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Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores - Dados e Fatos

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<strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> Competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>Destinos</strong> <strong>Indutores</strong> do Desenvolvimento TurísticoRegional - Relatório Brasil / Luiz Gustavo Me<strong>de</strong>iros Barbosa (Organizador). — 2ª ed. revisada— Brasília : Ministério do Turismo, 2008.84 p.Inclui bibliografia.ISBN: 978-85-61239-15-21. Turismo. 2. Concorrência. 3. Marketing <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos. I. Barbosa, Luiz Gustavo Me<strong>de</strong>iros.Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique Simonsen/FGVCDD - 338.4791


ESTUDO DE COMPETITIVIDADE DOS<strong>65</strong> DESTINOS INDUTORESDO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO REGIONALRELATÓRIO BRASIL


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 5Metodologia e EstatísticaLeonardo SiqueiraMarcela CohenMoisés Balassiano*PesquisadoresAgnes DantasAlane RibeiroCristina MassariFabiana GorensteinFabíola SalaniFlávia FrotaGabriela SerpaKeylah TavaresMargarida FragaMaureen FloresOtacílio PeçanhaRoberto PascarellaRonaldo CaetanoRosalina CoutoCONSULTORIAGuilherme <strong>de</strong> OliveiraGuilherme LohmannJulienn LevreroCOLABORAÇÃOÓrgãos Oficiais <strong>de</strong> Turismo das Unida<strong>de</strong>s Fe<strong>de</strong>radasMinistério Do TurismoDiogo DemarcoDuncan SempleEliane BonasserFrancisco MoreiraJurema MonteiroKatia SilvaLara FrancoLena BrasilLenira MachadoLilia TannerMárcio NascimentoMárcio VantilRicardo MoeschRoberto BortolottoTânia AlvesThaísa SouzaValdir NevesEMBRATURJosé Francisco <strong>de</strong> Salles LopesKaren BasultoNeiva DuarteOutros MinistériosAllan Milhomens – MMAArnoldo <strong>de</strong> Campos - MDADaniela Nascimento – MMAFernando Teixeira - MMAJosé do Nascimento Júnior – IPHAN/MinCMarco Castilho Acco- MinCPedro Wendler - ANACVinícius Barcelos – IPHAN/MinCAPOIOConselho Nacional <strong>de</strong> Turismo — Câmara Temática <strong>de</strong>Regionalização do TurismoPARCEIROSConfe<strong>de</strong>ração Nacional do Comércio — CNCTEXTO FINALLuiz Gustavo Barbosa, Paulo Cesar Stilpene Roberto PascarellaREVISÃO DE CONTEÚDOCristiane Rezen<strong>de</strong>, Joaquim Rubens Fontes Filho, Luiz AntônioTavares, Moisés Balassiano e Saulo RochaREVISÃO ORTOGRÁFICAEni Valentim TorresDIAGRAMAÇÃOAna Luisa Barbosa e Leandro das NevesIMPRESSÃOGráfica Brasil(*) atuaram também como pesquisadores <strong>de</strong> campo.


MENSAGEM DA SENHORAMINISTRA <strong>de</strong> estado DO TURISMO


MENSAGEM DO SENHOR SECRETÁRIONACIONAL DE POLÍTICAS DE TURISMO


Nos diversos setores da economia globalizada, a competição entre países e entre empresas mostra-se crescente eacirrada. No caso do turismo, é notória também entre <strong>de</strong>stinos, o que exige padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> cada vez maiseleva<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> produtos oferta<strong>dos</strong>. É a composição <strong>de</strong> um somatório <strong>de</strong> itens que transcen<strong>de</strong>m o atrativo, a exemploda promoção, do acesso e da sustentabilida<strong>de</strong>, criando um conceito inovador e único <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>.É nesse sentido que, atualmente, configuram-se as políticas públicas <strong>de</strong> turismo no Brasil - emergem paraalém <strong>dos</strong> aspectos simplesmente econômicos e abordam concomitantemente questões sociais e mercadológicas.Por um lado, reconhecem as relações e o <strong>de</strong>sempenho <strong>dos</strong> movimentos sociais <strong>de</strong> cada território, seusrecursos e arranjos institucionais, como base para a formação do espaço produtivo apoiado em uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong>protagonistas, <strong>de</strong> modo a permitir uma situação <strong>de</strong> concorrência cooperada entre as empresas e <strong>de</strong>stinos.Ao mesmo tempo, as políticas ora postuladas orientam tal processo <strong>de</strong> forma articulada e, <strong>de</strong> certo modo,em função das expectativas do mercado global, sob quesitos qualitativos e mensuráveis, pertinentes tanto aomercado doméstico quanto ao internacional.Essa proposta, enfatizada no Plano Nacional do Turismo, torna-se <strong>de</strong>safiadora a partir <strong>de</strong> um contexto <strong>de</strong>carência <strong>de</strong> informações acerca das condições <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos como produtos turísticos, especialmente quanto àsvariáveis que possam explicitar competitivida<strong>de</strong>.Diante disso, efetivou-se o RELATÓRIO BRASIL, documento que avalia os principais aspectos que po<strong>de</strong>mindicar a competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong>stino. Tal diagnóstico parte <strong>de</strong> uma análise que abarca <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinosturísticos seleciona<strong>dos</strong> em todas as Unida<strong>de</strong>s da Fe<strong>de</strong>ração como indutores <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional, aserem trabalha<strong>dos</strong> até 2010 para a obtenção <strong>de</strong> padrões internacionais <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.A priorização <strong>de</strong>sse recorte, escolhido <strong>de</strong>ntre o vasto e exuberante rol <strong>de</strong> locais aptos à visitação turística nopaís, <strong>de</strong>ve-se, pelo significativo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>, à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar e irradiar fluxos turísticos que esses<strong>de</strong>stinos apresentam. Conseqüentemente, influenciam social e economicamente o seu entorno, promovendo<strong>de</strong>senvolvimento para a região em toda a re<strong>de</strong> que compõe o arranjo produtivo do turismo. Desta forma, pelaconcentração e conjugação <strong>de</strong> esforços com os governos estaduais e municipais, com a iniciativa privada e cominstituições parceiras nesses <strong>de</strong>stinos, evita-se a pulverização <strong>de</strong> recursos e criam-se referências <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ecompetitivida<strong>de</strong> para o turismo brasileiro.Assim, o presente Relatório configura um consistente instrumento metodológico aplicável para mensurarobjetivamente os aspectos que indicam a competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos, criando condições para um planejamentovoltado para os resulta<strong>dos</strong> e as metas estabelecidas no Plano Nacional do Turismo.Airton PereiraSecretário Nacional <strong>de</strong> Políticas <strong>de</strong> Turismo


MENSAGEM DO SENHORPRESIDENTE DO SEBRAE


O Sistema Sebrae tem como missão garantir a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> pequenos negócios, atuando nas mais variadase importantes ca<strong>de</strong>ias produtivas do país. O turismo é uma <strong>de</strong>las, já que representa uma real possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico, inclusão social e geração <strong>de</strong> renda, contribuindo <strong>de</strong> forma expressiva paracrescimento do número <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho em nosso País.Atuando em todo território nacional com mais <strong>de</strong> 180 projetos <strong>de</strong> turismo, o Sebrae contribui, juntamentecom seus mais <strong>de</strong> 800 parceiros, para o sucesso das políticas públicas e empresariais do setor, aten<strong>de</strong>ndo a mais<strong>de</strong> 110 mil pequenas e micro empresas e empreen<strong>de</strong>dores, consolidando, assim, sua posição como agência <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> conhecimento para a melhoria da gestão e competitivida<strong>de</strong>.O “Relatório Brasil” traz para os empreen<strong>de</strong>dores do turismo brasileiro, a partir <strong>de</strong> iniciativa conjunta doSebrae, Ministério do Turismo e Fundação Getulio Vargas, uma avaliação profunda do perfil <strong>de</strong> cada um <strong>dos</strong> <strong>65</strong><strong>de</strong>stinos i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong>, possibilitando assim o conhecimento das <strong>de</strong>mandas e das oportunida<strong>de</strong>s do seu <strong>de</strong>senvolvimentoe da inclusão <strong>de</strong> suas comunida<strong>de</strong>s. A partir <strong>de</strong>sses resulta<strong>dos</strong>, passamos a conhecer atrativos eprodutos, para viabilizar processos integradores, a exemplo do que já ocorre em alguns territórios, inclusive coma regionalização entre esta<strong>dos</strong> brasileiros.O Sebrae ratifica seu compromisso com os parceiros e com o <strong>de</strong>senvolvimento sustentado do turismobrasileiro, em especial com o agente lí<strong>de</strong>r da política pública no setor, o Ministério do Turismo, que, cada vezmais, se consolida como uma das mais acertadas ações <strong>de</strong> Governo.Paulo Tarciso OkamottoDiretor-Presi<strong>de</strong>nte do SEBRAE Nacional


MENSAGEM DO SENHORDIRETOR DA EBAPE/FGV


As ativida<strong>de</strong>s da FGV voltam-se, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> sua história, para áreas estratégicas da vida nacional. Oavanço da globalização, a abertura da economia brasileira e a <strong>de</strong>manda por novos e diferencia<strong>dos</strong> serviçoslevaram a FGV a segmentar suas ativida<strong>de</strong>s, aprofundado-as conforme os graus <strong>de</strong> exigência e expectativada socieda<strong>de</strong>.Neste sentido, a Escola Brasileira <strong>de</strong> Administração Pública e <strong>de</strong> Empresas – EBAPE, da FGV, tem assumidopapel relevante no sentido <strong>de</strong> ajudar a moldar o futuro do País, através <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino, pesquisa eextensão nas áreas <strong>de</strong> Gestão Pública e <strong>de</strong> Empresas.Ciente da crescente contribuição do turismo para a evolução da economia brasileira, a EBAPE <strong>de</strong>senvolveum amplo trabalho <strong>de</strong> monitoramento e análise das tendências do setor, por meio do seu Núcleo <strong>de</strong> Turismo.Tal segmento, com seus benefícios diretos e indiretos, apresenta-se como alternativa viável e importante para o<strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico do País, sendo apresentado, hoje, como um setor capaz <strong>de</strong> promover a aceleraçãoeconômica e o incremento nas áreas social, cultural e ambiental.Ressalte-se que a expansão da ativida<strong>de</strong> turística é um fenômeno mundial, que impacta significativamentea geração <strong>de</strong> renda e emprego, e constitui-se na principal razão pela qual diversos países estão empenha<strong>dos</strong> no<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong>. Tal fato, portanto, acirrou a competitivida<strong>de</strong> entre os inúmeros <strong>de</strong>stinos turísticosem todo o mundo. Avaliar os fatores que favorecem ou inibem essa ativida<strong>de</strong> passa a ser <strong>de</strong> importânciaestratégica para regiões e países.Para atingir o nível e o tipo <strong>de</strong>seja<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do turismo, os governos <strong>de</strong>vem recorrer ainstrumentos <strong>de</strong> políticas públicas que dizem respeito ao aumento da competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos comsustentabilida<strong>de</strong>.Desta forma, o Relatório Brasil é mais um estudo que a EBAPE orgulha-se <strong>de</strong> ter elaborado juntamente como Ministério do Turismo e o Sebrae. Sem dúvida, será um importante e inovador recurso para a formulação <strong>de</strong>políticas públicas, tendo em vista o <strong>de</strong>senvolvimento do turismo no Brasil.Bianor Scelza CavalcantiDiretor da EBAPE/FGV


Sumário


15CAPÍTULO 1PLANO NACIONAL DO TURISMO E PROGRAMA DEREGIONALIZAÇÃO DO TURISMO - ROTEIROS DO BRASIL 16Mapa <strong>dos</strong> <strong>Destinos</strong> <strong>Indutores</strong> do DesenvolvimentoTurístico Regional 20CAPÍTULO 2ESTUDO DE COMPETITIVIDADE DOS <strong>65</strong> DESTINOSINDUTORES DO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO REGIONAL 241. Competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos 251.1 Convergência entre competitivida<strong>de</strong> e estratégia 261.2 Competitivida<strong>de</strong> no setor <strong>de</strong> turismo: lições<strong>de</strong> alguns estu<strong>dos</strong> internacionais 272. A competitivida<strong>de</strong> e sua importância para o<strong>de</strong>senvolvimento regional do turismo 293. Aspectos metodológicos 324. Macrodimensões e dimensões do estudo 354.1 Macrodimensão Infra-estrutura 354.2 Macrodimensão Turismo 424.3 Macrodimensão Políticas públicas 454.4 Macrodimensão Economia 524.5 Macrodimensão Sustentabilida<strong>de</strong> 55CAPÍTULO 3RESULTADOS DO ESTUDO 64REFERÊNCIAS 80


1PLANO NACIONAL DO TURISMOE PROGRAMA DE REGIONALIZAÇÃODO TURISMO — rOTEIROS DO bRASIL


17O Plano Nacional <strong>de</strong> Turismo apresenta, <strong>de</strong> forma consolidadae sistemática, as diretrizes da Política Nacional <strong>de</strong>Turismo, constituindo um instrumento <strong>de</strong> planejamento,gestão e ação estratégica que orienta a atuação do governono setor, <strong>de</strong> forma articulada com a iniciativa privada.Na sua segunda edição, o Plano Nacional do Turismo —PNT 2007/2010 — Uma Viagem <strong>de</strong> Inclusão avança naperspectiva <strong>de</strong> expansão e fortalecimento do mercadointerno, com especial ênfase na função social do turismo,buscando, ao mesmo tempo, consolidar o Brasil como um<strong>dos</strong> principais <strong>de</strong>stinos turísticos mundiais.O Plano propõe um processo <strong>de</strong> gestão compartilhadae <strong>de</strong>scentralizada da ativida<strong>de</strong> que envolve a iniciativaprivada, os diversos níveis <strong>de</strong> governo e as instâncias<strong>de</strong> representação regional do turismo, tendo como referênciaos macroprogramas e programas que avançam nosentido <strong>de</strong> acompanhar o <strong>de</strong>senvolvimento da ativida<strong>de</strong>,atualizando e incorporando novas reflexões e mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ação acumula<strong>dos</strong> com a experiência <strong>de</strong> planejamento egestão da primeira versão do PNT (2003/2007).Para o horizonte temporal <strong>de</strong> 2007 a 2010, o Plano<strong>de</strong>fine quatro metas <strong>de</strong>safiadoras que direcionam para umcrescimento sólido do turismo no País:a promover a realização <strong>de</strong> 163 milhões <strong>de</strong> viagens nomercado interno em 2007, e 217 milhões em 2010;b criar 335 mil novos empregos e ocupações em 2007,e 516 mil em 2010;c gerar 5,1 bilhões <strong>de</strong> dólares em divisas em 2007, e7,7 bilhões em 2010; ed estruturar <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos com padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>internacional até 2010.Assim, como forma <strong>de</strong> promover o <strong>de</strong>senvolvimentodo turismo regionalizado em todo o País e fortalecer agestão <strong>de</strong>scentralizada e participativa da Política Nacional<strong>de</strong> Turismo, conceitos que orientam as ações do MTur<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira versão do PNT, estruturou-se, a partir <strong>de</strong>2004, a gestão do Programa <strong>de</strong> Regionalização — Roteirosdo Brasil, <strong>de</strong> modo participativo e <strong>de</strong>scentralizado, paraor<strong>de</strong>nar e diversificar a oferta turística nacional.Constituindo um Macroprograma do PNT 2007/2010,o Programa <strong>de</strong> Regionalização do Turismo — Roteiros doBrasil propõe a estruturação <strong>de</strong> roteiros turísticos intermunicipaisnas regiões turísticas brasileiras, com basenos princípios da cooperação, integração e sustentabilida<strong>de</strong>ambiental, econômica, sociocultural e políticoinstitucional.Em 2006, como resultado do Programa <strong>de</strong>Regionalização, foram apresenta<strong>dos</strong>, no Salão do Turismo— Roteiros do Brasil, 396 roteiros turísticos, envolvendo149 regiões turísticas e 1.207 municípios <strong>de</strong> todas asUnida<strong>de</strong>s da Fe<strong>de</strong>ração.Desses 396 roteiros, 87 foram prioriza<strong>dos</strong> pelasUnida<strong>de</strong>s da Fe<strong>de</strong>ração, para obtenção <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> internacional e, conseqüentemente, promoçãodo alcance das metas do PNT. Assim, o foco <strong>de</strong> atuaçãodo Ministério do Turismo, em especial do Programa <strong>de</strong>Regionalização do Turismo e suas entida<strong>de</strong>s parceiras emâmbitos nacional, estadual, regional e municipal são os 87roteiros que contemplam 474 municípios <strong>de</strong> 116 regiõesturísticas.O que se propõe agora, no Plano Nacional doTurismo 2007-2010 — Uma Viagem <strong>de</strong> Inclusão, é a


