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Artigo Completo - Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton - Furg

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PERSICH, GR & VMT GARCIA– Polykrikos cf. schwartzii Bütschli: os cistos <strong>de</strong>sta espécie possuíam coloração entre esver<strong>de</strong>ada e marrom,forma oval e alongada, com o arqueófilo aproximadamente circular e localiza<strong>do</strong> na extremida<strong>de</strong> anterior (Fig. 2I).Os processos fibrosos conferiram a estes cistos uma estrutura reticular, sen<strong>do</strong> estas características compatíveiscom a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> Bolch & Hallegraeff (1990).– Gonyaulax verior Sournia: estes cistos apresentaram forma entre oval e elipsói<strong>de</strong>, sem projeções nemornamentações. O arqueófilo conten<strong>do</strong> o epicisto era mais estreito <strong>do</strong> que o hipocisto, e muitas vezes podia-sevisualizar um ou <strong>do</strong>is corpúsculos vermelhos no interior <strong>do</strong>s cistos, sen<strong>do</strong> estas características coinci<strong>de</strong>ntes com o<strong>de</strong>scrito por Matsuoka et al. (1988). No perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, houve ocorrência <strong>de</strong> células móveis <strong>de</strong> Gonyaulaxverior na Praia <strong>do</strong> Cassino, as quais foram incubadas em placas com meio <strong>de</strong> cultivo e monitoradasperiodicamente ao microscópio. Constatou-se em pouco mais <strong>de</strong> 1 mês o encistamento <strong>de</strong> varias das célulasmóveis. Portanto, a comprovação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>ste cisto ocorreu <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao encistamento <strong>de</strong> célulasprovenientes <strong>do</strong> ambiente, e não pela germinação <strong>do</strong>s cistos isola<strong>do</strong>s, como nos <strong>de</strong>mais cistos.5 – DISCUSSÃOOs cistos <strong>de</strong> dinoflagela<strong>do</strong>s potencialmente nocivos observa<strong>do</strong>s no sedimento da área amostrada nesteestu<strong>do</strong> têm si<strong>do</strong> registra<strong>do</strong>s em diferentes regiões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, como Austrália, Japão e Argentina. A rápidagerminação <strong>do</strong>s cistos <strong>de</strong> Scrippsiella trochoi<strong>de</strong>a em laboratório confirmam os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por Bin<strong>de</strong>r eAn<strong>de</strong>rson (1990) com a espécie, on<strong>de</strong> foi observa<strong>do</strong> um tempo <strong>de</strong> maturação <strong>de</strong> 25 dias, o menor já registra<strong>do</strong>para cistos <strong>de</strong> dinoflagela<strong>do</strong>s marinhos. No noroeste <strong>do</strong> Japão também foi verificada a ocorrência <strong>de</strong> cistos viáveis<strong>de</strong> S. trochoi<strong>de</strong>a, durante os 16 meses estuda<strong>do</strong>s (Ishikawa & Taniguchi 1993). Esta facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encistamento eexcistamento da espécie <strong>de</strong>ve exercer importante papel na sua manutenção, proporcionan<strong>do</strong> a ocorrência <strong>de</strong> altasconcentrações <strong>de</strong> células em águas costeiras <strong>do</strong> sul <strong>do</strong> Brasil, conforme verifica<strong>do</strong> por Castello et al. (1990). Nacosta <strong>do</strong> Uruguai, S. trochoi<strong>de</strong>a também po<strong>de</strong> ser abundante durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> verão, chegan<strong>do</strong> a atingir aconcentração <strong>de</strong> 14.10 6 cel.l -1 , conferin<strong>do</strong> à água uma coloração marrom (Ferrari & Mén<strong>de</strong>z 2000).Com exceção <strong>do</strong>s cistos <strong>de</strong> A. tamarense e <strong>de</strong> S. trochoi<strong>de</strong>a, que ocorreram com maior abundância, e <strong>de</strong>G. cf. catenatum, que foi verifica<strong>do</strong> em apenas uma ocasião, os <strong>de</strong>mais cistos foram observa<strong>do</strong>s sempre embaixas concentrações. Células vegetativas das espécies Protoperidinium minutum e <strong>de</strong> Gymnodinium catenatumainda não foram registra<strong>do</strong>s na Praia <strong>do</strong> Cassino, conforme revisão <strong>de</strong> espécies que ocorrem nesta área (Seeligeret al. 1997). Portanto, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s cistos <strong>de</strong>stas espécies requer futura comprovação. Na costa <strong>do</strong> Uruguai,florações tóxicas <strong>de</strong> Gymnodinium catenatum ocorrem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1991 (Ferrari & Mén<strong>de</strong>z 2000), haven<strong>do</strong>, portanto, apossibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> transporte <strong>de</strong> células até a costa sul <strong>do</strong> Brasil, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à proximida<strong>de</strong> geográfica entre estas duasáreas. Problemas relaciona<strong>do</strong>s à ocorrência <strong>de</strong> G. catenatum com produção <strong>de</strong> toxinas paralisantes têm ocorri<strong>do</strong>em diferentes partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (Hallegraeff & Fraga 1998). É possível que a presença <strong>de</strong> formas móveis daespécie, na região, tenham passa<strong>do</strong> <strong>de</strong>sapercebidas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à baixa concentração celular e/ou freqüência <strong>de</strong>amostragens na área. Na região costeira <strong>de</strong> Santa Catarina, foram registra<strong>do</strong>s altos níveis <strong>de</strong> saxitoxinas emáreas <strong>de</strong> cultivos <strong>de</strong> moluscos, possivelmente associa<strong>do</strong>s à presença <strong>de</strong> G. catenatum (Proença et al. 1999).Portanto, estu<strong>do</strong>s futuros a respeito <strong>de</strong> florações <strong>de</strong> algas nocivas no sul <strong>do</strong> Brasil <strong>de</strong>verão dar ênfase à formavegetativa e <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong>sta espécie.Os cistos <strong>de</strong> Alexandrium tamarense provenientes da área amostrada apresentam tamanho (comprimentoentre 32 e 52 µm e largura entre 20 e 32 µm) e morfologia comparáveis com o que foi <strong>de</strong>scrito para outras áreas.As medidas encontradas estiveram próximas das verificadas para os cistos coleta<strong>do</strong>s na Noruega, cujocomprimento e largura foram <strong>de</strong> 45-55 µm e 25-30 µm, respectivamente (Dale 1977). Os cistos provenientes <strong>de</strong>estuários e lagunas costeiras <strong>de</strong> Cape Cod (MA- EUA), apresentaram tamanho superior ao verifica<strong>do</strong> no presentetrabalho, com comprimento entre 43 e 72 µm e largura entre 26 e 39 µm (An<strong>de</strong>rson & Wall 1978), medidas estaspróximas ao verifica<strong>do</strong> para cistos da costa oeste <strong>do</strong> Canadá (Oceano Pacífico). Os cistos provenientes <strong>do</strong> leste e130Atlântica, Rio Gran<strong>de</strong>, 25(2): 123-133, 2003.

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