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Genialidade de Monarco é relembrada em livro

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O ponto <strong>de</strong> vista ao qual ele se refere <strong>é</strong> o <strong>de</strong> que, avesso ao sub<strong>em</strong>prego, ao dinheiro curto,a rasteiras <strong>de</strong> parceiros e outra sorte <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as comuns para a m<strong>é</strong>dia dos brasileirospobres, <strong>Monarco</strong> venceu no samba. E <strong>é</strong> focada nessa ligação atávica com a música que ahistória se <strong>de</strong>senrola.O início se dá <strong>em</strong> Cavalcante, subúrbio carioca, <strong>em</strong> agosto <strong>de</strong> 1933. Segue roça a<strong>de</strong>ntro, nainfância do compositor, <strong>em</strong> Nova Iguaçu, ouvindo tocar, no rádio da mãe, Orlando Silva eAracy <strong>de</strong> Almeida. Os estudos foram at<strong>é</strong> o aprendizado <strong>de</strong> raiz quadrada, conta Cazes. Amudança para Oswaldo Cruz, aos 13 anos, e o primeiro <strong>em</strong>prego, como office-boy daAssociação Brasileira <strong>de</strong> Imprensa (ABI), aos 14, são dois episódios importantes. "Masesse <strong>livro</strong> não se preten<strong>de</strong> uma biografia", frisa Cazes.É atrav<strong>é</strong>s do trabalho off-samba que <strong>Monarco</strong> - que ainda foi camelô e mexeu com peixe nafeira - encontra um apoio para a carreira <strong>de</strong> sua paixão. Como auxiliar <strong>de</strong> limpeza e, maistar<strong>de</strong>, como funcionário do estacionamento, <strong>Monarco</strong> trabalhou no Jornal do Brasil, nosanos 70, ainda na se<strong>de</strong> da Av. Brasil, no Caju. Por lá, conhece jornalistas ligados ao samba,como Moacyr Andra<strong>de</strong>, Jos<strong>é</strong> Ramos Tinhorão, Ol<strong>de</strong>mário Toguinhó, Juarez Barroso,Carlos L<strong>em</strong>os e Lan. É <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senho do chargista que surge a inspiração para o sambaRancho da Primavera, gravado por Clara Nunes com arranjo <strong>de</strong> Radam<strong>é</strong>s Gnatalli.Dos bastidores do jornal passa a estampar o ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> cultura. "A gran<strong>de</strong> concentração <strong>de</strong>jornalistas <strong>de</strong> esquerda no JB tinha como conseqüência natural a valorização dos artistaspopulares no ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> cultura. É por essa via que <strong>Monarco</strong> vai começar a ser conhecido",narra Henrique Cazes, que alinhava o <strong>livro</strong> com letras <strong>de</strong> sambas do homenageado.Apesar <strong>de</strong> ter feito a primeira entrevista com <strong>Monarco</strong> <strong>em</strong> set<strong>em</strong>bro último, Henrique Cazesdiz que a organização do <strong>livro</strong> começou há muitos anos, lá pelos 80, quando os dois seconheceram. "Começamos a trabalhar juntos e <strong>de</strong>scobri que ele era muito interessante. Umpesquisador do samba com uma preocupação especial com a história do gênero", conta.Mas o autor não queria que fosse o <strong>livro</strong> a única homenag<strong>em</strong> pelas sete d<strong>é</strong>cadas dobaluarte. "Ficamos <strong>de</strong>vendo um disco com in<strong>é</strong>ditas e com os sucessos que ele compôs enunca gravou com sua voz, como Vai Vadiar, que estourou na voz <strong>de</strong> Zeca Pagodinho, eObrigado Pelas Flores, gravada por Beth Carvalho", diz.Mesmo s<strong>em</strong> o <strong>de</strong>sejado álbum, a data não passará <strong>em</strong> silêncio. Uma História do Samba,CD <strong>de</strong> <strong>Monarco</strong> lançado apenas no Japão <strong>em</strong> 2001, chega às lojas com três composiçõessuas, incluindo uma com o filho Mauro Diniz, e outras tantas <strong>de</strong> Sinhô, Noel, Ismael eCartola.É a voz ainda <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> queria ser rei. O trecho explica: "Perto do campo doIguaçu, time <strong>de</strong> várzea local, um colega chamado Noca (que era muito bom <strong>de</strong> futebol enão t<strong>em</strong> nada a ver com o compositor homônimo) lia para a turminha um gibi. Na históriaaparecia 'o gran<strong>de</strong> monarca'. Hil<strong>de</strong>mar gostou <strong>de</strong>ssa palavra e <strong>de</strong> tanto pedir para o colegarepetir o trecho, começaram a chamá-lo <strong>de</strong> Monarca. Só que o final da palavra <strong>em</strong> 'a' eracoisa <strong>de</strong> mulherzinha e então ficou <strong>Monarco</strong>."Conseguiu.

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