18 Relatório brasili<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> induzir o<strong>de</strong>senvolvimento regional entre os 87 roteiros cita<strong>dos</strong>.Isso significa que esses <strong>de</strong>stinos serão prioriza<strong>dos</strong> parareceber investimentos técnicos e financeiros do MTure serão foco <strong>de</strong> articulações e busca <strong>de</strong> parcerias comoutros ministérios e instituições. Esses <strong>de</strong>stinos indutoresterão a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagar o <strong>de</strong>senvolvimentonos roteiros <strong>dos</strong> quais fazem parte e, conseqüentemente,nas regiões turísticas que perpassam. Suas experiênciase práticas exitosas <strong>de</strong>vem ser multiplicadas paraoutros <strong>de</strong>stinos e roteiros que integram as 200 regiõesturísticas do País.A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>stinos indutores foi realizadacom base em critérios que consi<strong>de</strong>raram primeiramenteque:– todas as Unida<strong>de</strong>s da Fe<strong>de</strong>ração e suas capitais <strong>de</strong>veriamser contempladas;– cada Unida<strong>de</strong> da Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong>veria ter no mínimoum e no máximo cinco <strong>de</strong>stinos indutores <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoturístico regional.Para a escolha <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos foram consi<strong>de</strong>radas asavaliações e valorações <strong>de</strong> diversos estu<strong>dos</strong> e pesquisasque orientam a ação ministerial, tais como o Plano <strong>de</strong>Marketing Turístico Internacional — Plano Aquarela, oPlano <strong>de</strong> Marketing Turístico Nacional — Plano Cores doBrasil, além <strong>de</strong> outros estu<strong>dos</strong> e investigações sobre investimentosdo governo fe<strong>de</strong>ral e sobre as potencialida<strong>de</strong>se necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>stinos. Além disso, foram consi<strong>de</strong>radasas referências relativas às <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> qualificaçãoe infra-estrutura elencadas pelos representantes<strong>dos</strong> 87 roteiros turísticos durante o 1º Encontro Nacionaldo Programa <strong>de</strong> Regionalização do Turismo, ocorrido emBrasília, em outubro <strong>de</strong> 2006.Como resultado <strong>de</strong>sse processo, foram seleciona<strong>dos</strong><strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos, que fazem parte <strong>de</strong> 59 regiões turísticasem todas as Unida<strong>de</strong>s da Fe<strong>de</strong>ração. Esses <strong>de</strong>stinos<strong>de</strong>vem ser trabalha<strong>dos</strong> até 2010 para a obtenção do padrão<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> internacional, constituindo, assim, mo<strong>de</strong>los<strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turísticoregional, sendo essa uma das metas do PNT 2007/2010.Para o Programa <strong>de</strong> Regionalização do Turismo, os<strong>de</strong>stinos indutores <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento turístico regional<strong>de</strong>verão ser aqueles que possuem infra-estrutura básica eturística e atrativos qualifica<strong>dos</strong>, que se caracterizam comonúcleo receptor e/ou distribuidor <strong>de</strong> fluxos turísticos,isto é, aqueles capazes <strong>de</strong> atrair e/ou distribuir significativonúmero <strong>de</strong> turistas para seu entorno e dinamizar aeconomia do território em que estão inseri<strong>dos</strong>.Preten<strong>de</strong>-se que, até o final <strong>de</strong> 2008, 15 <strong>de</strong>sses<strong>de</strong>stinos estejam estrutura<strong>dos</strong> e tenham alcançado oreferido padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> internacional, por meioda atuação do Ministério do Turismo e suas instituiçõesparceiras, nos âmbitos nacional, estadual, regional e municipal.Os outros 50 <strong>de</strong>stinos serão trabalha<strong>dos</strong> <strong>de</strong> acordocom as metas do PNT 2007-2010, <strong>de</strong> forma participativa,<strong>de</strong>scentralizada e sistêmica, estimulando a integração e aconseqüente organização e ampliação da oferta turística.Os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>stinos das regiões turísticas, em todo o País,<strong>de</strong>verão continuar o processo <strong>de</strong> organização regional, consi<strong>de</strong>randoas Diretrizes e Módulos Operacionais do Programa<strong>de</strong> Regionalização do Turismo, <strong>de</strong> modo a estarem fortaleci<strong>dos</strong>para absorver os impactos do <strong>de</strong>senvolvimento da ativida<strong>de</strong>em seus territórios, até 2010. Trata-se <strong>de</strong> um processopermanente <strong>de</strong> qualificação, que <strong>de</strong>verá se esten<strong>de</strong>r portodo o território turístico nacional, propiciando a inserção,nos merca<strong>dos</strong> nacional e internacional, da riqueza e da diversida<strong>de</strong>do patrimônio turístico brasileiro.


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 19


20 Relatório brasilREGIÃO NORTE09Acre01 - Rio BrancoAmazonas02 - Barcelos03 - Manaus04 - Parintins02RRAPAmapá05 - MacapáPará06 - Belém07 - Santarém030407Rondônia08 - Porto VelhoRoraima09 - Boa VistaAMPATocantins10 - Mateiros11 - PalmasAC0801ROREGIÃO CENTRO-OESTEDistrito Fe<strong>de</strong>ral35 - BrasíliaGoiás36 - Alto Paraíso37 - Caldas Novas38 - Goiânia39 - Pirenópolis44MTMato Grosso do Sul40 - Bonito41 - Campo Gran<strong>de</strong>42 - Corumbá4342Mato Grosso43 - Cáceres44 - Cuiabá4140MSREGIÃO SULParaná57 - Curitiba58 - Foz do Iguaçu59 - Paranaguá58Rio Gran<strong>de</strong> do Sul60 - Bento Gonçalves61 - Gramado62 - Porto AlegreSanta Catarina63 - Balneário Camboriú64 - Florianópolis<strong>65</strong> - São JoaquimRS


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 21<strong>65</strong> <strong>Destinos</strong> <strong>Indutores</strong> doDesenvolvimento Turístico RegionalP050624232921201926MA31CERN3233TO1130PI22PEPB25282713REGIÃO NORDESTE10BA15141817SE34AL12Alagoas12 - Maceió13 - MaragogiBahia14 - Maraú15 - Lençóis16 - Porto Seguro17 - Salvador18 - Mata <strong>de</strong> São João39383536DF16Ceará19 - Aracati20 - Fortaleza21 - Jijoca <strong>de</strong> Jericoacoara22 - Nova OlindaGO3747Maranhão23 - Barreirinhas24 - São LuísPR6061SC<strong>65</strong>57596364SP56MG5552524<strong>65</strong>348495054RJ51ES45REGIÃO SUDESTEEspírito Santo45 - VitóriaMinas Gerais46 - Belo Horizonte47 - Diamantina48 - Ouro Preto49 - Tira<strong>de</strong>ntesRio <strong>de</strong> Janeiro50 - Angra <strong>dos</strong> Reis51 - Armação <strong>dos</strong> Búzios52 - Parati53 - Petrópolis54 - Rio <strong>de</strong> JaneiroParaíba25 - João PessoaPernambuco26 - Fernando <strong>de</strong> Noronha27 - Ipojuca28 - RecifePiauí29 - Parnaíba30 - São Raimundo Nonato31 - TeresinaRio Gran<strong>de</strong> do Norte32 - Natal33 - Tibau do SulSergipe34 - Aracaju62<strong>65</strong><strong>65</strong><strong>65</strong><strong>65</strong>Legenda<strong>65</strong><strong>Destinos</strong> <strong>Indutores</strong>São Paulo55 - Ilhabela56 - São PauloMunicípios Beneficia<strong>dos</strong>


22 Relatório brasil<strong>65</strong> <strong>Destinos</strong> <strong>Indutores</strong>do DesenvolvimentoTurístico Regional59 Regiões Turísticas e740 municípiosAcreRio BrancoRegião Turística Vale doAcreAssis BrasilBrasiléiaBujariCapixabaEpitaciolândiaPlácido <strong>de</strong> CastroPorto AcreRio BrancoSena MadureiraSenador GuiomardXapuriAmazonasBarcelosPólo Rio Negro eSolimõesAutazesBarcelosCareiroCareiro da VárzeaCoariIrandubaManacapuruManaquiriNovo AirãoTeféManausPólo Manaus/Encontrodas ÁguasManausParintinsPólo Sateré/Tucan<strong>de</strong>iraBarreirinhaBoa Vista do RamosMauésNhamundáParintinsAmapáMacapáPólo Meio do MundoMacapáParáBelémPólo BelémBelémSantarém (Tapajós)Pólo TapajósAlenquerMonte AlegreÓbi<strong>dos</strong>OriximináSantarémRondôniaPorto VelhoPólo <strong>de</strong> Porto VelhoCan<strong>de</strong>ias do JamariItapuã do OestePorto VelhoRoraimaBoa VistaRoraima, a SavanaAmazônicaAlto AlegreBoa VistaBonfimCantáIracemaMucajaíTocantinsMateiros (Jalapão)Encantos do JalapãoMateirosNovo AcordoPonte Alta do TocantinsSão Felix do TocantinsPalmasSerras do LagoBrejinho <strong>de</strong> NazaréIpueirasLajeadoMonte do CarmoPalmasParaíso do TocantinsPorto NacionalAlagoasMaceióRegião MetropolitanaMaceióRio LargoSatubaMaragogiRegião Costa <strong>dos</strong> CoraisBarra <strong>de</strong> Santo AntônioJaparatingaMaragogiMatriz <strong>de</strong> CamaragibeParipueiraPasso <strong>de</strong> CamaragibePorto CalvoPorto <strong>de</strong> PedrasSão Luiz do Quitun<strong>de</strong>São Miguel <strong>dos</strong> MilagresBahiaMaraúCosta do DendêCairuCamamuIgrapiúnaItuberáMaraúNilo PeçanhaPresi<strong>de</strong>nte Trancredo NevesTaperoáValençaLençóis (ChapadaDiamantina)Chapada DiamantinaAbaíraAndaraíBarra do Men<strong>de</strong>sBonitoBrotas <strong>de</strong> MacaúbasCaémCampo FormosoÉrico Car<strong>dos</strong>oGentio do OuroIbicoaraIpupiaraIraquaraItaetêJacobinaJussiapeLençóisLivramento <strong>de</strong> NossaSenhoraMiguel CalmonMorro do ChapéuMucugêNova Re<strong>de</strong>nçãoOurolândiaPalmeirasParamirimPiatãPiritibaRio <strong>de</strong> ContasRio do PiresSaú<strong>de</strong>SeabraSenhor do BonfimUtingaWagnerPorto Seguro (Arraiald´Ajuda, Trancoso,Caraíva)Costa do DescobrimentoBelmonteItabelaPorto SeguroSanta Cruz CabráliaSalvadorBaía <strong>de</strong> To<strong>dos</strong> os SantosAratuípeCachoeiraItaparicaJaguaripeMadre <strong>de</strong> DeusMaragojipeMuniz FerreiraNazaréSalinas da MargaridaSalvadorSanto AmaroSão FélixSão Francisco do Con<strong>de</strong>SaubaraVera CruzMata <strong>de</strong> São JoãoCosta <strong>dos</strong> CoqueirosCamaçariCon<strong>de</strong>Entre RiosEsplanadaItanagraJandaíraLauro <strong>de</strong> FreitasMata <strong>de</strong> São JoãoCearáAracati (Canoa Quebrada)Litoral LesteAquirazAracatiBeberibeCascavelEusébioFortimIcapuíPindoretamaFortalezaFortalezaFortalezaJijoca <strong>de</strong> JericoacoaraLitoral Extremo OesteBarroquinhaCamocimJijoca <strong>de</strong> JericoacoaraCruzChavalGranjaNova Olinda (Cariri)CaririAraripeAssaréBarbalhaBrejo SantoCaririaçuCratoJardimJuazeiro do NorteMissão VelhaNova OlindaSantana do CaririMaranhãoBarreirinhas (LençóisMaranhenses)Lençóis MaranhensesBarreirinhasHumberto <strong>de</strong> CamposPrimeira CruzSanto Amaro do MaranhãoSão LuísPólo São LuísAlcântaraPaço do LumiarRaposaSão José <strong>de</strong> RibamarSão LuísParaíbaJoão PessoaRegião Turística do LitoralBayeuxBaía da TraiçãoCabe<strong>de</strong>loCon<strong>de</strong>Cruz do Espírito SantoJoão PessoaLucenaMamanguapeMarcaçãoMataracaPilarPitimbúRio TintoSanta RitaSapéPernambucoFernando <strong>de</strong> NoronhaFernando <strong>de</strong> NoronhaFernando <strong>de</strong> NoronhaIpojuca (Porto <strong>de</strong>Galinhas)Litoral SulBarreirosCabo <strong>de</strong> Santo AgostinhoIpojucaRio FormosoSão José da Coroa Gran<strong>de</strong>SirinhaémTamandaréRecifeRegião MetropolitanaCamaragibeJaboatão <strong>dos</strong> GuararapesOlindaRecifePiauíParnaíba (Delta)Pólo Costa do DeltaBuriti <strong>dos</strong> LopesCajueiro da PraiaIlha Gran<strong>de</strong>Luís CorreiaParnaíbaSão Raimundo Nonato(Serra da Capivara)Pólo das OrigensAnísio <strong>de</strong> AbreuBonfim do PiauíBrejo do PiauíCanto do BuritiCaracolCoronel José DiasDirceu Arcover<strong>de</strong>Dom InocêncioFartura do PiauíGuaribasJoão CostaJuremaSão Braz do PiauíSão João do PiauíSão Lourenço do PiauíSão Raimundo NonatoTamboril do PiauíVárzea BrancaTeresinaPólo TeresinaAltosBeneditinosCampo MaiorCoivarasCurralinhosDemerval LobãoJosé <strong>de</strong> FreitasLagoa AlegreLagoa do PiauíMiguel LeãoMonsenhor GilPau d’Arco do PiauíTeresinaUniãoRio Gran<strong>de</strong> do NorteNatal/Tibau do SulRegião Pólo Costa dasDunasArêsBaía FormosaCanguaretamaCeará-MirimExtremozGoianinhaMacaíbaMaxaranguapeNatalNísia FlorestaParnamirimPedra Gran<strong>de</strong>PurezaRio do FogoSão Gonçalo do AmaranteSão José <strong>de</strong> MipibúSão Miguel do GostosoSenador Georgino AvelinoTibau do SulTourosVila FlorSergipeAracajuPólo Costa <strong>dos</strong> CoqueiraisAracajuBarra <strong>dos</strong> CoqueirosBrejo Gran<strong>de</strong>EstânciaIndiarobaItaporanga d’ AjudaLaranjeirasNossa Senhora do SocorroPacatubaPirambuSanta Luzia do ItanhySanto Amaro das BrotasSão CristóvãoDistrito Fe<strong>de</strong>ralBrasíliaBrasília- Patrimônio daHumanida<strong>de</strong>BrasíliaGoiásAlto Paraíso <strong>de</strong> Goiás(Chapada <strong>dos</strong> Vea<strong>de</strong>iros)Região da Reserva daBiosfera GoyazÁgua Fria <strong>de</strong> GoiásAlto Paraíso <strong>de</strong> GoiásAlvorada do NorteBuritinópolisCabeceirasCampos BelosCavalcanteColinas do SulDamianópolisDivinópolis <strong>de</strong> GoiásFlores <strong>de</strong> GoiásFormosaGuarani <strong>de</strong> GoiásIaciaraMambaíMimoso <strong>de</strong> GoiásMonte Alegre <strong>de</strong> GoiásNova RomaPadre BernardoPlanaltinaPosseSão DomingosSão João d’AliançaSimolândiaSítio d’AbadiaTeresina <strong>de</strong> GoiásVila BoaCaldas NovasRegião das ÁguasAloândiaAnhangueraBom Jesus <strong>de</strong> GoiásBuriti AlegreCachoeira AltaCachoeira DouradaCaçuCaldas NovasCampo Alegre <strong>de</strong> GoiásCatalãoCorumbaíbaCromíniaCumariDavinópolisGoiandiraGoiatubaGouvelândiaInaciolândiaIpameriItajáItarumãItumbiaraJoviânia


