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Alex de Santana Vidaurre - uea - pós graduação

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEAFUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DO AMAZONAS – FMTAMPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICALMESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSASROSSICLÉIA LINS MONTEMICROBIOLOGIA DO CENTRO DAS TONSILAS PALATINAS: COMPARAÇÃOENTRE A PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA E A BIÓPSIA INCISIONALALEX DE SANTANA VIDAURREManaus2005


iiALEX DE SANTANA VIDAURREMICROBIOLOGIA DO CENTRO DAS TONSILAS PALATINAS: COMPARAÇÃOENTRE A PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA E A BIÓPSIA INCISIONALDissertação apresentada no Programa <strong>de</strong>Pós Graduação em Medicina Tropical daUniversida<strong>de</strong> do Estado do Amazonas emconvênio com a Fundação <strong>de</strong> MedicinaTropical, para obtenção do grau <strong>de</strong> Mestreem Doenças Tropicais e Infecciosas.Orientador:Co-orientadora:Prof. Dr. João Bosco BotelhoProfª. Rossicléia Lins Monte, MsCProf. Dr. Wornei Miranda BragaManaus2005


iiiFICHA CATALOGRÁFICAVIDAURRE, <strong>Alex</strong> <strong>de</strong> <strong>Santana</strong>Microbiologia do core das tonsilas palatinas: comparação entre apunção aspirativa por agulha fina e a biópsia do core tonsilar / <strong>Alex</strong> <strong>de</strong><strong>Santana</strong> <strong>Vidaurre</strong> – Manaus-AM: UEA; FMTAM, 2005.64 p.: il.Dissertação (Mestrado em Doenças Tropicais e Infecciosas)1. microbiologia 2. core tonsilar 3. punção aspirativa por agulha fina I. Título


ivDedicatóriaÀ minha amada esposa pelocompanheirismo e carinho, suportestão fundamentais quando meencontro longe <strong>de</strong> minha cida<strong>de</strong>natal e família.


vAGRADECIMENTOSAgra<strong>de</strong>ço a Universida<strong>de</strong> do Estado do Amazonas e a Fundação <strong>de</strong>Medicina Tropical do Amazonas pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar este mestrado.Ao Professor Doutor João Bosco Botelho pelo seu incentivo, orientaçãosensata e por ser um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> professor cirurgião cientificamente produtivo.À Professora Mestre Rossicléia Lins Monte, competentebacteriologista, pelo seu árduo trabalho e paciência ao participar da minhaorientação e realizar o processamento bacteriológico do material <strong>de</strong>ste estudo.À Professora Doutora Maria Ivanil<strong>de</strong> Araújo pela gentileza durante aanálise estatística dos resultados.À Professora Doutora Maria das Graças Vale Barbosa, coor<strong>de</strong>nadorado mestrado, pela incansável cobrança para manter o nível <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> necessárioao Mestrado em Doenças Infecciosas e Tropicais.Ao Professor Doutor Wilson Duarte Alecrim pela sua perspicácia emdiscutir as <strong>de</strong>ficiências do suabe da superfície tonsilar tendo sugerido o estudo <strong>de</strong>um novo método <strong>de</strong> coleta.Aos Professores Doutor Wornei Silva Miranda Braga, DoutorClemêncio Cesar Cortez e Doutora Hellen Emilia Menezes <strong>de</strong> Souza, pelas críticasconstrutivas durante o período <strong>de</strong> qualificação que possibilitaram elevar a qualida<strong>de</strong><strong>de</strong>ste trabalho.Aos meus colegas otorrinolaringologistas, Dra. Viviane OliveiraSaldanha, Dr. Carlos Eduardo Vale Barros, Dr. <strong>Alex</strong>andre Borges Barbosa, Dr.Álvaro Siqueira da Silva, Dr. Givanildo <strong>de</strong> Pádua Pires e Dr. Waldyr Moyses <strong>de</strong>Oliveira Junior pela valiosa contribuição na coleta <strong>de</strong> dados.


viiRESUMOAs doenças tonsilares representam um problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> importante <strong>de</strong>vido a suaelevada freqüência nos consultórios médicos <strong>de</strong> pediatras e otorrinolaringologistas.O conhecimento da flora bacteriana que coloniza as tonsilas palatinas tem setornado cada vez mais importante em razão da sua participação na patogênese datonsilite <strong>de</strong> repetição e na hipertrofia tonsilar obstrutiva crônica. Diversos estudostêm mostrado uma mudança ao longo dos anos da composição da flora bacterianaresponsável pelas doenças tonsilares <strong>de</strong>vido ao uso freqüente <strong>de</strong> antimicrobianos. Amaioria dos estudos sobre a microbiologia tonsilar evi<strong>de</strong>nciou discrepânciassignificativas entre as floras bacterianas presentes na superfície e no core tonsilar.Estudos mais recentes têm avaliado a capacida<strong>de</strong> da punção aspirativa emcontribuir na i<strong>de</strong>ntificação da flora bacteriana presente no core tonsilar. O presenteestudo avaliou a composição e o perfil <strong>de</strong> resistência antimicrobiana da florabacteriana presente no core tonsilar dos pacientes operados pelo pesquisador noperíodo <strong>de</strong> fevereiro a junho <strong>de</strong> 2005 na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manaus. Também foi comparadaa eficácia da punção aspirativa por agulha fina à biópsia incisional a<strong>pós</strong>tonsilectomia na i<strong>de</strong>ntificação da flora bacteriana do core tonsilar. Foram estudados31 pacientes e os microrganismos i<strong>de</strong>ntificados se distribuíram da seguinte maneira:Streptococcus pneumoniae (38,7%); Staphylococcus aureus (38,7%); Streptococcuspyogenes (12,9%); Neisseria meningitidis (6,5%) e Haemophilus influenzae (3,2%).Somente 26% das bactérias isoladas eram produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase e todaseram da espécie Staphylococcus aureus. A punção aspirativa por agulha finaapresentou uma correlação <strong>de</strong> 100% com a biópsia incisional quando excluídos osfalsos negativos <strong>de</strong>sta última. Comparado aos estudos internacionais, aporcentagem <strong>de</strong> 26% <strong>de</strong> bactérias produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase é baixa.Discordando da literatura internacional, que vem observando redução da incidência<strong>de</strong> Streptococcus sp., neste estudo a sua freqüência (52%) continua elevada,estando distribuída entre o Streptococcus pneumoniae (38,7%) e o Streptococcuspyogenes (12,9%). Em concordância com a literatura nacional e internacional afreqüência <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do Staphylococcus aureus (38,7%) mostrou-se elevada,embora a porcentagem <strong>de</strong> espécies produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase (66,7%) tenha semostrado relativamente baixa quando comparado a outros estudos em que se situaem torno <strong>de</strong> 100%. Em concordância com estudos nacionais, foi verificada baixafreqüência do Haemophilus influenzae (3,2%) divergindo dos estudos internacionaisque vêm observando um aumento na freqüência <strong>de</strong>ste microrganismo. Emconcordância com alguns estudos que isolaram a Neisseira meningitidis, esteestudo observou uma frequência reduzida <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação da mesma (3,2%).Palavras-chave: Microbiologia - core tonsilar - punção aspirativa por agulha fina


viiiABSTRACTTonsil diseases are an important health problem since they account for a substantialpercentage of visits to pediatricians and otohinolaryngologists offices. The knowledgeof tonsil flora is becoming increasingly important due to its participation in thepathogenesis of recurrent tonsillitis and chronic obstructive tonsil hypertrophy.Several studies have shown a change in the flora responsible for tonsil diseases overthe last <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>. Most studies on tonsil microbiology have indicated markeddiscrepancy between bacterial flora present in tonsil surface and core. More recentstudies have assessed the fine needle aspiration capacity to evaluate the bacterialflora present in the tonsil core. This study has reviewed the tonsil core bacterialcomposition and antibiotic resistance in patients submitted to tonsillectomy betweenFebruary and June 2005 in the city by the author. The effectiveness of the fineneedle aspiration in the i<strong>de</strong>ntification of tonsil core bacterial flora as compared to thetonsil core bioppsy following the tonsiloctomy was also assessed. Thirty-one patientswere studied. The i<strong>de</strong>ntified microorganisms were distributed as follows:Streptococcus pneumoniae (38,7%), Staphylococcus aureus (38,7%); Streptococcuspyogenes (12,9%); Neisseria meningitidis (6,5%) e Haemophilus influenzae (3,2%).Only 26% of the isolated bacteria were found to be beta-lactamase producers and allof them belonged to the Staphylococcus aureus species. The fine needle aspirationshowed a 100% correlation with tonsil core biopsy when the false negatives of thelatter were exclu<strong>de</strong>d. Compared to international studies, the 26% frequency of betalactamaseproducer bacteria is low. In disagreement with the international literature,which has been observing a reduction in the inci<strong>de</strong>nce of Streptococcus sp., in thisstudy its frequency (52%) continues to be high, and it is distributed betweenStreptococcus pneumoniae (38,7%) and Streptococcus pyogenes (12,9%). Inagreement with the national and international literature the i<strong>de</strong>ntification frequency ofStaphylococcus aureus (38,7%) is high, although the percentage of beta-lactamaseproducers species were low (66,7%) when compared to other studies in which it issituated around 100%. In agreement with national studies low frequency ofHaemophilus influenzae (3,2%) was observed, in spite of increasing frequency of thismicroorganism in the international studies. In agreement with some studies whichhave i<strong>de</strong>ntified the Neisseria meningitidis, a low i<strong>de</strong>ntification frequency (3,2%) of thismicroorganism was observed.Key-words: Microbiology - tonsil core - fine needle aspiration


