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Confira a integra do relatório do Grupo de Trabalho Órteses e ...

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<strong>Grupo</strong> <strong>de</strong> <strong>Trabalho</strong> sobre Órteses e PrótesesRelatório FinalBrasília, 26 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2010.IntroduçãoO GT foi constituí<strong>do</strong> na 191ª Centésima Nonagésima Primeira Reunião Ordinária<strong>do</strong> Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, por <strong>de</strong>manda da Comissão Intersetorial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>da Pessoa com Deficiência, com o objetivo <strong>de</strong> conhecer melhor to<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong>fornecimento <strong>de</strong> órteses e próteses, bem como i<strong>de</strong>ntificar possíveis falhas e ouproblemas no sistema.O GT preten<strong>de</strong> apontar, ao final, formas <strong>de</strong> melhorar o atendimento <strong>do</strong>s usuários eo acesso as políticas públicas relativas ao processo <strong>de</strong> reabilitação <strong>de</strong> nosso país.Composição <strong>do</strong> GT:• Conselheiro Volmir Raimondi, Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> GT e representante da UniãoBrasileira <strong>de</strong> Cegos – UBC;• Conselheiro Wilen Heil e Silva, representante <strong>do</strong> Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO;• Conselheira Marisa Furia Silva, representante da Associação Brasileira <strong>de</strong>Autismo – ABRA;• Conselheira Solange Beatriz Palheiro Men<strong>de</strong>s, representante da Fe<strong>de</strong>raçãoNacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Suplementar – FENASAUDE;• Érika Pisaneschi, Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra da Área Técnica da Saú<strong>de</strong> da Pessoa comDeficiência <strong>do</strong> Ministério da Saú<strong>de</strong>;• Assessoria Técnica: Vivian Diniz Gondim.Dinâmica <strong>de</strong> trabalho <strong>do</strong> GT:A dinâmica a<strong>do</strong>tada pelo grupo foi a <strong>de</strong> realizar reuniões presenciais convidan<strong>do</strong>os vários atores envolvi<strong>do</strong>s com o tema órteses e próteses, quais sejam:• Departamento <strong>de</strong> Atenção Especializada/Secretaria <strong>de</strong> Atenção àSaú<strong>de</strong>/Coor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Média e Alta Complexida<strong>de</strong>/MS;• Departamento <strong>de</strong> Regulação, Avaliação e Controle <strong>de</strong> Sistemas/SAS/MS;• Departamento <strong>de</strong> Ações Programáticas Estratégicas/Secretaria <strong>de</strong> Atençãoà Saú<strong>de</strong>/Área Técnica Saú<strong>de</strong> da Pessoa com Deficiência/MS;• Instituto Nacional <strong>de</strong> Metrologia, Normalização e Qualida<strong>de</strong>Industrial/INMETRO;• Agência <strong>de</strong> Vigilância Sanitária/ANVISA;• Agência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/ANS;• Comitê <strong>de</strong> Ajudas Técnicas/CAT/SDH;• Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina/CFM;• Conselho Nacional <strong>de</strong> Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/CONASEMS;