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 23Lagoa SantaMairipotabaMarzagãoMorrinhosNova AuroraOuvidorPanamáParanaiguaraPiracanjubaPontalinaPorteirãoProfessor JamilQuirinópolisRio QuenteSão SimãoTrês RanchosVicentinópolisGoiâniaRegião <strong>dos</strong> NegóciosAbadia <strong>de</strong> GoiásAnápolisAparecida <strong>de</strong> GoiâniaAraçuAragoiâniaBela Vista <strong>de</strong> GoiásBonfinópolisBrazabrantesCaldazinhaCaturaíDamolândiaGoianápolisGoiâniaGoianiraGuapóHidrolândiaInhumasNerópolisNova VenezaOuro Ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> GoiásPetrolina <strong>de</strong> GoiásSanto Antônio <strong>de</strong> GoiásSenador CanedoTerezópolis <strong>de</strong> GoiásTrinda<strong>de</strong>PirenópolisRegião do OuroAbadiâniaÁguas Lindas <strong>de</strong> GoiásAlexâniaCida<strong>de</strong> <strong>de</strong> GoiásCocalzinho <strong>de</strong> GoiásCorumbá <strong>de</strong> GoiásHeitoraíItaberaíItaguariItaguaruItauçuJaraguáJesúpolisPirenópolisSanta Rosa <strong>de</strong> GoiásSanto Antônio doDescobertoSão Francisco <strong>de</strong> GoiásTaquaral <strong>de</strong> GoiásVila PropícioMato Grosso do SulBonitoBonito e Serra daBodoquenaAntônio JoãoBela VistaBodoquenaBonitoCaracolGuia Lopes da LagunaJardimNioaqueCampo Gran<strong>de</strong>Campo Gran<strong>de</strong> e RegiãoCampo Gran<strong>de</strong>CorguinhoJaraguariRio NegroRochedoSidrolândiaTerenosCorumbá (Pantanal Sul)PantanalAnastácioAquidauanaCorumbáDois Irmãos do BuritiLadárioMirandaPorto MurtinhoMato GrossoCáceres (Pantanal Norte)Pantanal Mato-GrossenseBarão <strong>de</strong> MelgaçoCáceresNossa Senhora doLivramentoPoconéSanto Antônio do LevergerCuiabáRegião MetropolitanaCuiabáVárzea Gran<strong>de</strong>Espírito SantoVitóriaRegião TurísticaMetropolitanaCariacicaFundãoGuarapariSerraVianaVila VelhaVitóriaMinas GeraisBelo HorizonteCircuito Turístico BeloHorizonteBelo HorizonteDiamantinaCircuito Turístico <strong>dos</strong>DiamantesBuenópolisCouto <strong>de</strong> Magalhães <strong>de</strong>MinasDatasDiamantinaFelício <strong>dos</strong> SantosGouveiaMonjolosPresi<strong>de</strong>nte KubitschekSanto Antônio do ItambéSenador Mo<strong>de</strong>stinoGonçalvesSerroOuro PretoCircuito Turístico do OuroBarão <strong>de</strong> CocaisBelo ValeBom Jesus do AmparoCaetéCatas AltasCongonhasItabiraItabiritoMarianaNova EraNova LimaOuro BrancoOuro PretoPirangaRapososRio AcimaSabaráSanta BárbaraSanta LuziaSão Gonçalo do Rio AbaixoTira<strong>de</strong>ntesCircuito Turístico Trilha<strong>dos</strong> Inconfi<strong>de</strong>ntesAntônio CarlosBarbacenaBarrosoCarrancasConceição da Barra <strong>de</strong>MinasCoronel Xavier ChavesDores <strong>de</strong> CamposEntre Rios <strong>de</strong> MinasIbiturunaLagoa DouradaMadre <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong> MinasNazarenoPieda<strong>de</strong> do Rio Gran<strong>de</strong>Pra<strong>dos</strong>Resen<strong>de</strong> CostaRitápolisSanta Cruz <strong>de</strong> MinasSão João Del ReiSão TiagoTira<strong>de</strong>ntesRio <strong>de</strong> JaneiroAngra <strong>dos</strong> Reis/ParatiCosta Ver<strong>de</strong>Angra <strong>dos</strong> ReisItaguaíMangaratibaParatiRio ClaroArmação <strong>dos</strong> BúziosCosta do SolAraruamaArmação <strong>dos</strong> BúziosArraial do CaboCabo FrioCarapebusCasimiro <strong>de</strong> AbreuIguaba Gran<strong>de</strong>MacaéMaricaQuissamãRio das OstrasSão Pedro da Al<strong>de</strong>iaSaquaremaPetrópolisSerra Ver<strong>de</strong> ImperialArealCachoeiras <strong>de</strong> MacacuComendador LevyGasparianGuapimirimMagéNova FriburgoPetrópolisSão José do Vale do RioPretoTeresópolisTrês RiosRio <strong>de</strong> JaneiroMetropolitanaNiteróiRio <strong>de</strong> JaneiroSão PauloIlhabelaVertente Oceânica NorteAparecidaArapeíAreiasBananalCaçapavaCachoeira PaulistaCampos do JordãoCanasCaraguatatubaCruzeiroCunhaGuaratinguetáIgaratáIlhabelaJacareíJambeiroLagoinhaLavrinhasLorenaMonteiro LobatoNativida<strong>de</strong> da SerraParaibunaPindamonhangabaPiquetePotimQueluzRe<strong>de</strong>nção da SerraRoseiraSanta BrancaSanto Antônio do PinhalSão Bento do SapucaíSão José do BarreiroSão José <strong>dos</strong> CamposSão Luís do ParaitingaSão SebastiãoSilveirasTaubatéTremembéUbatubaSão PauloCapital ExpandidaArujáBarueriBiritiba MirimCaieirasCajamarCarapicuíbaCotiaDia<strong>de</strong>maEmbuEmbu-GuaçuFerraz <strong>de</strong> VasconcelosFrancisco MoratoFranco da RochaGuararemaGuarulhosItapecerica da SerraItapeviItaquaquecetubaJandiraJuquitibaMairiporãMauáMogi das CruzesOsascoPirapora do Bom JesusPoáRibeirão PiresRio Gran<strong>de</strong> da SerraSalesópolisSanta IsabelSantana <strong>de</strong> ParnaíbaSanto AndréSão Bernardo do CampoSão Caetano do SulSão Lourenço da SerraSão PauloSuzanoTaboão da SerraVargem Gran<strong>de</strong> PaulistaParanáCuritibaRegião Metropolitana <strong>de</strong>CuritibaAdrianópolisAgu<strong>dos</strong> do SulAlmirante TamandaréAraucáriaBalsa NovaBocaiúva do SulCampina Gran<strong>de</strong> do SulCampo do TenenteCampo LargoCampo MagroCerro AzulColomboContendaCuritibaDoutor UlyssesFazenda Rio Gran<strong>de</strong>ItaperuçuLapaMandiritubaPiênPinhaisPiraquaraQuatro BarrasQuitandinhaRio Branco do SulRio NegroSão José <strong>dos</strong> PinhaisTijucas do SulTunas do ParanáFoz do IguaçuOeste e MunicípiosLin<strong>de</strong>iros ao Lago <strong>de</strong>ItaipuAnahyAssis ChateaubriandBoa Vista da AparecidaBraganeyCafelândiaCapitão Leônidas MarquesCascavelCéu AzulCorbéliaDiamante d’OesteEntre Rios d’OesteFormosa do OesteFoz do IguaçuGuairáIguatuIracema do OesteItaipulândiaJesuítasLindoesteMarechal Cândido RondonMaripáMatelândiaMedianeiraMerce<strong>de</strong>sMissalNova AuroraNova Santa RosaOuro Ver<strong>de</strong> do OestePalotinaPato BragadoQuatro PontesRamilândiaSanta HelenaSanta LúciaSanta Tereza do OesteSanta Terezinha <strong>de</strong> ItaipuSão José das PalmeirasSão Miguel do IguaçuSão Pedro do IguaçuSerranópolis do IguaçuTerra RoxaToledoTrês Barras do ParanáTupãssiVera Cruz do OesteParanaguáLitoralAntoninaGuaraqueçabaGuaratubaMatinhosMorretesParanaguáPontal do ParanáRio Gran<strong>de</strong> do SulGramadoMicrorregião HortênsiasCanelaGramadoNova PetrópolisPicada CaféSão Francisco <strong>de</strong> PaulaBento GonçalvesMicrorregião Uva e VinhoAntônio PradoBento GonçalvesBoa Vista do SulCarlos BarbosaCascaCaxias do SulCoronel PilarCotiporãFagun<strong>de</strong>s VarelaFarroupilhaFlores da CunhaGaribaldiGuaporéMonte Belo do SulNova PáduaNova PrataNova Roma do SulProtásio AlvesSanta TerezaSão MarcosSão Valentim do SulSerafina CorrêaVeranópolisVila FloresVila MariaVista Alegre do PrataPorto AlegreMicrorregião Porto Alegree Delta do JacuíAlvoradaCachoeirinhaEldorado do SulGlorinhaGravataíGuaíbaPorto AlegreTriunfoViamãoSanta CatarinaBalneário CamboriúRota do SolBalneário CamboriúBombinhasCamboriúIlhotaItajaíItapemaLuiz AlvesNavegantesPenhaPiçarrasPorto BeloFlorianópolisGran<strong>de</strong> FlorianópolisÁguas MornasAngelinaAnitápolisAntônio CarlosBiguaçuFlorianópolisGovernador Celso RamosPalhoçaRancho QueimadoSanto Amaro da ImperatrizSão BonifácioSão JoséSão Pedro <strong>de</strong> AlcântaraSão JoaquimSerra CatarinenseAnita GaribaldiBocaina do SulBom Jardim da SerraBom RetiroCampo Belo do SulCapão AltoCerro NegroCorreia PintoLagesOtacílio CostaPainelPalmeiraRio RufinoSão JoaquimSão José do CerritoUrubiciUrupema


2ESTUDO DE COMPETITIVIDADEDOS <strong>65</strong> DESTINOS INDUTORES DODESENVOLVIMENTO TURÍSTICO REGIONAL


251. Competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos turísticosA competitivida<strong>de</strong> internacional nos merca<strong>dos</strong> é uma fortepreocupação manifestada nos últimos anos e <strong>de</strong>batida intensamentenos meios <strong>de</strong> comunicação e acadêmico, sendoum <strong>dos</strong> temas mais relevantes nas agendas <strong>de</strong> políticaspúblicas em nações <strong>de</strong>senvolvidas e em <strong>de</strong>senvolvimento(Ul HAQUE, 1995; CHUDNOVSKY e PORTA, 1990).Com relação, especificamente, a estu<strong>dos</strong> sobre aimportância das políticas públicas para a competitivida<strong>de</strong><strong>de</strong> setores industriais, po<strong>de</strong>m ser cita<strong>dos</strong> Dodgson (2005),a respeito das economias asiáticas, e Lee (2005), ao tratardo <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico da Coréia do Sul. Ambosos trabalhos focam particularmente a indústria <strong>de</strong> eletrônicos.No Brasil, já foram empreendi<strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> semelhantespor Adler (1986), Baptista (1997;1988) e Cassiolatoe Baptista (1996).Para Chudnovsky e Porta (1990), alguns fatoresexplicam a importância crescente que o tema da competitivida<strong>de</strong>conquistou, nas últimas décadas, em diversospaíses. Nesse sentido, <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas, entre outrasrazões, as crises do petróleo, na década <strong>de</strong> 1970, queabateram os fundamentos econômicos <strong>de</strong> diversas nações<strong>de</strong>senvolvidas no período, as crises fiscais nos países latinoamericanosdurante o <strong>de</strong>cênio <strong>de</strong> 1980 (México e Brasil,por exemplo), bem como o papel <strong>dos</strong> <strong>de</strong>senvolvimentostecnológicos e a ascensão <strong>de</strong> novos competidores significativosem merca<strong>dos</strong> importantes, como o <strong>de</strong> eletrônicospor parte do Japão e <strong>de</strong> outras nações do leste asiático.O crescimento da importância do tema gerou, comoefeito direto, além <strong>de</strong> uma “obsessão perigosa”, <strong>de</strong> acordocom Krugman (1994), uma gran<strong>de</strong> produção acadêmicaao longo das últimas décadas, com diversas abordagens efocos diferencia<strong>dos</strong>.Nesse sentido, por exemplo, a competitivida<strong>de</strong>, emtermos <strong>de</strong> seu escopo, po<strong>de</strong> ser relacionada com países ouempresas. No contexto das empresas, o conceito po<strong>de</strong> significara aptidão para ven<strong>de</strong>r aquilo que é produzido (MATHISet al., 1988) ou como uma firma é capaz <strong>de</strong> sair vitoriosa noconfronto com suas rivais no mercado (MICHALET, 1981);para o contexto <strong>dos</strong> países, competitivida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> significara capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma nação para enfrentar a competiçãointernacional, ou seja, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exportar seusprodutos, bem como <strong>de</strong> proteger seu mercado doméstico.Além disso, segundo Chudnovsky e Porta (1990), algunsautores associam a competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma nação paraalém <strong>de</strong> princípios calca<strong>dos</strong> somente no comércio internacionalou na <strong>de</strong>fesa do mercado local, incorporandoao tema noções <strong>de</strong> bem-estar econômico e melhoria daqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> sua população (FAGERBERG, 1988;FAJNZYLBER, 1988; JONES e TEECE, 1988).A conceituação do fenômeno da competitivida<strong>de</strong>não é uma tarefa simples. Diferentes conceitos e escopospo<strong>de</strong>m ser emprega<strong>dos</strong> ao termo, o que acarreta umafalta <strong>de</strong> consenso na literatura sobre o tema (LASTRES eCASSIOLATO, 1995; KUPFER, 1992; HAGUENAUER, 1989).Nesse sentido, muitos estu<strong>dos</strong> sobre competitivida<strong>de</strong> nãocompartilham da mesma conceituação ou abordagemmetodológica, bem como <strong>de</strong> suas formas <strong>de</strong> avaliação.Em termos <strong>de</strong> avaliação, por exemplo, Haguenauer


26 Relatório brasil(1989) sintetiza os diversos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>em duas espécies <strong>de</strong> abordagem:i aquelas baseadas em noções <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho; eii aquelas baseadas em eficiência.Assim, os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> elabora<strong>dos</strong> efundamenta<strong>dos</strong> em noções <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho são <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong><strong>de</strong> acordo com o contexto <strong>de</strong> países ou indústrias,sendo associa<strong>dos</strong> a um conceito ex-post, isto é, a competitivida<strong>de</strong><strong>de</strong> uma economia nacional (ou setor industrial)é mensurada com base em seus efeitos sobre o comércioexterno. A vantagem principal <strong>de</strong>ssa abordagem consiste nasimplicida<strong>de</strong> da construção <strong>de</strong> seus indicadores, geralmentemensura<strong>dos</strong> no <strong>de</strong>sempenho das exportações locais. Kupfer(1992), ampliando o conceito <strong>de</strong>sempenho para o nível dasempresas, afirma que o fenômeno po<strong>de</strong> ser medido combase em indicadores <strong>de</strong> participação <strong>de</strong> mercado das firmasem um dado momento no tempo (market share).Por sua vez, a noção <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>, fundamentadano conceito <strong>de</strong> eficiência, <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> característicasestruturais <strong>dos</strong> países, indústrias ou organizações. Assim,em plano oposto ao conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, a abordagemda competitivida<strong>de</strong>, sob a premissa da eficiência, éeminentemente ex ante, ou seja, baseada em certas capacida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> produção ou <strong>de</strong> técnicas que empresas, setoresindustriais ou países sejam <strong>de</strong>tentores. Nesse sentido, o<strong>de</strong>sempenho no mercado é uma conseqüência da competitivida<strong>de</strong>e não sua expressão (HAGUENAUER, 1989).Ressalte-se que a abordagem baseada em eficiência aproxima-se<strong>dos</strong> trabalhos realiza<strong>dos</strong> para o conhecimento emensuração das capacida<strong>de</strong>s instaladas, assim como dasformas e estratégias para incrementar a competitivida<strong>de</strong>.1.1 Convergência entre competitivida<strong>de</strong>e estratégiaApesar das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se conceituar e mensurarcompetitivida<strong>de</strong>, as evidências indicam a existência <strong>de</strong> diferençasem termos <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho entre, porexemplo, empresas rivais (RUMELT, 1991; MCGAHAN ePORTER, 1997). Mais precisamente, alguns estu<strong>dos</strong> basea<strong>dos</strong>na abordagem da organização industrial sugerem queaproximadamente 20% da rentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma empresa<strong>de</strong>riva do setor em que ela atua (McGAHAN , 1999;McGAHAN e PORTER, 1997).As tentativas <strong>de</strong> buscar mo<strong>de</strong>los que expliquem asdiferenças em diversos níveis (países, setores, empresas eaté produtos) têm gerado, ao longo das últimas décadas,uma vasta produção acadêmica que ten<strong>de</strong> a aproximaras áreas <strong>de</strong> estratégia empresarial e teoria das organizações(VASCONCELOS e CYRINO, 2000), com o objetivo<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r como, em um dado momento, organizaçõesou indústrias conseguem elaborar estratégias quelhes permitam eleva<strong>dos</strong> retornos e obtenção <strong>de</strong> vantagenscompetitivas (COCKBURN et al., 2000).De acordo com Vasconcelos e Cyrino (2000) eVasconcelos (2002), as abordagens em estratégia po<strong>de</strong>mser classificadas em dois eixos fundamentais:i em termos <strong>de</strong> origem das vantagens (externo versusinterno); eii em função das premissas sobre a concorrência (visãoestática versus visão dinâmica).No que diz respeito à origem, a competitivida<strong>de</strong>po<strong>de</strong> <strong>de</strong>rivar do ambiente externo à organização, isto é,como um atributo <strong>de</strong> posicionamento em função daestrutura da indústria, da dinâmica da concorrência edo mercado. Exemplos <strong>de</strong>ssa abordagem são as escolas<strong>de</strong> posicionamento, baseada no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> rivalida<strong>de</strong>ampliada proposto por Michael Porter (2004), e o mo<strong>de</strong>loEstrutura-Conduta-Desempenho (ECD), do qual <strong>de</strong>rivoua proposta anterior. Tendo como referência o ambienteinterno, vertente impulsionada a partir <strong>de</strong> 1984 comartigo clássico <strong>de</strong> Wernerfelt (1984) e posteriormenteBarney (1991), a competitivida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser construída combase em características internas das organizações; poisela é intrínseca às empresas. Nesta linha, os mo<strong>de</strong>los<strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> pela abordagem baseada em recursos (RBV)são amplamente utiliza<strong>dos</strong>.Já no segundo eixo, são discriminadas as abordagenscom base na concorrência. Assim, os autores fazem umadistinção entre as teorias calcadas em uma visão estruturale eminentemente estática da concorrência, levando emconsi<strong>de</strong>ração elementos <strong>de</strong> equilíbrio econômico (como aabordagem baseada em recursos) e as <strong>de</strong>mais correntesque se pautam por aspectos dinâmicos e mutáveis daconcorrência, com ênfase em fenômenos como inovação,<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sequilíbrio, tais como as teorias <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong>s dinâmicas.Assim, a idéia <strong>de</strong> que diferenças qualitativas entreempresas ou países po<strong>de</strong>m ser atribuídas aos recursosespecíficos representa um contraponto ao pensamentotradicional, que foca as estruturas <strong>de</strong> mercado comofontes <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>. A proposição central dasabordagens com base em recursos e competênciasexplica, portanto, que as origens das vantagens competitivasestão localizadas primariamente no interior dasorganizações e/ou países e somente <strong>de</strong> forma secundárianas estruturas industriais ou em seus ambientes externos.Portanto, <strong>de</strong> acordo com Vasconcelos e Cyrino (2000)e Vasconcelos (2002), as teorias centradas em recursose competências situam-se no eixo interno das fontes <strong>de</strong>


