13.07.2015 Views

Polimorfismos dos genes do sistema renina- angiotensina ...

Polimorfismos dos genes do sistema renina- angiotensina ...

Polimorfismos dos genes do sistema renina- angiotensina ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

238maior risco de desenvolvê-las em relaçãoà população geral. Por causadisso, investimentos substanciais têmsi<strong>do</strong> aplica<strong><strong>do</strong>s</strong> no campo genéticomolecularnas duas últimas décadas.Vários estu<strong><strong>do</strong>s</strong> clínicos mostramque a inibição farmacológica da formaçãode <strong>angiotensina</strong> II (AII) melhoraos sintomas clínicos e diminui a morbidadee a mortalidade por insuficiênciacardíaca e ainda previne eventoscardíacos isquêmicos a longo prazo2,3 . Esses da<strong><strong>do</strong>s</strong>, com outros sugestivosde que os níveis plasmáticos de<strong>renina</strong> têm valor prognóstico na insuficiênciacardíaca, despertaram uminteresse especial em se estudar os<strong>genes</strong> que codificam as proteínas quecompõem o <strong>sistema</strong> <strong>renina</strong>-<strong>angiotensina</strong>-al<strong><strong>do</strong>s</strong>terona(SRAA).O SRAA e a hipertensãoarterialHilbert et al. foram os primeiros aestudar mecanismos genéticos <strong>do</strong>SRAA nas <strong>do</strong>enças cardiovasculares 4 .Esses autores demonstraram a associaçãoentre a hipertensão arterial e ogene da enzima conversora da <strong>angiotensina</strong>I (ECA), por meio de cruzamentosentre as cepas de ratos espontaneamentehipertensos e o seu controlenormotenso Wistar-Kyoto.Em humanos, por meio de estu<strong><strong>do</strong>s</strong>de linkage entre famílias de hipertensose seus controles normotensos,demonstram que o gene da ECA associa-sefracamente à hipertensãoarterial, sen<strong>do</strong> que a maioria <strong><strong>do</strong>s</strong> estu<strong><strong>do</strong>s</strong>mostram uma associação negativa.O gene humano da ECA caracterizasepor apresentar 24 regiões intrônicas(seqüências de DNA que não participam<strong>do</strong> código genético) que intercalamas regiões exônicas (seqüênciasde DNA que determinam o códigogenético) (Figura 1). Na região intrônica16, alguns indivíduos possuemuma deleção de 287 pares de basesnuclêicas (genótipo D), enquantooutros possuem os 287 pares inseri<strong><strong>do</strong>s</strong>nessa mesma região intrônica (genótipoI). Assim, a combinação genética<strong><strong>do</strong>s</strong> alelos, em relação a essepolimorfismo, determina, na população,o aparecimento <strong><strong>do</strong>s</strong> homozigotos DDe II e <strong>do</strong> heterozigoto DI.Apesar <strong>do</strong> polimorfismo <strong>do</strong> gene daECA não estar fortemente associa<strong>do</strong> àhipertensão arterial em humanos, eledetermina a variação plasmática daECA 5 , sen<strong>do</strong> que o genótipo DD determinaos maiores valores, enquanto II osmenores, e o heterozigoto DI os valoresintermediários. Esse polimorfismo temimportância em outras moléstiascardiovasculares como veremos adiante.Como sabemos de estu<strong><strong>do</strong>s</strong> fisiológicos,o SRAA está diretamente relaciona<strong>do</strong>ao controle hidroeletrolítico epressórico <strong><strong>do</strong>s</strong> mamíferos, e sua importânciana hipertensão renovascularestá muito bem estabelecida. Dessamaneira, é de se supor que um ou maiselementos <strong>do</strong> SRAA esteja envolvi<strong>do</strong>na patogênese da hipertensão arterialprimária. Assim, todas as proteínasque compõem o SRAA tiveram seus<strong>genes</strong> codifica<strong>do</strong>res estuda<strong><strong>do</strong>s</strong>, sen<strong>do</strong>que o da <strong>renina</strong> foi o primeiro. Umacuida<strong><strong>do</strong>s</strong>a análise, em Utah, <strong>do</strong> polimorfismo<strong>do</strong> gene da <strong>renina</strong> em umagrande população de irmãos, com altaprevalência de hipertensão arterialprimária, foi incapaz de demonstraralguma associação da <strong>renina</strong> com ahipertensão 6 . Outros trabalhos, conduzi<strong><strong>do</strong>s</strong>em outros países, também encontraramuma ausência de associaçãoda <strong>renina</strong> com a hipertensão humana 7 .A segunda importante proteína <strong>do</strong>SRAA é o angiotensinogênio, que podeinfluenciar diretamente os níveis de<strong>angiotensina</strong> II (AII) e conseqüentementeda pressão arterial. De fato,Walker et al. 8 demonstraram, em 550indivíduos, que os níveis plasmáticosde angiotensinogênio estavam associa<strong><strong>do</strong>s</strong>aos níveis de pressão arterial.A partir daí, a procura de polimorfismos<strong>do</strong> gene <strong>do</strong> angiotensinogênio esuas associações com a hipertensãoarterial foi imediata. Em 1992, Jeunemaitreet al. 9 , estudan<strong>do</strong> duas populaçõesdistintas, uma de Paris e outrade Salt Lake City, demonstraram umaforte associação de <strong>do</strong>is polimorfismos<strong>do</strong> gene <strong>do</strong> angiotensinogênio e ahipertensão arterial humana. Tanto opolimorfismo T174M quanto o M235T,ambos na região exônica 2 (Figura 2),associaram-se à hipertensão arterialnas duas populações, em separa<strong>do</strong> eem conjunto. Além dessa associaçãocom a hipertensão, o polimorfismoM235T determina os níveis plasmáticosde angiotensinogênio plasmático.Em camun<strong>do</strong>ngos transgênicos, osníveis plasmáticos de angiotensinogêniocorrelacionam-se com os níveispressóricos, semelhante aos acha<strong><strong>do</strong>s</strong>de Walker et al., em humanos. Muitosoutros trabalhos encontraram associaçãoentre o gene <strong>do</strong> angiotensinogênioe a hipertensão arterial primária,fazen<strong>do</strong> com que o angiotensinogênioseja hoje o mais promissor <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>genes</strong>2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 241 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23- 287 bpFigura 1 – Representação esquemática da organização <strong>do</strong> gene da ECA. Osretângulos representam as regiões exônicas e as linhas representam as regiõesintrônicas. No íntron 16 pode ocorrer a ausência de 287 pares de bases nucléicas,determinan<strong>do</strong> o genótipo D.Tavares A Rev Bras Hipertens vol 7(3): julho/setembro de 2000

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!