• Conselho Nacional <strong>de</strong> Secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/CONASS.Foram realizadas 6 reuniões:• 07/05/2009;• 01 e 02/09/2009;• 06 e 07/10/2009;• 29 e 30/07/2010;• 20 e 21/09/2010; e• 25 e 26/10/2010.Diagnóstico1- Por que existem tantas filas e há <strong>de</strong>mora no acesso <strong>do</strong>s usuários às políticas<strong>de</strong> fornecimentos <strong>de</strong> órteses e próteses?Constatou-se que nem sempre o que é preconiza<strong>do</strong> pelas portarias e políticasinstituídas pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> chega realmente a ser implanta<strong>do</strong> nosmunicípios. Os motivos são varia<strong>do</strong>s como, por exemplo: inexistência <strong>de</strong> umtrabalho estatístico que permita saber <strong>de</strong> fato quantas pessoas necessitam <strong>de</strong>órteses e próteses e <strong>de</strong> recuperação da saú<strong>de</strong> (processo <strong>de</strong> reabilitação) e, portantoa falta <strong>de</strong> programação correspon<strong>de</strong>nte na concessão <strong>do</strong>s equipamentos;<strong>de</strong>sconhecimento <strong>do</strong>s gestores locais das portarias e políticas pactuadas naComissão Intergestores Tripartite - CIT; falta <strong>de</strong> pactuação nas ComissõesIntergestores Bipartites - CIBs; problemas no fluxo <strong>de</strong> referência e contrareferênciaaltamente burocratiza<strong>do</strong> que aumenta o tempo na fila; falta <strong>de</strong>regulação <strong>de</strong> vagas e organização da fila única a exemplo <strong>do</strong>s transplantes; falta <strong>de</strong>recursos envia<strong>do</strong>s pela esfera fe<strong>de</strong>ral ou com a contrapartida que cabe as outrasesferas, estadual e municipal; problemas alega<strong>do</strong>s e relaciona<strong>do</strong>s com a lei <strong>de</strong>licitações tanto no que se refere à <strong>de</strong>mora na compra, quanto ao custo e,principalmente, à qualida<strong>de</strong>.2- Existem problemas relativos à qualida<strong>de</strong> das órteses e próteses fornecidaspelo SUS?Essa questão não foi respondida <strong>de</strong> forma segura pelos órgãos <strong>de</strong> registro econtrole (ANVISA), testagem e certificação (INMETRO) já que não existe estruturasuficiente no país para que se possa atestar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer órtese eprótese fornecida no país, quer seja pelo sistema público ou priva<strong>do</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Atualmente, a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos é <strong>de</strong>terminada pelo fabricante e apenasregistrada na ANVISA, não haven<strong>do</strong> estrutura e, muito menos, técnicos capacita<strong>do</strong>spara essa tarefa. Somente após verificação <strong>de</strong> possíveis problemas recorrentes enotifica<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> NOTIVISA é que a vigilância atua verifican<strong>do</strong> o problema.Não existem normas técnicas e nem nomenclatura padrão para que se inicie oprocesso <strong>de</strong> testagem efetiva <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os produtos, quer sejam nacionais ouimporta<strong>do</strong>s. Existem sim, exigências, no caso <strong>do</strong>s importa<strong>do</strong>s, como, por exemplo,<strong>de</strong> ser um produto reconheci<strong>do</strong> e utiliza<strong>do</strong> no país <strong>de</strong> origem o que não garante oque chamamos, no Brasil, <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. A ANVISA informou que, em parceria como INMETRO e Universida<strong>de</strong>s, está elaboran<strong>do</strong> normas técnicas e estruturan<strong>do</strong> umaRe<strong>de</strong> <strong>de</strong> Laboratórios para certificação <strong>de</strong> implantes, para um futuro próximo.


