os quadrados verdes claro são representam o<br />

posiconamento das luminárias dentro do ambiente.


87<br />

Figura 65: Níveis de iluminamento (em lux) da farmácia - Hospital B<br />

Onde:<br />

Menor valor medido<br />

Maior valor medido<br />

A Figura 66 apresenta as curvas isolux para a Farmácia do Hospital B.<br />

Figura 66: Curvas isolux da Famácia - Hospital B<br />

b. Recuperação Pós-Anestésica (R.P.A.)<br />

Com pouco mais de 16 m 2 , a sala de Recuperação Pós-Anestésica (R.P.A.) possui a<br />

mesma altura de pé direito da farmácia, 2,56 metros. O teto é revestido com uma tinta<br />

fosca branca. As paredes são brancas acetinadas, também brancas, mas com uma faixa


88<br />

azul feita de paviflex aplicado sobre a tinta para proteção quanto á pancadas causadas<br />

pelas macas, como pode ser visto na Figura 67. Um paviflex desta mesma cor, mas um<br />

pouco mais claro, reveste o piso de todo o Centro Cirúrgico.<br />

Figura 67: Sala de Recuperação Pós-Anestésica (R.P.A.) - Hospital B<br />

Em vários pontos das paredes existem instalações, dutos e prateleiras para apoio de<br />

equipamentos de monitoramento e suporte aos pacientes em observação. Estas<br />

instalações bloqueiam parte do reflexo das paredes, fazendo com que se formem<br />

pequenos sombreamentos.<br />

Existe, neste ambiente, apenas um sistema de iluminação. Ele é composto por duas<br />

luminárias embutidas, munidas de refletores e aletas metálicas, que acomodam duas<br />

lâmpadas fluorescentes tubulares como pode ser verificado na Figura 68.<br />

Figura 68: Luminária da Sala de Recuperação Pós-Anestésica (R.P.A.) - Hospital B<br />

As lâmpadas utilizadas no sistema de iluminação deste ambiente são lâmpadas<br />

fluorescentes tubulares T8, de 32W cada e o nível de iluminamento obtido durante a<br />

meidção está na Figura 69.


89<br />

Figura 69: Nível de iluminamento (em lux) do R.P.A. - Hospital B<br />

Onde:<br />

Menor valor medido<br />

Maior valor medido<br />

Na inspeção visual não foi verificada diferença da temperatura de cor entre as lâmpadas<br />

do sistema. No entanto as lâmpadas da luminária mais ao fundo da sala havia passado<br />

por uma recente troca de lâmpadas. Isso refletiu nos valores obtidos através da medição<br />

manual dos pontos na malha auxiliar, como pode ser verificado na Figura 70.<br />

Figura 70: Curvas isolux do R.P.A. - Hospital B<br />

c. Sala de cirurgia 2<br />

Considerada uma sala de cirurgia grande, com 20,14m 2 , a sala de cirurgia 2 do hospital<br />

B possui características muito parecidas com os demais ambientes do Centro Cirúrgico.


90<br />

Seu pé direito tem os mesmos 2,56m de altura, seu teto é revestido de tinta branca fosca<br />

e suas paredes são da mesma cor. Seu piso, no entanto, é diferente, seu revestimento é<br />

feito de granilite cinza como pode ser visto na Figura 71 o que reduz<br />

consideravelmenter seus níveis de relexão.<br />

Figura 71: Sala de cirurgia 2 - Hospital B<br />

Esta sala conta com dois sistemas fixos de iluminação, o geral e o de tarefa. O geral é<br />

composto por quatro luminárias sem proteção, refletores ou aletas, que acomodam duas<br />

lâmpadas fluorescentes tubulares do tipo T8 de 32W cada. como pode ser visto na<br />

Figura 72.<br />

Figura 72: Sistemas de iluminação da sala de cirurgia 2 - Hospital B<br />

O sistema de iluminação de tarefa é composto por dois braços articuláveis, com quatro<br />

lâmpadas de multivapores metálicos protegidas por uma cúpula de vidro em cada um<br />

destes braços. Por serem articulados, este sistema pode ser posicionado de acordo com a<br />

necessidade da equipe durante o procedimento. Este sistema oferece 13.770 lux de


91<br />

iluminação na cavidade cirúrgica. A Figura 73 mostra os valores obtidos através da<br />

medição manual dos níveis de iluminamento, em lux, dentro da Sala de Cirurgia 2 com<br />

o uso da malha auxiliar.<br />

Figura 73: Nível de iluminamento (em lux) da sala de cirurgia 2 - hospital B<br />

Onde:<br />

Menor valor medido<br />

Maior valor medido<br />

A Figura 74 mostra as curvas isolux obtidas através da medição manual dos níveis de<br />

iluminamento com o auxílio da malha.<br />

Figura 74: Curvas isolux da Sala de Cirurgia 2 - Hospital B


92<br />

d. Sala de cirurgia 5<br />

A sala de cirurgia 5 é uma sala grande, tem cerca de 25 m 2 . A altura do seu pé direito é<br />

variável, parte dela com os 2,59m de altura como as demais salas do Centro Cirúrgico e<br />

outra parte com 3,0m, como pode ser observado na Figura 75.<br />

Figura 75: Sala de cirurgia 5 - hospital B<br />

Todo o teto desta sala é revestido com tinta branca fosca e as paredes são igualmente<br />

brancas, só que a tinta tem um pouco mais de brilho devido ao fato de ser resistente à<br />

água. O piso é revestido com paviflex azul claro. Assim como as demais salas de<br />

cirurgia, esta possui dois sistemas distintos de iluminação fixos, o geral e o de tarefa.<br />