ixLISTA DE FIGURASFigura 1 Posição cirúrgica Pág. 12Figura 2 Punção do core tonsilar Pág. 13Figura 3 Tonsila palatina seccionada Pág. 14Figura 4 Cocos gram-positivos agrupados em massas irregularesPág. 15observados sob microscopia ótica com lente <strong>de</strong> imersãoFigura 5 Cocos gram-positivos agrupados e aos pares observados sobPág. 16microscopia ótica com lente <strong>de</strong> imersãoFigura 6 Cocos gram-positivos aos pares e em ca<strong>de</strong>ias observadosPág. 16sob microscopia ótica com lente <strong>de</strong> imersãoFigura 7 Diplococos gram-negativos observados sob microscopia óticaPág. 17com lente <strong>de</strong> imersãoFigura 8 Teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> à bacitracina e optoquina evi<strong>de</strong>nciandosensibilida<strong>de</strong> à bacitracina característica do Streptococcus Pág. 19pyogenesFigura 9 Teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> por difusão em disco doPág. 23Staphylococcus aureus em Agar Mueller-HintonFigura 10 Teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> por difusão em disco doStreptococcus spp. Agar Mueller-Hinton acrescido com 5% Pág. 24<strong>de</strong> sangue <strong>de</strong> carneiroFigura 11 Distribuição dos pacientes segundo o tipo da doença tonsilar Pág. 26Figura 12 Frequência das bactérias i<strong>de</strong>ntificadas Pág. 27Figura 13 Perfil <strong>de</strong> resistência do Streptococcus pneomoniae aosPág. 28antibióticosFigura 14 Perfil <strong>de</strong> resistência do Streptococcus pyogenes aosPág. 29antibióticosFigura 15 Perfil <strong>de</strong> resistência do Staphylococcus aureus aosPág. 29antibióticos


xLISTA DE TABELASTabela 1 Padrão para interpretação <strong>de</strong> halos <strong>de</strong> inibição Pág. 21Tabela 2 Condições para o método <strong>de</strong> Kirby-Bauer (disco-difusão) Pág. 22


xiSUMÁRIOINTRODUÇÃO 12. OBJETIVOS 92.1 Objetivo geral 92.2 Objetivos específicos 93. METODOLOGIA 103.1 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estudo 103.2 Universo <strong>de</strong> estudo 103.3 Critérios <strong>de</strong> inclusão 103.4 Critérios <strong>de</strong> exclusão 113.5 Procedimentos 113.6 Análise dos dados 243.7 Aspectos éticos 254. RESULTADOS 265. DISCUSSÃO 31CONCLUSÃO 43REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 44ANEXOS 48Anexo A – Termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido 48Anexo B – Questionário clínico 52


11. INTRODUÇÃOA mucosa que reveste as vias aéreas superiores e digestivas encontra-seprotegida por complexo sistema imunossecretor conforme observado por Weckx eWeckx (1988).Conforme <strong>de</strong>scrito por Gray e Gross (1988), o tecido linfático localizado notrato respiratório superior, envolvendo a faringe, recebe o nome <strong>de</strong> anel linfático <strong>de</strong>Wal<strong>de</strong>yer, sendo constituído pelas tonsilas palatinas, nasofaríngea ou vegetaçõesa<strong>de</strong>noi<strong>de</strong>anas, peritubárias e lingual. Weckx e Weckx (1988) reforçaram oconhecimento corrente <strong>de</strong> o anel linfático <strong>de</strong> Wal<strong>de</strong>yer representar a primeira linhana <strong>de</strong>fesa contra microrganismos exógenos, principalmente nas crianças.Gorfien et al. (1999) <strong>de</strong>screveram que a tonsila palatina normal apresenta asuperfície revestida por camada <strong>de</strong> epitélio escamoso estratificado, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> seoriginam invaginações que se esten<strong>de</strong>m profundamente no interior das tonsilas.Essas estruturas constituem as criptas responsáveis pela importante função dacaptação <strong>de</strong> antígenos inalados ou ingeridos.Conforme <strong>de</strong>scrito por Weckx e Teixeira (1997), ao redor das criptasencontram-se numerosos folículos linfói<strong>de</strong>s cujo número é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do estado <strong>de</strong>ativação imunológica da tonsila palatina. Os centros germinativos localizados <strong>de</strong>ntrodos folículos linfói<strong>de</strong>s são constituídos principalmente <strong>de</strong> linfócitos do tipo B.A estrutura tecidual localizada entre os folículos linfói<strong>de</strong>s, chamada <strong>de</strong> áreaextrafolicular, apresenta maior concentração <strong>de</strong> linfócitos do tipo T.


2Segundo Weckx e Weckx (1988) relataram, ao nível das criptas, as bactériassão retidas pelos macrófagos que vão apresentá-las aos linfócitos T, os quaisinteragem com os linfócitos B gerando duas respostas: produção <strong>de</strong> imunoglobulinasou tornam-se células <strong>de</strong> memória que passam para circulação sangüínea.Brook (1984), utilizando a técnica <strong>de</strong> imunofluorescência em tecidostonsilares, verificou que as tonsilas produzem as cinco classes <strong>de</strong> imunoglobulinas(IgA, IgG, IgM, IgE e IgD). Segundo Endo (2000), a IgA secretora é o anticorporesponsável pelo mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa imunológica local mais importante do tratorespiratório superior provendo barreira imunológica contra diferentes elementosexógenos, incluindo bactérias patogênicas e vírus. Brook (1984) afirmou que, para aproteção a<strong>de</strong>quada do hospe<strong>de</strong>iro contra doenças infecciosas virais e bacterianas,são importantes a manutenção da homeostase microecológica e função imune<strong>de</strong>sse tecido linfático.Dessa forma, as tonsilas palatinas têm papel imunológico importante, tantopelo sítio especial para captação <strong>de</strong> antígenos quanto pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>imunogênese loco-regional e sérica. Entretanto, segundo Weckx e Teixeira (1997),os processos infecciosos associados aos cursos <strong>de</strong> antibioticoterapias po<strong>de</strong>mocasionar alterações irreversíveis na estrutura e no equilíbrio microecológico da floradas tonsilas palatinas. Gaffney e Cafferkey (1998) consi<strong>de</strong>raram que asantibioticoterapias <strong>de</strong> repetição selecionam germes com níveis crescentes <strong>de</strong>resistência antimicrobiana os quais permaneceriam alojados no centro germinativodas tonsilas palatinas po<strong>de</strong>ndo alterar a sua função imunológica.


3Habitualmente os estudos, como os <strong>de</strong> Brook, Yokum e Shah (1980),Stjernquist-Desatnik, Prellner e Schalen (1991) e Kielmovitch et al (1989), divi<strong>de</strong>m asdoenças crônicas das tonsilas palatinas em:— Tonsilite <strong>de</strong> repetição;— Hipertrofia tonsilar obstrutiva.Entretanto, conforme observado por Endo et al (1995), as duas patologiascoexistem em freqüência elevada. A tonsilite <strong>de</strong> repetição se caracteriza porinfecções amigdalianas agudas recorrentes com necessida<strong>de</strong> do uso <strong>de</strong> antibióticos.Segundo Weckx e Weckx (1988), a hipertrofia tonsilar obstrutiva se caracteriza peloaumento irredutível das tonsilas palatinas ocasionando obstrução à passagem <strong>de</strong> ar,gerando ronco noturno e participando na patogênese <strong>de</strong> otites, sinusites e <strong>de</strong> todasas outras manifestações <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> respiração ina<strong>de</strong>quada.Timon, Cafferkey e Walsh (1991) observaram que as doenças tonsilares,constituídas pelas tonsilites <strong>de</strong> repetição e a hipertrofia tonsilar obstrutiva, sãoresponsáveis por porcentagem importante das consultas médicas dos pediatras,clínicos gerais e otorrinolaringologistas, gerando gran<strong>de</strong> custo financeiro.Palumbo (1987) observou que, com a falência freqüente dos tratamentosclínicos, a tonsilectomia é uma das cirurgias pediátricas mais comumente realizadasnos Estados Unidos da América. A hipertrofia tonsilar obstrutiva e a tonsilite <strong>de</strong>repetição estão entre as indicações mais freqüentes para a remoção das tonsilaspalatinas.


4Brook e Foote (1990) e Gaffney et al. (1993) <strong>de</strong>screveram que a microbiotanormal da faringe é composta por uma ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> microrganismos sendorepresentada principalmente por:— Haemophilus sp.:— Haemophilus influenzae (H. influenzae);— Haemophilus parainfluenza (H. parainfluenzae).— Streptococcus sp.— Streptococcus pyogenes (S. pyogenes);— Streptococcus viridans (S. viridans);—Streptococcus pneumoniae (S. pneumoniae).— Staphylococcus sp.— Staphylococcus epi<strong>de</strong>rmidis (S. epi<strong>de</strong>rmidis);— Staphylococcus aureus (S. aureus).— Neisseria sp.— Neisseria meningitidis (N. meningitidis).Brodsky, Moore e Stanievich (1988), Kielmovitch, Keleti e Bluestone (1989) eBrodsky e Koch (1993) acreditam que a flora bacteriana que coloniza as tonsilaspalatinas esteja intimamente relacionada com os quadros <strong>de</strong> infecções <strong>de</strong> repetição,falhas no tratamento e até mesmo com o seu crescimento exagerado. Assim, oconhecimento da flora bacteriana que coloniza as tonsilas palatinas tem se tornadocada vez mais importante <strong>de</strong>vido a sua participação na patogênese da tonsilite <strong>de</strong>repetição e da hipertrofia tonsilar obstrutiva.


5Brodsky e Koch (1993), Stjernquist-Desatnik, Prellner e Schalen (1991),Rosen, Samuel e Vered (1977), Brook, Yocum e Shah (1980) e Dedio et al. (1988)observaram que são muitos os agentes infecciosos envolvidos na tonsilite <strong>de</strong>repetição. Dentre as bactérias, as mais freqüentes estão:— Streptococcus beta-hemolítico do grupo A;— Haemophilus influenzae;— Staphylococcus aureus.Costa et al. (2003), em estudo realizado na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> SãoPaulo, entre 1996 e 2000, <strong>de</strong>screveram a positivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 30% dasfaringoamigdalites para o Streptococcus pyogenes, sendo o agente etiológico maisimportante. Weckx e Teixeira (1997) ressaltaram que a importância <strong>de</strong>ssas infecçõesestá na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocasionarem complicações com alto índice <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong>,tais como os abscessos, febre reumática e glomerulonefrite.Brodsky e Koch (1993) <strong>de</strong>screveram que as culturas provenientes daorofaringe, na população infantil, têm apresentado, ao longo dos anos, umadiminuição da incidência <strong>de</strong> Streptococcus pyogenes e aumento <strong>de</strong> Staphylococcusaureus.Pichichero (1998) acredita que os processos infecciosos recorrentes dastonsilas e a freqüente incapacida<strong>de</strong> da penicilina em tratá-los possam estarrelacionados à colonização local por microrganismos produtores <strong>de</strong> beta-lactamaseque dificultariam a erradicação do Streptococcus pyogenes.