3- Existe falta <strong>de</strong> recursos para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> órteses e próteses?A falta <strong>de</strong> conhecimento da real necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> órteses, próteses e <strong>de</strong> recuperaçãoda saú<strong>de</strong> (processo <strong>de</strong> reabilitação), bem como a falta <strong>de</strong> programaçãocorrespon<strong>de</strong>nte na concessão <strong>do</strong>s equipamentos, impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> afirmar se os recursossão suficientes.Por outro la<strong>do</strong>, o tema <strong>do</strong> financiamento é um tanto disperso no sistema <strong>de</strong>informações, pelo menos <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> usuário, pois as políticas sãoimplementadas por vários setores não restan<strong>do</strong> claro para o GT se os recursos sãosuficientes ou não. Porém o que o GT verificou é que existe a intenção clara <strong>de</strong> seacabar com as filas, melhorar o sistema <strong>de</strong> concessão e tornar o financiamentosuficiente, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se que as políticas, em geral, são implementadas comrecursos iniciais substanciais e que requerem o aporte <strong>do</strong>s entes fe<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, vezque o financiamento é tripartite.Merece, no enten<strong>de</strong>r <strong>do</strong> GT, um estu<strong>do</strong> profun<strong>do</strong> quanto aos recursos utiliza<strong>do</strong>snessa área, ou seja, os recursos empenha<strong>do</strong>s e liquida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com oproposto nas portarias <strong>do</strong> Ministério da Saú<strong>de</strong>. Será, no enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ste GT, umtrabalho árduo da COFIN para esclarecer o assunto.4- Existem problemas na gestão das políticas e <strong>do</strong>s recursos disponibiliza<strong>do</strong>spara este fim?Sim, constata-se que existem problemas <strong>de</strong> gestão. Quan<strong>do</strong> o GT afirma queexistem recursos e as filas continuam, enten<strong>de</strong> que há problemas <strong>de</strong> gestão.Necessário se faz recordar aqui que o excesso <strong>de</strong> burocracia nos trâmites e osistema <strong>de</strong> compras via licitações são entraves para a rapi<strong>de</strong>z no atendimento e naatenção ao usuário.5- Existem problemas éticos por parte <strong>do</strong>s profissionais na relação com osusuários?Sim, existem. Constatou-se por vários <strong>de</strong>poimentos no GT, inclusive o próprioConselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina - CFM afirmou existirem <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> conduta como,por exemplo, prescrição <strong>de</strong> órteses e próteses ditas diferentes daquelas fornecidaspelo SUS, cobran<strong>do</strong> <strong>do</strong> usuário adicionalmente pelo produto, mesmo que oprocedimento seja realiza<strong>do</strong> pelo SUS, alegan<strong>do</strong> falta <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> nas órteses epróteses concedidas pelo sistema. Se observarmos que não existe qualquermecanismo <strong>de</strong> testagem <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> produto no país, percebemos que nãopo<strong>de</strong>ríamos ter essa distinção na indicação. Teremos que admitir aqui que é umproblema ético a ser resolvi<strong>do</strong> tanto pela entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> classe quanto pelasautorida<strong>de</strong>s sanitárias.O GT <strong>de</strong>staca ainda que o usuário, nesse caso, é refém <strong>do</strong> profissional que o aten<strong>de</strong>,pois a confiança entre profissional e paciente <strong>de</strong>ve ser mútua, fazen<strong>do</strong> com que ousuário jamais duvi<strong>de</strong> da indicação <strong>do</strong> que é melhor ou <strong>do</strong> que tem qualida<strong>de</strong> ounão.Ressalta-se aqui que, segun<strong>do</strong> a ANVISA, todas as órteses e prótesescomercializadas no país são registradas nesse Órgão segun<strong>do</strong> os mesmos critérios,