O sistema de iluminação geral é composto por três luminárias embutidas, sem proteção,<br />

com refletores metálicos, que acomodam 2 lâmpadas fluorescentes tubulares do tipo T8<br />

de 32 W cada. Este sistema apresentou boas condições de funcionamento e limpeza nas<br />

duas visitas realizadas ao local. Na Figura 76 é possível verificar uma destas luminárias.<br />

Figura 76: Luminária do sistema de iluminação geral<br />

da sala de cirurgia 5 - hospital B


93<br />

O sistema de iluminação de tarefa é composto pelo foco cirúrgico, que possui dois<br />

braços articuláveis com um conjunto de cinco lâmpadas de multivapores metálicos<br />

protegidas em cada braço. Estes conjuntos podem ser posicionados de acordo com a<br />

necessidade da equipe e do procedimento.<br />

Na Figura 77 é possível ver o foco cirúrgico recolhido no alto, que oferece um<br />

iluminamento de 3.025 lux, o nicho em gesso em que ele é acomodado e a linha que<br />

define as diferentes alturas de pé direito para esta sala.<br />

Figura 77: Sistema de iluminação de tarefa da sala de cirurgia 5 - Hospital B<br />

É utilizado, também nesta sala, um sistema auxiliar de iluminação como pode ser visto<br />

na Figura 78. Este sistema é móvel e pode ser levado para qualquer sala de cirurgia de<br />

acordo com a necessidade. Segundo as enfermeiras que acompanharam o<br />

desenvolvimento da pesquisa, este aparelho só é utilizado quando há a necessidade de<br />

mais de dois pontos de iluminação intensa durante uma cirurgia, o que é bastante raro.<br />

Figura 78: Sistema auxiliar de iluminação - hospital B


94<br />

As Figuras 79 e 80 mostram os níveis de iluminamento obtidos durante as medições<br />

manuais com o uso do Luxímetro e a malha auxiliar e as curvas isolux geradas com<br />

base nos dados respectivamente.<br />

Figura 79: Nível de iluminamento (em lux) da sala de cirurgia 5 - Hospital B<br />

Onde:<br />

Menor valor medido<br />

Maior valor medido<br />

Figura 80: Nível de iluminamento (em lux) da sala de cirurgia 5 - Hospital B


95<br />

4.1.3. Hospital C<br />

O Hospital C é o mais antigo dos três visitados. Foi fundando em outubro de 1942.<br />

Trata-se de um Hospital Geral de esfera administrativa privada, sem fins lucrativos, que<br />

atende a pacientes da rede pública de saúde, pacientes particulares e clientes de planos<br />

de saúde.<br />

Uma de suas principais características é a atividade de ensino que ocorre dentro de suas<br />

instalações. Possui programas de estágio para futuros médicos, além de residências<br />

médicas em diversas áreas.<br />

Este hospital possui 203 leitos, sendo77 destes leitos cirúrgicos. Seu Centro Cirúrgico é<br />

dotado de dez salas de cirurgia, sendo três delas destinadas à obstetrícia, além de todos<br />

os ambientes de apoio descritos na RDC 50. Na Figura 81 é possível ver a planta baixa<br />

do Centro Cirúrgico deste hospital, além dos 4 ambientes estudados preenchidos em<br />

amarelo.<br />

Figura 81: Planta <strong>Baixa</strong> Hopsital C


96<br />

a. Farmácia<br />

Com uma área de 18,35m2, a Farmácia do Hospital C é considerada uma sala grande.<br />

Isso porque é a única Farmácia do Hospital, atendendo com equipamentos e<br />

medicamentos não só o Centro Cirúrgico, mas todas as enfermarias.<br />

O pé direito é de 3,20m e o forro de gesso é pintado com uma tinta branca fosca. Suas<br />

paredes são revestidas com uma tinta lavável verde claro com uma refletância de cerca<br />

de 70%, verificada manualmente com o uso do luxímetro.<br />

Grande parte de suas paredes servem de apoio para prateleiras e caixas que acomodam<br />

os materiais, substâncias e equipamentos pequenos utilizados durante os procedimentos<br />

cirúrgicos. É possível verificar esta situação na Figura 82, assim como uma das<br />

luminárias embutidas que se encontra neste ambiente.<br />

Figura 82: Farmácia – Hospital C<br />

O piso da farmácia, assim como de todo o Centro Cirurgico deste Hospital é de paviflex<br />

bege claro. Não há aberturas deste ambiente para o exterior, ou seja, não há iluminação<br />

natural. Apesar da cor clara do piso, sua refletância é menor que 40%.<br />

O sistema de iluminação instalado é composto por três luminárias, duas delas embutidas<br />

no gesso e que acomodam 2 lâmpadas fluorescentes tubulares de 32W, e uma luminária<br />

de sobrepor, sem aletas ou refletores que acomodam o mesmo tipo e quantidade de


97<br />

lâmpadas que as demais luminárias. Este segundo tipo de luminária está posicionado<br />

sobre a mesa onde o trabalhador faz o controle do estoque da Farmácia, e recebe os<br />

pedidos de medicamentos da enfermaria, como pode ser visto na Figura 83.<br />

Figura 83: Mesa de controle – Farmácia – Hospital C<br />

Durante a verificação foi possível perceber diferença de temperatura de cor entre as<br />

lâmpadas instaladas nas luminárias, mas todas elas estavam funcionando perfeitamente<br />

bem.<br />

A Figura 84 mostra os níveis de iluminamento obtidos durante a medição realizada com<br />

o luxímetro na Farmácia do Hospital C.<br />

Figura 84: Nível de iluminamento (em lux) da Farmácia – Hospital C


98<br />

Onde:<br />

Menor valor medido<br />

Maior valor medido<br />

A Figura 85 apresenta as curvas isolux montadas a partir dos dados obtidos durante as<br />

medições.<br />

Figura 85: Curvas isolux da Farmácia – Hospital C<br />

b. Recuperação Pós Anestésica<br />

A sala de Recuperação Pós Anestésica do Hospital C acompanha grande parte do<br />

corredor do Centro Cirúrgico deste hospital, sem portas ou divisórias. Este<br />

posicionamento permite que o paciente em recuperação seja observado por qualquer<br />

profissional que passe pelo local, trazendo maior segurança. Isso também permite que se<br />

desligue o sistema de iluminação da sala para que o paciente possa relaxar e se<br />

recuperar com mais tranquilidade. Esta sala pode ser observado na Figura 86.<br />

