13.07.2015 Views

A EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA DE CELULOSE E ... - Revista O Papel

A EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA DE CELULOSE E ... - Revista O Papel

A EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA DE CELULOSE E ... - Revista O Papel

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

alimentar (como produtores – algas; consumidoresprimários – microcrustáceos; consumidores secundários– peixes e decompositores), são utilizados paraesse fim. Mais frequentemente realiza-se o teste agudocom Daphnia similis e o crônico com Ceriodaphniadúbia. Os organismos – chamados de “organismos--teste” – são expostos a diferentes concentraçõesdo efluente (por exemplo, 100%, 50%, 25%, 12,5%,6,25%, etc.) e mantidos durante o tempo predeterminadopelos métodos.As seguintes diretrizes nacionais devem ser obedecidaspara avaliar o efeito tóxico, de acordo coma Concentração do Efluente no Corpo Receptor(CECR), na ausência de ecotoxicidade estabelecidapelo órgão regional:• Para efluentes lançados em corpos receptoresde água doce, Classes 1 e 2; de águas salinas esalobras, Classe 1 – a concentração do efluenteno corpo receptor (CECR) deve ser menor ouigual à concentração que não causa efeito crônicoaos organismos aquáticos de pelo menosdois níveis tróficos;• Para efluentes lançados em corpos receptores deágua doce, Classe 3; de águas salinas e salobras,Classe 2 – a concentração do efluente no CECRdeve ser menor ou igual à concentração que nãocausa efeito agudo aos organismos aquáticos depelo menos dois níveis tróficos.Em geral, as indústrias de celulose dispõem de umbom histórico de dados, embora fabricantes de papelde pequeno porte não costumem medir toxicidade,segundo Ana Luiza, da Acqua Consulting. “Já as empresasde celulose raramente apresentam toxicidadeaguda em seu efluente tratado, mas apresentam toxicidadecrônica, geralmente CENO* entre 25% e 100%.”Em função disso, o setor tem buscado rastrear em seusprocessos fontes de toxicidade desde a matéria-primaaté os insumos empregados na produção. “É importantesalientar que muitos corpos receptores apresentamníveis de toxicidade elevados em função da disposiçãode efluentes municipais sem tratamento, o que temmostrado a boa prática das empresas de verificaremos níveis de toxicidade do corpo receptor a montantedo lançamento de seus efluentes”, acrescenta Lima.Antigamente, a principal fonte de geração de toxicidadeno setor estava localizada na etapa do branqueamento,em função do emprego de sequências desse processoque utilizavam cloro molecular. “Com o desenvolvimentode tecnologias, como pré-deslignificação com oxigênioe sequências de branqueamento ECF (ElementalChlorine Free), ou seja, isentas de cloro molecular, osníveis de toxicidade foram reduzidos drasticamente”,destaca o consultor ambiental. Além do desenvolvimentotecnológico, segundo Lima, o monitoramento dos insumosmostrou-se uma prática eficiente para identificare reduzir a toxicidade.Feito isso, as empresas recebem um laudo e novosprazos para coletar outras amostras, valendo lembrarnovamente que os valores de referência no Brasil variamde Estado para Estado, bem como sua regularidade.“Nossa legislação é muito coerente; o únicoproblema que vejo refere-se à falta de clareza quantoà frequência com que as indústrias devem monitorar atoxicidade. Por isso, muitas indústrias monitoram apenasuma vez ao ano ou às vezes nem monitoram esseíndice”, comenta a bióloga.Caso a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) tenhasido diagnosticada com toxicidade – aguda ou crônicaque seja –, existem vários tratamentos para remoçãodos compostos tóxicos. (Confira quais são na tabela“Tecnologias que removem a toxicidade”) Parasaber qual tratamento deve ser dado para remover atoxicidade, antes se deve detectar o composto ou oscompostos responsáveis por essa toxicidade.Tais avaliações podem basear-se no estudo Avaliaçãoe Identificação da Toxicidade (AIT), que associatécnicas de fracionamento de amostras e testes detoxicidade (Fase I), análises químicas (Fase II) e confirmaçãoda toxicidade (Fase III), fornecendo uma ideiamais precisa do tipo de composto envolvido na toxi-Tecnologias que removem a toxicidadeContaminanteInorgânicos solúveisInorgânicos insolúveisOrgânicos insolúveis(biodegradáveis)Orgânicos coloidais (nãobiodegradáveis)Orgânicos solúveis(biodegradáveis)TratamentoPrecipitação químicaClarificaçãoFlotação ou clarificaçãoAna LuizaFávaro: “Nossalegislação émuito coerente;o único problemaque vejo refereseà falta declareza quanto àfrequência comque as indústriasdevem monitorara toxicidade”Métodos avançados; carvãoativado; membranasTratamento biológicoFonte: Apresentação do Seminário Meio Ambiente – Ana Luiza Fávaro (2012) – Acqua Consultingfevereiro/February 2013 - <strong>Revista</strong> O <strong>Papel</strong>21

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!