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EDIÇÃO 18 - Dezembro/10 - RBCIAMB

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

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mananciais prejudica a qualidade da águade abastecimento doméstico e, em situaçõesde seca prolongada, pode comprometerconsideravelmente a prestação destesserviços. São graves as perspectivas parapaíses em que o déficit em instalaçõessanitárias adequadas está em torno de 75%como a Bolívia, 30% no Paraguai e 20% noBrasil (WHO/UNICEF, 20<strong>10</strong>).Se os números anterioresexemplificam o risco à saúde queconsiderável parcela da população naAmérica do Sul está exposta, tambémrefletem condições de moradia a qual estãosubmetidas. O caso da Colombia ilustra talcarência: em 2008, a falta de espaçosurbanizáveis somada ao fenômeno detransição urbana do país, bem como à altaporcentagem de pessoas vivendo abaixo dalinha da pobreza (49.2% em 2005),culminava em um déficit habitacional de22% (UN-HABITAT, 2008).A urbanização, se não planejada,pode agir sinergicamente a fatoresclimáticos na produção de prejuízos à saúde,conforme o quarto relatório do IPCC (2007).Assentamentos humanos precários estãogeralmente localizados em áreas de risco aenchentes, deslizamentos e outros desastresnaturais, assim como são também maisvulneráveis a vetores de doenças, como àsveiculadas pela água. Ainda, a possibilidadede alteração na ecologia de vetores dedoenças decorrentes das mudanças empadrões climáticos influencia a prestação deatendimentos hospitalares e mais do queisto, muda massivamente a dinâmica desaúde pública intimamente associada aquestões culturais.No setor de energia não é diferente.A insuficiência atual pode ser agravadadevido aos baixos investimentos emeficiência energética. No gráfico 1, queapresenta a evolução da intensidadeenergética (razão entre consumo energéticoe PIB) no mundo entre 1980 e 2005, épossível verificar a estagnação da AméricaLatina e Caribe em relação à considerávelredução nos EUA e União Europeia.Ademais, a dependência de uma matrizenergética concentrada em fontes naturaisnão renováveis, como é o caso dastermoelétricas argentinas, comprometemetas de redução da emissão de gases deefeito estufa para mitigação das mudançasclimáticas.Gráfico 1: Evolução da intensidade energética, 1980-2005 (Fonte: CEPAL, 2009).A questão dos transportes configurarelação importante à capacidade demitigação de mudanças climáticas emcentros urbanos da América do Sul. Há umaincoerência entre o modelo de mobilidadesustentável discutido em âmbitointernacional e iniciado em paísesdesenvolvidos e o modelo praticado emcidades como São Paulo. Segundo dados doDepartamento Estadual de Trânsito de SãoPaulo, entre 2008 e 20<strong>10</strong>, a frota de carroscresceu aproximadamente 13%, enquantoa de ônibus, somente 4,5%. De todos osproblemas associados a tal realidade,destacam-se dois no contexto deste artigo:i) tal dinâmica pode contribuir à geração deilhas de calor pelo acréscimo na emissão degases de efeito estufa (apesar docrescimento da frota movida a etanol) e ii)é excludente da parcela da população quesegue sem acesso a compra e manutençãode veículos individuais.Impasses como esses apenas ilustramalgumas discussões que motivaram aorganização das oficinas de trabalho doSimpósio Internacional de MudançasClimáticas e Pobreza na América do Sul, poisapontam à complexidade da questão daprestação de serviços essenciais na região,considerando a existência de singularidadesentre situações econômicas, sociais,ambientais e culturais de cada país.Tratou-se de um esforço inédito dereflexão coletiva interdisciplinar sobrepontos em comum entre as múltiplasrealidades, a fim de promover aproximaçãoRevista Brasileira de Ciências Ambientais - Número <strong>18</strong> - <strong>Dezembro</strong>/20<strong>10</strong> 40 ISSN Impresso <strong>18</strong>08-4524 / ISSN Eletrônico: 2176-9478

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