Figura 86: Sala de Recuperação Pós Anestésica – Hospital C


99<br />

Esta sala está dividida em dois níveis distintos, com dois degraus entre eles, o que faz<br />

com que o pé direito tenha alturas diferentes ao longo da sala. As macas chegam ao<br />

nível mais alto através de uma rampa que se encontra no corredor. Toda a parede dos<br />

fundos da sala possui prateleiras para a acomodação de aparelhos que acompanham o<br />

estado do paciente. Para isso foram instaladas prateleiras e quadros de tomadas próximo<br />

à cabeceira das macas.<br />

Não existe um sistema independente para cada maca, mas acionamento independentes<br />

para as duas metades da sala.<br />

O teto e as paredes deste ambiente são pintados de branco, com níveis de reflexão<br />

maiores que 70%. O piso é paviflex bege oferece uma refletância de menos de 40%,<br />

como pode ser verificado na Figura 87.<br />

Figura 87: Sala de Recuperação Pós Anestésica – Hospital C<br />

O Sistema de iluminação da Sala de Recuperação Anestésica do Hospital C é composto<br />

por 6 conjuntos de luminárias embutidas que acomodam 4 lâmpadas fluorescentes<br />

tubulares de 32W cada, como pode ser visto na Figura 88. Estas luminárias não<br />

possuem proteção de vidro ou refletores.<br />

Figura 88: Luminária da Sala de Recuperação Pós Anestésica – Hospital C


100<br />

As medidas dos níveis de iluminamento com o uso do luxímetro e da malha auxiliar<br />

foram realizadas no mês de fevereiro. Os valores obtidos podem ser vistos na Figura 89.<br />

Figura 89: Níveis de Iluminamento da Sala de Recuperação Pós Anestésica – Hospital C


101<br />

Onde:<br />

Menor valor medido<br />

Maior valor medido<br />

As curvas montadas com base nos dados obtidos nas medições estão na Figura 90.<br />

Figura 90: Curvas isolux da Sala de Recuperação Pós Anestésica – Hospital C<br />

c. Sala de Cirurgia 01<br />

A Sala de Cirurgia 01 do Hospital C tem 30,60m2., atende principalmente a partos<br />

cirúrgicos, por estar situada dentro da área de obstetrícia do Centro Cirúrgico. Seu pé<br />

direito é de 3,20m, o revestimento de suas paredes é feito com tinta lavável na cor<br />

branca. O forro desta sala é de gesso pintado de branco e o sistema de iluminação geral<br />

é composto por quatro luminárias embutidas com duas lâmpadas fluorescentes tubulares<br />

T8 de 32 W em cada.


102<br />

O sistema de iluminação de tarefa é composto por dois braços suspensos no teto, cada<br />

um deles possui uma lâmpada de multivapores metálicos e um grande refletor. Estes<br />

braços são articuláveis e podem ser facilmente posicionados onde for necessário no<br />

campo cirúrgico. O nível de iluminamento atingido por este sistema, quando ambos os<br />

braços estão acionados, é de 23.549 lux.<br />

O piso, assim como nos demais ambientes do Centro Cirúrgico é de paviflex bege como<br />

pode ser verificado na Figura 91.<br />

Figura 91: Níveis de Iluminamento da Sala de Cirurgia 01 – Hospital C<br />

Os níveis de iluminamento obtidos em medição com o uso do luxímetro e da malha<br />

auxiliar pode ser verificado na Figura 92.<br />

Figura 92: Sala de Cirurgia 01 – Hospital C


103<br />

Onde:<br />

Menor valor medido<br />

Maior valor medido<br />

As curvas isolux montadas a partir dos dados obtidos no levantamento realizado com o<br />

luxímetro e a malha auxiliar podem ser verificadas na Figura 93.<br />

Figura 93: Sala de Cirurgia 01 – Hospital C<br />

d. Sala de Cirurgia 04<br />

Com cerca 27,90m2, a Sala de Cirurgia 04 do Hospital C é uma sala que atende<br />

praticamente qualquer tipo de cirurgia. Seu pé direito é de 3,20 m, suas paredes e teto<br />

são brancos como pode ser visto na Figura 94.<br />

Figura 94: Sala de Cirurgia 01 – Hospital C


104<br />

O sistema de iluminação geral nela instalado é composto por um conjunto de 4<br />

luminárias embutidas, protegidas por um vidro translúcido que acomodam 2 lâmpadas<br />

de 32W cada como pode ser visto na Figura 95.<br />

Figura 95: Luminária da Sala de Cirurgia 04 – Hospital C<br />

O sistema de iluminação de tarefa é composto por dois braços articuláveis com uma<br />

lâmpada de multivapores metálicos e um grande refletor em cada um. Este sistema<br />

atinge valores de 38.563 lux quando acionado e pode ser visto na Figura 96.<br />

Figura 96: Sistema de iluminação de tarefa da Sala de Cirurgia 04 – Hospital C<br />

O foco deste sistema de iluminação é bem fechado, atingindo uma área de cerca de<br />

30cm de circunferência, o bastante para atender a praticamente qualquer tipo de<br />

cirurgia. Na Figura 97 pode-se ver os níveis de iluminamento obtidos através da<br />

medição manual com o luxímetro e a malha auxiliar.