todavia quem garante a qualida<strong>de</strong> é o fabricante. Assim, como é possível afirmar oque é melhor ou pior?6- Existe estrutura suficiente para registro, fiscalização e testagem das órtesese próteses no país?Percebe-se aqui que para registro sim, mas para os <strong>de</strong>mais procedimentos, não. Oregistro é altamente burocrático e não exige uma gran<strong>de</strong> estrutura. Diferente datestagem e <strong>do</strong> controle que são <strong>de</strong>ficitários, quer seja pela falta <strong>de</strong> estruturaespecífica, quer seja pela falta <strong>de</strong> técnicos especializa<strong>do</strong>s, quer seja pela falta <strong>de</strong>normas e parâmetros que permitam a testagem. Quanto ao controle, este é feitobasicamente pelos da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> registro alia<strong>do</strong>s às possíveis notificações <strong>de</strong> problemascom os materiais ou equipamentos.O GT aponta o NOTIVISA que, embora exista e receba notificações <strong>de</strong> reaçõesadversas, este sistema não é <strong>de</strong> fato acessível aos usuários. Destaca-se ainda que anotificação não é compulsória o que po<strong>de</strong> gerar sub-notificação <strong>de</strong> reaçõesadversas e falta <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> suas causas. Ou seja, as substituições <strong>de</strong>ssesequipamentos, muitas vezes realizadas pelo SUS, são <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> problemas nautilização <strong>do</strong> equipamento, por falhas na colocação ou por problemas nafabricação?É necessário lembrar que se houver falhas na colocação <strong>de</strong> uma prótese, porexemplo, o profissional jamais constituiria prova contra si, e então não teriainteresse em fazer a notificação. Nesse caso, como a vigilância teria o controle dasituação?Constatou-se também que os usuários não recebem as embalagens com número <strong>de</strong>série <strong>do</strong>s produtos, e outros da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> fabricante. Assim, como po<strong>de</strong>ria fazer suanotificação, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o sistema atual que exige esses da<strong>do</strong>s?Nas ouvi<strong>do</strong>rias, ocorre a mesma exigência, assim conclui-se que o usuário nãopossui um sistema <strong>de</strong> notificação para apresentar suas queixas.7- Existe problema já diagnostica<strong>do</strong> com a legislação existente que mereçarevisão por parte <strong>do</strong> Ministério da Saú<strong>de</strong>?Não se po<strong>de</strong> afirmar com segurança, mas é fato que alguns problemas estãorelaciona<strong>do</strong>s com a legislação existente. Destaca-se aqui alguns avanços emrelação, principalmente, às próteses ambulatoriais on<strong>de</strong> as Portarias <strong>do</strong> Ministérioda Saú<strong>de</strong>, nas áreas <strong>de</strong> promoção, proteção e recuperação da saú<strong>de</strong> (processo <strong>de</strong>reabilitação) física, auditiva, ostomiza<strong>do</strong>s, visual, são acompanhadas <strong>de</strong> diretrizesclínicas e <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> Serviços Especializa<strong>do</strong>s, o que permite um melhor<strong>de</strong>sempenho no que se preten<strong>de</strong>.De outro la<strong>do</strong>, a lei <strong>de</strong> licitações necessita <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> para ver o quanto estariainterferin<strong>do</strong> na saú<strong>de</strong>, principalmente, na área em que as órteses e prótesesambulatoriais fornecidas exigem prescrições <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as necessida<strong>de</strong>sindividuais <strong>do</strong>s usuários. Muitos problemas quanto à qualida<strong>de</strong> e à <strong>de</strong>mora sãoalega<strong>do</strong>s, mas verificou-se que, quan<strong>do</strong> há uma interação com a equipe <strong>de</strong> comprase a equipe técnica, se po<strong>de</strong> minorar seus efeitos em favor <strong>do</strong>s usuários.Outro problema constata<strong>do</strong> é a lei <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> fiscal que, por vezes, limitaa contratação <strong>do</strong>s profissionais necessários para a implantação <strong>do</strong>s serviçosespecializa<strong>do</strong>s, nos quais ao longo <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> reabilitação os usuários fazem a


adaptação das órteses e próteses e recebem orientações sobre seu uso emanutenção.Outro fator a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> é que a compra <strong>de</strong>sses equipamentos realizada <strong>de</strong>forma <strong>de</strong>scentralizada po<strong>de</strong> levar a distorções <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> como o abuso <strong>de</strong>preços. Existem informações ou alegações que alguns produtos, mesmo <strong>de</strong>fornece<strong>do</strong>res iguais, po<strong>de</strong>m ultrapassar <strong>de</strong> um a cinquenta vezes seu próprio valor.Comprovaria aqui que o princípio da economicida<strong>de</strong> está