6Estudos como os <strong>de</strong> Brook, Yocum e Foote (1995), Uppal e Bais (1989) eTimon et al (1990) observaram que embora, <strong>de</strong> um modo geral, o Streptococcuspyogenes venha se mantendo sensível à penicilina, ao longo dos anos tem ocorridoum aumento da prevalência <strong>de</strong> bactérias produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase. Destaforma, tem-se observado gran<strong>de</strong> preocupação em torno da mudança nasensibilida<strong>de</strong> aos antimicrobianos apresentada por outros microrganismos como oStaphylococcus aureus e o Haemophilus influenzae. Gaffney e Cafferkey (1998)consi<strong>de</strong>ram que a presença do Haemophilus influenzae resistente à penicilina nocentro tonsilar esteja envolvida com a patogênese da tonsilite <strong>de</strong> repetição.Conforme discutido por Weckx e Teixeira (1997), a hipertrofia tonsilar po<strong>de</strong>ocorrer, sem significado patológico, começando na infância e mantendo-se até apuberda<strong>de</strong>. O tamanho da tonsila, em si mesmo, é <strong>de</strong> pequeno significado clínico, amenos que esteja aumentado o suficiente para produzir obstrução mecânica da viaaerodigestiva. Weckx e Teixeira (1997) ainda observam que as tonsilashipertrofiadas apresentam homeostase bacteriana alterada, com poucosmicrorganismos comensais nas criptas e concentração aumentada <strong>de</strong> bactériaspotencialmente patogênicas.Brodsky e Koch (1993) acreditam que a hipertrofia tonsilar obstrutiva possaestar relacionada à colonização local por microrganismos, que estimulariam aproliferação <strong>de</strong> elementos linfói<strong>de</strong>s ocasionando o aumento do volume tonsilar, vistoque as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> células T-helper, T-supressor e células B são maiores nastonsilas hipertróficas quando comparadas aos controles.


7Gaffney et al. (1993) <strong>de</strong>terminaram que concentrações maiores <strong>de</strong>Staphylococcus aureus e Haemophilus influenzae foram encontradas na hipertrofiatonsilar obstrutiva em parida<strong>de</strong> à tonsilite <strong>de</strong> repetição, oferecendo o suporte aoprovável papel etiológico <strong>de</strong>sses patógenos na hipertrofia tonsilar obstrutiva. Comoreforço, Brodsky, Moore e Stanievich (1988) <strong>de</strong>monstraram evidências da relação doHaemophilus influenzae, e Brodsky e Koch (1993) da presença do Staphylococcusaureus com a hipertrofia tonsilar obstrutiva.Tradicionalmente, o suabe da superfície tonsilar era o único método <strong>de</strong>coleta <strong>de</strong> material para o estudo da microbiologia tonsilar. Posteriormente, estudoscomo os <strong>de</strong> Kielmovitch et al. (1989), Uppal e Bais (1989) iniciaram a investigaçãoda microbiologia na profundida<strong>de</strong> da tonsila e a coleta do material no centro tonsilara<strong>pós</strong> a ressecção cirúrgica.Gaffney e Cafferkey (1998), Timon, Cafferkey e Walsh (1991) e Kurien et al(2003) empregaram a aspiração por agulha fina como método <strong>de</strong> coleta do materialdo centro tonsilar. Segundo Gaffney e Cafferkey (1998), este método apresenta avantagem <strong>de</strong> reduzir a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminação por germes da superfícietonsilar.Vários pesquisadores estudaram a correlação entre a microflora dasuperfície com a do centro tonsilar. Embora os resultados apresentem algumasdivergências, a maioria dos estudos, como os <strong>de</strong> Timon et al. (1990); Rosen, Samuele Vered (1977); Brook, Yokum e Shah (1980); Surow et al. (1989) e Uppal e Bais(1989) evi<strong>de</strong>nciou a incapacida<strong>de</strong> do suabe superficial em indicar os patógenosexistentes no centro tonsilar. Apesar <strong>de</strong> essa conclusão ser partilhada pelo maior


8número <strong>de</strong> autores, não é exclusiva, porque outros, em minoria, como Kielmovitch etal. (1989) e Costa et al (2003), observaram a concordância entre as duasmicrofloras.Kurien et al (2003) <strong>de</strong>stacaram que o suabe da superfície tonsilar continuasendo utilizado na prática clínica, apesar <strong>de</strong> as controvérsias sobre os resultadosobtidos com esse método <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> material para cultura e i<strong>de</strong>ntificação dosorganismos responsáveis pela infecção tonsilar. Dessa forma, o suabe da superfícietonsilar ainda é utilizado com freqüência como guia na seleção do tratamento datonsilite.Gaffney e Cafferkey (1998) indicam a punção aspirativa por agulha fina paraseleção do antibiótico mais apropriado, conforme o microrganismo isolado, notratamento <strong>de</strong> pacientes com tonsilite <strong>de</strong> repetição evitando o uso ina<strong>de</strong>quado daantibioticoterapia.A patogênese das doenças tonsilares ainda se encontra sob discussão. Aseleção da antibioticoterapia apropriada para os pacientes com tonsilite <strong>de</strong>repetição é dificultada pelas limitações dos métodos tradicionais <strong>de</strong> coleta domaterial da microflora tonsilar e pelo aumento da incidência <strong>de</strong> bactériasprodutoras <strong>de</strong> beta-lactamase.A prevalência das bactérias produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase varia <strong>de</strong> acordocom o país e suas regiões. Estudos já foram publicados, principalmente, na Região


9Su<strong>de</strong>ste do Brasil; entretanto, na Região Norte não foram encontrados estudossobre o assunto.2. OBJETIVOS2.1 Objetivo geralAnalisar a microbiologia do centro da tonsila palatina <strong>de</strong> pacientessubmetidos à tonsilectomia.2.2 Objetivos específicos— Avaliar a eficácia da punção aspirativa por agulha fina comparada àbiópsia incisional a<strong>pós</strong> tonsilectomia na i<strong>de</strong>ntificação da flora bacteriana do centrotonsilar;— Comparar a flora bacteriana do centro tonsilar dos pacientes submetidosà tonsilectomia em nosso estudo com as relatadas por outros autores;— Avaliar o perfil <strong>de</strong> resistência antimicrobiana da flora bacteriana do centrotonsilar na população estudada.


103. METODOLOGIA3.1 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estudoEstudo clínico seccional.3.2 Universo <strong>de</strong> estudo3.2.1 População <strong>de</strong> estudoPacientes submetidos à tonsilectomia, indicada por hipertrofia tonsilarobstrutiva e tonsilite <strong>de</strong> repetição, no Hospital Universitário Getúlio Vargas, HospitalSanta Júlia, Hospital Adventista <strong>de</strong> Manaus e Hospital Maternida<strong>de</strong> Santo Albertolocalizados na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manaus.3.2.2 Amostra2005.Pacientes submetidos à tonsilectomia no período <strong>de</strong> fevereiro a junho <strong>de</strong>3.3 Critérios <strong>de</strong> inclusãoPacientes com indicação <strong>de</strong> tonsilectomia eletiva bilateral <strong>de</strong>terminada por:


11— Tonsilite <strong>de</strong> repetição, <strong>de</strong>finida como condição clínica <strong>de</strong>terminante <strong>de</strong>cinco ou mais episódios <strong>de</strong> tonsilite por ano durante dois anos consecutivos;— Hipertrofia tonsilar obstrutiva ocasionando respiração oral <strong>de</strong> suplência.Os pacientes ou seus responsáveis receberam informações clarassobre os objetivos do estudo por meio do termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido(Anexo B).3.4 Critérios <strong>de</strong> exclusãoPacientes que usaram antibióticos <strong>de</strong> qualquer tipo nas cinco semanasprévias a tonsilectomia.3.5 Procedimentos3.5.1 Coleta e transporte do materialNa última consulta ambulatorial anterior à realização da tonsilectomia, ospacientes ou seus responsáveis respon<strong>de</strong>ram ao questionário padronizado (AnexoC), com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obter as informações sobre a história da doença e o examefísico.Duas técnicas <strong>de</strong> coleta do material do centro tonsilar foram realizadas:— Punção aspirativa por agulha fina;— Biópsia incisional do centro tonsilar.


12A punção aspirativa por agulha fina foi realizada com o paciente sobanestesia geral antes do início da tonsilectomia. Esse procedimento <strong>de</strong> coletaobe<strong>de</strong>ceu as seguintes rotinas:1. Anestesia geral2. Posição do paciente na mesa cirúrgica:— Cabeça em hiperextenção;— Abertura da boca mantida com o afastador <strong>de</strong> Mac Ivor (Figura 1).Figura 1: Posição cirúrgica3. Punção aspirativa com agulha fina:— Realizada com agulha <strong>de</strong> raqui número 22 acoplada à seringa <strong>de</strong> 5ml;— Sob a visão direta, a agulha é inserida na tonsila palatina numaprofundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,5 cm em área que não contenha criptas, conformemostra a Figura 2;— O êmbolo da seringa é então tracionado até a marca <strong>de</strong> 2,5ml emantido neste nível;


13— A agulha é então avançada na estrutura anatômica por mais 1 mm,em seguida retirada 2mm e, outra vez, recolocada na posiçãooriginal;— A série <strong>de</strong> movimento é repetida duas vezes;— Antes da retirada da agulha do interior da tonsila, o êmbolo não étracionado para reduzir a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aspiração dos germes dasuperfície tonsilar;— O material obtido é acondicionado no frasco <strong>de</strong> meio <strong>de</strong> cultura damarca BAC HEMOCULT ADULTO ® (1) .Figura 2: Punção do core tonsilarA<strong>pós</strong> a realização da tonsilectomia com o eletrocautério, foram feitas asbiópsias incisionais nas peças cirúrgicas obe<strong>de</strong>cendo as seguintes rotinas:— As peças cirúrgicas foram submergidas durante um minuto em solução<strong>de</strong>germante <strong>de</strong> iodopovidona a 10%;— Posteriormente, lavadas com soro fisiológico estéril;


14— As tonsilas foram secionadas no meio com uma lâmina <strong>de</strong> bisturi estéril erealizada uma biópsia incisional do seu centro (Figura 3);— Os tecidos obtidos nas biópsias incisionais foram adicionados a frascosestéreis e imersos em solução salina.1 BAC HEMOCULT ADULTO ANAERÓBIO/AERÓBIO45 ml <strong>de</strong> meio + 05 ml <strong>de</strong> sangue colhido estérilFornecedor: DIAGNÓSTICOS MICROBIOLÓGICOS ESPECIALIZADOSRua Tira<strong>de</strong>ntes, 1320 - Tel.: (18)621-8670 - Araçatiba - S.P.CNPJ: 65 013 120/0001-79Figura 3: Tonsila palatina seccionadaO transporte dos materiais foi realizado imediatamente a<strong>pós</strong> o término doprocedimento cirúrgico. Os materiais obtidos das tonsilas palatinas, pelos doismétodos <strong>de</strong> coleta, foram enviados ao Laboratório <strong>de</strong> Microbiologia da Fundação <strong>de</strong>Medicina Tropical do Amazonas (FMTAM).3.5.2 I<strong>de</strong>ntificação presuntiva