105<br />

Figura 97: Níveis de iluminamento da Sala de Cirurgia 04 – Hospital C<br />

Onde:<br />

Menor valor medido<br />

Maior valor medido<br />

Na Figura 98 é possível verificar as curvas montadas a partir dos dados obtidos durante<br />

as medições manuais realizadas com o luxímetro e a malha auxiliar.<br />

Figura 98: Curvas isolus da Sala de Cirurgia 04 – Hospital C


106<br />

A Tabela 07 apresenta os resultados obtidos durante as medições em todos os ambientes<br />

do estudo.<br />

TABELA 07: Iluminância média, máxima e mínima obtidos durante a medição<br />

HOSPITAL<br />

A<br />

B<br />

C<br />

AMBIENTE<br />

Iluminância<br />

média<br />

VALOR MEDIDO (lux)<br />

Maior valor<br />

Menor valor<br />

Farmácia 178 259 85<br />

Sala de<br />

Recuperação<br />

Anestésica<br />

277 366 180<br />

Sala de Cirurgia 4 387 481 271<br />

Sala de Cirurgia 5 310 375 188<br />

Farmácia 455 606 308<br />

Sala de<br />

Recuperação<br />

Anestésica<br />

426 604 83<br />

Sala de Cirurgia 2 323 575 194<br />

Sala de Cirurgia 5 393 591 99<br />

Farmácia 254 394 113<br />

Sala de<br />

Recuperação<br />

Anestésica<br />

527 657 283<br />

Sala de Cirurgia 1 201 148 270<br />

Sala de Cirurgia 4 192 363 74<br />

4.1.4. Resultados obtidos através da simulação com o software dialux<br />

Os valores obtidos através do uso do programa de simulação voltado para a iluminação<br />

DIALUX, apresentou, na grande maioria das vezes, valores mais altos do que os valores<br />

encontrados durante as medições manuais dentro dos ambientes. Isso ocorreu devido ao<br />

fato de não ter sido levado em consideração, no momento da simulação, os<br />

equipamentos não fixos dos ambientes e que fazem as vezes de barreiras para o fluxo<br />

luminoso dentro do ambiente.<br />

Isso demonstra que é necessário uma ponderação no uso destes programas e na análise<br />

dos valores por eles atingidos.


107<br />

Os diferentes equipamentos, prateleiras, tipos de embalagens de produtos, entre outros,<br />

fez com que a diferença nos valores de iluminamento não fosse constante para todos os<br />

ambientes medidos. Isso impossibilita a criação de um fator de correção para a<br />

aplicação nos valores obtidos através da simulação para a situação real da sala no<br />

momento da tomada manual dos valores.<br />

Os resultados obtidos na simulação com o Software DIALUX encontra-se em anexo 1 a<br />

12 deste trabalho.<br />

Na Tabela 08, estão apresentados os valores de iluminância obtidos na simulação.<br />

TABELA 08: Valores de iluminância média, mínima e máxima encontradas para os<br />

ambientes obtidos durante a simulação<br />

VALOR SIMULADO (lux)<br />

HOSPITAL<br />

A<br />

B<br />

C<br />

AMBIENTE<br />

Iluminância<br />

média<br />

DIALUX<br />

Maior valor<br />

Menor valor<br />

Farmácia 273 330 215<br />

Sala de<br />

Recuperação<br />

Anestésica<br />

394 458 330<br />

Sala de Cirurgia 4 850 974 685<br />

Sala de Cirurgia 5 691 786 553<br />

Farmácia 788 1002 546<br />

Sala de<br />

Recuperação<br />

Anestésica<br />

482 682 236<br />

Sala de Cirurgia 2 675 772 540<br />

Sala de Cirurgia 5 400 603 119<br />

Farmácia 656 833 465<br />

Sala de<br />

Recuperação<br />

Anestésica<br />

712 1028 323<br />

Sala de Cirurgia 1 529 599 439<br />

Sala de Cirurgia 4 563 770 344


108<br />

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS MEDIDOS X SIMULADOS PARA CADA<br />

AMBIENTE<br />

5.1. Farmácias<br />

A NBR 8995-1 (ABNT, 2013), não faz indicação específica de valores mínimos de<br />

iluminamento para a Farmácia, o que automaticamente liberaria este ambiente de uma<br />

análise mais detalhada.<br />

No entanto, as atividades exercidas neste local são de grande importância para o<br />

funcionamento do Centro Cirúrgico e, em alguns casos, de todo o Hospital, como no<br />

caso do Hospital C, em que a Farmácia do Centro Cirúrgico é a mesma de todo<br />

Hospital.<br />

As atividades realizadas neste local envolvem leitura de rótulos pequenos com<br />

informações muito importantes e que exigem uma quantidade mínima de iluminamento<br />

para serem visualizadas com segurança. Além disso, os trabalhadores da Farmácia de<br />

Centro Cirúrgico não são responsáveis apenas pela correta distribuição dos materiais e<br />

medicamentos utilizados nos procedimentos, eles precisam controlar todo o estoque e a<br />

validade de todo o material e medicamento que se encontra na Farmácia.<br />

As prateleiras que acomodam os materiais, no entanto, com os quais o trabalhador deve<br />

lidar no dia a dia, se posicionam, na maioria das vezes, de forma que o corpo do<br />

profissional gere sombra sobre os materiais, dificultando ainda mais o seu trabalho. Isso<br />

é feito para que se possa ter um melhor aproveitamento dos espaços. A iluminação<br />

melhor distribuída talvez pudesse resolver esta questão.<br />

Com a nova norma não há indicação de nível mínimo de iluminamento para a mesa da<br />

Farmácia, por esta razão o valor apontado por ela não estará no gráfico. No entanto,<br />

segundo a NBR 5413 (ABNT, 1992), substituída pela NBR 8995-1 (ABNT, 2013) este<br />

valor deve ser superior ou igual a 500 lux.<br />

Os resultados são apresentados na Tabela 09 e Figura 102.