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 27competitivida<strong>de</strong>.Partindo da percepção inicial das empresas como umconjunto <strong>de</strong> recursos, as abordagens com base em capacida<strong>de</strong>sdinâmicas procuram estudar as relações entre osprocessos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, ações executadas e suas respectivasconseqüências gerenciais, em termos <strong>de</strong> formação,conservação e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> recursos.Nesse sentido, <strong>de</strong> acordo com Teece et al. (1997), otermo “capacida<strong>de</strong>s dinâmicas” po<strong>de</strong> ser dissecado emseus dois componentes fundamentais. Assim, o termo dinâmicasrefere-se à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovar competências, <strong>de</strong>forma a obter convergência com o ambiente mutável domercado, ao passo que a expressão capacida<strong>de</strong>s enfatizao papel crucial da gestão estratégica para adaptar, integrare reconfigurar habilida<strong>de</strong>s organizacionais, recursose competências, internos e externos à organização, <strong>de</strong>modo a lidar com o ambiente. Portanto, pela abordagemdas capacida<strong>de</strong>s dinâmicas, mais importante do que oestoque atual <strong>de</strong> recursos é a capacida<strong>de</strong> da organizaçãoou do país <strong>de</strong> acumular e combinar novos recursos eformatos organizacionais, a fim <strong>de</strong> gerar fontes adicionais<strong>de</strong> renda (VASCONCELOS e CYRINO, 2000; EISENHARDTe MARTIN, 2000) ou <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r, modificar e <strong>de</strong>senvolveroutras capacida<strong>de</strong>s ordinárias (WINTER, 2003).Finalmente, a abordagem das capacida<strong>de</strong>s dinâmicas, emtermos <strong>de</strong> origem <strong>dos</strong> fatores <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> das empresas,localiza-se no ambiente interno das mesmas, como ocorre comas teorias <strong>de</strong> recursos e competências. Por outro lado, a estrutura<strong>de</strong> mercado em que se baseia essa abordagem é calcadaem uma perspectiva dinâmica e <strong>de</strong> mudanças.As diversas formas <strong>de</strong> mensurar o fenômeno dacompetitivida<strong>de</strong> (noções <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho e eficiência),seus escopos diferencia<strong>dos</strong>, como nações, indústrias,países, produtos e <strong>de</strong>stinos (este último, no caso específicodo turismo) e abordagens estratégicas (em dois eixos)ajudam a explicar a dificulda<strong>de</strong> e encontrar uma conceituaçãoamplamente aceita.Os exemplos cita<strong>dos</strong> nesta seção refletem, portanto,a gran<strong>de</strong> abrangência e volume <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> trabalhoscom o objetivo <strong>de</strong> abordar a questão da competitivida<strong>de</strong><strong>de</strong> várias maneiras.No setor <strong>de</strong> turismo, a situação não é diversa. Porisso, na próxima seção serão apresentadas algumas dasexperiências recentes <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> sobre competitivida<strong>de</strong>,especialmente elaboradas para este setor.1.2 Competitivida<strong>de</strong> no setor <strong>de</strong> turismo:lições <strong>de</strong> alguns estu<strong>dos</strong> internacionaisComo visto no item anterior, a competitivida<strong>de</strong> é um fenômenocomplexo <strong>de</strong> ser conceituado e mensurado. Essacaracterística se reflete diretamente nos diversos méto<strong>dos</strong>e abordagens pelos quais os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> mensuração dacompetitivida<strong>de</strong> são construí<strong>dos</strong>.No setor <strong>de</strong> turismo, a dificulda<strong>de</strong> para se avaliar acompetitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos sofre complicações adicionais.Segundo Crouch e Ritchie (1999), isso ocorre emvirtu<strong>de</strong> das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> análise utilizadas e da perspectiva<strong>dos</strong> analistas sobre as mesmas, isto é, a gestão pública seocupa da competitivida<strong>de</strong> da economia como um todo, asindústrias ou associações comerciais focam seus interessesnas suas respectivas áreas <strong>de</strong> atuação, e empreen<strong>de</strong>dorese executivos se preocupam com a competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seuspróprios negócios.Assim, a habilida<strong>de</strong> da administração pública <strong>de</strong>um <strong>de</strong>stino em coor<strong>de</strong>nar os diferentes agentes sociais eeconômicos que possuem participação no setor <strong>de</strong> turismolocal, bem como sua aptidão <strong>de</strong> estimular a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> inovação, a fim <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>stino possa manter-se àfrente <strong>de</strong> seus concorrentes, é um aspecto <strong>de</strong>cisivo para osucesso e a competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stino turístico. Comefeito, Gooroochurn e Sugiyarto (2004) argumentam quea competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos tem adquiridoimportância crescente para formuladores <strong>de</strong> políticas, àmedida que eles almejam uma participação crescente nomercado <strong>de</strong> turismo. Assim, da mesma forma como ocorrecom as empresas, para ser bem-sucedido nesse mercadotodo <strong>de</strong>stino <strong>de</strong>ve assegurar que sua atrativida<strong>de</strong> geral eque a integrida<strong>de</strong> das experiências disponibilizadas a seusvisitantes <strong>de</strong>vem ser iguais ou maiores do que aquelas <strong>de</strong>outros <strong>de</strong>stinos (DWYER e KIM, 2003).Nesse sentido, a literatura recente sobre turismo apresentauma série <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> e experiências internacionaisacerca da competitivida<strong>de</strong> na indústria do turismo, taiscomo os <strong>de</strong> Kozak e Remmington (1999), Crouch e Ritchie(1999, Gooroochurn e Sugiyarto (2004), Melián-Gonzáleze García-Falcón (2003), Enright e Newton (2004) e Johnse Mattsson (2005).Gooroochurn e Sugiyarto (2004), por exemplo,elaboraram um framework para avaliação da competitivida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos. Nesse caso, a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>análise foram países, e a amostra contou com mais <strong>de</strong> 200nações <strong>de</strong>senvolvidas e em <strong>de</strong>senvolvimento. O mo<strong>de</strong>lo<strong>dos</strong> autores buscou ser o mais compreensivo e abrangentepossível, englobando oito temas:i preços;ii abertura econômica;iii <strong>de</strong>senvolvimentos tecnológicos;iv infra-estrutura;v <strong>de</strong>senvolvimento humano no turismo;vi <strong>de</strong>senvolvimento social;


28 Relatório brasilvii meio ambiente; eviii recursos humanos.Alguns estu<strong>dos</strong> foram elabora<strong>dos</strong> com base em abordagens<strong>dos</strong> recursos (RBV). Exemplos <strong>de</strong> tais estu<strong>dos</strong> sãoos trabalhos <strong>de</strong> Crouch e Ritchie (1999) e Melián-Gonzáleze García-Falcón (2003). Os primeiros <strong>de</strong>senvolveram ummo<strong>de</strong>lo conceitual <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>stinos,baseado em quatro fatores:i fatores <strong>de</strong> qualificação (ou condições situacionais);ii gestão do <strong>de</strong>stino;iii atrativos e recursos-chave; eiv fatores e recursos <strong>de</strong> apoio.Por meio da adaptação do mo<strong>de</strong>lo RBV para ocontexto <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos, são eles competitivos <strong>de</strong>acordo com seus recursos tangíveis e intangíveis, além <strong>de</strong>suas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão e políticas.Melián-Gonzáles e García-Falcón (2003) tambémelaboraram um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>com base na abordagem RBV e o aplicaram empiricamenteao segmento <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> pesca nas Ilhas Canárias,Espanha. A <strong>de</strong>speito das semelhanças que po<strong>de</strong>m sertraçadas entre <strong>de</strong>stinos e firmas (para as quais a teoriafoi originalmente elaborada), os autores enten<strong>de</strong>ramque os recursos <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos po<strong>de</strong>m ser compreendi<strong>dos</strong>como alguns recursos naturais (tais como, praias emontanhas) ou culturais (como museus, festivais, tradiçõeslocais etc).Para Enright e Newton (2004), os <strong>de</strong>stinos serãocompetitivos se pu<strong>de</strong>rem atrair e satisfazer turistaspotenciais. Além disso, a competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> tanto<strong>de</strong> fatores específicos ao turismo como também <strong>de</strong> umagama <strong>de</strong> fatores que influenciam os serviços turísticos. Osautores formularam um mo<strong>de</strong>lo quantitativo amplo paramensurar a competitivida<strong>de</strong> com finalida<strong>de</strong>s práticas epara auxiliar formuladores <strong>de</strong> políticas e outros interessa<strong>dos</strong>no setor <strong>de</strong> turismo. O estudo revelou a importância<strong>de</strong> se i<strong>de</strong>ntificar competidores relevantes, bem como acompreensão da importância <strong>dos</strong> atrativos e negóciosrelaciona<strong>dos</strong> com o setor como fatores que afetam acompetitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos.Por sua vez, Kozak e Remmington (1999) <strong>de</strong>finiramque a competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos é <strong>de</strong>rivada<strong>de</strong> dois aspectos fundamentais: (i) fatores primários, emque são incluí<strong>dos</strong> o clima, ecologia, cultura e tradiçõesarquitetônicas; e (ii) um segundo grupo <strong>de</strong> fatores, queé introduzido especificamente para o setor <strong>de</strong> turismo,como hotéis, meios <strong>de</strong> transporte e entretenimento.Combina<strong>dos</strong>, ambos os aspectos <strong>de</strong>terminam a competitivida<strong>de</strong><strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos.Outro exemplo da literatura é o trabalho <strong>de</strong> Johnse Mattsson (2005). De acordo com esses autores, acompetitivida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser avaliada qualitativa e quantitativamente.A performance quantitativa é examinada combase em da<strong>dos</strong> sobre a chegada <strong>de</strong> turistas e as receitas<strong>de</strong>les (noção <strong>de</strong>sempenho, ex post). Entretanto, tambémhá a necessida<strong>de</strong>, segundo os autores, <strong>de</strong> serem leva<strong>dos</strong>em consi<strong>de</strong>ração aspectos qualitativos, já que estes irão<strong>de</strong>terminar o <strong>de</strong>sempenho do <strong>de</strong>stino (noção eficiência,ex ante).Finalmente, um último trabalho <strong>de</strong>ve ser mencionadoem virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua relevância. Nesse sentido, o FórumEconômico Mundial (World Economic Forum, 2007),reconhecendo a importância do turismo para a economiaglobal e <strong>de</strong> diversas nações, elaborou, em 2007, umestudo <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> intitulado The Travel & TourismCompetitiveness Report. Com base em da<strong>dos</strong> secundáriosdisponíveis em diversos organismos internacionais eem questionários distribuí<strong>dos</strong> a lí<strong>de</strong>res e executivos napesquisa <strong>de</strong> opinião anual do Fórum, foi elaborado umíndice <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> fundamentado num mo<strong>de</strong>loestruturado em treze pilares:i políticas públicas e regulamentações;ii legislação ambiental;iii segurança;iv saú<strong>de</strong> e higiene;v priorização do setor <strong>de</strong> turismo;vi infra-estrutura aérea;vii infra-estrutura <strong>de</strong> transporte terrestre;viii infra-estrutura <strong>de</strong> turismo;ix infra-estrutura <strong>de</strong> comunicação;x preços no setor <strong>de</strong> turismo;xi recursos humanos;xii percepção nacional sobre o turismo; exiii recursos naturais e culturais.Estes pilares foram então agrupa<strong>dos</strong> em trêsdimensões:i mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regulação;ii ambiente <strong>de</strong> negócios e infra-estrutura; eiii recursos humanos, naturais e culturais.Assim, as lições internacionais recentes exemplificama complexida<strong>de</strong> da formulação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> avaliação<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>stinos turísticos. Nesse sentido,segundo Gooroochurn e Sugiyarto (2004), a competitivida<strong>de</strong>po<strong>de</strong> ser entendida como um fenômeno multidimensionale relativo, e sua mensuração da escolha das variáveisanalisadas e/ou do ano-base <strong>de</strong> escolha e/ou da basegeográfica (países ou regiões).


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 292. A Competitivida<strong>de</strong> e sua importância para o <strong>de</strong>senvolvimentoregional do turismoQualquer forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico requerum trabalho <strong>de</strong> planejamento consistente para atingir oobjetivo proposto. O turismo é apresentado hoje como umsetor capaz <strong>de</strong> promover a aceleração econômica e o incrementonas áreas social, cultural e ambiental. No entanto,a opção pelo <strong>de</strong>senvolvimento e a regulação por meiodo turismo é mais complexa do que parece, pois, além <strong>de</strong>ser uma ativida<strong>de</strong> multissetorial, conforme <strong>de</strong>stacado porCrouch e Ritchie (1999) na seção anterior, traz, com o seu<strong>de</strong>senvolvimento, diversos impactos, positivos e negativos,necessitando, assim, <strong>de</strong> políticas públicas eficazes paraque se sustente ao longo do tempo.Portanto, <strong>de</strong> acordo com Moesch (2001), a a<strong>de</strong>quadacompreensão do turismo pressupõe que o mesmo é capaz<strong>de</strong> gerar efeitos positivos e negativos para as regiõesque abrigam suas ativida<strong>de</strong>s. No primeiro caso, o setor écapaz <strong>de</strong> contribuir para a geração <strong>de</strong> empregos, maiorprodução <strong>de</strong> bens e serviços, bem como melhorar a rendada população. Contudo, na ausência <strong>de</strong> análises criteriosasou <strong>de</strong> equívocos cometi<strong>dos</strong> em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinformações,o setor po<strong>de</strong> produzir resulta<strong>dos</strong> adversos para o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> um <strong>de</strong>stino.De acordo com Wanhill (1997), o <strong>de</strong>senvolvimentodo turismo é extremamente complexo, envolvendodiversos setores da economia e causando impacto, diretamente,no modo <strong>de</strong> vida da comunida<strong>de</strong> anfitriã. Oliveira(2001) ressalta que o turismo po<strong>de</strong> gerar uma série<strong>de</strong> impactos negativos no meio ambiente e na culturalocal, ameaçando o <strong>de</strong>senvolvimento do setor, a médio elongo prazos.Conforme salientado por Coriolano (2007), o futurodo turismo sustentável está ligado à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> osgovernos, empresários e tra<strong>de</strong> converterem a ativida<strong>de</strong> emelemento <strong>de</strong> equilíbrio que aju<strong>de</strong>, por exemplo, a diminuiros déficits estruturais e a dívida social.Segundo Cooper et al. (2001), o <strong>de</strong>senvolvimento doturismo não atingirá seu ponto ótimo, caso seja <strong>de</strong>ixadointeiramente nas mãos do setor público ou privado, umavez que o primeiro, teoricamente, voltará seus objetivospara maximizar os benefícios sociais, enquanto que osegundo maximizará os lucros.A essência do <strong>de</strong>senvolvimento do turismo bem-sucedidoé uma parceria entre os diversos interessa<strong>dos</strong> na ativida<strong>de</strong>do turismo (stakehol<strong>de</strong>rs). Wanhill (1997) ressalta aimportância da participação <strong>de</strong> stakehol<strong>de</strong>rs, quais sejam:i governos central e local;ii órgãos paraestatais;iii organizações voluntárias e sem fins lucrativos;iv setor privado;v comunida<strong>de</strong> anfitriã; evi representante <strong>dos</strong> visitantes.Em relação aos governos central e local, o significadoglobal do turismo como um mecanismo para o <strong>de</strong>senvolvimentoeconômico tem representado uma oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> investimento que poucos po<strong>de</strong>m se dar ao luxo <strong>de</strong>ignorar. De uma perspectiva ampla, o que se requer é um<strong>de</strong>senvolvimento equilibrado das muitas facilida<strong>de</strong>s necessáriaspara satisfazer as exigências <strong>dos</strong> visitantes.Paralelamente, vem sendo dada maior ênfase à sustentabilida<strong>de</strong><strong>de</strong>sse <strong>de</strong>senvolvimento para que o turismo possagerar benefícios econômicos em curto, médio e longoprazos, sem que isso implique o esgotamento <strong>dos</strong> recursosnaturais e culturais <strong>de</strong> um país, <strong>de</strong> uma geração para outra.No entanto Oliveira (2001) ressalta que o gerenciamento<strong>dos</strong> impactos negativos não é uma tarefa simples, uma vezque o turismo não é um setor pontual e bem <strong>de</strong>finido, masuma série <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.No passado, a maioria das facilida<strong>de</strong>s oferecidasaos turistas era subsidiada pelos governos, medindo-se osucesso <strong>de</strong> um país no segmento do turismo pelo número<strong>de</strong> visitantes. Atualmente, isso está mudando, o número<strong>de</strong> turistas não é mais a variável <strong>de</strong> sucesso do setor. Emseu lugar, tem-se hoje a receita obtida pelo influxo <strong>de</strong>turistas, a qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> turistas recebi<strong>dos</strong> e os benefíciossociais e econômicos que a ativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> gerar.Como o setor <strong>de</strong> turismo não controla to<strong>dos</strong> osfatores que constituem o atrativo <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stino, e oimpacto sobre a população anfitriã po<strong>de</strong> ser substancial,é necessário que as opções relativas ao <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong> econômica sejam consi<strong>de</strong>radas nos escalõesmais altos do governo e que a estrutura administrativapública a<strong>de</strong>quada seja <strong>de</strong>finida para assegurar o <strong>de</strong>senvolvimentosustentável. Como regra geral, quanto maior for aimportância do turismo para a economia <strong>de</strong> um país, tantomaior será o envolvimento do setor público, a ponto <strong>de</strong>existir um ministério governamental com responsabilida<strong>de</strong>única pelo turismo. O que acontece freqüentemente é queo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> planejamento em relação ao turismo acabasendo <strong>de</strong>legado ao governo local, enquanto que o braçoexecutivo do governo é transferido a um órgão públicoou semipúblico. Vale lembrar que esse planejamento temsempre <strong>de</strong> envolver to<strong>dos</strong> os interessa<strong>dos</strong> para que a<strong>de</strong>cisão conjunta possa, enfim, se transformar em açõesconcretas <strong>de</strong> melhoria do produto turístico.