15A<strong>pós</strong> 24 a 48 horas, das placas que apresentaram crescimento visível,foram realizadas colorações <strong>de</strong> Gram das colônias isoladas para confirmação damorfologia e características tintoriais bacterianas (KONEMAN, 2001).Os cocos Gram-positivos agrupados em massas irregulares ou em cachos<strong>de</strong> uva foram i<strong>de</strong>ntificados presuntivamente como Staphylococcus sp. (Figura 4).Os cocos Gram-positivos agrupados aos pares ou em ca<strong>de</strong>ias forami<strong>de</strong>ntificados presuntivamente como Streptococcus sp. (Figuras 5 e 6).Figura 4: Cocos Gram-positivos agrupados em massas irregulares observados sobmicroscopia ótica com lente <strong>de</strong> imersão <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> 630x


16Figura 5: Cocos Gram-positivos agrupados e aos pares observados sob microscopiaótica com lente <strong>de</strong> imersão <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> 1000xFigura 6: Cocos Gram-positivos aos pares e em ca<strong>de</strong>ias observados sobmicroscopia ótica com lente <strong>de</strong> imersão <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> 630xOs estreptococos po<strong>de</strong>m ser classificados, segundo a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>produzir halo <strong>de</strong> hemólise, em 3 tipos:


171 — Tipo α (alfa) ou enver<strong>de</strong>scente, que produz em torno das colônias halo<strong>de</strong> hemólise parcial <strong>de</strong> coloração ver<strong>de</strong>, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma alteração dahemoglobina por um sistema óxido-redutor contido na célula bacteriana.2 — Tipo β (beta), ou hemolítico, que produz uma área <strong>de</strong> clareamento, porhemólise total.3 — Tipo γ (gama), ou inerte, que não produz coloração ver<strong>de</strong> nem halo <strong>de</strong>hemólise.Os diplococos Gram-negativos dispostos com as faces côncovas adjacentesforam i<strong>de</strong>ntificados presuntivamente como Neisseria sp. (Figura 7).Figura 7: Diplococos Gram-negativos observados sob microscopia ótica com lente<strong>de</strong> imersão <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> 1000xOs bacilos Gram-negativos com característica pleomórficas forami<strong>de</strong>ntificados presuntivamente como Haemophilus sp.


183.5.3 I<strong>de</strong>ntificação confirmatóriaProvas bioquímicas e reações sorológicas foram utilizadas na i<strong>de</strong>ntificaçãoconfirmatória (KONEMAN, 2001):1. Gênero Staphylococcus sp. contém duas espécies:a) Staphylococcus aureus— Capacida<strong>de</strong> hemolítica em meios <strong>de</strong> Agar-sangue— Testes bioquímicos da catalase e coagulase positivos.b) Staphylococcus epi<strong>de</strong>rmidis— Testes bioquímicos da catalase positivo e coagulase negativo.2. Gênero Streptococcus sp.:a) Foi utilizado o Streptex ® 2 , teste rápido <strong>de</strong> aglutinação em látex:— Partículas <strong>de</strong> látex poliestireno revestidas com anticorposi<strong>de</strong>ntificam antígenos grupo-específicos presentes na pare<strong>de</strong>celular do estreptococo por meio da ocorrência da aglutinação;— Possibilita agrupar os estreptococos patogênicos para o homem, osquais se filiam aos grupos A, B, C, F, G (beta-hemolíticos) e aogrupo D (geralmente alfa).b) Teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> à bacitracina e optoquina por difusão em disco:— Streptococcus pyogenes — sensível à bacitracina (Figura 8);


19— Streptococcus pneumoniae — sensível à optoquina.Figura 8: Teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> à bacitracina e optoquina evi<strong>de</strong>nciandosensibilida<strong>de</strong> à bacitracina característica do Streptococcus pyogenes2 Fabricado por: MUREX BIOTECH LIMITEDDistribuído por: ABBOTT LABORATÓRIOS DO BRASIL LTDA.Rua Michigan, 735Cida<strong>de</strong> Monções – São Paulo – SPCNPJ: 56.998.701/ 0001-16


203. Gênero Neisseria sp. contém duas espécies com potencial patogênico:a) Neisseria gonorrhoeae;b) Neisseria meningitidis;— Positivida<strong>de</strong> das provas bioquímicas da citocromo-oxidase e dacatalase;— Isolamento no meio seletivo <strong>de</strong> Thayer-Martin;— Utilização do Sli<strong>de</strong>x ® meningite-Kit 53— teste rápido <strong>de</strong>aglutinação em látex foi utilizado para <strong>de</strong>finição do sorogrupo.3.5.4 Teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> aos antimicrobianosO teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> por difusão em disco, <strong>de</strong>scrito por Kirby e Bauer,utiliza um papel <strong>de</strong> filtro impregnado com antibiótico que ao entrar em contato com asuperfície úmida do agar absorve a água e o antibiótico se difun<strong>de</strong> no meiocircundante. À medida que aumenta distância em relação ao disco, ocorre umaredução logarítmica da concentração do antibiótico. A sensibilida<strong>de</strong> bacteriana aoantimicrobiano é avaliada pelo diâmetro do halo em que a concentração doantibiótico é capaz <strong>de</strong> inibir o crescimento bacteriano fornecendo resultados emcategorias <strong>de</strong>finidas como sensível, intermediário e resistente, conforme documentoM2-A8 do National Committee for Clinical Laboratory Standards (NCCLS), quepadroniza a técnica <strong>de</strong> disco-difusão.Os microrganismos com crescimento puro ou predominante forami<strong>de</strong>ntificados e submetidos a teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> por difusão em disco aosseguintes antimicrobianos segundo a padronização especificada no documento


213SLIDEX ® MENINGITE-KIT 5Fornecedor: BIOMÉRIEUX ® BRASIL, S.A.Estrada do Mapuá, 491 – Jacarepaguá – Rio <strong>de</strong> Janeiro – CEP: 22710-261CNPJ: 33.040.635/0001-71Tabela 1: Padrão para interpretação <strong>de</strong> halos <strong>de</strong> inibiçãoAntimicrobianoAmpicilinaStaphylococcus spHaemophilus spStreptococcus spConcentraçãodo disco10µgPadrão interpretativo(zonas em mm)Resistente Sensível22>24Amoxacilina 25µg 26Amoxacilina+clavulanato 20/10µg 20AzitromicinaHaemophilus spDemais bactérias15µg -12>18Cefoxitina 30µg 18CeftriaxonaHaemophilus sp->2630µgStreptococcus sp->24Demais bactérias21CiprofloxacinaHaemophilus spDemais bactériasEritromicinaStaphylococcus spStreptococcus spOxacilinaStaphylococcusaureusStaphylococcus spcoagulase negativaS. pneumoniaePenicilinaStaphylococcusS. pneumoniae5µg -18>20>29>20


22Streptococcus sp - >24TetraciclinaHaemophilus spS.pneumoniaeStreptococcus spDemais bactérias30µg19Sulfametoxicilina 25µg - >15Observações• Para Haemophilus spp, a ampicilina prediz todo o grupo penicilínico (sensível>22 mm);• Para Streptococcus pneumoniae, oxacilina 1µg prediz todo o grupopenicilínico sensível >20 mm;• Para Staphylococcus spp oxacilina 1µg – sensível >13 mm;• Para Neisseria spp, oxacilina 1µg prediz todo o grupo penicilínico zona 28 mm.Tabela 2: Condições para o método <strong>de</strong> Kirby-Bauer – disco-difusãoMicrorganismo Meio <strong>de</strong> cultura Método <strong>de</strong>inoculaçãoStaphylococcus Agar Mueller- Suspensão diretaspp.Hintonda colônia (escala(Figura 9)0,5 <strong>de</strong> McFarland)Streptococcus Agar Mueller- Suspensão diretapneumoniae e Hinton acrescidooutrosStreptococcus spp.<strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> sangue<strong>de</strong> carneiro (Figura10)Haemophilus spp. Haemophilus testmedim (HTM)da colônia (escala0,5 <strong>de</strong> McFarland)Suspensão diretada colônia (Escada0,5 <strong>de</strong> McFarland)Tempo e condições<strong>de</strong> incubação16 a 18h (24h paraoxacilina) a 35°C20-24h a 35°C5% <strong>de</strong> CO 216-18h a 35°C5% <strong>de</strong> CO 2


23Neisseria spp. Agar Mueller-Hinton acrescido<strong>de</strong> 5% <strong>de</strong> sangue<strong>de</strong> carneiroSuspensão diretada colônia (escala0,5 <strong>de</strong> McFarland)20 a 24h a 35ºC5% <strong>de</strong> CO 2Fonte: Rossi, F., Andreazzi, D.B., Resistência Bacteriana – Interpretando oantibiograma, Atheneu, 2005, p.14Figura 9: Teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> por difusão em disco do Staphylococcus aureus emAgar Mueller-Hinton


24Figura 10: Teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> por difusão em disco do Streptococcus spp. AgarMueller-Hinton acrescido com 5% <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong> carneiro3.6 Análise dos dadosA análise estatística <strong>de</strong>scritiva foi realizada utilizando o programa Epi Infoversão 6.04d, fornecido gratuitamente por Centers for Disease Control & Prevention(CDC-USA).Avaliada a capacida<strong>de</strong> da punção aspirativa por agulha fina em i<strong>de</strong>ntificar osgermes presentes no centro tonsilar por meio <strong>de</strong> uma comparação com a biópsiaincisional a<strong>pós</strong> a tonsilectomia. A comparação entre os dois métodos <strong>de</strong> coleta foirealizada por meio da aplicação dos testes exato <strong>de</strong> Fischer e qui-quadrado doprograma STATISTIC versão 06.


253.7 Aspectos éticosOs procedimentos das coletas efetuados no estudo não ofereceram riscosadicionais aos inerentes ao ato cirúrgico da tonsilectomia a qual foi realizada porindicação que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da existência do estudo. A inocuida<strong>de</strong> dos procedimentos<strong>de</strong> coletas foi documentada por estudos prévios. Todos os pacientes somente foramincluídos nos estudos a<strong>pós</strong> ficarem cientes <strong>de</strong> sua participação na pesquisamediante a aplicação <strong>de</strong> termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecido (Anexo B).