ILUMINÂNCIA (lux)<br />

109<br />

TABELA 09: Valores de iluminância média, mínima e máxima obtidos durante as<br />

medições e simulações no ambiente hospitalar – Farmácia.<br />

VALORES MEDIDOS (lux) VALOR SIMULADO (lux)<br />

HOSPITAL AMBIENTE Iluminância<br />

média<br />

Maior<br />

valor<br />

Menor<br />

valor<br />

Iluminância<br />

média<br />

Maior<br />

valor<br />

Menor<br />

valor<br />

A Farmácia 178 259 85 273 330 215<br />

B Farmácia 455 606 308 788 1002 546<br />

C Farmácia 254 394 113 656 833 465<br />

Se fôssemos levar a NBR 5413 (1992) em consideração apenas uma das farmácias<br />

apresentaria valores acima do mínimo recomendado nas medições manuais. Os valores<br />

simulados ficaram bastante acima dos valores medidos, mas há que se considerar que a<br />

simulação não levou em consideração o sombreamento causado pelas prateleiras pelo<br />

fato de estas terem sido removidas da modelagem por serem móveis. Apesar disso é<br />

possível verificar que há um comportamento semelhante entre as diferenças de níveis de<br />

iluminamento tomados manualmente e simulados para este ambiente de acordo com o<br />

gráfico da Figura 99. Os níveis para o Hospital C são os mais baixos em ambos os<br />

modos de medição e os mais altos estão no hospital B.<br />

1200<br />

1000<br />

800<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

iluminância<br />

média<br />

maior valor<br />

medido<br />

menor valor<br />

medido<br />

Iluminância<br />

média<br />

simulada<br />

maior valor<br />

simulado<br />

menor valor<br />

simulado<br />

FARMÁCIA HOSPITAL A FARMÁCIA HOSPITAL B FARMÁCIA HOSPITAL C<br />

Figura 99: Níveis de iluminamento medidos e simulados na Farmácia<br />

Pode-se dizer então que apenas uma das Farmácias de Centro Cirúrgico atendem os<br />

valores mínimos de iluminamento indicados pela NBR 5413 (ABNT, 1992), e que todas<br />

atendem à nova norma NBR 8995-1 (ABNT 2013).


110<br />

5.2. Recuperação Pós Anestésica<br />

A NBR 5413 (1992) não trazia indicação de níveis mínimos de iluminamento para este<br />

ambiente. A NBR 8995-1 (ABNT, 2013) o faz. Ela indica 500 lux como o valor mínimo<br />

a ser atingido pelo sistema de iluminação da sala de Recuperação Pós Anestésica.<br />

Das três Salas de Recuperação Pós Anestésica visitadas, somente uma apresentou<br />

valores acima daqueles recomendados por esta norma. Para duas outras salas os valores<br />

encontrados estavam abaixo do mínimo recomendado.<br />

Não foi encontrado neste ambiente, em nenhum dos hospitais visitados, mais de um<br />

sistema de iluminação. Consequentemente não há sistemas de acionamento<br />

independentes para os sistemas de iluminação dentro das Salas de Recuperação<br />

Anestésica dos Centros Cirúrgicos visitados conforme recomendação da IESNA. No<br />

hospital C há sistemas independentes de acionamento da iluminação por setor dentro da<br />

R.P.A., ou seja, é possível acionar as luminárias de metade da sala, enquanto a outra<br />

metade permanece desligada.<br />

Também não foi encontrado evidências de que há intenção de posicionamento das<br />

luminárias ligado à posição das macas dentro do R.P.A. como recomenda a IESNA para<br />

facilitar a visualização dos pacientes. As luminárias em todos os ambientes foram<br />

posicionadas no sentido de permitir uma melhor distribuição geral da iluminação, não se<br />

atendo aos locais onde ela seria mais necessária.Os valores obtidos nas medições<br />

manuais e na simulação são apresentados na Tabela 10 e Figura 100.<br />

TABELA 10: Valores de iluminância média, mínima e máxima obtidos durante as<br />

medições e simulações no ambiente hospitalar – Sala de Recuperação Pós Anestésica<br />

VALORES MEDIDOS (lux) VALOR SIMULADO (lux)<br />

HOSPITAL AMBIENTE Iluminância<br />

média<br />

Maior<br />

valor<br />

Menor<br />

valor<br />

Iluminância<br />

média<br />

Maior<br />

valor<br />

Menor<br />

valor<br />

A<br />

Sala de<br />

Recuperação Pós 277 366 180 394 458 330<br />

Anestésica<br />

B<br />

Sala de<br />

Recuperação Pós 426 604 83 482 682 236<br />

Anestésica<br />

C<br />

Sala de<br />

Recuperação Pós<br />

Anestésica<br />

521 657 527 712 1028 323


ILUMINÂNCIA (lux)<br />

111<br />

1200<br />

1000<br />

800<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

iluminância<br />

média<br />

maior valor<br />

medido<br />

menor valor<br />

medido<br />

Iluminância<br />

média<br />

simulada<br />

maior valor<br />

simuladoi<br />

menor valor<br />

simulado<br />

HOSPITAL A HOSPITAL B HOSPITAL C NBR 8995-1<br />

Figura 100: Níveis de iluminamento medidos e simulados nas<br />

Salas de Recuperação Pós Anestésica<br />

Não foi encontrado nenhum tipo de proteção quanto à acidentes com as lâmpadas no<br />

sistema de iluminação deste ambiente em nenhum dos hospitais visitados.<br />

5.3. SALAS DE CIRURGIA<br />

5.3.1. Iluminação geral<br />

Foram encontrados, em todas as salas de cirurgia, dois sistemas fixos de iluminação<br />

para este ambiente: o sistema de iluminação geral, geralmente composto por luminárias<br />

distribuídas pelo teto; e o sistema de iluminação de tarefa, composto por um complexo<br />

equipamento suspenso no teto da Sala de Cirurgia e que oferece mobilidade para levar<br />

altos níveis de iluminamento para o local onde ele é necessário durante o procedimento.<br />