30 Relatório brasilA sustentabilida<strong>de</strong> do<strong>de</strong>senvolvimento turísticoO conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, segundoMiltin (1992), engloba basicamente dois componentes: osignificado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e as condições necessáriaspara a sustentabilida<strong>de</strong>.Geralmente, <strong>de</strong>senvolvimento implica processo <strong>de</strong>melhoria nas condições <strong>de</strong> vida da população. De acordocom Dudley (1993), <strong>de</strong>senvolvimento não tem ligaçãosomente com a melhoria do bem-estar social, mas tambémcom a mudança, seja no comportamento, nas aspirações,ou no entendimento do mundo em que se vive.Dessa forma, o <strong>de</strong>senvolvimento, segundo Stiefel eWolfe (1994), <strong>de</strong>ve levar em consi<strong>de</strong>ração os fatores históricos,culturais, sociais, econômicos e políticos, não serestringindo a um mero exercício <strong>de</strong> engenharia.Nesse sentido, o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável é reconhecidocomo um método imprescindível para atingirobjetivos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, sem <strong>de</strong>teriorar os recursosnaturais e culturais, nem <strong>de</strong>gradar o ambiente. Apesar <strong>de</strong>existir um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> interpretações do que realmenteé o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, a OrganizaçãoMundial do Turismo <strong>de</strong>fine o termo como um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento econômico que é elaborado, levando emconta os seguintes objetivos:– Melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da comunida<strong>de</strong>receptora;– Prover uma experiência <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> para o visitante;e– Manter as qualida<strong>de</strong>s ambientais, sociais e culturais,tanto para a comunida<strong>de</strong> quanto para o visitante.O <strong>de</strong>senvolvimento do turismo sustentável po<strong>de</strong>satisfazer as necessida<strong>de</strong>s econômicas, sociais e estéticasmantendo, simultaneamente, a integrida<strong>de</strong> culturale ecológica. Tal <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ve levar em consi<strong>de</strong>raçãoos benefícios para anfitriões e visitantes, enquantoprotege e melhora os recursos disponíveis para o futuro.No entanto, o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável para oturismo exige uma série <strong>de</strong> medidas políticas vigorosasbaseadas em trocas complexas nos níveis social, econômicoe ambiental. De acordo com McIyntyre (1993), o <strong>de</strong>senvolvimentosustentável para o turismo engloba, basicamente,três áreas: econômica, sociocultural e ambiental.– A sustentabilida<strong>de</strong> econômica se dá quando o <strong>de</strong>senvolvimentoeconômico é realizado utilizando osrecursos <strong>de</strong> forma eficiente, para que eles possam seraproveita<strong>dos</strong> não só pela atual geração, mas tambémpelas gerações futuras;– A sustentabilida<strong>de</strong> sociocultural garante a preservaçãoda i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong> nessas duas dimensões,apesar do aumento do fluxo <strong>de</strong> visitantes eda exposição a outras culturas. Para tanto, é necessárioque o visitante respeite a cultura local por meio<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> sensibilização do turista; e– A sustentabilida<strong>de</strong> ambiental <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> um manejoa<strong>de</strong>quado <strong>dos</strong> recursos naturais, visando a conservaçãoe preservação para as gerações futuras.Para isso, é necessário que o governo tome iniciativasnesse sentido.Com a introdução <strong>de</strong>ssas perspectivas, o conceito<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento turístico passou a sofrer um intensoprocesso <strong>de</strong> revisão, mais ou menos crítico, mais ou menoscauteloso, conforme o ambiente intelectual e profissional.Percebeu-se, sobretudo, a dimensão política e ética neleinscrita, o que tinha sido fortemente ignorado pela teoriaanterior. Assim, evoluiu-se <strong>de</strong> um conceito estreito <strong>de</strong>“crescimento do número <strong>de</strong> turistas” para uma abordagemmais ampla <strong>de</strong> “<strong>de</strong>senvolvimento sustentável doturismo” (BARBOSA, 2002).Políticas públicas para o <strong>de</strong>senvolvimentosustentável do turismoDe acordo com Wanhill (1997), as políticas públicasadotadas por um município para o <strong>de</strong>senvolvimento doturismo <strong>de</strong>terminarão os vetores <strong>de</strong> crescimento da ativida<strong>de</strong>e as ações do setor privado. É importante <strong>de</strong>stacarque os objetivos fixa<strong>dos</strong> pelos governos não <strong>de</strong>vem serconflitantes. Os governos falam, com freqüência, emqualida<strong>de</strong> do turismo, no entanto me<strong>de</strong>m seu <strong>de</strong>sempenhoem termos quantitativos. Alguns exemplos comuns<strong>de</strong> objetivos <strong>de</strong> política, que possuem maior tendência <strong>de</strong>conflitarem entre si, são:– Atração do mercado <strong>de</strong> turistas <strong>de</strong> elevado nível <strong>de</strong>gastos, em contraposição à expansão contínua donúmero <strong>de</strong> visitantes;– Maximização do número <strong>de</strong> empregos por conta doaumento do volume <strong>de</strong> turistas, em oposição à conservaçãodo meio ambiente e do legado cultural; e– Desenvolvimento do turismo sustentável, em contraposiçãoao turismo <strong>de</strong> massa.Todavia, <strong>de</strong>ve-se apontar que é inaceitável que as políticaspúblicas para o turismo sejam implementadas à custado patrimônio ambiental ou que afetem adversamente acultura local e a comunida<strong>de</strong> anfitriã. A implementação dapolítica torna-se, portanto, um processo <strong>de</strong> manter o equilíbrioentre os vários objetivos, e não o <strong>de</strong> tentar maximizarqualquer um <strong>de</strong>les isoladamente.Segundo Inskeep (1992), o pressuposto para uma abordagemplanejada do <strong>de</strong>senvolvimento é que, com ela, existeuma maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atingir os objetivos do turismo,em vez <strong>de</strong> “simplesmente <strong>de</strong>ixar que as coisas aconteçam”.


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 31Para atingir o nível e o tipo <strong>de</strong>seja<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentodo turismo, os governos po<strong>de</strong>m recorrer ainstrumentos <strong>de</strong> políticas públicas que dizem respeito à<strong>de</strong>manda e à oferta.Em situações em que o potencial <strong>de</strong> lucro comercialseja claro, o setor público po<strong>de</strong>rá ser solicitado a <strong>de</strong>monstrarseu comprometimento com o turismo, apenas estimulandoo lado da <strong>de</strong>manda por intermédio do marketing,da promoção do <strong>de</strong>stino e das facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso,tomando iniciativas, como políticas liberais <strong>de</strong> transporte,especialmente o acesso por via aérea. Os instrumentos dolado da oferta são normalmente um misto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,incentivos e controle. No caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos, em queo potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento é o maior patrimônio, ogerenciamento <strong>de</strong> oferta tem-se mostrado mais a<strong>de</strong>quadopara estruturar a localida<strong>de</strong> no recebimento <strong>de</strong> visitantes.A ativida<strong>de</strong> do governo, ainda quanto ao aspecto daoferta, é voltada para prover infra-estrutura, influenciar osagentes responsáveis pelas instalações e serviços <strong>de</strong> turismo— <strong>de</strong>nominada superestrutura —, <strong>de</strong>senvolver produtosturísticos capazes <strong>de</strong> atrair turistas, bem como prestarserviços <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e proporcionar o bem-estar para apopulação local e seus visitantes. De acordo com Wanhill(1997), uma das formas mais simples e mais eficientes <strong>de</strong>influenciar a oferta <strong>de</strong> estruturas turísticas é por meio <strong>de</strong>planejamento e controle do uso do solo. É recomendávelque to<strong>dos</strong> os governos obe<strong>de</strong>çam a uma legislação <strong>de</strong>planejamento urbano que regula o uso do solo. Em geral,os controles mais rígi<strong>dos</strong> se <strong>de</strong>stinam a proteger áreas <strong>de</strong>elevado valor paisagístico ou <strong>de</strong> encanto.A gerência governamental, pelo lado da <strong>de</strong>manda,<strong>de</strong>ve assumir uma atitu<strong>de</strong> proativa e elaborar e implementarestratégias que garantam o caminho para o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sejado. Essas estratégias requeremuma compreensão profunda não apenas do mercado emquestão, mas também do que se tem a oferecer.De acordo com Gilbert (1991), as aplicações técnicas<strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda po<strong>de</strong>m ser dificultadas poruma série <strong>de</strong> razões, entre elas:i imaturida<strong>de</strong> e diversida<strong>de</strong> do setor;ii perspectiva <strong>de</strong> curto prazo;iii poucos da<strong>dos</strong> confiáveis; eiv <strong>de</strong>cisões políticas afastadas <strong>de</strong> embasamento técnicosobre a ativida<strong>de</strong>.Portanto, a ativida<strong>de</strong> do governo, sob o aspectoda <strong>de</strong>manda, é voltada para trabalhar o público-alvodo <strong>de</strong>stino, realizar eventos que possam trazer benefíciose monitorar a ativida<strong>de</strong> por meio <strong>de</strong> pesquisas quantitativase qualitativas.


32 Relatório brasil3. Aspectos MetodológicosA competitivida<strong>de</strong> no setor do turismo, cuja construçãoteórica é complexa, requer, no processo <strong>de</strong> sua operacionalização,o total domínio do seu real significado.Os diferentes matizes subjacentes à sua conceituação<strong>de</strong>vem estar tão alinha<strong>dos</strong> quanto possível com o objetoa ser avaliado, bem como consistentes com asjustificativas das respectivas incorporações. Dessa forma,po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>finir (<strong>de</strong> acordo com a consistênciae o conteúdo) o que tal conceito representa no âmbito<strong>de</strong>ste trabalho.Em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ssas premissas e do referencialteórico-conceitual apresentado nas seções anteriores,<strong>de</strong>fine-se competitivida<strong>de</strong> como:a capacida<strong>de</strong> crescente <strong>de</strong> gerar negócios nas ativida<strong>de</strong>seconômicas relacionadas com o setor <strong>de</strong>turismo, <strong>de</strong> forma sustentável, proporcionando aoturista uma experiência positiva.Para a operacionalização <strong>de</strong>sse conceito, foram <strong>de</strong>finidascinco macrodimensões, subdivididas, por sua vez,em treze dimensões. É fundamental que, nesse processo<strong>de</strong> operacionalização, os conceitos utiliza<strong>dos</strong> sejam transforma<strong>dos</strong>,por sucessivos <strong>de</strong>sdobramentos, em variáveisou indicadores que possam ser extraí<strong>dos</strong> diretamente darealida<strong>de</strong>. A Figura 1, a seguir, apresenta a estrutura doíndice construído:Adicionalmente, para o caso <strong>de</strong>sta metodologia emparticular, foram privilegia<strong>dos</strong> os aspectos objetivos naavaliação das variáveis, utilizando, apenas, <strong>de</strong> forma residual,indicadores qualitativos. Nesse caso, foi realizada umaequalização, a fim <strong>de</strong> evitar a subjetivida<strong>de</strong> na avaliação.Para a construção do índice <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><strong>de</strong>stinos turísticos no Brasil, foram consi<strong>de</strong>radas variáveisque permitem a verificação das capacida<strong>de</strong>s, direta e indiretamenterelacionadas com o turismo, consi<strong>de</strong>rando queessas são as que mais qualificam um <strong>de</strong>stino como competitivono turismo, em maior ou menor grau.Pontuação e fórmulasA <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> cada macrodimensão e suas respectivasdimensões, bem como das variáveis e perguntas que ascompõem, permitiu a elaboração <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong> pontuação.Esse procedimento foi realizado inicialmente por especialistasem cada uma das dimensões e, posteriormente,validado em sessão conjunta com representantes doMinistério do Turismo.Assim, para a avaliação <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cadaum <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos foi atribuída uma pontuação,ou peso, para cada pergunta, variável e dimensão,levando em consi<strong>de</strong>ração as respectivas contribuições parao índice global <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>.fIGURA 1 - Macrodimensões e dimensões do estudoCompetitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>Destinos</strong> Turísticos <strong>Indutores</strong>Infra-estruturaInfra-estrutura geralAcessoTurismoServiços e equipamentos turísticosAtrativos turísticosMarketingPolíticas PúblicasPolítica públicaCooperação regionalMonitoramentoEconomiaEconomia localCapacida<strong>de</strong> empresarialSustentabilida<strong>de</strong>Aspectos sociaisAspectos ambientaisAspectos culturaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 33Cada variável foi <strong>de</strong>finida <strong>de</strong> modo a captar a totalabrangência do real significado da dimensão da qual elafaz parte, em função <strong>de</strong> perguntas que, após a pontuação,levaram ao escore por variável, <strong>de</strong>finindo, então, o escoreem cada dimensão, conforme cálculo a seguir:Por dimensão:Logo, a metodologia <strong>de</strong> pontuação utilizada permitiráa i<strong>de</strong>ntificação <strong>dos</strong> pontos fortes e fracos <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>stino,seu posicionamento relativo ante os <strong>de</strong>mais e servirá comosubsídio para o estabelecimento <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong>alocação <strong>de</strong> recursos para consolidação do processo <strong>de</strong>competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos em questão.Coleta <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>i = 1, 2, ..., 13On<strong>de</strong>,Zm = escore total da subpergunta m. m = 1, 2, ..., MXk = escore total da pergunta k. k = 1, 2, .... KYj = variável j. j = 1, 2, ..., JI 1 se pergunta K possui sub-perguntas; 0, caso contrário` = peso atribuído à variável j`` = peso atribuído à pergunta kEste procedimento permitiu i<strong>de</strong>ntificar o posicionamentorelativo <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>stino em cada uma das 13dimensões.Por <strong>de</strong>stino:On<strong>de</strong>: = peso atribuído à dimensão iO conjunto <strong>de</strong> pesos, utiliza<strong>dos</strong> na pon<strong>de</strong>ração dasdimensões, foi discutido e validado em fórum que contoucom a participação <strong>de</strong> técnicos do Ministério do Turismo,das Secretarias Estaduais <strong>de</strong> Turismo, SEBRAE, <strong>de</strong> representantes<strong>de</strong> órgãos <strong>de</strong> classe e profissionais do setor, e<strong>dos</strong> acadêmicos envolvi<strong>dos</strong> na construção do índice. Ospesos das variáveis e perguntas foram atribuí<strong>dos</strong> internamentepelo grupo técnico da FGV.Antes <strong>dos</strong> trabalhos <strong>de</strong> campo, foram escolhi<strong>dos</strong> seis <strong>de</strong>stinosque serviram como unida<strong>de</strong>s-piloto a fim <strong>de</strong> se testaro instrumento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>. Essa análise-piloto tevecomo objetivo preparar os avaliadores para a realizaçãodo levantamento <strong>dos</strong> <strong>de</strong>mais 59 <strong>de</strong>stinos, verificando-sequestões como a<strong>de</strong>quação da metodologia, acesso às informações,tempo <strong>de</strong> coleta e outros aspectos <strong>de</strong> organizaçãoda pesquisa.O questionário contou somente com perguntas objetivas,excluindo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> juízo <strong>de</strong> valor do entrevistador.A coleta <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> foi realizada entre os meses<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007 e fevereiro <strong>de</strong> 2008. Em to<strong>dos</strong> os<strong>de</strong>stinos, os técnicos da FGV contaram com o acompanhamento<strong>de</strong> representantes das Secretarias Municipais<strong>de</strong> Turismo, bem como do respectivo órgão estadual <strong>de</strong>turismo. Participaram, também, do processo <strong>de</strong> obtenção<strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, como respon<strong>de</strong>ntes, representantes <strong>de</strong> outrassecretarias municipais, membros parceiros das prefeituras,tais como SEBRAE e SENAC, além <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> instituições<strong>de</strong> ensino e órgãos <strong>de</strong> representação <strong>dos</strong> setores <strong>de</strong>hotelaria, restaurantes, receptivos e agências <strong>de</strong> viagens.Adicionalmente, foram convida<strong>dos</strong> os responsáveispor câmaras <strong>de</strong> comércio e <strong>de</strong> integração <strong>de</strong> turismoregional, além <strong>de</strong> administrações participativas, nos<strong>de</strong>stinos on<strong>de</strong> havia esses atores, quando <strong>dos</strong> trabalhos <strong>de</strong>campo. Vale salientar que a atuação <strong>de</strong>les foi fundamentalpara a validação das respostas.Para o trabalho <strong>de</strong> campo, a FGV contou com a participação<strong>de</strong> 23 pesquisadores, que receberam um total <strong>de</strong>20 horas <strong>de</strong> treinamento presencial sobre os conceitosemprega<strong>dos</strong> pelo estudo em cada dimensão, as principaisdificulda<strong>de</strong>s do campo e as estratégias <strong>de</strong> checagem <strong>de</strong>da<strong>dos</strong>. Os da<strong>dos</strong> foram coleta<strong>dos</strong> in loco nos <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinosindutores previamente <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong>, conforme tabela a seguir.Cada pesquisa durou cinco dias.


34 Relatório brasilMACRORREGIÃO NORTENº UF Destino Indutor1 AC Rio Branco2Barcelos3 AM Manaus4 Parintins5 AP Macapá6PABelém7 Santarém8 RO Porto Velho9 RR Boa Vista10TOMateiros11 PalmasMACRORREGIÃO NORDESTENº UF <strong>Destinos</strong> <strong>Indutores</strong>12ALMaceió13 Maragogi14Lençóis15 Maraú16 BA Mata <strong>de</strong> São João17 Porto Seguro18 Salvador19Aracati20CEFortaleza21 Jijoca <strong>de</strong> Jericoacoara22 Nova Olinda23MABarreirinhas24 São Luís25 PB João Pessoa26Fernando <strong>de</strong> Noronha27 PE Ipojuca28 Recife29Parnaíba30 PI São Raimundo Nonato31 Teresina32RNNatal33 Tibau do Sul34 SE AracajuMACRORREGIÃO CENTRO-OESTENº UF Destino Indutor35 DF Brasília36 Alto Paraíso37GOCaldas Novas38 Goiânia39 Pirenópolis40 Bonito41 MS Campo Gran<strong>de</strong>42 Corumbá43 MTCáceres44 CuiabáMACRORREGIÃO SUDESTENº UF Destino Indutor45 ES Vitória46 Belo Horizonte47MGDiamantina48 Ouro Preto49 Tira<strong>de</strong>ntes50 Angra <strong>dos</strong> Reis51 Armação <strong>dos</strong> Búzios52 RJ Parati53 Petrópolis54 Rio <strong>de</strong> Janeiro55 SPSão Paulo56 IlhabelaMACRORREGIÃO SULNº UF Destino Indutor57Curitiba58 PR Foz do Iguaçu59 Paranaguá60Bento Gonçalves61 RS Gramado62 Porto Alegre63Balneário Camboriú64 SC Florianópolis<strong>65</strong> São Joaquim