264. RESULTADOSFoi realizado estudo microbiológico das tonsilas palatinas em 31 pacientessubmetidos à tonsilectomia, sendo 26 (83,9%) com hipertrofia tonsilar obstrutivaassociada a tonsilites <strong>de</strong> repetição, 4 (12,9%) com hipertrofia tonsilar obstrutiva e 1(3,2%) com tonsilite <strong>de</strong> repetição (Figura 11).Hipertrofia tonsilarobstrutiva+Tonsilite<strong>de</strong> repetição26(83,87%)Tonsilite <strong>de</strong> repetição1Hipertrofia tonsilar(3,23%)obstrutiva4(12,90%)Figura 11: Distribuição dos pacientes segundo o tipo da doença tonsilarA ida<strong>de</strong> média aproximada dos pacientes estudados foi <strong>de</strong> 8 anos com<strong>de</strong>svio padrão aproximado <strong>de</strong> 3, tendo o paciente mais jovem a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5 anos e omais velho 15 anos. A distribuição pelo sexo evi<strong>de</strong>nciou 11 (35,5%) pacientes dosexo masculino e 20 (64,5%) pacientes do sexo feminino.A história <strong>de</strong> uso freqüente <strong>de</strong> antibióticos foi positiva em 26 (84%) dospacientes. Somente 5 pacientes (16%) não tinham feito uso <strong>de</strong> antimicrobianos.


27Em todos 31 pacientes, a biópsia incisional e a punção aspirativa por agulhafina foram realizadas nas duas tonsilas palatinas totalizando 62 amostras paraestudo bacteriológico.A comparação dos germes i<strong>de</strong>ntificados nas tonsilas palatinas, esquerda edireita dos pacientes, possibilitou observar que, em todos os casos, uma mesmabactéria foi responsável pela doença nas duas tonsilas palatinas.Na <strong>de</strong>scrição da flora bacteriana observada, foram utilizados os germesi<strong>de</strong>ntificados por meio da punção aspirativa por agulha fina nos 31 pacientes, osquais se distribuíram da seguinte maneira, como mostra a figura 12:— Streptococcus pneumoniae: 12 pacientes (38,7%);— Staphylococcus aureus: 12 pacientes (38,7%);— Streptococcus pyogenes: 4 pacientes (12,9%);— Neisseria meningitidis: 2 pacientes (6,5%);— Haemophilus influenzae: 1 paciente (3,2%).Streptococcuspyogenes4(12,90%)Neisseriameningitidis2Haemophilusinfluenzae1(6,45%) (3,23%)Streptococcuspneumoniae12(38,71%)Staphylococcusaureus12(38,71%)N = 31Figura 12: Freqüência das bactérias i<strong>de</strong>ntificadas


28Ao se realizar uma avaliação global do perfil <strong>de</strong> resistência antimicrobianadas bactérias isoladas nos 31 pacientes estudados, 8 (26%) eram produtoras <strong>de</strong>beta-lactamase, nenhuma (0%) era resistente à ciprofloxacina, 14 (45%) eramresistentes à azitromicina e 4 (13%) eram resistentes à ceftriaxona.As bactérias i<strong>de</strong>ntificadas das espécies dos Streptococcus pneumoniae eStreptococcus pyogenes eram todas sensíveis aos antibióticos do grupo daspenicilinas (penicilina, amoxicilina, amoxicilina associada ao ácido clavulânico eceftriaxona) e à ciprofloxacina. Em relação à azitromicina, observou-se resistênciaem 12 (50%) dos Streptococcus pneumoniae e 1 (33%) dos Streptococcuspyogenes, conforme mostram as figuras 13 e 14.Oxacilina0,00100,00AntimicrobianosCiprofloxacinaPenicilinaAmoxicilinaAmoxicilina+clavulanatoAzitromicina0,000,000,000,0050,0050,00100,00100,00100,00100,00Ceftriaxone0,00100,00N = 120 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100PercentualSensívelResistenteFigura 13: Perfil <strong>de</strong> resistência do Streptococcus pneumoniae aos antibióticos


29Oxacilina0,00100,00AntimicrobianosCiprofloxacinaPenicilinaAmoxicilinaAmoxicilina+clavulanatoAzitromicina0,000,000,000,0025,0075,00100,00100,00100,00100,00Ceftriaxone0,00100,00N = 40 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100PercentualSensívelResistenteFigura 14: Perfil <strong>de</strong> resistência do Streptococcus pyogenes aos antibióticosDentre as 12 bactérias i<strong>de</strong>ntificadas da espécie do Staphylococcus aureus, 8(66,7%) eram resistentes à penicilina. Estas 8 bactérias correspon<strong>de</strong>ram a todas asbactérias produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase i<strong>de</strong>ntificadas neste estudo. Dentre as cepas<strong>de</strong> Staphylococcus aureus produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase, somente uma (12,5%) erasensível à amoxicilina associada ao ácido clavulânico. Todas eram sensíveis àoxacilina e à ciprofloxacina. Em relação à azitromicina e à ceftriaxona, observou-seresistência em 4 (33,3%) dos Staphylococcus aureus.AntimicrobianosOxacilinaCiprofloxacinaPenicilinaAmoxicilinaAmoxicilina+clavulanato0,000,0033,3341,6741,6766,6758,3358,33100,00100,00AzitromicinaCeftriaxone33,3333,3366,6766,67N = 120 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100PercentualSensívelResistenteFigura 15: Perfil <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> do Staphylococcus aureus aos antibióticos


30As duas bactérias i<strong>de</strong>ntificadas da espécie Neisseria meningitidis eramsensíveis à ciprofloxacina e aos antibióticos do grupo das penicilinas. Para estemicrorganismo, a azitromicina não foi testada.Uma bactéria i<strong>de</strong>ntificada da espécie do Haemophilus influenzae erasensível à ciprofloxacina e aos antibióticos do grupo das penicilinas. Em relação àazitromicina, observou-se que essa bactéria era resistente.A avaliação da capacida<strong>de</strong> da punção aspirativa por agulha fina emi<strong>de</strong>ntificar os germes presentes no centro tonsilar foi realizada por meio dacomparação com os resultados obtidos das biópsias incisionais. Em 6 pacientes,não houve crescimento bacteriano a partir do material obtido por meio da biópsiaincisional. Em 25 pacientes houve crescimento bacteriano a partir dos materiaisobtidos por meio dos dois métodos <strong>de</strong> coleta totalizando 50 tonsilas palatinasestudadas.Para uma comparação inicial dos dois métodos <strong>de</strong> coleta na i<strong>de</strong>ntificaçãodos germes presentes no centro tonsilar, foram utilizados todos os pacientes,incluindo os pacientes em que não houve crescimento bacteriano do material dabiópsia incisional. Nessa comparação, o teste exato <strong>de</strong> Fischer foi significativo(p=0,0001), <strong>de</strong>monstrando que a i<strong>de</strong>ntificação dos germes <strong>de</strong>pendia do métodoutilizado caracterizando a existência <strong>de</strong> diferença entre os dois métodos.Numa segunda comparação dos dois métodos <strong>de</strong> coleta na i<strong>de</strong>ntificação dosgermes presentes no centro tonsilar, foram excluídos os 6 pacientes em que nãohouve crescimento bacteriano a partir do material obtido por meio da biópsiaincisional. Nessa comparação, o teste qui-quadrado não foi significativo (p=0,473)


31<strong>de</strong>monstrando que os dois métodos i<strong>de</strong>ntificavam da mesma forma os germespresentes no core tonsilar.5. DISCUSSÃODiversos estudos, como os <strong>de</strong> Brodsky, Moore e Stanievich (1988),Kielmovitch at al. (1989) e Brodsky e Koch (1993), acreditam que a flora bacterianaque coloniza as tonsilas palatinas esteja intimamente relacionada com os quadros<strong>de</strong> infecções <strong>de</strong> repetição, falhas no tratamento e até mesmo com o seucrescimento exagerado. O conhecimento da flora bacteriana que coloniza astonsilas palatinas tem se tornado cada vez mais importante <strong>de</strong>vido à suaparticipação na patogênese da tonsilite <strong>de</strong> repetição e na hipertrofia tonsilarobstrutiva crônica.Segundo Brandão et al. (1996), enten<strong>de</strong>-se por flora normal uma populaçãomicrobiana que habita superfícies internas e externas <strong>de</strong> indivíduosconvencionalmente saudáveis, estando composta por bactérias, fungos eprotozoários. As superfícies são colonizadas por mecanismos relacionados àa<strong>de</strong>rência dos microrganismos e que permitem a sua sobrevivência, estabelecendose<strong>de</strong>licado balanço entre o hospe<strong>de</strong>iro e a flora. Brandão et al. (1996) aindaafirmam que são atribuídas à flora normal a função <strong>de</strong> limitar o crescimento <strong>de</strong>microrganismos patogênicos, possivelmente controlar o crescimento <strong>de</strong> fungos evírus, <strong>de</strong>gradar toxinas bacterianas e estimular o sistema imune do hospe<strong>de</strong>iro.


