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EDIÇÃO 08 - Dezembro/07 - RBCIAMB

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

A Revista Brasileira de Ciências Ambientais – RBCIAMB - publica artigos completos de trabalhos científicos originais ou trabalhos de revisão com relevância para a área de Ciências Ambientais. A RBCIAMB prioriza artigos com perspectiva interdisciplinar. O foco central da revista é a discussão de problemáticas que se inscrevam na relação sociedade e natureza em sentido amplo, envolvendo aspectos ambientais em processos de desenvolvimento, tecnologias e conservação. A submissão dos trabalhos é de fluxo contínuo.

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técnicas e legais da empresa [...] a fimde realizar benefícios sociaisparalelamente com os ganhoseconômicos tradicionais que a empresaprocura” (Davis, 1973, p. 312).Em meados da década de 1970surge o debate acerca da necessidadede se medir o desempenho da empresanuma relação causal com a RSE. Emoutras palavras, começou a se buscaruma razão para a RSE existir, utilizandosedo desempenho financeiro comouma justificativa. Esses estudos podemser classificados em duas visões. Naprimeira, empresas socialmenteconscientes possuem habilidadessuperiores que as demais, no sentidotradicional de performance financeira.Representante dessa visão é o trabalhode Moskwitz (1972), que tentou provarempiricamente essa hipótese. Nasegunda, uma visão contraditória àprimeira, afirma que a RSC seria umadesvantagem competitiva por adicionardespesas, Tal visão foi defendida porVance (1975), que em seus estudosencontrou uma correlação negativa entrea posição da empresa no rank e o valorda ação no ano de 1974.No embate Moskowitz versus Vancehá dois pressupostos importantes: queexiste relação (positiva ou negativa) entreRSE e desempenho financeiro, e queisso influi na decisão dos investidores.Tais pressupostos foram questionadospor vários autores, entre eles Alexandere Buhholz (1978), Abbot e Monsen(1979), Cochran e Wood (1984),Aupperle, Carrol e Hatfield (1985), queem suas pesquisas não conseguiramconcluir se realmente existe tal relação.Não há como afirmar, levando-se emconta essas pesquisas empíricas, que aRSE influi no desempenho financeiro daempresa.O segundo pressuposto équestionado por Fogler e Nut (1975),ao indicar que, em geral, os investidoresainda não se sensibilizam – ao avaliaruma empresa – com suas ações sociais.Em seus estudos, cujo objetivo foipesquisar empiricamente a avaliaçãodos investidores de empresas(produtoras de papel) após divulgaçãode suas tendências poluidoras (analisaro impacto da publicidade indesejada),concluíram que é necessária umamudança institucional. Afirmam queenquanto não houver uma maioria deinvestidores socialmente conscientesnão haverá mudança, porque apequena parte de investidoressocialmente conscientes vende para osinvestidores tradicionais, ou seja, asações passam de mão em mão. Osentido inverso – venda do investidortradicional para o socialmenteconsciente – se daria apenas seobedecesse aos critérios daresponsabilidade social. Mas como ouniverso dos investidores sociais épequeno, esse impacto é insignificante.Concluem dizendo que, embora possaacontecer que um dia os investidoressejam socialmente conscientes, talevento não está em curso no momento(isso em 1975). Resumidamente, podeser que as vantagens ou benefíciosintangíveis da responsabilidade socialcorporativa se inclinam a umainvestigação científica quase impossívelde ser resolvido. Talvez essa questão –se há ou não uma relação entre a RSEe a lucratividade – dificilmente serátotalmente solucionada.O teor do debate na década de1980 seguirá a da década anterior,sendo, contudo influenciado fortementepelo construto de Carroll (1979). Essetrabalho tentou construir uma ponteentre duas linhas principais de RSE. Naprimeira, empresas são obrigadassomente a maximizar os lucros dentroda lei e num mínimo limite ético; nasegunda, aqueles que sugerem umalcance mais abrangente de obrigaçõescom a sociedade. Essa ponte sugereum modelo de desempenho socialbaseado em 3 aspectos distintos: a)definição básica: a responsabilidadesocial das empresas inclui asexpectativas econômicas, legais, éticas efilantrópicas, que a sociedade tem dasorganizações num dado momentohistórico; b) questões sociais envolvidas:identificar as questões sociais ou áreastópicoem que estas responsabilidadesestarão vinculadas; c) filosofia daprontidão [responsiveness]: o terceiroaspecto do modelo remete à filosofia,método, ou estratégia por trás dasrespostas administrativas da empresa aquestões sociais e de responsabilidadesocial. A prontidão social pode serentendida como um continuum que vaida não-resposta [no response, donothing] à resposta pró-ativa [domuch].No final dos anos de 1980 e aolongo de 1990 novos temas se tornamrelevantes, acrescentado ao debate daRSE a preocupação com a qualidadedas relações com os stakeholders, comoem O’Neill, Saunders e McCarthy (1989),Teoh e Shiu (1990), e Berman et al.(1999), o tema da diversidade, comoem Cox e Blake (1991) e Wright (1995),e a ênfase na proteção do meioambiente,como em Klassen e Whybark(1999) e Christmann (2000)Contudo, um gerador para aambigüidade do debate ainda é a faltade consenso do que realmentesignifique RSE. Nesse período, o trabalhode Wood (1991) foi considerado comoum marco para os estudos de RSE portentar desfazer essa incerteza. Ela afirmaque apesar das várias contribuições, asdefinições não são satisfatórias e não háainda algo como uma teoria dodesempenho social corporativo. Aconstrução do conceito é importantepara que o tema se transforme em algohard e não soft, como vem sendodezembro 20<strong>07</strong>31

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