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 35O mo<strong>de</strong>lo contemplou, além <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> coleta<strong>dos</strong> nocampo, diversas outras variáveis construídas, utilizandoda<strong>dos</strong> disponíveis em fontes oficiais. Essas informaçõesserviram tanto para complementar a base <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> domo<strong>de</strong>lo, quanto para tratar variáveis que <strong>de</strong>mandavam umtratamento relativizado, ou seja, precisavam ser pon<strong>de</strong>radasem relação a porte, receitas públicas ou população<strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos pesquisa<strong>dos</strong>, para fins <strong>de</strong> comparabilida<strong>de</strong>entre os mesmos.Análise <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>Para análise <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>, foi construído um sistema emque estes foram digita<strong>dos</strong> e imediatamente tabula<strong>dos</strong> epontua<strong>dos</strong> em seus respectivos municípios, dimensões <strong>de</strong>análise e variáveis. Esse sistema foi alimentado com o pesorelativo <strong>de</strong> cada variável e dimensão, <strong>de</strong> forma parametrizada,permitindo que os resulta<strong>dos</strong> gera<strong>dos</strong> já consi<strong>de</strong>rassemesse fator. Além disso, essa parametrização facilitouanálises posteriores, ampliando avaliações e efeitos relativos<strong>de</strong> porte, segmentação ou localização geográfica <strong>dos</strong><strong>de</strong>stinos.Adicionalmente, análises quantitativas <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong>e testes <strong>de</strong> consistência foram realiza<strong>dos</strong> por meio <strong>de</strong>programa estatístico específico (SPSS). Esse programa foiutilizado também para outros tratamentos estatísticos, afim <strong>de</strong> facilitar a compreensão da situação da competitivida<strong>de</strong>nos <strong>de</strong>stinos estuda<strong>dos</strong>. Foram produzidas estatísticas<strong>de</strong>scritivas, tabelas <strong>de</strong> freqüências e efetua<strong>dos</strong> cruzamentosentre variáveis.Tanto no caso <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> consolida<strong>dos</strong> quantonos das 13 dimensões, os <strong>de</strong>stinos foram classifica<strong>dos</strong>segundo uma escala direta <strong>de</strong> cinco níveis (1-20, 21-40,41-60, 61-80, 81-100) 1 , que não consi<strong>de</strong>rou a distribuiçãoda amostra. Assim, um <strong>de</strong>stino que tenha recebido 30pontos foi classificado no segundo nível, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<strong>de</strong> ser eventualmente o que alcançou a melhorpontuação. O objetivo <strong>de</strong>ssa classificação é permitir queos gestores públicos e priva<strong>dos</strong> observem em que aspectosé necessário empreen<strong>de</strong>r maiores esforços <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoda competitivida<strong>de</strong> turística.Importante mencionar também os aspectos metodológicosutiliza<strong>dos</strong> para tratamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> faltantes(missing). Para evitar que toda a informação associada àpergunta fosse eliminada, dois tratamentos foram segui<strong>dos</strong>.Nas situações caracterizadas como “não se aplica”, as informaçõesdo <strong>de</strong>stino foram substituídas pela menor pontuaçãoobtida nos <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>stinos. Nas <strong>de</strong>mais situações, ainformação incluída foi a da média do grupamento (cluster)<strong>de</strong> municípios semelhantes, conforme o tamanho da população,da capital do estado, ou não, e região geográfica à qualpertencem. Essa informação foi processada no programaestatístico e substituída no sistema <strong>de</strong> análise dacompetitivida<strong>de</strong>.4. Macrodimensões e Dimensões do <strong>Estudo</strong>O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> qualquer ativida<strong>de</strong> econômica necessita,preliminarmente, <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong> proativa e da elaboração<strong>de</strong> estratégias que garantam o alcance <strong>de</strong> objetivos<strong>de</strong>seja<strong>dos</strong>. O <strong>de</strong>senho <strong>de</strong>ssas estratégias requer umacompreensão profunda da realida<strong>de</strong> local — estruturas,economia, vantagens competitivas e fragilida<strong>de</strong>s para seuprocesso <strong>de</strong> elaboração.Para o setor <strong>de</strong> turismo especificamente, recomendaseque a estratégia seja construída com base em umaanálise situacional <strong>de</strong>talhada e levando em consi<strong>de</strong>raçãodiferentes aspectos relaciona<strong>dos</strong> com oferta e <strong>de</strong>manda.A adoção <strong>de</strong> uma perspectiva ampla, que possacombinar os principais subsetores e dimensões quecompõem a ativida<strong>de</strong> turística, é consi<strong>de</strong>rada a maisa<strong>de</strong>quada para o <strong>de</strong>senvolvimento do setor. Tal perspectiva<strong>de</strong>ve incluir análises e cenários relaciona<strong>dos</strong> com infraestrutura,potencial turístico, economia, políticas públicase sustentabilida<strong>de</strong>, visando medir a capacida<strong>de</strong> atual do<strong>de</strong>stino e o potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.As questões relacionadas com a <strong>de</strong>manda, comotendência e segmentos <strong>de</strong> mercado, <strong>de</strong>vem ser incorporadasao planejamento, <strong>de</strong> forma a a<strong>de</strong>quar e estabeleceruma área <strong>de</strong> equilíbrio entre oferta e procura .A divisão da estratégia em dimensões po<strong>de</strong> facilitar avisualização e mostrar a necessida<strong>de</strong> primária <strong>de</strong> articulação <strong>de</strong>diferentes atores para o <strong>de</strong>senvolvimento do setor <strong>de</strong> turismo.4.1 Macrodimensão Infra-EstruturaA Figura 2, a seguir, sintetiza a macrodimensão Infraestruturae suas respectivas dimensões e variáveis, examinadasno mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste estudo.1Para o posicionamento em níveis segundo a escala proposta, foi utilizado critério <strong>de</strong> arredondamento das pontuações. Por exemplo: se situada entre20,1 e 20,4, a mesma posicionou-se no nível 1 (entre 0 e 20 pontos); no caso <strong>de</strong> ter-se situado entre 20,5 e 20,9, foi classificada no nível 2 (entre 21 e40 pontos), e assim por diante.


36 Relatório brasilFigura 2 - Macrodimensão Infra-estruturaInfra-estruturaInfra-estrutura GeralSaú<strong>de</strong> públicaEnergia, comunicação e facilida<strong>de</strong>s financeirasSegurança públicaUrbanizaçãoAcessoTransporte aéreoAcesso rodoviárioOutros tipos <strong>de</strong> acesso (aquaviário e ferroviário)Sistema <strong>de</strong> transporte no <strong>de</strong>stinoProximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s centros emissivos <strong>de</strong> turistasFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008Infra-estrutura geralA capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma região para atrair pessoas e negócios,<strong>de</strong> modo sustentável, está relacionada, entreoutros fatores, com a infra-estrutura local. Em outraspalavras, com a oferta das condições estruturais necessáriaspara que as pessoas possam usufruir um confortomínimo e para que os negócios tenham condições<strong>de</strong> prosperar com a <strong>de</strong>manda por seus produtos e/ouserviços, <strong>de</strong> modo sustentável. Assume-se que, quantomaior e mais diversificada a infra-estrutura local, maiorserá a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atração <strong>de</strong> pessoas que se dirigemà localida<strong>de</strong>, com propósitos diferencia<strong>dos</strong>. Tal atraçãoacaba por gerar condições necessárias para a criação<strong>de</strong> negócios que servirão <strong>de</strong> âncora para a expansão daeconomia local.A provisão <strong>de</strong> infra-estrutura po<strong>de</strong> ser entendidacomo uma responsabilida<strong>de</strong> que envolve os três níveis<strong>de</strong> governo: nacional, regional e local. Enten<strong>de</strong>-se comoprovisão a oferta direta <strong>de</strong> serviços, bem como a concessãoe regulação <strong>dos</strong> mesmos.O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stino turístico requera existência <strong>de</strong> uma infra-estrutura capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r àpopulação resi<strong>de</strong>nte e à população flutuante que chegapor intermédio da ativida<strong>de</strong> turística ou <strong>de</strong> negócios. Deacordo com Wanhill (1997), alguns aspectos <strong>de</strong> provisão<strong>de</strong> infra-estrutura no <strong>de</strong>senvolvimento turístico <strong>de</strong>vem serconsi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>, tais como:– O turismo (turista) <strong>de</strong>ve maximizar o uso da infraestruturaexistente;– A concentração geográfica do <strong>de</strong>senvolvimento proporcionaeconomias <strong>de</strong> escala, portanto, uso maiseficiente; e– Uma nova infra-estrutura <strong>de</strong>ve ter finalida<strong>de</strong>s múltiplas,servindo tanto às comunida<strong>de</strong>s quanto àsnecessida<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> turistas e, se possível, agir comocatalisadora para outras formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoeconômico.A infra-estrutura construída apenas para aten<strong>de</strong>r àsnecessida<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> turistas só se justifica se os resulta<strong>dos</strong>fiscal, econômico e social favorecerem a comunida<strong>de</strong> localou forem capazes <strong>de</strong> gerar externalida<strong>de</strong>s positivas paraessa comunida<strong>de</strong> e as áreas <strong>de</strong> entorno.A infra-estrutura a<strong>de</strong>quada é essencial para <strong>de</strong>stinosturísticos e aparece, principalmente, sob a forma <strong>de</strong> transporteou acesso (estradas, ferrovias, aeroportos, estacionamentos),serviços <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública (saneamentobásico, eletricida<strong>de</strong>, comunicações) e outros serviços(saú<strong>de</strong>, segurança), <strong>de</strong>vendo ser compartilhada entre resi<strong>de</strong>ntese visitantes.Como exemplo, po<strong>de</strong>-se citar o saneamento básico.Um sistema <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> água e esgoto eficiente éfundamental para qualquer tipo <strong>de</strong> espaço urbano, principalmentepara os <strong>de</strong>stinos turísticos cuja população éaumentada sazonalmente. Além disso, o <strong>de</strong>stino dadoaos efluentes provenientes das residências e indústrias<strong>de</strong>ve merecer especial atenção para que a qualida<strong>de</strong> daágua, em praias e rios, possa permanecer satisfatória paraturistas e moradores. Sendo assim, a infra-estrutura básicaserve como um limitador do número <strong>de</strong> visitantes que omunicípio po<strong>de</strong> receber, uma vez que sua estrutura físicapo<strong>de</strong> estar sendo comprometida. Na maioria das vezes,externalida<strong>de</strong>s negativas surgem quando o limite <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento é ultrapassado, principalmente nas altastemporadas.i saú<strong>de</strong> pública;ii energia, comunicação e facilida<strong>de</strong>s financeiras;iii segurança pública; eiv urbanização.A seguir, são <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong> os elementos <strong>de</strong> análise que


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 37compõem essas variáveis, estudadas na dimensão infraestruturageral.Nessa dimensão, algumas variáveis foram analisadaspara mensuração do nível <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosturísticos que fazem parte do estudo:• Saú<strong>de</strong> públicaNa variável saú<strong>de</strong> pública, alguns da<strong>dos</strong> secundários foramleva<strong>dos</strong> em consi<strong>de</strong>ração para a construção do índice<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos, como a expectativa <strong>de</strong>vida da população, os números <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> atendimentoambulatoriais e <strong>de</strong> leitos no município, pon<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> pelapopulação local do <strong>de</strong>stino.Para os <strong>de</strong>mais elementos <strong>de</strong>sta variável, foram coleta<strong>dos</strong>da<strong>dos</strong> primários nos <strong>de</strong>stinos visita<strong>dos</strong> pelos pesquisadoresdo estudo. Nesse sentido, foram avalia<strong>dos</strong> aspectoscomo a distância a<strong>de</strong>quada do município para atendimentos<strong>de</strong> emergência, bem como o nível <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>que esses serviços dispõem, além <strong>de</strong> equipamentos<strong>de</strong> resgate e níveis <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação durante asaltas temporadas. Adicionalmente, foi apurada a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> vacinação para <strong>de</strong>slocamentos ao <strong>de</strong>stino.Outro aspecto abordado pela variável saú<strong>de</strong> públicadiz respeito às formas como os <strong>de</strong>jetos da população localsão trata<strong>dos</strong>. Nesse sentido, foi avaliada a existência <strong>de</strong>aterro sanitário no município, além da distância do mesmoem relação às áreas resi<strong>de</strong>nciais. Além disso, foi apurado oserviço <strong>de</strong> limpeza pública da cida<strong>de</strong> no que concerne aopercentual da população atendida, além da diversificação(coleta e varrição). Finalmente, foram também verificadasquestões relacionadas com o tratamento <strong>de</strong> resíduoshospitalares, seus respectivos planos <strong>de</strong> gestão e, por fim,aspectos liga<strong>dos</strong> a campanhas educativas da populaçãopara tratamento do lixo e meios <strong>de</strong> divulgação.• Energia, comunicação e facilida<strong>de</strong>s financeirasNesta variável, alguns da<strong>dos</strong> secundários também foramlevanta<strong>dos</strong> para análise da competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosturísticos envolvi<strong>dos</strong> no estudo. Assim, elementos, comoo número <strong>de</strong> telefones públicos e <strong>de</strong> agências e postos <strong>de</strong>atendimento <strong>dos</strong> correios, foram pesquisa<strong>dos</strong> e pon<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>pela população da cida<strong>de</strong>.Outros da<strong>dos</strong> quantitativos, <strong>de</strong> natureza primária,foram coleta<strong>dos</strong>. Dessa forma, foi apurada a quantida<strong>de</strong><strong>de</strong> bancos e caixas eletrônicos com aceitação <strong>de</strong> cartões<strong>de</strong> créditos internacionais, e das casas <strong>de</strong> câmbio.Especificamente em relação aos aspectos liga<strong>dos</strong> àenergia nas cida<strong>de</strong>s, foram verifica<strong>dos</strong> a regularida<strong>de</strong> dofornecimento, sazonal e diário, o consumo domésticoanual por habitante e o percentual <strong>de</strong> domicílios atendi<strong>dos</strong>no município pelo fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica.• Segurança públicaOs seguintes elementos, na variável segurança pública,foram analisa<strong>dos</strong>:– com base em da<strong>dos</strong> primários, foram levanta<strong>dos</strong> onúmero <strong>de</strong> homicídios ocorri<strong>dos</strong> no <strong>de</strong>stino e o efetivopolicial ostensivo (municipal e estadual), sendoesses elementos pon<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> pelo tamanho da populaçãolocal; e– com relação à segurança <strong>dos</strong> turistas nas cida<strong>de</strong>sintegrantes do estudo, foram também verifica<strong>dos</strong> aexistência <strong>de</strong> programas ou grupamentos especiais<strong>de</strong> atendimento e os cuida<strong>dos</strong> com os mesmos.Adicionalmente, apuraram-se ainda as evidências relativasao grau <strong>de</strong> estruturação (equipamentos disponíveis epelotões <strong>de</strong> salvamento, por exemplo) para os órgãos <strong>de</strong>proteção aos cidadãos, como corpo <strong>de</strong> bombeiros, <strong>de</strong>fesacivil, <strong>de</strong>legacias <strong>de</strong> polícia civil e guarda municipal.• UrbanizaçãoCom relação ao mobiliário urbano foram pesquisa<strong>dos</strong> aquantida<strong>de</strong> e o estado <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> alguns itensconsi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> importantes, como postes <strong>de</strong> iluminação,lixeiras, abrigos <strong>de</strong> ônibus, telefones públicos, placas <strong>de</strong>sinalização, banheiros públicos etc.Além disso, consi<strong>de</strong>raram-se, para efeito <strong>de</strong> avaliação<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>, a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sinalização dasruas (placas e numeração) <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>quada e a existênciasuficiente <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> drenagem que permitamo escoamento <strong>de</strong> águas pluviais em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> chuvas,como os bueiros.AcessoO acesso é uma das dimensões mais importantes para oturismo. A Organização Mundial <strong>de</strong> Turismo (OMT) <strong>de</strong>fine-ocomo “ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas viajando para ou permanecendoem lugares fora do seu ambiente usual, pornão mais do que um ano consecutivo, a lazer, negócios ououtros objetivos”. Portanto, o que se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>duzir <strong>de</strong>ssa<strong>de</strong>finição é que a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se prover acesso estáintrinsecamente associada ao turismo, uma vez que a realização<strong>de</strong> uma viagem turística implica a saída do viajante<strong>de</strong> seu “ambiente usual <strong>de</strong> convivência” para um ou mais<strong>de</strong>stinos turísticos.Ainda que existam vários fatores para atrair umviajante para um <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong>stino, o componenteacesso é fundamental, tendo em vista que sua escassezpo<strong>de</strong> tornar mais difícil ou mesmo <strong>de</strong>sestimular a ida doviajante para o <strong>de</strong>stino planejado. Lamb e Davidson (apudPAGE, 2001) afirmam que o transporte é um <strong>dos</strong> três


38 Relatório brasilcomponentes fundamentais do turismo, sendo os outrosdois o produto turístico (a oferta) e o mercado turístico (a<strong>de</strong>manda ou os turistas em si).O acesso, como conceito que facilita ou impe<strong>de</strong>o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> turistas, está presente em três etapas<strong>de</strong> uma viagem:i na saída e no retorno ao ambiente usual <strong>de</strong> convivênciado turista (sua região <strong>de</strong> origem) até o seuprimeiro <strong>de</strong>stino;ii entre o primeiro <strong>de</strong>stino e os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>stinos turísticosvisita<strong>dos</strong> em uma viagem; eiii no <strong>de</strong>slocamento interno no <strong>de</strong>stino turístico, a fim<strong>de</strong> que o turista possa ir para os diversos lugares epontos turísticos <strong>de</strong> seu interesse, incluindo meios <strong>de</strong>acomodação, atrações turísticas, terminais <strong>de</strong> transportes,entre outros.O esquema apresentado na Figura 3, a seguir, ilustraessas etapas em que o acesso é relevante.Figura 3. Esquema <strong>de</strong> acesso aplicado ao turismoDestino SecundárioOrigem Destino Primário Destino SecundárioDestino SecundárioFonte: Palhares, 2003Existem dois aspectos fundamentais relaciona<strong>dos</strong>com o conceito <strong>de</strong> acesso: a infra-estrutura <strong>de</strong> transportesexistente para essa ligação (por exemplo, uma rodovia) eo serviço <strong>de</strong> transporte oferecido por meio da infra-estrutura(como uma linha <strong>de</strong> ônibus interurbano). No que dizrespeito aos atributos relaciona<strong>dos</strong> tanto com a infra-estruturaquanto com o serviço, po<strong>de</strong>m-se enumerar algunsque avaliam a qualida<strong>de</strong> e o nível <strong>de</strong> serviço, tais como:número <strong>de</strong> ligações oferecidas, diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>dos</strong><strong>de</strong> transporte que servem ao <strong>de</strong>stino (aéreo, rodoviário,aquaviário e ferroviário), confiabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> serviços <strong>de</strong>transporte (regularida<strong>de</strong> e pontualida<strong>de</strong>), integração entreos diversos mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> transporte, preço e segurança.Por fim, é importante frisar que a infra-estrutura eos serviços <strong>de</strong> transporte estão organiza<strong>dos</strong> em forma <strong>de</strong>re<strong>de</strong>s. Essas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte compõem-se <strong>de</strong> váriosno<strong>dos</strong> 2 , que po<strong>de</strong>m ser as regiões <strong>de</strong> origem das viagense também os <strong>de</strong>stinos turísticos, que estão interliga<strong>dos</strong>entre si. Depen<strong>de</strong>ndo do arranjo <strong>de</strong>ssas re<strong>de</strong>s, algunsno<strong>dos</strong> po<strong>de</strong>m apresentar uma gran<strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>,gerando um tráfego <strong>de</strong> turistas para outras localida<strong>de</strong>s. Éo caso, por exemplo, <strong>dos</strong> hubs 3 e <strong>dos</strong> portões <strong>de</strong> entrada,respectivamente representa<strong>dos</strong> pelos no<strong>dos</strong> H e G naFigura 4, <strong>de</strong> acordo com o esquema <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> hipotética<strong>de</strong> transportes.Figura 4. Esquema <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> hipotética <strong>de</strong> transporteA BE H CD G FFonte: Lohmann, 2006De forma mais teórica, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>finir que hubs têm“qualida<strong>de</strong>s espaciais <strong>de</strong> centralida<strong>de</strong> e intermediaçãoque aumentam a importância e os níveis <strong>de</strong> tráfego <strong>dos</strong>hubs estrategicamente localiza<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro do sistema <strong>de</strong>transportes” (HOYLE e KNOWLES, 1998, p. 2). Por outrolado, num portão <strong>de</strong> entrada tem-se a noção <strong>de</strong> intermediarida<strong>de</strong>,que po<strong>de</strong> ser “ampliada por uma associaçãocom uma função <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> parada, on<strong>de</strong> visitantessão envia<strong>dos</strong> para outros centros ou resorts” (PEARCE,2001 p. 31). A<strong>de</strong>mais, Burghardt (1971) discute a idéia<strong>de</strong> que os portões <strong>de</strong> entrada, ao contrário <strong>dos</strong> lugarescentrais (e.g. hubs), estão localiza<strong>dos</strong> excentricamente emdireção ao final <strong>de</strong> uma área tributária. Portões <strong>de</strong> entradapo<strong>de</strong>m ser geralmente compara<strong>dos</strong> a um funil pelo qual osviajantes convergem <strong>de</strong> diferentes rotas para terem acessoatravés <strong>de</strong> um certo ponto e, a partir daí, eles po<strong>de</strong>mdispersar-se ou não, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da função nodal existenteno outro nodo.Levando-se em conta o que foi apresentado nessajustificativa, as seguintes variáveis foram levadas em consi<strong>de</strong>raçãopara efeitos <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosturísticos na dimensão Acesso:i transporte aéreo;ii acesso rodoviário;iii outros tipos <strong>de</strong> acesso (aquaviário e ferroviário); eiv sistema <strong>de</strong> transporte no <strong>de</strong>stino.A seguir, são <strong>de</strong>scritos os elementos <strong>de</strong> análise <strong>de</strong>stasvariáveis:2ponto representado por um número que <strong>de</strong>fine, em planejamento <strong>de</strong> transporte, o encontro <strong>de</strong> dois ou mais elos da re<strong>de</strong> esquemática <strong>de</strong> um sistema viário.3 ponto central <strong>de</strong>stinado a coletar, separar e distribuir para uma <strong>de</strong>terminada área ou região específica.


