já abriu dois editais de projetos temáticos,coloca também sob uma perspectivainterdisciplinar esse desafio. Um dosprojetos, dentro do qual esse trabalho seinsere, tem como objetivo pensar asdimensões humanas das mudançasclimáticas a partir dos dilemas ambientaisurbanos e suas dimensões políticas, sociaise ecológicas. Um dos objetivos docomponente de urbanização e dinâmicademográfica constitui na elaboração econsolidação de indicadoresmultidimensionais que permitam integrar asdiversas escalas de análise e construirformas de articulação destes dados de modoque as preocupações com as mudançasclimáticas em sua escala global possam serentendidas na escala do litoral do Estado deSão Paulo, nas suas regiões, nos município,bairros e domicílios.O primeiro passo é pensar avulnerabilidade nestas escalas diferentes,passando à discussão das medidasadaptativas. A promoção da resiliência éfundamental, e por isso a discussão precisapassar pela compreensão dos riscos eperigos já existentes, projetando-se cenáriospara as mudanças ambientais futuras.Independente das cidades ou dospaíses, no âmbito da política pública asmudanças já se instalaram. Financiamentos,recursos, legislações e planos de manejo ougestão já estão prevendo e/ou exigindo acontemplação dos cenários de mudançasclimáticas. A vulnerabilidade, um poucoantes, já havia sido incorporada à dimensãoda gestão e, muito em breve, se passará daatual ênfase da mitigação para a adaptação.A questão, portanto, não é se énecessário ou não medidas de adaptação.A questão verdadeira é como e de quemaneiras as cidades irão adaptar-se.Seguindo uma perspectiva aberta davulnerabilidade e da adaptação, ofundamental é buscar no próprio devir e nopacto social urbano as respostas para cadacaso. A imposição de agenda e os pacotesde adaptação na forma de intervençõesurbanas não terão a mesma efetividade emtodos os contextos. É necessáriocompreender a multidimensionalidade davulnerabilidade, e pensar medidasadaptativas igualmente múltiplas. Para isso,novos indicadores, dinâmicos edesagregados, precisam ser pensados econstruídos.REFERÊNCIASADGER, Neil; LORENZONI, Irene; O'BRIEN,Karen. Adaptation now. In: ADGER, Neil;LORENZONI, Irene; O'BRIEN, Karen. (eds.)Adapting to climate change: thresholds,values, governance. New York: Cambridge2009. p.1-22BICKNELL, Jane; DODMAN, David;SATTERHWAITE, David (eds.) Adapting citiesto climate change: understanding andaddressing the development challenges.London: Earthscan, 2009.BILAC, Elizabeth D. Gênero, vulnerabilidadedas famílias e capital social: algumasreflexões. In: CUNHA, José M. P. da. (org.)Novas metrópoles paulistas: população,vulnerabilidade e segregação. Campinas:NEPO/UNICAMP, 2006. p.51-65.CUNHA, José M. P. da; JAKOB, Alberto A. E.;HOGAN, Daniel J. e CARMO, Roberto L. do.A vulnerabilidade social no contextometropolitano: o caso de Campinas. In:CUNHA, José M. P. da. (org.) Novasmetrópoles paulistas: população,vulnerabilidade e segregação. Campinas:NEPO/UNICAMP, 2006. p.143-168.DOUGLAS, M. Risk Acceptability accordingto the social sciences. Russel SageFoundation: New York. 1985.ENTWISLE, Bárbara. Putting people intoplace. Demography, v.44, n.4, p.687-703,2007.EWING, R.; BARTHOLOMEW K;WINKELMAN, S.; WALTERS, J.; CHEN, D.;McCAN, B.; GOLDBERG, D. Growing Cooler:The Evidence on Urban Development andClimate Change. Urban Land Institute. 