Dia de RamosA propósito das trovoadas, contou-nos a Sr.ª D. Maria Armanda Rocha que “nodia de Ramos, lebamos um bocadinho de olibeira p’rá missa e trazemos e guardamos.Quando a treboada for munto forte, a gente pega no ramo de olibeira e põe arder àentrada da porta.”Maria Armanda Rocha, de 78 anos, MondrõesAntigamente, quando nascia uma criança e depois num dormia, a mãe num sabiaque lhe habia de fazer, coitadinha, até teria fome, num sei, a mãe num sabia o que lhehabia de fazer.- A minha filha num dorme! A minha filha num dorme…E atão, a mãe pegaba num colmeiro de centeio e daba, fazia um circuito. Elahabia de sair de um lado e bir ter ao mesmo lado. Daba uma bolta, fosse numa aldeia,fosse num campo, ela habia de dar uma bolta e binha ter ao mesmo lado. E a criança,daí p’ra diante, já começaba a dormir.Maria Armanda Rocha, de 78 anos,Para fazer parar a tchuba ou abrandar quando a gente quer trabalhar, punha-seuma malga de sal e pede-se pelas almas e o sal, quando não tchobia, daba-se ao primeiropobre que andaba pelas portas.Maria Armanda Rocha, de 78 anos,Maria de Lurdes Mourão Leal, 60 anos,Maria Armanda Alves da Rocha, 60 anos, MondrõesPágina 16 de17
Quando uma pessoa tem uma bisita e a bisita, às bezes, demoraba mais qu’óqu’a gente qu’ria, a gente punha uma bassoura birada p’ra cima atrás da porta p’á bisitase ir embora.Maria Armanda Alves da Rocha, 60 anos, MondrõesÉ também usual na aldeia, quando alguém pragueja, ameaçar-se essa pessoa delhe rogar uma praga entre a hóstia e o cálice. Este facto assusta-as bastante.Maria Armanda Rocha, de 78 anos, MondrõesQuando se perdia alguma coisa, era também usual atarem à perna do bancoesquerdo um baraço.Maria Armanda Rocha, de 78 anos, MondrõesPágina 17 de17