Nenhuma das Salas de Cirurgia visitadas apresentaram valores que atendam a NBR<br />

8995-1 (ABNT, 2013). Esta norma aponta que os valores para a iluminância média<br />

deste tipo de sala é de pelo menos 1000 lux. O valor mais alto encontrado durante as<br />

medições foi 687 lux.<br />

A Tabela 11 mostra os resultados obtidos durante as medições e simulações de<br />

iluminação geral das salas de cirurgia. As figuras 101, 102 e 103 mostram os níveis de<br />

iluminamento medidos e simulados nas salas de cirurgia dos três hospitais estudados.


ILUMINÂNCIA (lux)<br />

ILUMINÂNCIA (lux)<br />

112<br />

TABELA 11: Valores de iluminância média, mínima e máxima obtidos durante as<br />

medições e simulações no ambiente hospitalar – Salas de Cirurgia.<br />

VALORES MEDIDOS<br />

VALOR SIMULADO (lux)<br />

(lux)<br />

HOSPITAL AMBIENTE Iluminâ Maio<br />

Maio<br />

Menor Iluminânci<br />

Menor<br />

ncia r<br />

r<br />

valor a média<br />

valor<br />

média valor<br />

valor<br />

A<br />

Sala de Cirurgia 4 274 366 180 859 974 685<br />

Sala de Cirurgia 5 178 259 85 691 786 553<br />

B<br />

C<br />

Sala de Cirurgia 2 426 604 83 675 772 540<br />

Sala de Cirurgia 5 436 606 328 400 603 119<br />

Sala de Cirurgia 1 527 687 329 712 1028 323<br />

Sala de Cirurgia 4 250 355 355 529 599 439<br />

1200<br />

1000<br />

800<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

iluminância<br />

média<br />

medida<br />

maior valor<br />

medido<br />

menor valor<br />

medido<br />

Iluminância<br />

média<br />

simulada<br />

maior valor<br />

simulado<br />

menor valor<br />

simulado<br />

SALA DE CIRURGIA 4 SALA DE CIRURGIA 5 NBR 8995-1<br />

Figura 101: Níveis de iluminamento medidos e simulados nas<br />

Salas de Cirurgia do Hospital A<br />

1200<br />

1000<br />

800<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

iluminância<br />

média medida<br />

maior valor<br />

medido<br />

menor valor<br />

medido<br />

Iluminância<br />

média<br />

simulada<br />

maior valor<br />

simulado<br />

menor valor<br />

simulado<br />

SALA DE CIRURGIA 2 SALA DE CIRURGIA 5 NBR 8995-1<br />

Figura 102: Níveis de iluminamento medidos e simulados no Hospital B


ILUMINÂNCIA (lux)<br />

113<br />

1200<br />

1000<br />

800<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

iluminância<br />

média medida<br />

maior valor<br />

medido<br />

menor valor<br />

medido<br />

Iluminância<br />

média<br />

simulada<br />

maior valor<br />

simulado<br />

menor valor<br />

simulado<br />

SALA DE CIRURGIA 1 SALA DE CIRURGIA 4 NBR 8995-1<br />

Figura 103: Níveis de iluminamento medidos e simulados no Hospital C<br />

5.3.2. Iluminação de Tarefa<br />

Apesar de grande parte dos sombreamentos serem causados pelos equipamentos<br />

utilizados durante as cirurgias, como aparelhos de raio-X, o próprio equipamento de<br />

iluminação de tarefa e o carrinho de anestesia, os níveis de iluminamento de tarefa (na<br />

cavidade cirúrgica) devem ser mantidos independentemente da distribuição destes<br />

equipamentos dentro do ambiente, pois as condições de trabalho não podem variar de<br />

acordo com a complexidade dos procedimentos e da quantidade de materiais de apoio<br />

necessário para a realização das tarefas. As deficiências causadas por estes aparatos<br />

devem ser compensadas.<br />

De acordo com a IESNA (1995) não há recomendações para que os valores de<br />

iluminamento não sejam ultrapassados, uma vez que, observadas as recomendações de<br />

manutenção de uma percentagem destes valores a medida que se afasta do foco da<br />

cirurgia para a acomodação visual e do bloqueio de ofuscamentos, iluminação a mais<br />

não oferece prejuízos a saúde.<br />

Não foram feitas simulações para a iluminação de tarefa.<br />

A Tabela 12 apresenta os valores encontrados para o sistema de iluminação de tarefa<br />

durante a medição.


114<br />

Tabela 12: Valores de iluminância obtidos através de medições manuais para o sistema<br />

de iluminação de tarefa nas Salas de Cirurgia<br />

HOSPITAL SALA DE<br />

CIRURGIA<br />

NÍVEIS DE ILUMINAMENTO (lux)<br />

A<br />

4 5.265<br />

5 2.677<br />

B<br />

C<br />

2 13.770<br />

5 3.025<br />

1 23.549<br />

4 38.563<br />

A Figura 104 mostra os níveis de iluminamento atingidos pela iluminação de tarefa (na<br />

cavidade cirúrgica) das salas de cirurgia dos Hospitais A, B e C.<br />

45.000<br />

40.000<br />

35.000<br />

30.000<br />

25.000<br />

20.000<br />

15.000<br />

10.000<br />

5.000<br />

0<br />

SALA DE<br />

CIRURGIA 4<br />

SALA DE<br />

CIRURGIA 5<br />

SALA DE<br />

CIRURGIA 2<br />

SALA DE<br />

CIRURGIA 5<br />

SALA DE<br />

CIRURGIA1<br />

SALA DE<br />

CIRURGIA 4<br />

HOSPITAL A HOSPITAL B HOSPITAL C<br />

ILUMINÂNCIA (lux) NO FOCO CIRÚRGICO NBR 8995-1<br />

Figura 104: Níveis de iluminamento medidos e simulados para<br />

a iluminação de tarefa nas salas de cirurgia<br />

A NBR 8995-1 (ABNT 2013) indica que os níveis mínimos de iluminamento para a<br />

cavidade cirúrgica é de pelo menos 10.000 lux, podendo chegar aos 100.000 lux.<br />