2008.HARDOY, Jorge E.; MITLIN, Diana;SATTERHWAITE, David (eds.) Environmentalproblems in an urbanizing world: findingsolutions for cities in Africa, Asia and LatinAmerica. London: Earthscan, 2001.HOGAN, Daniel J. Desenvolvimentosustentável na bacia hidrográfica do rioPiracicaba: limites e possibilidades. In:FERREIRA, Leila da C.; VIOLA, Eduardo(Orgs.). Incertezas da Sustentabilidade naGlobalização. Campinas: Ed. da Unicamp,1996. p.161-176.HOGAN, Daniel J. Indicadoressociodemográficos de sustentabilidade. In:ROMEIRO, Ademar R. (Org.). Avaliação econtabilização de impactos ambientais.Campinas: Ed. da Unicamp, 2004. p.198-215.HOGAN, Daniel J. População e mudançasambientais globais. In: HOGAN, Daniel J.;MARANDOLA JR., Eduardo (Orgs.).População e mudança climática: dimensõeshumanas das mudanças ambientais globais.Campinas: NEPO/UNFPA, 2009. p.11-24.HOGAN, Daniel J.; MARANDOLA JR.,Eduardo. Towards an interdisciplinaryconceptualisation of vulnerability.Population, Space and Place, v. 11, n. 6, p.455-471, 2005.HOGAN, Daniel J.; MARANDOLA JR.,Eduardo; OJIMA, Ricardo. População eAmbiente: desafios à sustentabilidade. SãoPaulo: Blucher, 20<strong>10</strong>.HOGAN, Daniel J.; OJIMA, Ricardo. Urbansprawl: a challenge for sustainability. In:MARTINE, George; et al. (eds.) The NewGlobal Frontier: urbanization, poverty andenvironment in the 21st century. London:Earthscan, 2008. p.203-216.JANNUZZI, Paulo M. Indicadores sociais noBrasil: conceitos, fonte de dados eaplicações. Campinas: Alínea, 2001.KAZTMAN, Ruben. (coord.) Activos yestructuras de oportunidades. Estúdiossobre lãs raíces de La vulnerabilidad socialem El Uruguay. Montevideo: Oficina DelPrograma de lãs Naciones Unidas para ElDesarrollo (PNUD) Y Oficina de La CEPAL emMontevideo, LC/MVD/R, 1999. [n.<strong>18</strong>0]KAZTMAN, Ruben; FILGUEIRA, Fernando. Asnormas como bem público e privado:reflexões nas fronteiras do enfoque "ativos,vulnerabilidade e estrutura deoportunidades" (AVEO). In: CUNHA, José M.P. da. (org.) Novas metrópoles paulistas:Revista Brasileira de Ciências Ambientais - Número <strong>18</strong> - <strong>Dezembro</strong>/20<strong>10</strong> 23 ISSN Impresso <strong>18</strong>08-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478
população, vulnerabilidade e segregação.Campinas: NEPO/UNICAMP, 2006. p.67-94.KYLE, Gerard; et al. Effects of placeattachment on user's perception of socialand environmental conditions in a naturalsetting. Journal of EnvironmentalPsychology, n.24, p.213-225, 2004.LEWICKA, Maria. What makes neighborhooddifferent from home and city? Effects ofplace scale on place attachment. Journal ofEnvironmental Psychology, n.30, p.35-51,20<strong>10</strong>.MARANDOLA JR., Eduardo. Tangenciando avulnerabilidade. In: HOGAN, Daniel J.;MARANDOLA JR., Eduardo (Orgs.).População e mudança climática: dimensõeshumanas das mudanças ambientais globais.Campinas: NEPO/UNFPA, 2009. p.29-52.MARANDOLA JR., Eduardo; HOGAN, DanielJ. Vulnerabilities and risks in population andenvironment studies. Population andEnvironment, v. 28, p. 83-112, 2007.MARTINE, George; McGRANAHAN, Gordon;MONTGOMERY, Mark; FERNÁNDEZ-CASTILLA, Rogelio (eds.). The new globalfrontier: urbanization, poverty andenvironment in the 21st Century. London:Earthscan, 2008.NUNES, Lucí H. Mudanças climáticas,extremos atmosféricos e padrões de risco adesastres hidrometeorológicos. In: HOGAN,Daniel J.; MARANDOLA JR., Eduardo (Orgs.).População e mudança climática: dimensõeshumanas das mudanças ambientais globais.Campinas: NEPO/UNFPA, 2009. p.53-73.OJIMA, Ricardo. Instituições políticas emudança ambiental: os novos arranjosinstitucionais na gestão de recursos hídricose suas interfaces políticas. 