32Brook e Foote (1990) e Gaffney et al. (1993) <strong>de</strong>screveram que a microbiotanormal da faringe é composta por uma ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> microrganismos sendorepresentada principalmente por Haemophilus sp., Streptococcus sp.,Staphylococcus sp., Neisseria sp. e Bacteroi<strong>de</strong>s sp.Stjernquist-Desatnik, Prellner e Schallen (1991), comparando a microbiologia<strong>de</strong> tonsilas com história <strong>de</strong> tonsilite <strong>de</strong> repetição ou hipertrofia tonsilar obstrutivacrônica com a <strong>de</strong> tonsilas normais, observaram um menor número <strong>de</strong> patógenos dotrato respiratório nas biópsias dos centros das tonsilas normais. Os resultados <strong>de</strong>sseestudo sugerem que tanto o estreptococo beta-hemolítico do grupo A quanto oHaemophilus influenzae não fazem parte da flora do core <strong>de</strong> tonsilas normais emadultos.O equilíbrio microecológico, o qual se estabelece nas interações entre ohospe<strong>de</strong>iro e a flora e entre os próprios componentes da flora bacteriana, estásujeito a influências exógenas multifatoriais, como, por exemplo, o uso <strong>de</strong> agentesantimicrobianos capazes <strong>de</strong> causar mudanças radicais e rápidas na flora normalcomo observado nos estudos <strong>de</strong> Brodsky e Koch (1993) e Machowian (1982).Scheifele e Fussel (1981) documentaram que a administração recorrente dapenicilina ocasiona uma alteração na flora microbiana oral, com a seleção <strong>de</strong> cepasprodutoras <strong>de</strong> beta-lactamase. Neste estudo, 26 (84%) dos pacientes apresentamhistória positiva <strong>de</strong> tonsilite <strong>de</strong> repetição e uso freqüente <strong>de</strong> antibióticos sugerindo apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observarmos em nossos resultados uma freqüência elevada <strong>de</strong>


33bactérias produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase.O aumento da freqüência <strong>de</strong> insucessos da antibioticoterapia observado naprática clínica diária foi documentado por estudos realizados por Brook e Yocum(1984) que observaram um aumento da incidência <strong>de</strong> tonsilites não responsivas àterapia antimicrobiana rotineira. Brook (1984) relatou uma freqüência <strong>de</strong> recorrênciaentre 20 a 40% nas tonsilites estreptocócicas a<strong>pós</strong> os tratamentos convencionaiscom penicilina apesar da pouca mudança no padrão <strong>de</strong> resistência dosestreptococos.Brook (1984) atribui este fenômeno a mudanças do tipo e sensibilida<strong>de</strong> dosorganismos presentes no core tonsilar. Os trabalhos <strong>de</strong> Dedio et al. (1988) e Brook(1984), por meio da cultura do core tonsilar a<strong>pós</strong> tonsilectomia, evi<strong>de</strong>nciaram umapredominância <strong>de</strong> Haemophilus influenzae e Staphylococcus aureus, muitos dosquais produtores <strong>de</strong> beta-lactamase. Os organismos produtores <strong>de</strong> beta-lactamasereduzem a eficácia da penicilina pela sua inativação enzimática possibilitando apersistência da infecção. A tentativa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar essas bactérias por meio do suabesuperficial das tonsilas palatinas tem sido <strong>de</strong>sencorajada por diversos autores, comoRosen, Samuel e Vered (1977) e Brook e Yokum (1984), que documentaram aincapacida<strong>de</strong> do suabe em prever os patógenos presentes na profundida<strong>de</strong> datonsila.Evidências clínicas suportando a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bactérias produtoras <strong>de</strong> betalactamaseem proteger o estreptococos beta-hemolítico do grupo A foramprimeiramente obtidas por Knudsin e Miller (1964) em estudo que se limitou àpesquisa <strong>de</strong> Staphylococcus aureus produtores <strong>de</strong> beta-lactamase na superfície da


34tonsila. Esse estudo <strong>de</strong>monstrou uma freqüência significantemente mais elevada <strong>de</strong>Staphylococcus aureus produtor <strong>de</strong> beta-lactamase entre os pacientes q<strong>uea</strong>presentaram falha ao tratamento com penicilina do que entre aqueles em que otratamento apresentou sucesso.Brook e Gober (1984) documentaram que bactérias produtoras <strong>de</strong> betalactamasepo<strong>de</strong>m emergir rapidamente na orofaringe a<strong>pós</strong> tratamento compenicilina, tendo sido isoladas <strong>de</strong> três (14%) das 21 crianças antes do tratamentocom penicilina e 10 (48%) das 21 crianças a<strong>pós</strong> 7 dias <strong>de</strong> tratamento com penicilina.Em concordância com outros estudos da microbiologia do core tonsilar,foram i<strong>de</strong>ntificadas bactérias das espécies Streptococcus pneumoniae,Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus, Neisseria meningitidis eHaemophilus influenzae. Em 8 (26%) pacientes foram isoladas bactérias produtoras<strong>de</strong> beta-lactamase. Gaffney et al. (1993) observaram que 40,2% das tonsilaspalatinas continham uma ou mais bactérias produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase, incluindoHaemophylus sp, Staphylococcus aureus e Moraxella catarrhalis como resultado <strong>de</strong>seleção bacteriana induzida pela administração <strong>de</strong> antibióticos. Timon et al. (1990)i<strong>de</strong>ntificaram em 60% dos pacientes bactérias produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase. Assim,apesar da freqüência elevada (84%) <strong>de</strong> pacientes com história <strong>de</strong> tonsilites <strong>de</strong>repetição e uso freqüente <strong>de</strong> antibióticos, a freqüência <strong>de</strong> 26% <strong>de</strong> bactériasprodutoras <strong>de</strong> beta-lactamase mostrou-se relativamente baixa.Brook, Yocum e Foote (1995) e Timon et al. (1990) <strong>de</strong>monstraram que nosúltimos anos tem-se observado uma mudança no padrão microbiano da flora


35a<strong>de</strong>notonsilar, com aumento <strong>de</strong> bactérias produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase, queinativam os antibióticos do grupo das penicilinas.Estudos têm <strong>de</strong>monstrado uma diminuição na incidência <strong>de</strong> estreptococosbeta-hemolítico e aumento <strong>de</strong> Staphylococcus aureus, nas a<strong>de</strong>noamigdalites.Pignatari et al. (1987) afirma que, embora nos Estados Unidos da América oStaphylococcus aureus geralmente não seja consi<strong>de</strong>rado um germe colonizantefreqüente das vias aéreas, a população brasileira é particularmente susceptível,albergando este germe com maior freqüência. Em concordância com a afirmação <strong>de</strong>Pignatari et al. (1987), o Staphylococcus aureus esteve entre as bactérias maisfreqüentemente isoladas, tendo sido i<strong>de</strong>ntificada em 12 (38,7%) pacientes. Noestudo <strong>de</strong> Bastos et al (2000) sobre a microbiologia do centro tonsilar em 67crianças no Hospital Clementino Fraga Filho na cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, oStaphylococcus aureus também foi a bactéria isolada com maior freqüência tendosido i<strong>de</strong>ntificada em 38,8% dos pacientes sendo todas produtoras <strong>de</strong> betalactamase.Neste estudo, <strong>de</strong>ntre os 12 pacientes em que foi i<strong>de</strong>ntificado oStaphylococcus aureus, 8 (66,7%) eram espécies produtoras <strong>de</strong> beta-lactamasesendo elas as únicas bactérias produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase isoladas.Estudos como os <strong>de</strong> Rosen, Samuel e Vered (1977), Brook, Yocum e Shah(1980), Brodsky, Moore e Stanievich (1988), DeDio et al. (1988) e Kielmovitch et al.(1989) evi<strong>de</strong>nciaram taxas elevadas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação no centro tonsilar doHaemophilus influenzae e do estreptococos beta-hemolítico do grupo A tanto natonsilite <strong>de</strong> repetição quanto na hipertrofia tonsilar obstrutiva, quando comparado às


36tonsilas normais. Stjernquist-Desatnik, Prellner e Schalen (1990) observaram umamaior freqüência <strong>de</strong> isolamento <strong>de</strong>sses agentes na cultura <strong>de</strong> tecido tonsilar do queno suabe da superfície faríngea.Timon et al. (1990), ao avaliarem as alterações na bacteriologia tonsilar nastonsilites <strong>de</strong> repetição no período <strong>de</strong> 1980 a 1989, observaram que a freqüência <strong>de</strong>isolamento do Haemophilus influenzae subiu <strong>de</strong> 39% para 62%, dos quais osprodutores <strong>de</strong> beta-lactamase compreendiam somente 2% em 1980 subindo para44% em 1989. Timon et al. (1990) também observaram a predominância <strong>de</strong>espécies do Haemophilus influenzae no centro tonsilar. Nos dois grupos estudados,com uma década <strong>de</strong> diferença, o Haemophilus influenzae permaneceu sendo opatógeno mais freqüentemente isolado do centro tonsilar.Conforme outros estudos nacionais <strong>de</strong> Bastos et al. (2000) e Endo et al.(1995), que apresentaram baixa freqüência <strong>de</strong> isolamento do Haemophilusinfluenzae quando comparado aos estudos internacionais, observou-se que oHaemophilus influenzae compreen<strong>de</strong>u somente 3,2% (01 paciente) das bactériasisoladas. Bastos et al. (2000) não i<strong>de</strong>ntificaram em sua casuística nenhum caso eEndo et al. (1995) isolaram o Haemophilus influenzae em 26,3% <strong>de</strong> seus pacientes.Timon et al. (1990) ainda relataram que a freqüência <strong>de</strong> isolamento doStaphylococcus aureus subiu <strong>de</strong> 6 para 40%, sendo todos produtores <strong>de</strong> betalactamase.Desta forma, o Staphylococcus aureus tornou-se mais proeminente nosegundo período e o estreptococo beta-hemolítico tornou-se menos comum. Alémdisso, foi observado um aumento significativo do número <strong>de</strong> microrganismos


37produtores <strong>de</strong> beta-lactamase, <strong>de</strong> 9% <strong>de</strong>ntre os pacientes do grupo <strong>de</strong> 1980 para60% no grupo <strong>de</strong> 1989. Esses autores relacionaram estas alterações com asmudanças <strong>de</strong> hábitos na prescrição <strong>de</strong> antibióticos.Conforme observado por Endo et al. (1995), durante décadas oStreptococcus pyogenes foi consi<strong>de</strong>rado o maior responsável pelas tonsilites agudase <strong>de</strong> repetição. Entretanto, como Timon et al. (1990) e Uppal e Bais (1989) tambémobservaram alterações temporais no perfil etiológico da tonsilite <strong>de</strong> repetição, com aprogressiva redução da incidência do Streptococcus pyogenes ao longo dos anos,<strong>de</strong> 91% em 1929 para 39% em 1985, enquanto a incidência do Staphylococcusaureus vem apresentando aumento gradual.Este estudo observou uma freqüência <strong>de</strong> 52% (16 pacientes) <strong>de</strong> isolamentodo Streptococcus sp., sendo todos sensíveis à penicilina. Em conformida<strong>de</strong> com osestudos <strong>de</strong> Brodsky, Moore e Stanievich (1988) e Gaffney e Cafferkey (1998),verificou-se uma porcentagem elevada do Streptococcus pneumoniae, o qual foiobservado em 12 (38,7%) pacientes, enquanto o Streptococcus pyogenes foiobservado em 4 (12,9%) pacientes. Brodsky, Moore e Stanievich (1988), aoestudarem 54 crianças, i<strong>de</strong>ntificaram o Streptococcus pneumoniae em 10 (21%)pacientes e o Streptococcus pyogenes em 10 (21%) pacientes. Gaffney e Cafferkey(1998), ao estudarem o centro tonsilar em 119 crianças, i<strong>de</strong>ntificaram oStreptococcus pneumoniae em 9 (7,6%) pacientes e o Streptococcus pyogenes em24 (20,2%). Estudos como os <strong>de</strong> Endo et al. (1995) e Uppal e Bais (1989)i<strong>de</strong>ntificaram somente cepas <strong>de</strong> Streptococcus pyogenes.