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 39• Transporte aéreoA competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos, do ponto <strong>de</strong> vista doacesso via transporte aéreo, não se restringiu aos aspectosrelaciona<strong>dos</strong> com a existência ou não <strong>de</strong> aeroportosno território do município. Assim, esten<strong>de</strong>ndo a análise,foram verifica<strong>dos</strong> aspectos acerca da a<strong>de</strong>quação da distânciado principal aeroporto que atenda ao <strong>de</strong>stino docentro da cida<strong>de</strong>, bem como a abrangência, em termos<strong>de</strong> homologação, <strong>de</strong> vôos (nacionais e internacionais) edisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> companhias aéreas que efetivamenterealizam vôos regulares para este aeroporto.Adicionalmente, procurou-se i<strong>de</strong>ntificar se o <strong>de</strong>stinoé atendido por outros aeroportos, além <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong> seuscomponentes estruturais, tais como o tipo <strong>de</strong> pavimentaçãodas pistas e a infra-estrutura como um todo, combase nos itens a seguir relaciona<strong>dos</strong>:i centro <strong>de</strong> atendimento ao turista (além da capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> atendimento em línguas estrangeiras, porparte <strong>de</strong> seus funcionários);ii lojas e restaurantes;iii locadoras <strong>de</strong> veículos;iv serviços bancários e <strong>de</strong> câmbio; ev serviços <strong>de</strong> ouvidoria.• Acesso rodoviárioDe maneira semelhante ao método escolhido para análiseda variável transporte aéreo, a competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosem função da infra-estrutura rodoviária foi analisadacom base nos seguintes elementos:i a<strong>de</strong>quação da distância da rodoviária mais próximaem relação ao centro do <strong>de</strong>stino;ii infra-estrutura no principal terminal rodoviário; eiii capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento, em língua estrangeira,<strong>dos</strong> funcionários do centro <strong>de</strong> atendimento aosturistas do <strong>de</strong>stino, no caso <strong>de</strong> sua existência.Especificamente em relação ao item ii do parágrafoanterior, buscou-se i<strong>de</strong>ntificar os seguintes elementos:i lojas e restaurantes;ii locadoras <strong>de</strong> veículos;iii serviços <strong>de</strong> táxi;iv serviços bancários e <strong>de</strong> câmbio;v conforto <strong>dos</strong> usuários;vi sanitários (limpeza e conservação);vi pavimentação da pista;vii iluminação das plataformas <strong>de</strong> embarque/<strong>de</strong>sembarque;viii facilida<strong>de</strong>s para portadores <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais; eix serviços <strong>de</strong> ouvidoria.• Outros tipos <strong>de</strong> acesso (aquaviário e ferroviário)Antes do <strong>de</strong>talhamento <strong>dos</strong> elementos <strong>de</strong> análise <strong>de</strong>stavariável, é preciso ressaltar que elas somente foram consi<strong>de</strong>radasquando relevantes para o acesso aos <strong>de</strong>stinos.Assim, no que diz respeito aos dois mo<strong>dos</strong> <strong>de</strong> acesso,foram consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como elementos para mensuração <strong>de</strong>competitivida<strong>de</strong> os seguintes itens:i existência <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> transporte alternativos paraacesso ao <strong>de</strong>stino;ii amplitu<strong>de</strong> da participação <strong>de</strong>sses respectivos modaissobre o total <strong>de</strong> turistas que visitam o <strong>de</strong>stino pormeio <strong>de</strong> outros acessos;iii os serviços <strong>de</strong> transporte disponibiliza<strong>dos</strong> para os visitantesa partir <strong>dos</strong> terminais aquaviário e ferroviárioaté o centro do <strong>de</strong>stino (ônibus, táxi, vans e outros); eiv infra-estrutura <strong>dos</strong> terminais.Com relação especificamente à infra-estrutura <strong>dos</strong>terminais (bem como <strong>de</strong> seus respectivos vagões e embarcações— nesses casos, somente quando aplicável), osseguintes elementos foram avalia<strong>dos</strong>:i centro <strong>de</strong> atendimento ao turista (além da capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> atendimento em língua estrangeira <strong>de</strong> seusfuncionários);ii lojas e restaurantes;iii locadoras <strong>de</strong> veículos;iv serviços <strong>de</strong> táxi;v serviços bancário e <strong>de</strong> câmbio;vi conforto e sanitários;vii segurança;viii facilida<strong>de</strong>s para portadores <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>sespeciais;ix ouvidoria; ex iluminação das plataformas <strong>de</strong> embarque/<strong>de</strong>sembarque (somente terminal ferroviário).• Sistema <strong>de</strong> transporte no <strong>de</strong>stinoEsta variável leva em consi<strong>de</strong>ração tão-somente as condições<strong>de</strong> transporte existentes no <strong>de</strong>stino turístico.Nesse sentido, foram avaliadas as distâncias do principalaeroporto do município e <strong>de</strong> seu terminal rodoviárioaté o centro da cida<strong>de</strong>, bem como as opções <strong>de</strong> transporte<strong>de</strong> ligação entre estes pontos (tipos <strong>de</strong> ônibus — convencionale/ou executivo, táxi, van e outros).A qualida<strong>de</strong>, como um todo, da infra-estrutura<strong>de</strong> transportes foi examinada com base nos seguinteselementos:iiinível <strong>de</strong> congestionamento do trânsito da cida<strong>de</strong>;facilida<strong>de</strong> para localização <strong>de</strong> vagas <strong>de</strong> estaciona-


40 Relatório brasilmento; eiii serviços <strong>de</strong> ônibus, metrô e táxis para os principaisatrativos turísticos.Finalmente, procurou-se também i<strong>de</strong>ntificar a regularida<strong>de</strong><strong>de</strong> transporte turístico para os principais atrativos da cida<strong>de</strong>.4.2 Macrodimensão TurismoA Figura 5, a seguir, sintetiza a macrodimensão turismoe suas respectivas dimensões e variáveis, examinadas nomo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste estudo.turístico e po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas bons indicadores <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>stino e valor da viagem.Nesse sentido, os <strong>de</strong>stinos turísticos têm dado maioratenção à provisão <strong>de</strong> serviços e produtos turísticos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.Ressalte-se que o fornecimento <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,em cada empreendimento turístico, é fundamentalpara a manutenção e conquista <strong>de</strong> vantagens competitivas.Outro ponto a ser enfatizado é que o turismo po<strong>de</strong> serconsi<strong>de</strong>rado uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alto nível <strong>de</strong> envolvimento,no qual as pessoas fazem a diferença. Sendo assim, umaalta qualida<strong>de</strong> por parte das pessoas envolvidas na ativida<strong>de</strong>permitirá que as empresas ganhem uma margemFigura 5. Macrodimensão TurismoTurismoServiços e Equipamentos TurísticosSinalização turísticaCentro <strong>de</strong> atendimento ao turistaEspaço para eventosCapacida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> meios <strong>de</strong> hospedagemCapacida<strong>de</strong> do turismo receptivoQualificação profissionalRestaurantesAtrativos TurísticosAtrativos naturaisAtrativos culturaisEventos programa<strong>dos</strong>Realizações técnicas, científicas e artísticasMarketingPlanejamento <strong>de</strong> marketingParticipação em feiras e eventosMaterial promocionalSítio do <strong>de</strong>stino na internet (website)Serviços e equipamentos turísticosFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008Nos últimos anos, a ênfase na importância <strong>de</strong> serviços eequipamentos turísticos a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> para <strong>de</strong>terminadomercado, ou segmento turístico, tem adquirido maior relevânciano <strong>de</strong>senvolvimento da ativida<strong>de</strong>, pois a satisfaçãodo turista é influenciada, entre outras variáveis, pela disponibilida<strong>de</strong>e qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> referi<strong>dos</strong> serviços e equipamentosturísticos.Enquanto a infra-estrutura é fornecida, na maioriadas vezes, pelo setor público, os serviços turísticos normalmentesão ativida<strong>de</strong>s do setor privado, uma vez queé o elemento gerador <strong>de</strong> lucro <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stino turístico.Estão incluí<strong>dos</strong> no conceito <strong>de</strong> serviços e equipamentosturísticos os meios <strong>de</strong> hospedagem, restaurantes, agências<strong>de</strong> viagens, empresas transportadoras entre outros.Vale ressaltar que essas ativida<strong>de</strong>s econômicas são componentesessenciais para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stinocompetitiva e agreguem valor ao <strong>de</strong>stino turístico.Nessa dimensão, <strong>de</strong>staca-se a necessida<strong>de</strong> do planejamentoda força <strong>de</strong> trabalho, uma vez que a provisão<strong>de</strong> uma força <strong>de</strong> trabalho capacitada para aten<strong>de</strong>r às<strong>de</strong>mandas <strong>dos</strong> turistas tem sido uma tarefa árdua paragovernos e iniciativa privada.Assim, as seguintes variáveis foram levadas em consi<strong>de</strong>raçãopara efeitos <strong>de</strong> avaliação da competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><strong>de</strong>stinos turísticos na dimensão Serviços e equipamentosturísticos:i sinalização turística;ii centro <strong>de</strong> atendimento ao turista;iii espaço para eventos;iv capacida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> meios <strong>de</strong> hospedagem;v capacida<strong>de</strong> do turismo receptivo;


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 41viqualificação profissional; evii restaurantes.A seguir, são <strong>de</strong>scritos os elementos <strong>de</strong> análise <strong>de</strong>ssasvariáveis:• Sinalização turísticaEssa variável examina as condições da sinalização turísticado <strong>de</strong>stino em termos <strong>de</strong> sua a<strong>de</strong>quação aos padrões estabeleci<strong>dos</strong>pelo Ministério do Turismo. Adicionalmente,foi analisado o conteúdo das informações da sinalizaçãoturística para acesso aos principais atrativos do <strong>de</strong>stino edo entorno, em função do acesso a pe<strong>de</strong>stres, motoristasou pessoas que utilizem sistemas <strong>de</strong> transportes públicos.• Centro <strong>de</strong> atendimento ao turistaOs centros <strong>de</strong> atendimento aos turistas foram avalia<strong>dos</strong> paramensuração <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos, por meioda localização estratégica <strong>dos</strong> mesmos (como aeroportos,rodoviárias, principais atrativos e se<strong>de</strong> do órgão oficial <strong>de</strong>turismo), além da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento <strong>dos</strong> funcionáriosem línguas estrangeiras. E, por fim, os centros <strong>de</strong>atendimento aos turistas foram também avalia<strong>dos</strong> quantoà disponibilização <strong>de</strong> mapas turísticos ilustrativos (gratuitosou não) aos visitantes da cida<strong>de</strong>.• Espaço para eventosNesta variável, procurou-se analisar a estrutura disponíveldo <strong>de</strong>stino para a realização <strong>de</strong> eventos. Nesse sentido,foram avalia<strong>dos</strong> dois aspectos importantes:iiise a estrutura disponível é capaz <strong>de</strong> receber diversostipos <strong>de</strong> eventos (tais como, congressos, feiras, seminários,festas e shows); elocalização e distância <strong>de</strong>sses espaços em relaçãoaos meios <strong>de</strong> hospedagem, aeroportos, rodoviárias eeventuais centros financeiros.• Capacida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> meios <strong>de</strong> hospedagemOs meios <strong>de</strong> hospedagem foram avalia<strong>dos</strong> <strong>de</strong> acordo comalguns elementos qualitativos com base, por exemplo,na qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> serviços presta<strong>dos</strong> por grupos internacionais<strong>de</strong> re<strong>de</strong>s hoteleiras no <strong>de</strong>stino. Adicionalmente,os municípios foram avalia<strong>dos</strong> em termos da oferta <strong>de</strong>categorias hoteleiras aos turistas (econômica, standard eluxo, por exemplo). Além disso, outro aspecto examinadofoi a capacida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> elaborar um sistema <strong>de</strong>padronização local <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> hoteleira com base emelementos, como:iiivisita <strong>de</strong> consultores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes;aspectos físicos;iii prestação <strong>de</strong> serviços;iv manual para classificação; ev divulgação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> na internet e nos guias.Finalmente, os meios <strong>de</strong> hospedagem foram analisa<strong>dos</strong>no sentido <strong>de</strong> se apurar a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algunsserviços importantes, como sistemas <strong>de</strong> reservas online,acesso à internet para os hóspe<strong>de</strong>s e cumprimento dasexigências da lei <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong> para portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência,bem como eventuais incentivos locais para que osmeios <strong>de</strong> hospedagem adotem tecnologias limpas.• Capacida<strong>de</strong> do turismo receptivoA capacida<strong>de</strong> do turismo receptivo nos <strong>de</strong>stinos foi avaliada,primordialmente, por quatro elementos:i city tour;ii passeios para <strong>de</strong>stinos do entorno;iii transfer; eiv visitas guiadas (individuais e em grupos).• Qualificação profissionalO nível <strong>de</strong> qualificação profissional nos <strong>de</strong>stinosdo projeto foi analisado com base em três premissasessenciais:i nível das instituições <strong>de</strong> ensino no <strong>de</strong>stino (técnico esuperior, por exemplo);ii existência <strong>de</strong> programas contínuos <strong>de</strong> treinamento; eiii áreas do setor <strong>de</strong> turismo atendidas por essas instituições(guias <strong>de</strong> turismo, bares e restaurantes, hotelariae operadores, por exemplo).• RestaurantesFinalmente, esta variável foi analisada em termos da capacitaçãoe orientação <strong>de</strong> proprietários e emprega<strong>dos</strong> <strong>de</strong> estabelecimentosque ven<strong>de</strong>m alimentos ao público, no quediz respeito à manipulação e preparo com higiene, além <strong>de</strong>instruções próprias locais a empresas e ambulantes quantoà higiene na preparação <strong>de</strong> alimentos.Atrativos turísticosOs atrativos proporcionam aos <strong>de</strong>stinos a razão mais importantepara o turismo <strong>de</strong> lazer. Muitos <strong>dos</strong> componentesda viagem <strong>de</strong> turismo são <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong>rivadas do <strong>de</strong>sejodo consumidor <strong>de</strong> conhecer o que um <strong>de</strong>stino tem a oferecerem termos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s para “ver e fazer” (COOPERet al., 2007).Segundo a Organização Mundial do Turismo, enten<strong>de</strong>m-secomo atrativos turísticos locais, os objetos, osequipamentos, as pessoas, os fenômenos, os eventos ou