sen<strong>do</strong> feri<strong>do</strong> pela<strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> compra, mesmo que sob o mesmo regime que é o da Lei n°8.666.Destaca-se que, para evitar distorções como estas, a ANVISA está buscan<strong>do</strong> efetivarum banco <strong>de</strong> preços que, por enquanto, existe somente para alguns produtos.Mais um fator que po<strong>de</strong>-se observar é a falta <strong>de</strong> registros precisos nos sistemas <strong>de</strong>informação, pelos gestores locais sobre os usuários atendi<strong>do</strong>s pelo SUS e dasórteses e próteses fornecidas, não permitin<strong>do</strong> uma avaliação e um controlea<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. Isto é agrava<strong>do</strong> pela falta <strong>de</strong> relacionamento <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> como da previdência social, que não permite cruzar o que é realiza<strong>do</strong> em cada área nomesmo atendimento da população. Não é raro o gestor lançar informações nossistemas das duas áreas que, em última análise, po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong> um únicoatendimento.8- Existe padronização da nomenclatura utilizada na comercialização eutilização <strong>de</strong>sses materiais? Em caso <strong>de</strong> negativa seria importante quehouvesse?Não existe padronização. Isso faz com que produtos iguais, utiliza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> formasemelhante, sejam introduzi<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong> com valores absolutamentediferentes. A falta <strong>de</strong> padronização também causa dificulda<strong>de</strong>s para o órgão <strong>de</strong>vigilância no processo <strong>de</strong> registro, já que os fabricantes nomeiam <strong>de</strong> formadiferenciada produtos na essência iguais. O controle também acaba sen<strong>do</strong>dificulta<strong>do</strong>, quase impossível, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> produtos existentes.Este problema afeta também a saú<strong>de</strong> suplementar.Se compara<strong>do</strong> com os preservativos, as órteses e próteses são infinitamenterelegadas a um segun<strong>do</strong> plano. Vejamos, o preservativo é registra<strong>do</strong>, testa<strong>do</strong> porlote, recolhi<strong>do</strong> da prateleira e testa<strong>do</strong> novamente, recolhidas amostras nofabricante ou distribui<strong>do</strong>r <strong>de</strong> 6 em 6 meses e testa<strong>do</strong>s novamente. As órteses epróteses são registradas pela ANVISA segun<strong>do</strong> especificação <strong>do</strong> fabricante,colocada no merca<strong>do</strong>, e ... serão tomadas providências apenas se houver númeroexpressivo <strong>de</strong> notificações.9- Como se dá o financiamento das políticas <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> órteses epróteses? A execução orçamentária está <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o preconiza<strong>do</strong> nasportarias afins? Qual o impacto da área <strong>de</strong> órteses e próteses no sistema? Osrecursos são suficientes para atendimento da necessida<strong>de</strong> da populaçãopara este fim?Essa é uma pergunta difícil e pela qual <strong>de</strong>ve-se buscar uma resposta clara.O GT enten<strong>de</strong> que, embora haja um esforço em suprir a necessida<strong>de</strong>, os recursosainda não são suficientes. Observa-se ainda que, muitas vezes, a falta <strong>de</strong>planejamento e <strong>de</strong> conhecimento da verda<strong>de</strong>ira necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s usuários para


esses produtos ou materiais, não permite que o gestor faça o <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> planejamentoe, por conseguinte, o atendimento. A limitação, quer seja por quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>atendimentos especializa<strong>do</strong>s, quer seja por falta <strong>de</strong> leitos em casos cirúrgicos eburocracia nas compras, quer seja por distorções nos preços pagos em compras<strong>de</strong>scentralizadas.Muitos são os fatores que interferem diretamente na agilida<strong>de</strong> e efetivoatendimento <strong>do</strong> usuário, fazen<strong>do</strong> com que, muitas vezes, a alternativa que lhe resteseja pagar por conta própria para que consiga o atendimento que necessita.Verificou-se ainda problemas no que tange a recursos humanos, a exclusivida<strong>de</strong> daprescrição <strong>de</strong> órteses e próteses apenas por um segmento profissional, o quedificulta a agilida<strong>de</strong> nos processos <strong>de</strong> dispensação <strong>de</strong>sses equipamentos e <strong>de</strong><strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> serviços especializa<strong>do</strong>s. Outro problema é a ausência dacarreira <strong>de</strong> técnicos protesistas e ortesistas associada à carência <strong>de</strong>stesprofissionais no SUS que realizam a a<strong>de</strong>quada adaptação e customização <strong>de</strong> algunsequipamentos, a exemplo, <strong>do</strong>s calça<strong>do</strong>s no caso <strong>de</strong> usuários com hanseníase oudiabetes e das ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> rodas adaptadas, entre outros.Conclusão Final:Orienta<strong>do</strong>s pelas principais questões discutidas acima, o GT propõe ao Pleno <strong>do</strong>Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> os seguintes encaminhamentos:1- Recomendar ao Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina – CFM que avalie osprocedimentos médicos e éticos relaciona<strong>do</strong>s a prescrição <strong>de</strong> órteses epróteses;2- Solicitar à ANVISA um estu<strong>do</strong> e a<strong>de</strong>quação da classificação <strong>de</strong> risco dasórteses e próteses e procedimentos <strong>de</strong> registro, testagem e controlerelaciona<strong>do</strong>s;3- Recomendar ao Ministério da Saú<strong>de</strong> e ANVISA providências para instituir anotificação compulsória a reações adversas para órteses e próteses comregistro das causas quan<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>.4- Recomendar ao Ministério da Saú<strong>de</strong> que inclua nas normatizações que osserviços <strong>de</strong>vem disponibilizar ao usuário, após receber órteses ou próteses,um lau<strong>do</strong> <strong>do</strong> procedimento realiza<strong>do</strong> com as especificações técnicas <strong>do</strong>produto e número <strong>de</strong> série/lote.5- Recomendar ao Ministério da Saú<strong>de</strong> a constituição <strong>de</strong> um <strong>Grupo</strong> <strong>de</strong><strong>Trabalho</strong> para estu<strong>do</strong> aprofunda<strong>do</strong> e futura implantação da padronização<strong>de</strong> nomenclatura <strong>de</strong> órteses e próteses;6- Recomendar à ANS que inclua nos procedimentos pagos pela saú<strong>de</strong>suplementar a dispensação <strong>de</strong> órteses e próteses ambulatoriais;7- Recomendar ao Ministério da Saú<strong>de</strong> que i<strong>de</strong>ntifique no Cartão SUS se ousuário é pessoa com <strong>de</strong>ficiência e se tem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar órteses epróteses;


8- Solicitar ao Ministério da Saú<strong>de</strong>, através da CONJUR, um parecer jurídicosobre a aplicação da Lei n° 8666 no que tange às dificulda<strong>de</strong>s que a Lei <strong>de</strong>Licitação po<strong>de</strong> causar para a compra <strong>de</strong> órteses e próteses peculiares àsnecessida<strong>de</strong>s individuais <strong>do</strong>s usuários em contraposição ao menor preço;9- Solicitar ao Ministério da Saú<strong>de</strong>, através da CONJUR, um parecer jurídicosobre a aplicação da Lei Complementar 101/01 no que tange às dificulda<strong>de</strong>sque a Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal po<strong>de</strong> causar para a implantação <strong>de</strong>serviços e a contratação <strong>de</strong> profissionais especializa<strong>do</strong>s para a recuperaçãoda saú<strong>de</strong> (processo <strong>de</strong> reabilitação) <strong>de</strong> usuários com a a<strong>de</strong>quada adaptação<strong>de</strong> órteses e próteses;10- Recomendar ao Ministério da Saú<strong>de</strong> que realize uma pesquisa nacionalpara i<strong>de</strong>ntificar quais são as reais condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e necessida<strong>de</strong>s daspessoas que necessitam <strong>de</strong> órteses e próteses para o a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>planejamento <strong>de</strong> recursos e serviços assistenciais;11- Recomendar ao CONASS, CONASEMS e Ministério da Saú<strong>de</strong> que promovampactuações relacionadas a dispensação das órteses e próteses;12- Realizar reunião com a ANVISA, INMETRO e outros convida<strong>do</strong>s para fazer aavaliação da qualida<strong>de</strong> das órteses e próteses e o mapeamento <strong>de</strong>ssesserviços;13- Recomendar ao Ministério da Saú<strong>de</strong> a revisão/elaboração <strong>de</strong> Portarias eProtocolos que tratam das órteses e próteses, principalmente, as que dizemrespeito à dispensação.Este é o relatório.Volmir RaimondiCoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r.

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