2003. Dissertação(Mestrado em Sociologia) - Instituto deFilosofia e Ciências Humanas, UniversidadeEstadual de Campinas, Campinas.OJIMA, Ricardo. Perspectivas para aadaptação frente às mudanças ambientaisglobais no contexto da urbanizaçãobrasileira: cenários para os estudos depopulação. In: HOGAN, Daniel J.;MARANDOLA JR., Eduardo (Orgs.).População e mudança climática: dimensõeshumanas das mudanças ambientais globais.Campinas: NEPO/UNFPA, 2009. p.191-204.UNFPA - UNITED NATIONS POPULATIONFUND. State of World Population 2007:Unleashing the potential of urban growth.New York: UNFPA, 2007.WISNER, Ben; BLAIKIE, Piers; CANNON,Terry; DAVIS, Ian. At risk: natural hazards,people's vulnerability and disasters. 2ed.London: Routledge, 2004.Revista Brasileira de Ciências Ambientais - Número <strong>18</strong> - <strong>Dezembro</strong>/20<strong>10</strong> 24 ISSN Impresso <strong>18</strong>08-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478
- Page 1: EDIÇÃO 18Dezembro/10
- Page 4 and 5: ISSN Impresso 1808-4524 / ISSN Elet
- Page 6: Relaciones entre zonas termales urb
- Page 9 and 10: marinas. Si bien hasta ahora el pro
- Page 12 and 13: Figura 1 - Área de Estudio. Locali
- Page 14 and 15: y finalmente, los sectores más pob
- Page 16 and 17: Figura 3 - Temperatura de Emisión
- Page 18 and 19: CONCLUSIONESLos cambios climáticos
- Page 20 and 21: SIERRALTA, C. Efectos de la segrega
- Page 22 and 23: URBANIZAÇÃO E MUDANÇASCLIMÁTICA
- Page 24 and 25: políticas públicas, tornando-se m
- Page 26 and 27: está para acontecer, como é o cas
- Page 30 and 31: Contaminación ambiental y pobreza
- Page 32 and 33: 1976 y 1992 el crecimiento de la ci
- Page 34 and 35: ealizar trabajos de servicios perso
- Page 36 and 37: Cuadro 3 - Población distribuida p
- Page 38 and 39: aumenta el número de socios, situa
- Page 40 and 41: tornan en causas de muerte; se trat
- Page 42 and 43: contribuya a reducir el tiempo desu
- Page 44 and 45: INTRODUÇÃODe acordo com o IPCC(In
- Page 46 and 47: entre pesquisadores e profissionais
- Page 48 and 49: SANEAMENTOO grupo encontrou como po
- Page 50 and 51: Monitoramento de qualidade do arMon
- Page 52 and 53: Como medir os danos á população?
- Page 54 and 55: Algunas consideraciones sobre el ca
- Page 56 and 57: oscilando entre 150 mil a 142 milna
- Page 58 and 59: olivianos, la pérdida de esto impa
- Page 60 and 61: la salud, con el fin de obtener res
- Page 62 and 63: Figura 1 - Incidencia de la Pobreza
- Page 64 and 65: INTRODUÇÃOAs mudanças climática
- Page 66 and 67: Mapa 3 - Número de pessoas afetada
- Page 68 and 69: estimulando um uso sustentável par
- Page 70 and 71: oferece uma oportunidade de acesso
- Page 72 and 73: O pensamento complexo e desafios ao
- Page 74 and 75: prefaciando-o, Morin (In: FORTIN, 2
- Page 76 and 77: Ao referir-se ainda a essemacroconc
- Page 78 and 79:
elação existente entre ambos os t
- Page 80 and 81:
somente em uma linguagem objeto - t
- Page 82 and 83:
Governança para o desenvolvimento
- Page 84 and 85:
é tarefa fácil.DESENVOLVIMENTO TE
- Page 86 and 87:
diretamente relacionadas às possib
- Page 88 and 89:
entrelaçamentos no ambiente social
- Page 90 and 91:
projetos e intencionalidades ora di
- Page 92 and 93:
utilizados, que os princípios sust