Apenas 50% dos ambientes visitados possuem equipamentos em condições de oferecer<br />

esta quantidade de luz para os médicos cirurgiões.<br />

Em todos os hospitais foram encontrados equipamentos auxiliares de iluminação que<br />

podem ser utilizados dentro das Salas de Cirurgia, acomodados nas salas destinadas a


115<br />

seu depósito. Caso estes equipamentos sejam utilizados de maneira auxiliar durante os<br />

procedimentos no sentido de aumentas os níveis de iluminamento na cavidade cirúrgica,<br />

existe a possibilidade de esses níveis de iluminamento atender a NBR 8995-1 (ABNT,<br />

2013).


116<br />

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Os níveis de iluminamento obtidos nos três hospitais estudados apresentam não<br />

conformidades com a NBR 8995-1 (ABNT, 2013) na maioria dos ambientes analisados.<br />

As salas em que estes níveis apresentam a maior diferença com relação ao recomendado<br />

pela norma como ideal são justamente as salas em que a principal atividade do Centro<br />

Cirúrgico acontece, as salas de cirurgia.<br />

O sistema de iluminação geral é o mais preocupante, pois os baixos níveis de<br />

iluminação atingem a equipe como um todo e podem comprometer o resultado do<br />

trabalho e a saúde de todos os profissionais envolvidos no procedimento.<br />

Como não há sistema de iluminação complementar para a iluminação geral das salas e<br />

os trabalhadores que atuam fora do campo cirúrgico em apoio ao procedimento também<br />

não usam equipamentos auxiliares neste sentido, esses trabalhadores não estão atuando<br />

dentro das melhores condições de iluminação. Alguns dos valores encontrados não<br />

chegam a 20% da iluminãncia recomendada pela norma e isso é bastante preocupante,<br />

pois coloca em risco os procedimentos, a saúde dos pacientes a curto prazo e a saúde<br />

dos profissioniais a longo prazo.<br />

Este sistema não passa de uma instalação comum de iluminação, a mesma que qualquer<br />

um dos profissionais atuantes dentro do centro cirúrgico colocaria em sua própria casa,<br />

sem preocupações com recomendações específicas para este ambiente como os<br />

recomendados pela IESNA. Não há quantidade necessária de luminárias para fornecer<br />

os níveis de ilumianmento exigidos para a sala de cirurgia, e também não há<br />

preocupação com outras características do sistema, como a temperatura ideal de cor<br />

para as lâmpadas e proteção das mesmas com aparatos de vidro ou acrílico para evitar<br />

que pequenos acidentes tornem-se problemas graves. Este último quesito foi observado<br />

em apenas uma sala de cirurgia, e, como este cuidado não se repetiu em outras salas de<br />

cirurgia do mesmo hospital, nos faz acreditar que isso tenha sido uma decisão aleatória.<br />

Os focos cirúrgicos, utilizados em três das seis salas de cirurgia visitadas, não atingem<br />

os valores especificados em norma para a atividade que atendem. Muitos deles<br />

apresentam nível de iluminamento de menos de 30% do valor mínimo apontado pela<br />

NBR 8995-1 (ABNT, 2013). Com a utilização de equipamentos auxiliares de


117<br />

iluminação é possível associar os fluxos e atingir os valores especificados, mas o<br />

procedimento só estaria totalmente coberto se estes equipamentos forem realmente<br />

empregados durante as cirurgias e isso não pôde ser comprovado durante os<br />

levantamentos.<br />

As salas de recuperação anestésica também apresentaram grande desconformidade com<br />

a norma. Apenas alguns pontos destas salas estão de acordo com a norma. Há grandes<br />

diferenças nos níveis de iluminamento ao longo das salas e estas não contam com<br />

sistemas auxiliares de iluminação para o atendimento individual de cada paciente, como<br />

recomendado pela IESNA, o que poderia amenizar o problema.<br />

Pelos dados apresentados, pode-se afirmar que há necessidade de adequação do sistema<br />

de iluminação dos centros cirúrgicos de todos os hospitais visitados. Nas salas de<br />

cirurgia é necessário a troca das luminárias para um modelo que forneça proteção<br />

quanto à acidentes na lâmpada como recomenda a IESNA. Também há necessidade do<br />

aumento das luminárias neste ambiente, para que os níveis de iluminamento atinjam os<br />

valores mínimos especificados na NBR 8995-1 (ABNT, 2013).<br />

O aumento no número das luminárias não só faria a iluminância geral da sala aumentar,<br />

mas diminuiria o sombreamento causada pelos equipamentos de apoio à cirurgia.<br />

