ESPECIALESPECIALMulheres são destaque na construção civilA participação feminina na construção civil noBrasil tem aumentado de maneira significativa nosúltimos anos. Segundo dados da Relação Anualde Informações Sociais do Ministério do Trabalhoe Emprego, o número de mulheres que atuam naConstrução Civil cresceu 65% nos últimos dez anos.Só nos últimos 18 meses, o aumento foi de quase10%, totalizando 239 mil trabalhadoras até julho de2012.No Pará, dos 90 mil postos formais do setor,19 mil são ocupados por mulheres, o que representamais de 20% do total de vagas. Na capital, amão de obra feminina detêm 33% dos empregos naconstrução civil. A técnica de segurança no trabalhoAdelaide Carneiro, 42 anos, é uma das mulheresque atuam nos canteiros de obra. Há dez anos, elachefia a vistoria do material de segurança e orientaos operários a respeito das normas que amparam aintegridade física dos trabalhadores nas obras, alémde ministrar cursos e palestras sobre o tema. “Visitovários canteiros por dia. Brinco dizendo que além deter filhos e cuidar da casa, ainda cuido de mais de200 homens”, conta Adelaide.O setor da construção civil passou a fazer parteda vida da técnica de segurança depois dos trintaanos, quando ela decidiu mudar o rumo profissional.“Trabalhava como recepcionista, no telemarketing,de freelancer. Até que decidi me qualificar”, relembra.Depois de formada no curso, Adelaide começoua trabalhar na construtora Freire Mello, e hoje chefiao setor de segurança do trabalho.“No começo não foi fácil. Entrei para substituirum homem, e alguns operários se mostraramcontrariados de terem que obedecer uma mulher.Mas com trabalho e dedicação, isso foi superado”,afirma Adelaide, que fala da satisfação deter mudado de carreira. “Sou muito feliz no meutrabalho, e sinto que a mulher pode chegar aondequiser”, destaca.Rodolfo Oliveira/Ag. ParáMão de obra feminina representa mais de 20% do efetivo no estado do ParáEstima-se que a participação das mulheresna construção civil, pode ser muito maior do quea apontada pelos números. É preciso consideraraquelas que trabalham de forma autônoma, realizandoprincipalmente serviços de acabamento e delimpeza nas obras. O maior desafio para a inserçãoda mão de obra feminina no Setor da Construçãoconsiste em romper o paradigma de que mulheresnão poderiam estar em canteiro de obras. “Nósmulheres estamos ocupando um percentual significativono mercado da Construção Civil. Estamospouco a pouco ganhando espaço. Isto se dá fundamentalmentepelo talento e competência. Hoje qualquerempresa exige do profissional, independentedo gênero, as mesmas qualificações e habilidades”,pontua a engenheira civil Alessandra de La-RoqueBarros Oliveira.Filha de engenheiro, Alessandra decidiu trabalharna área desde muito jovem. Hoje, coordenadorade planejamento, orçamento e controle da construtoraSíntese, ela fala da importância da mulher saberenfrentar os desafios de conciliar tantos papeis no4
Rodolfo Oliveira/Ag. ParáESPECIALESPECIALQualificada, a mulher se destaca em diversos setoresmundo moderno. “Sou da opinião que estes desafiosde administrar casa, família, trabalho, além de nãoesquecer de ser mulher, é tarefa que a maior partedas mulheres enfrentam independentes da profissãoque exercem. Em tempos passados, me desdobravaem várias mulheres e sempre me cobrava muitoem todas as esferas. Hoje, com o amadurecimento,enfrento os problemas com maior leveza, na certezaque sempre dei o melhor de mim”, revela.Colaboração: Eliana Veloso,Gestora Central de Serviços <strong>Sinduscon</strong>-PaMulheres na construção civilNo Brasil: São 239 mil mulheres empregadasno setor da construção em 2012 (crescimentode 8% em relação ao ano anterior e 65% em relaçãoaos últimos 10 anos);No Pará: Dos 90 mil postos de trabalho formaisexistentes no setor da construção, 19.000são ocupados por mulheres. Isso significa que aparticipação da trabalhadora é de 21%.Grande Belém: Dos 34.934 postos de trabalho,11.529 são ocupados por mulheres, o que correspondeà participação feminina na ordem de 33%.Região do Xingu: Dos 5.972 postos detrabalho as mulheres ocupam 2.568, o quecorresponde a 43%. Observa-se que o crescimentoda participação feminina na construçãocivil nessa região está vinculado aoaquecimento local com a implantação de projetohidroelétrico.Região de Carajás: Dos 14. 394 postosde trabalho no setor da construção, as mulheresocupam 4.893 o que equivale a 34%do total do estoque de empregos gerados naregião.5