38Poucos estudos, como os <strong>de</strong> Brook, Yocum e Shah (1980), Mitchelmore etal. (1994), Brook (1987) e Brodsky, Moore e Stanievich (1988), i<strong>de</strong>ntificaram aNeisseria meningitidis entre as bactérias causadoras da doença tonsilar. SegundoBrooK (1987), a Neisseria meningitidis po<strong>de</strong> causar tonsilite sintomática ouassintomática e estas po<strong>de</strong>m ser o pródromo para ocasionar doenças invasivascomo a septicemia ou a meningite. Conforme Brodsky, Moore e Stanievich (1988),que a i<strong>de</strong>ntificaram numa freqüência baixa (3,7%), neste estudo, a Neisseriameningitidis pô<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificada em 2 (6,4%) pacientes.O estudo <strong>de</strong> Uppal e Bais (1989) ressaltou a ineficácia dos antibióticosconvencionalmente utilizados nos tratamentos das tonsilites <strong>de</strong> repetição.Consi<strong>de</strong>raram que o aumento gradual da incidência do Staphylococcus aureus comocausa das tonsilites provavelmente fosse <strong>de</strong>vido a um aumento rápido da resistência<strong>de</strong>ste microrganismo aos antibióticos convencionais. Uppal e Bais (1989)observaram que a cultura do suabe do core tonsilar realizado a<strong>pós</strong> a tonsilectomiai<strong>de</strong>ntificou a presença do Staphylococcus aureus em 51% dos pacientes.Brook, Yocum e Foote (1995) também observaram que tanto a freqüência <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> bactérias produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase quanto o seu número portonsila aumentaram durante o estudo. Bactérias produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase foram<strong>de</strong>tectadas em 37 tonsilas (74%) durante o primeiro período, 46 tonsilas (92%) nosegundo período e 47 tonsilas (94%) no terceiro período. Todos os Staphylococcusaureus isolados durante os três períodos produziam beta-lactamase. Um aumento


39similar foi notado com Haemophilus influenzae tipo b – <strong>de</strong> 17% no primeiro para 55%no segundo período e 50% no terceiro período.De acordo com os estudos <strong>de</strong> Brook, Yocum e Foote (1995), Uppal e Bais(1989) e Timon et al. (1990), surgiu o conceito <strong>de</strong> bactérias emergentes, aquelasgeralmente patogênicas em outros sítios, não consi<strong>de</strong>radas colonizadoras dafaringe, agora patogênicas nas infecções bacterianas recorrentes do tratorespiratório alto. Brook, Yocum e Foote (1995) consi<strong>de</strong>ram que a confirmação daexistência <strong>de</strong> alterações ao longo do tempo da flora microbiana no centro dastonsilas com infecções <strong>de</strong> repetição indica a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong>ssaflora na comunida<strong>de</strong>. Embora a porcentagem das tonsilas que abrigam bactériasprodutoras <strong>de</strong> beta-lactamase seja crescente em todas as localizações, os tipos <strong>de</strong>bactérias envolvidas po<strong>de</strong>m variar.Tradicionalmente o suabe da superfície das tonsilas palatinas tem sido o único método <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> material damicroflora das tonsilas. Muitos autores, como Timon et al. (1990), Brook, Yokum e Shah (1980), Surow et al. (1989) e Uppale Bais (1989), relataram as limitações <strong>de</strong>ste método para <strong>de</strong>tectar as bactérias localizadas na profundida<strong>de</strong> das tonsilas.Rosen, Samuel e Vered (1977) observaram uma discrepância em torno <strong>de</strong> 30 a 40% dos casos.Desta forma, segundo Rosen, Samuel e Vered (1977) e Brook, Yokum eShah (1980), os microrganismos i<strong>de</strong>ntificados no centro tonsilar diferem dosi<strong>de</strong>ntificados na superfície tonsilar e po<strong>de</strong>m representar melhor os verda<strong>de</strong>irospatógenos, em contraste com as espécies colonizadoras. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> certosmicrorganismos confinados ao centro tonsilar permanecerem sem tratamento po<strong>de</strong>ser a causa da perpetuação ou da recorrência da doença. Assim, análises como as<strong>de</strong> Kielmovitch, Keleti e Bluestone (1989) e Uppal e Bais (1989) tiveram apreocupação <strong>de</strong> estudar a microbiologia da profundida<strong>de</strong> da tonsila.


40Inicialmente, estudos como os <strong>de</strong> Kielmovitch, Keleti e Bluestone (1989),Uppal e Bais (1989) coletavam material do centro tonsilar somente a<strong>pós</strong> a suaressecção cirúrgica. Kielmovitch, Keleti e Bluestone (1989) não observaramnenhuma diferença qualitativa entre a flora presente na superfície e no centrotonsilar na hipertrofia tonsilar obstrutiva e na tonsilite <strong>de</strong> repetição. Embora aconcentração, principalmente das bactérias aeróbias produtoras <strong>de</strong> beta-lactamase,ten<strong>de</strong>sse a ser mais elevada no grupo <strong>de</strong> pacientes com tonsilites <strong>de</strong> repetição doque no grupo com hipertrofia tonsilar obstrutiva, essa diferença entre os dois gruposnão alcançou significância estatística. O Staphylococcus aureus apresentou a maiorfreqüência <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> beta-lactamase <strong>de</strong>ntre os organismos aeróbios nos doisgrupos estudados, enquanto o Haemophilus influenzae foi a bactéria aeróbiaprodutora <strong>de</strong> beta-lactamase mais prevalente nos dois grupos.Recentemente a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) tem sidoempregada como método <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> material do centro tonsilar <strong>de</strong>vido à suavantagem em reduzir a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminação por germes da superfícietonsilar como afirmado por Gaffney e Cafferkey (1998). Seguindo esta tendênciaatual também foi avaliada a capacida<strong>de</strong> da PAAF em i<strong>de</strong>ntificar os microrganismospresentes no centro tonsilar como forma <strong>de</strong> familiarização com o método.Em concordância com Timon, Cafferkey e Walsh (1991), que foram osprimeiros a avaliar a confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste teste em pacientes sob anestesia geral,observou-se neste estudo uma correlação <strong>de</strong> 100% entre a PAAF e a cultura <strong>de</strong>material obtido a<strong>pós</strong> a ressecção cirúrgica na i<strong>de</strong>ntificação dos germes presentes no


41centro tonsilar. Esta freqüência <strong>de</strong> concordância entre a PAAF e a biópsia incisionalna i<strong>de</strong>ntificação dos germes presentes no centro tonsilar foi obtida num grupo <strong>de</strong>pacientes em que foram excluídos os pacientes em que não houve crescimentobacteriano do material obtido a partir da biópsia incisional. A aplicação do teste quiquadrado<strong>de</strong>monstrou que, nesse grupo, os dois métodos i<strong>de</strong>ntificavam da mesmaforma os germes presentes no centro tonsilar.As culturas negativas observadas nos materiais obtidos por meio dasbiópsias incisionais foram consi<strong>de</strong>radas falsos negativos, <strong>de</strong>vido a inferiorida<strong>de</strong> domeio <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong>stas (solução salina). Nenhum falso negativo foi observado nomaterial obtido por meio da punção aspirativa por agulha fina, pois este eraimediatamente injetado no interior do frasco <strong>de</strong> hemocultura a<strong>pós</strong> a realização doprocedimento <strong>de</strong> coleta.A PAAF não se popularizou <strong>de</strong>vido a controvérsias existentes sobre a suatolerabilida<strong>de</strong> em pacientes acordados. Entretanto, Gaffney e Cafferkey (1998) eKurien et al. (2003) estudaram a acurácia do método nas condições menosfavoráveis da anestesia local. Gaffeny e Cafferkey (1998) observaram que a PAAF éum método acurado <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> material do centro da tonsila palatina em pacientescom tonsilite aguda <strong>de</strong> repetição. O perfil <strong>de</strong> bactérias isoladas a partir da PAAF e dosuabe do centro da tonsila em todos os pacientes submetidos à tonsilectomia nesteestudo foi idêntico em 53% e com uma relação próxima em 85% dos casos.Kurien et al. (2003), avaliaram a confiabilida<strong>de</strong> da cultura do espécime obtido por meio da PAAF comparandocom a do suabe do centro tonsilar (o padrãoouro). A sensibilida<strong>de</strong> e o valor preditivo positivo para estes procedimentos sob anestesia geral e local foram calculados.No primeiro grupo aon<strong>de</strong> a PAAF foi realizada sob anestesia geral, a sensibilida<strong>de</strong> foi <strong>de</strong> 100% e o valor preditivo positivo


42<strong>de</strong> 92%. No segundo grupo, aon<strong>de</strong> a PAAF foi realizada sob anestesia local, a sensibilida<strong>de</strong> da cultura foi <strong>de</strong> 93% e o valorpreditivo positivo foi <strong>de</strong> 82%. Desta forma, foram observados excelentes índices <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> e valor preditivo positivotanto sob anestesia geral quanto sob anestesia local. Além disso, o procedimento foi bem tolerado sob anestesia local emcrianças mais velhas e nos adultos.Por meio da PAAF, Gaffney e Cafferkey (1998) observaram que, embora oHaemophilus influenzae seja reconhecido como flora normal da faringe, em nenhumdos aspirados <strong>de</strong> tonsilas normais houve o crescimento do mesmo em contraste coma elevada prevalência <strong>de</strong>le nas tonsilas palatinas dos pacientes com tonsilite <strong>de</strong>repetição. A comparação dos aspirados das tonsilas normais e das doentes sugereque as tonsilas não são um reservatório do Haemophilus influenzae no indivíduonormal, mas a colonização das tonsilas pelo mesmo encontra-se intimamenterelacionada à ocorrência da tonsilite <strong>de</strong> repetição. Nos pacientes com tonsilite <strong>de</strong>repetição em que o Haemophilus influenzae foi isolado pela PAAF, o suabe dasuperfície falhou em isolar a mesma bactéria em um número significativo <strong>de</strong>pacientes.Gaffney e Cafferkey (1998) recomendaram a realização da PAAF nospacientes com tonsilite <strong>de</strong> repetição como forma <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o microrganismocausador e <strong>de</strong> direcionar a antibioticoterapia evitando a utilização <strong>de</strong> antibióticos <strong>de</strong>forma repetida e sem orientação diagnóstica.