A iluminação de tarefa deve ser substituído nas salas em que este sistema não atingiu os<br />

níveis mínimos de iluminamento indicados pela norma, seja no tipo de lâmpada<br />

instalada, seja na quantidade de equipamentos (ou braços suspensos) disponíveis para os<br />

procedimentos. No caso de os níveis serem atingidos somente com o uso de<br />

equipamento auxiliar de iluminação é necessário que se faça o treinamento do pessoal<br />

para o uso destes mecanismos de incremento do sistema e se fiscalize seu uso durante os<br />

procedimentos.<br />

As salas de recuperação anestésica não seguem as recomendações da IESNA, sendo<br />

portanto necessária a sua adaptação. Além do incremento na quantidade de luminárias<br />

nas salas em que os níveis mínimos de iluminamento não foram atingidos, é necessária<br />

a troca das mesmas por modelos que ofereçam a proteção quanto à acidentes com a<br />

lâmpada em todos esses ambientes. Também é necessária a montagem de um sistema


118<br />

auxiliar de iluminação neste local, acionado de forma independente, para o atendimento<br />

individual dos pacientes em recuperação, conforme recomendado pela IESNA.<br />

A iluminação na farmácia atende a nova NBR 8995-1 (ABNT, 2013), mais pelo fato de<br />

não existir normatização para este ambiente do que pelos níveis de iluminamento<br />

encontrados no local.<br />

É possível verificar que existe a intenção de promover uma boa iluminação na maioria<br />

destes ambientes, pois as luminárias, apesar de não estarem em número suficiente, estão<br />

geralmente bem distribuídas e em sua maioria encontram-se em bom estado de<br />

conservação e limpeza. No entanto, não houve preocupação no sentido de verificar se a<br />

iluminação conseguida com o sistema instalado é o suficiente para a tarefa desenvolvida<br />

no local de acordo com as normas..<br />

A tarefa de montagem de sistemas de iluminação são geralmente delegadas pelos<br />

administradores dos hospitais aos engenheiros, sem a preocupação de que estes tenham<br />

o conhecimento específico para a elaboração de projetos especiais como o de<br />

iluminação para áreas como o centro cirúrgico. A grande preocupação com a montagem<br />

destes locais é relativa à higiene, pois este é o motivo mais óbvio de adaptações para um<br />

ambiente em que a infecção causa alterações graves e a um prazo mais curto do que a<br />

deficiência na iluminação. A própria ANVISA, de acordo com as enfermeiras<br />

responsáveis pelos centros cirúrgicos estudados, não verifica os níveis de iluminamento<br />

destes ambientes em suas fiscalizações, apesar de indicar a norma que regula este<br />

quesito na RDC 50.<br />

O comportamento de tendência entre os valores encontrados durante as medições e os<br />

valores simulados encontrado na farmácia não se repete nos demais levantamentos e<br />

simulações. Isso indica que não há como desenvolver um fator de correção para que a<br />

simulação se aproxime dos valores medidos quando feita da forma como foram feitas<br />

neste trabalho. Seria necessário a modelagem de todos os equipamentos e a colocação<br />

dos mesmos nos locais em que estavam durante as medições manuais, mesmo que estes<br />

sejam móveis e raramente fiquem nas mesmas posições, para verificar se os valores<br />

simulados se aproximem mais dos valores medidos manualmente.


119<br />

6.1. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS<br />

a) Realização de pesquisa a respeito de como são elaborados os projetos para as<br />

reformas e adequações dentro de unidades hospitalares já estabelecidas, no<br />

sentido de reconhecer os processos de levantamento das necessidades e o<br />

movimento no sentido de resolver os problemas<br />

b) Levantamento de dados a respeito do consumo de energia para iluminação<br />

dentro dos Centros Cirúrigicos e Hospitais em Cuiabá, com medições antes e<br />

pós retrofit para comparativo a respeito do consumo e da qualidade da<br />

iluminação para os ambientes.<br />

c) Análise do conforto térmico e das instalações de condicionamento de ar para o<br />

Centro Cirurgico.<br />

d) Realização da medição das áreas de trabalho verticais, itens considerados na<br />

nova NBR 8995-1 e que não foram medidos durante o levantamento de dados<br />

para esta dissertação.<br />

e) Realização do estudo qualitativo relativo ao Conforto Lumínico dentro dos<br />

Centros Cirúrgicos em Cuiabá.


120<br />

7. BIBLIOGRAFIAS<br />

7.1. BIBLIOGRAFIAS CITADAS<br />

AKRIDGE, J. Surgical Lighting. Healthcare Purchasing News. Sarasota, FL, v 34, nº<br />

6, June, 2010. Disponível em Acesso em: 25 mai. 2012.<br />

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125<br />

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128<br />

-ANEXO 1-<br />

SIMULAÇÃO<br />

HOSPITAL A – FARMÁCIA


129


130<br />

-ANEXO 2-<br />

SIMULAÇÃO<br />

HOSPITAL A – RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA


131


132<br />

-ANEXO 3-<br />

SIMULAÇÃO<br />

HOSPITAL A – SALA DE CIRURGIA 4


133


134<br />

-ANEXO 4-<br />

SIMULAÇÃO<br />

HOSPITAL A – SALA DE CIRURGIA 5


135


136<br />

-ANEXO 5-<br />

SIMULAÇÃO<br />

HOSPITAL B – FARMÁCIA


137


138<br />

-ANEXO 6-<br />

SIMULAÇÃO<br />

HOSPITAL B – RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA


139


140<br />

-ANEXO 7-<br />

SIMULAÇÃO<br />

HOSPITAL B – SALA DE CIRURGIA 2


141


142<br />

-ANEXO 8-<br />

SIMULAÇÃO<br />

HOSPITAL B – SALA DE CIRURGIA 5


143


144


145<br />

-ANEXO 9-<br />

SIMULAÇÃO<br />

HOSPITAL C – FARMÁCIA


146


147<br />

-ANEXO 10-<br />

SIMULAÇÃO<br />

HOSPITAL C – RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA


148


149<br />

-ANEXO 11-<br />

SIMULAÇÃO<br />

HOSPITAL C – SALA DE CIRURGIA 1


150


151<br />

-ANEXO 12-<br />

SIMULAÇÃO<br />

HOSPITAL C – SALA DE CIRURGIA 4


152


153

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