43CONCLUSÃONeste estudo, observou-se que as espécies bacterianas presentes nastonsilas palatinas dos pacientes submetidos à tonsilectomia, no período <strong>de</strong> fevereiroa junho <strong>de</strong> 2005, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manaus, foram Streptococcus pneumoniae,Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus, Neisseria meningitidis eHaemophilus influenzae.A punção aspirativa por agulha fina é um método eficaz na i<strong>de</strong>ntificação dosgermes presentes no centro tonsilar tendo apresentado uma correlação <strong>de</strong> 100%com a biópsia incisional quando excluídos os falsos negativos <strong>de</strong>sta última.Somente 26% das bactérias i<strong>de</strong>ntificadas neste estudo eram produtoras <strong>de</strong>beta-lactamase. Esta porcentagem, quando comparada a outros estudos nacionaise internacionais, mostrou-se relativamente baixa. Neste estudo, foi observada umaelevada freqüência <strong>de</strong> Staphylococcus aureus (38,7%), dos quais 66,7% eramprodutores <strong>de</strong> beta-lactamase. Esta porcentagem é bastante menor quandocomparada às relatadas por outros estudos nos quais se aproxima <strong>de</strong> 100%.Embora as literaturas nacional e internacional <strong>de</strong>monstrem o aumento nafreqüência do Haemophilus influenzae e redução na freqüência do Streptococcussp., neste estudo, ocorreu o contrário.


44REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBASTOS, A.G.D.; PEREIRA, C.F.A.; RODRIGUES, F.A.; SARMENTO, K.;MARQUES, M.P.C.; TOMITA, S. Microbiologia do Centro Germinativo <strong>de</strong> tonsilaspalatinas. In: XXXV Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Otorrinolaringologia, 2000, Natal-RN,Anais, p.80.BRANDÃO, K.G.; PEREIRA, R.C.C.M.; BORDASCH, A.; PIGNATARI, S.S.N.Bacteriologia da a<strong>de</strong>nói<strong>de</strong> hipertrófica e normal em crianças. Rev Paul Pediatria,v.14, n.01, p37-42, mar.1996.BRODSKY, L.; MOORE, L; STANIEVICH, J.. The role of Haemophilus influenzae inthe pathogenesis of tonsils hipertrophy in children. Laryngoscope, v. 98, p. 1.055-1.060, out.1988.BRODSKY, L.; KOCH, R.J. Bacteriology and immunology of formal and diseaseda<strong>de</strong>noids in children. Arch Otolaryngo head Neck Surg, v.119, p. 821-829, ago.1993.BRODSKY, L. Mo<strong>de</strong>rn assessment of tonsils and a<strong>de</strong>noids. The Pediatric Clinics ofNorth America, v. 36, p. 1551-1569, 1989.BROOK, I; YOCUM, P.; SHAH, K. Surface vs core-tonsillar aerobic and anaerobicflora in recurrent tonsillitis. JAMA, v. 244, n. 15, p. 1.696-1.698, out.1980.BROOK, I. The role of β-lacatmase-producing bacteria in the persistence ofstreptococcal tonsillar infection. Rev Inf Disease, v. 6, n. 5, p. 601-607, set-out1984.BROOK, I. The clinical microbiology of Wal<strong>de</strong>yer’s ring. Otolaryngologic Clinics ofNorth America, v. 20, n. 2, may.1987.BROOK, I.; FOOTE, P.A. Microbiology of “normal” tonsil. Ann Otol Rhinol Laryngol, v.99, p. 980-983, 1990.BROOK, I.; GOBER, A.E. Emergence of beta-lactamase-producing aerobic andanaerobic bacteria in the oropharynx of children following penicillin chemotherapy.Clin Pediatr, v. 23, p. 338-341, 1984.BROOK, I.; YOCUM, P. Bacteriology of chronic tonsillitis in young adults. ArchOtolaryngol; v. 110: p. 803-805, <strong>de</strong>z.1984.


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48ANEXOSANEXO A : Termo <strong>de</strong> consentimento livre e esclarecidoInvestigador: Dr. <strong>Alex</strong> <strong>de</strong> <strong>Santana</strong> <strong>Vidaurre</strong>Instituição: Fundação <strong>de</strong> Medicina Tropical do Amazonas / Mestrado em DoençasInfecciosas e TropicaisTelefone: 238-1711 Ramal:251Título: MICROBIOLOGIA DO CENTRO DAS TONSILAS PALATINAS:COMPARAÇÃO ENTRE A PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA E ABIÓPSIANome do Paciente:_____________________________________________Nº do Protocolo: __________________________________________Patrocinador: Fundação <strong>de</strong> Medicina Tropical do AmazonasDescrição e objetivo do estudoA finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta pesquisa é avaliar quais são as bactérias presentes nasamídalas dos pacientes que precisam ser operados <strong>de</strong>vido a amidalites <strong>de</strong> repetiçãoou pelo aumento acentuado do seu volume ocasionando obstrução respiratória.Durante a realização da cirurgia será coletado material através da realização<strong>de</strong> punção aspirativa com agulha fina e, a<strong>pós</strong> o término da cirurgia, a amígdala serádividida na meta<strong>de</strong> e realizada uma biópsia do seu centro. Nenhum <strong>de</strong>stes métodosoferece riscos adicionais aos do procedimento cirúrgico previamente indicado. Osmateriais obtidos serão submetidos a exames <strong>de</strong> cultura para i<strong>de</strong>ntificação dasbactérias e avaliação da resistência <strong>de</strong>stas aos antibióticos.Diversos estudos mostraram a diferença existente entre as bactériaslocalizadas na superfície e no centro das amígdalas. As bactérias causadoras dasdoenças amigdalianas encontram-se no centro, não sendo observadas na suasuperfície.


49O estudo da capacida<strong>de</strong> da punção aspirativa em i<strong>de</strong>ntificar as bactériaspresentes no centro da amígdala é importante, pois este se tornará um método <strong>de</strong>coleta mais a<strong>de</strong>quado que o suabe <strong>de</strong> sua superfície. A i<strong>de</strong>ntificação das bactériascausadoras das doenças amigdalianas possibilitará o estudo do perfil <strong>de</strong> resistênciaa antimicrobianos na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manaus, sendo esta informação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor,visto que a resistência bacteriana aos antimicrobianos encontra-se em níveisdiferentes <strong>de</strong> acordo com a região estudada.Eu recebi a explicação <strong>de</strong> que eu/meufilho serei (será) incluído no estudo damicrobiologia das tonsilas palatinas. Minhaparticipação (<strong>de</strong> meu filho) éabsolutamente voluntária.Riscos associados ao estudoOs estudos que avaliaram a punção aspirativa por agulha fina das amígdalasmostraram que a mesma não apresenta riscos adicionais ao procedimento daamigdalectomia previamente indicado. O procedimento da biópsia do centro daamígdala será realizado somente a<strong>pós</strong> a sua remoção cirúrgica não oferecendoriscos ao paciente.BenefíciosParticipando neste estudo, nem eu ou meu filho obteremos qualquer benefícioadicional, mas estaremos contribuindo para o conhecimento da microbiologia dastonsilas palatinas e do perfil <strong>de</strong> resistência antimicrobiana na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manaus.Confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> e avaliação dos registrosMinha participação (<strong>de</strong> meu filho) neste estudo será confi<strong>de</strong>ncial e os registros ouresultados dos procedimentos <strong>de</strong> coleta relacionados ao estudo serão mostrados


50apenas a representantes da Fundação <strong>de</strong> Medicina Tropical do Amazonas, bemcomo a autorida<strong>de</strong>s normativas nacionais ou internacionais, com o objetivo <strong>de</strong>garantir informações <strong>de</strong> pesquisas clínicas ou para fins normativos. Minha i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>(<strong>de</strong> meu filho) permanecerá sempre em confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>.Direito à retirada do estudoEu tenho o direito <strong>de</strong> fazer qualquer pergunta referente aos riscos potenciais ouconhecidos para mim/meu filho durante minha (<strong>de</strong>le/<strong>de</strong>la) participação neste estudo.Eu serei notificado com referência a qualquer nova informação relacionada com oestudo, eu serei capaz <strong>de</strong> contatar Dr. _________________________, cujo número<strong>de</strong> telefone é ________________________________.Eu tenho o direito <strong>de</strong> retirar minha participação/<strong>de</strong> meu filho neste estudo a qualquermomento.Participação voluntáriaA minha participação/<strong>de</strong> meu filho neste estudo é voluntária. Se eu (ele/ela) recusara participação neste estudo, não haverá qualquer tipo <strong>de</strong> retaliação ou perda <strong>de</strong>benefícios a que eu/meu filho tenha direito.Eu tenho direito <strong>de</strong> manter uma cópia assinada <strong>de</strong>ste documento.Consentimento Pós-InformaçãoE, por estar <strong>de</strong>vidamente informado e esclarecido sobre o conteúdo <strong>de</strong>ste termo,livremente, expresso meu consentimento para minha inclusão, como sujeito, nestapesquisa.


51__________________________________________________________Paciente ou Representante Legal______________________________________________________________Pesquisador ResponsávelManaus, __ / __ / __(p/ analfabeto)Impressão dactiloscópica


52Anexo B: Questionário clínicoI<strong>de</strong>ntificação1 – Nome: ______________________________________________________2 – Data <strong>de</strong> nascimento: ___ / ___ / _____3 – Nome do pai (< 18 anos): ______________________________________4 – Nome da mãe (< 18 anos): _____________________________________5 – Telefone: _______________________________________6 – En<strong>de</strong>reço: ______________________________________________________7 – Hospital <strong>de</strong> origem: _______________________________________________História da doença6 – História <strong>de</strong> amígdalite <strong>de</strong> repetição: ( ) Sim ( ) Não7 – Uso freqüente <strong>de</strong> antibióticos: ( ) Sim ( ) Não8 – Respiração bucal <strong>de</strong> suplência: ( ) Sim ( ) Não9 – Episódios <strong>de</strong> apnéia: ( ) Sim ( ) Não10 – Utilizou antibiótico nas últimas 5 semanas: ( ) Sim ( ) NãoExame físico11 – Hipertrofia <strong>de</strong> tonsilas palatinas: ( ) Grau I ( ) Grau II( ) Grau III ( ) Grau IV12 – Palato ogival: ( ) Sim ( ) Não13 – Alterações <strong>de</strong> arcada <strong>de</strong>ntária: ( ) Sim ( ) Não

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