42 Relatório brasilas manifestações capazes <strong>de</strong> motivar o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong>pessoas para conhecê-los e po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>dos</strong> em:– Atrativos naturaisElementos da natureza que, ao serem utiliza<strong>dos</strong> parafins turísticos, passam a atrair fluxos <strong>de</strong> visitantes(montanhas, rios, ilhas, praias, dunas, cavernas, cachoeiras,clima, flora, fauna);– Atrativos culturaisElementos da cultura que, ao serem utiliza<strong>dos</strong> parafins turísticos, passam a atrair fluxos <strong>de</strong> visitantes.São os bens e valores culturais <strong>de</strong> natureza materiale imaterial produzi<strong>dos</strong> pelo homem e apropria<strong>dos</strong>pelo turismo, da pré-história à época atual, comotestemunhos <strong>de</strong> uma cultura (artesanato, gastronomiaetc.);– Eventos programa<strong>dos</strong>Eventos que concentram pessoas para tratar ou<strong>de</strong>bater assuntos <strong>de</strong> interesse comum, negociarou expor produtos e serviços, <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m comercial,profissional, técnica, cultural, científica, política, religiosa,turística e muitos outros, com datas e locaispreviamente estabeleci<strong>dos</strong>. Tais eventos acarretama utilização <strong>de</strong> serviços e equipamentos turísticos(feiras, congressos, seminários etc.);– Realizações técnicas, científicas e artísticasObras, instalações, organizações, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>pesquisa <strong>de</strong> qualquer época que, por suas características,são capazes <strong>de</strong> motivar o interesse do turista e,com isso, <strong>de</strong>mandar a utilização <strong>de</strong> serviços e equipamentosturísticos.Ressalte-se que uma das características mais marcantesdo turismo é a proprieda<strong>de</strong> estatal <strong>dos</strong> atrativose produtos turísticos, ou seja, da maioria das atrações ealgumas ativida<strong>de</strong>s-chave geradoras <strong>de</strong> receita, tais comopraias, áreas <strong>de</strong> proteção, museus, centros <strong>de</strong> convenções,salões <strong>de</strong> exposição, complexos <strong>de</strong> esporte e lazer.De acordo com Barbosa (2002), as proprieda<strong>de</strong>s públicas<strong>dos</strong> atrativos e produtos turísticos po<strong>de</strong>m causar um hiato nagestão da ativida<strong>de</strong>, reflexo da diferença da gestão pública eda característica empresarial e mercantil da ativida<strong>de</strong>.No entanto, procedimentos <strong>de</strong> avaliação e hierarquização<strong>dos</strong> atrativos turísticos po<strong>de</strong>m permitir, com baseem critérios técnicos, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s evalores específicos <strong>de</strong> cada atrativo, bem como da naturezae <strong>dos</strong> elementos que exercem ou po<strong>de</strong>m influenciaro aproveitamento turístico <strong>de</strong> cada um, possibilitando oplanejamento e facilitando as <strong>de</strong>cisões <strong>dos</strong> governantes,administradores, gestores e empreen<strong>de</strong>dores.Em primeiro lugar, <strong>de</strong>ve-se avaliar o potencial <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong>do elemento (produto ou atrativo), conforme ascaracterísticas <strong>de</strong> peculiarida<strong>de</strong> e o interesse que ele po<strong>de</strong><strong>de</strong>spertar nos turistas. Em seguida, avaliam-se aspectosque auxiliarão na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>ssa hierarquia. Esse critériopermite classificar cada atrativo, <strong>de</strong> acordo com uma escalapreestabelecida. Desse modo, ele fornece subsídios paraa diferenciação das características e <strong>dos</strong> graus <strong>de</strong> importância<strong>de</strong> cada atrativo, tais como:i grau <strong>de</strong> uso atual;ii representativida<strong>de</strong>;iii apoio local e comunitário;iv estado <strong>de</strong> conservação da paisagem no entorno/meio ambiente;v infra-estrutura; evi acesso.O grau <strong>de</strong> uso atual permite analisar o atual volume<strong>de</strong> fluxo turístico efetivo e sua importância para o município.Difere do grau <strong>de</strong> interesse por representar a situaçãoatual, em vez da potencial. Um alto grau <strong>de</strong> uso indicaque o atrativo apresenta uma utilização turística efetiva.Contudo, esse uso efetivo <strong>de</strong>ve estar relacionado com acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte do atrativo ou do <strong>de</strong>stino, casoexistam estu<strong>dos</strong> nesse sentido. Do contrário, sugere-seoutra forma <strong>de</strong> medição, como a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitos existentesno <strong>de</strong>stino e nos municípios do seu entorno, numraio <strong>de</strong> 100km.A representativida<strong>de</strong> fundamenta-se na singularida<strong>de</strong>ou rarida<strong>de</strong> do atrativo. Quanto mais se assemelhara outros atrativos, menos interessante ou prioritário.No que tange ao apoio local, o mesmo é mensuradocom base na opinião <strong>dos</strong> lí<strong>de</strong>res comunitários e analisadoem função do grau <strong>de</strong> interesse da comunida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>stinopara o <strong>de</strong>senvolvimento do atrativo e <strong>de</strong> sua disponibilida<strong>de</strong>para o público local.Já o estado <strong>de</strong> conservação da paisagem no entorno/meio ambiente é analisado por meio <strong>de</strong> observação in locoou <strong>de</strong> documentação existente, verificando-se se estãosendo observa<strong>dos</strong> os pré-requisitos <strong>de</strong> gestão ambiental.Com referência ao aspecto infra-estrutural, verifica-se,por meio <strong>de</strong> observação direta ou com base em documentaçãoexistente, sua existência e estado <strong>de</strong> conservação.Finalmente, o acesso é examinado levando-se emconsi<strong>de</strong>ração a disponibilida<strong>de</strong> das vias existentes e suascondições <strong>de</strong> uso.Diante <strong>dos</strong> elementos que foram <strong>de</strong>scritos nos parágrafosanteriores, as seguintes variáveis foram levadas emconsi<strong>de</strong>ração para análise <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosturísticos na dimensão Atrativos turísticos:i atrativos naturais;ii atrativos culturais;


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 43iii eventos programa<strong>dos</strong>; eiv realizações técnicas, científicas e artísticas.Assim, para efeitos <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>, além dai<strong>de</strong>ntificação do principal atrativo do <strong>de</strong>stino por variável(exemplos: natural — praia; cultural — gastronomia;eventos — feira; e realização técnica — observação <strong>de</strong>pássaros), procurou-se também, por exemplo, avaliar secada um <strong>de</strong>les possui estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga.Adicionalmente, foi investigado ainda o grau <strong>de</strong>representativida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> atrativos em termos qualitativos(levando-se em conta, para efeitos <strong>de</strong> comparação, outrosatrativos <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos relativamente próximos ao municípioestudado). Dessa forma, a representativida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> mesmosfoi classificada <strong>de</strong> três maneiras:i atrativos singulares ou raros;ii constituí<strong>dos</strong> <strong>de</strong> pequenos grupos <strong>de</strong> elementossimilares; eiii compostos <strong>de</strong> elementos bastante comuns.Outro dado importante mensurado nos atrativos foi oestado da infra-estrutura. Nesse sentido, foram observa<strong>dos</strong>in loco, ou por meio <strong>de</strong> documentação existente, as condiçõese o estado da estrutura <strong>dos</strong> atrativos, classificando-oscomo a<strong>de</strong>quado, regular (com necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algumasmelhorias) ou precário (precisando <strong>de</strong> intervenções emergenciais).Outra informação diretamente relacionada coma estrutura <strong>dos</strong> atrativos <strong>de</strong>ssas quatro variáveis foi a averiguação<strong>de</strong> funcionários para a realização <strong>de</strong> atendimentoaos turistas nos principais atrativos. Por fim, foi objeto <strong>de</strong>exame, para efeitos <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>, o cumprimento aosrequisitos <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>, estabeleci<strong>dos</strong> pelo Ministériodo Turismo, para portadores <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais.Procurou-se também estudar o nível <strong>de</strong> apoio dacomunida<strong>de</strong> local para o <strong>de</strong>senvolvimento e a utilizaçãodo principal atrativo (por variável) e eventuais sinais claros<strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ambiental da paisagem no entorno doprincipal atrativo (por variável).Porém, no caso <strong>dos</strong> atrativos relaciona<strong>dos</strong> comeventos programa<strong>dos</strong> e realizações técnicas, científicase artísticas, também foram consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> dois elementosespecíficos:i abrangência <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>sses eventos (regional,nacional e internacional); eii condições <strong>de</strong> acesso (somente realizações técnicas,científicas e artísticas).MarketingDe acordo com Gilbert (1991), o mercado <strong>de</strong> turismo estáamadurecendo e, apesar <strong>de</strong> as taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda continuarema crescer, há previsões <strong>de</strong> que os índices <strong>de</strong> crescimentovenham a diminuir nas próximas décadas. Assim,o papel do marketing se tornará cada vez mais importantepara organizações do turismo, uma vez que elas <strong>de</strong>verãoaumentar seus esforços para manter e ampliar sua fatia<strong>de</strong> mercado. O <strong>de</strong>stino turístico, <strong>de</strong>finido como conjunto<strong>de</strong> atores públicos e priva<strong>dos</strong> <strong>de</strong> uma região turística, <strong>de</strong>veenfrentar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> também se preocupar comessas mudanças.O marketing é essencial na organização do provimento<strong>de</strong> informações e persuasão <strong>dos</strong> potenciais turistasa visitarem uma localida<strong>de</strong>, pois à medida que os mesmosganham experiência na visita a outros <strong>de</strong>stinos, suapercepção <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, que está diretamente ligada àcompetitivida<strong>de</strong>, vai <strong>de</strong>sempenhar papel <strong>de</strong>terminante narepetição da visita ou na indicação do <strong>de</strong>stino aos amigose parentes. Implícita ou explicitamente, os turistas fazemcomparações entre facilida<strong>de</strong>, atrações e padrões <strong>de</strong> serviçosem vários <strong>de</strong>stinos (KOZAK e RIMMINGTON, 1999).O processo <strong>de</strong> marketing e seu gerenciamentooferecem, às organizações e aos <strong>de</strong>stinos, as ferramentaspara a comunicação com seus merca<strong>dos</strong>-alvo. No caso <strong>dos</strong><strong>de</strong>stinos, no entanto, convém consi<strong>de</strong>rar que os órgãospúblicos <strong>de</strong> turismo possuem pouco ou nenhum controlesobre a qualida<strong>de</strong> do produto que estão promovendo, oque <strong>de</strong>manda a integração com o setor privado.Nesse processo, <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>lineadas ações, taiscomo: participação em feiras e eventos, confecção <strong>de</strong>material promocional, divulgação e, em um estágioavançado, negócios pela internet, manutenção <strong>de</strong> umescritório local <strong>de</strong> informações turísticas e incentivo àparticipação da comunida<strong>de</strong> nas <strong>de</strong>cisões sobre a ativida<strong>de</strong>turística no <strong>de</strong>stino.Outro fator relacionado com a promoção do <strong>de</strong>stinoé a estratégia <strong>de</strong> marketing a ser utilizada para atrairsegmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda pré-i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong>. SegundoGilbert (1990), é fundamental que a variação e a qualida<strong>de</strong>das facilida<strong>de</strong>s e instalações oferecidas estejam àaltura daquilo que foi comunicado aos merca<strong>dos</strong>-alvo pormeio do processo <strong>de</strong> marketing.O plano <strong>de</strong> marketing tem, pois, um papel relevanteno composto <strong>de</strong> marketing da localida<strong>de</strong>. Ele suce<strong>de</strong> à <strong>de</strong>finição<strong>de</strong> sua estratégia — imagem a ser difundida, obstáculosa superar, atrações a serem focalizadas, técnicas eesforço <strong>de</strong> promoção do <strong>de</strong>stino — e estabelece as açõesque serão realizadas.Inventário turístico, análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos concorrentes,objetivos <strong>de</strong> conservação do local, estimativa da <strong>de</strong>manda<strong>de</strong> turistas, estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga e conhecimento<strong>dos</strong> canais <strong>de</strong> distribuição são elementos que<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> no planejamento estratégico e na


44 Relatório brasilelaboração <strong>dos</strong> planos que <strong>de</strong>le resultarão. To<strong>dos</strong> esseselementos serão obti<strong>dos</strong> por esforços <strong>de</strong> pesquisa, queserão tanto pontuais como contínuos no tempo.Finalmente, as iniciativas estaduais e fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> incremento<strong>dos</strong> vários aspectos das ativida<strong>de</strong>s turísticas <strong>de</strong>vemser atentamente acompanhadas, a fim <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>stino seaproveite <strong>de</strong> ações em curso e evite esforços repeti<strong>dos</strong> ouconflitantes. Participar <strong>de</strong> fóruns e conselhos nesses níveisgovernamentais é uma ativida<strong>de</strong> da qual o planejamento<strong>de</strong> marketing local po<strong>de</strong> beneficiar-se.Portanto, as seguintes variáveis foram levadas emconsi<strong>de</strong>ração, para efeitos <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosturísticos na dimensão Marketing e promoção do <strong>de</strong>stino:i planejamento <strong>de</strong> marketing;ii participação em feiras e eventos;iii material promocional; eiv sítio do <strong>de</strong>stino na internet (website).A seguir, são <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong> os elementos <strong>de</strong> análise<strong>de</strong>ssas variáveis:• Planejamento <strong>de</strong> marketingO planejamento <strong>de</strong> marketing do <strong>de</strong>stino foi avaliado emtermos <strong>de</strong> alguns importantes aspectos para sua efetivida<strong>de</strong>.Nesse sentido, os eventuais planejamentos <strong>de</strong> marketingtiveram os seguintes elementos contempla<strong>dos</strong> parafins <strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>:i tempo <strong>de</strong> duração;ii acompanhamento formal por parte <strong>de</strong> seusgestores; eiii <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho.A<strong>de</strong>mais, essa variável foi ainda avaliada em função<strong>de</strong> seu processo <strong>de</strong> elaboração, isto é, informaçõesque pu<strong>de</strong>ssem consubstanciar o documento (exemplo:pesquisas sobre <strong>de</strong>manda turística) e interação com ainiciativa privada (operadoras e agências). Finalmente,procurou-se também i<strong>de</strong>ntificar mecanismos que fossemcapazes <strong>de</strong> efetivar as ações propostas no planejamento,tais como recursos previstos contempla<strong>dos</strong> no orçamentomunicipal do <strong>de</strong>stino.• Participação em feiras e eventosEsta variável foi analisada com base em, inicialmente,uma política formalizada <strong>de</strong> participação em feiras eeventos com potencial <strong>de</strong> promoção turística. Além disso,procurou-se i<strong>de</strong>ntificar se o município produziu algumevento promocional <strong>de</strong>ssa espécie nos últimos cinco anos.Finalmente, além da participação em eventos, esta variávelbuscou i<strong>de</strong>ntificar que tipo <strong>de</strong> ações o <strong>de</strong>stino realiza, afim <strong>de</strong> medir os resulta<strong>dos</strong> nessas ativida<strong>de</strong>s. Esses instrumentos<strong>de</strong> mensuração po<strong>de</strong>m ser discrimina<strong>dos</strong> em:i pesquisas no próprio evento;ii contagem <strong>de</strong> visitantes no stand;iii contagem <strong>de</strong> relacionamentos estabeleci<strong>dos</strong>;iv contagem <strong>de</strong> número <strong>de</strong> negócios efetiva<strong>dos</strong>; ev apuração <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> negócios fecha<strong>dos</strong>.• Material promocionalPara efeitos <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos, estavariável examinou, primeiramente, dois importantes aspectos:i se o material produzido reflete a realida<strong>de</strong> local domunicípio; eii sua a<strong>de</strong>quação aos segmentos que preten<strong>de</strong> atingir.O tipo <strong>de</strong> material produzido (bem como eventuaisversões em línguas estrangeiras) também foi avaliado.Exemplo <strong>de</strong> materiais promocionais consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>:i folhetos;ii manuais impressos para comercialização <strong>de</strong> atrativosmunicipais;iii CDs ou DVDs;iv brin<strong>de</strong>s diversos, como bonés, camisetas e chaveiros; ev mapas.Adicionalmente, cuida<strong>dos</strong> com relação à escritacorreta também foram analisa<strong>dos</strong> (tanto no material emportuguês, quanto nas versões em línguas estrangeiras).Além <strong>de</strong>sses elementos, o material promocional do<strong>de</strong>stino foi examinado em termos <strong>de</strong> informações importantesque po<strong>de</strong>riam constar em seu conteúdo, <strong>de</strong> acordocom vários formatos. Nesse sentido, procurou-se apurarse o material produzido apresentava informações sobre osprodutos turísticos comercializa<strong>dos</strong> no <strong>de</strong>stino e sua infraestruturapara eventos (em formatos impresso e online emediante pagamento ou gratuito), bem como sua agenda<strong>de</strong> eventos (também em formatos impresso e online emediante pagamento ou gratuito).Finalmente, dois últimos elementos foram examina<strong>dos</strong>nesta variável:I alertas para o combate à exploração sexual <strong>de</strong>crianças e adolescentes; eii responsabilida<strong>de</strong> do turista com a preservaçãoambiental.No âmbito <strong>de</strong>sta variável, o estudo tinha o objetivo<strong>de</strong> verificar se o material promocional do <strong>de</strong>stino abordavaessas importantes questões.


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 45• Sítio do <strong>de</strong>stino na internet (website)Nesta variável, procurou-se constatar o emprego <strong>de</strong> algunsimportantes elementos para efeito do nível <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong><strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos.Assim, além da verificação da existência <strong>de</strong> umapágina do município na internet, um <strong>dos</strong> objetivos <strong>dos</strong>consultores era confirmar se o website dispunha <strong>de</strong> informaçõesturísticas.Já no caso da principal página <strong>de</strong> turismo do <strong>de</strong>stinona internet (que não necessariamente precisava ser amesma do município como um todo), um <strong>dos</strong> elementos<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> avaliado foi a atualização do sitequando da pesquisa. Além disso, foi também verificada adisponibilização em línguas estrangeiras e a revisão ortográfica<strong>de</strong> seus textos (em português e outros idiomas).E, da mesma forma que se analisou o material promocionaldo <strong>de</strong>stino, também no site procurou-se i<strong>de</strong>ntificarse existiam alertas para o combate à exploração sexual<strong>de</strong> crianças e adolescentes e sobre a responsabilida<strong>de</strong> doturista com a preservação ambiental.Finalmente, um último elemento avaliado foi se oprincipal site sobre turismo do <strong>de</strong>stino divulgava, em seuespaço, informações sobre outros municípios que integrama região turística on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>stino está inserido.4.3 Macrodimensão Políticas PúblicasA Figura 6, a seguir, sintetiza a macrodimensão Políticaspúblicas e suas respectivas dimensões e variáveis, examinadasno mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste estudo.Políticas públicasAs políticas públicas para o <strong>de</strong>senvolvimento do setor <strong>de</strong> turismosão elaboradas em diferentes esferas <strong>de</strong> governo: municipal,regional, estadual, nacional e internacional. Nessesentido, planejamento e intervenções são implementadaspor diferentes órgãos possibilitando, muitas vezes, um conjuntodiferente <strong>de</strong> objetivos e resulta<strong>dos</strong>.Como já ressaltado, o <strong>de</strong>senvolvimento do turismo nãoatingirá seu ponto <strong>de</strong> excelência caso seja <strong>de</strong>ixado inteiramentenas mãos do setor público ou do privado, já que oprimeiro teoricamente voltará seus objetivos para maximizaros benefícios sociais e o segundo maximizará os lucros.A essência do <strong>de</strong>senvolvimento do turismo bem-sucedidoé uma parceria entre os diversos interessa<strong>dos</strong> nessesetor, como governos, órgãos estatais ou semi-estatais,organizações voluntárias e sem fins lucrativos, setor privado,comunida<strong>de</strong> anfitriã e visitantes.De uma perspectiva ampla, o que se requer é um<strong>de</strong>senvolvimento equilibrado das muitas facilida<strong>de</strong>s necessáriaspara satisfazer as exigências <strong>dos</strong> visitantes e aten<strong>de</strong>ràs necessida<strong>de</strong>s da população local.Cabe <strong>de</strong>stacar que não é mais consi<strong>de</strong>rado aceitávelque esses objetivos sejam às custas do meio ambiente, ouque afetem adversamente a comunida<strong>de</strong> anfitriã. A implementaçãoda política torna-se, portanto, um processo<strong>de</strong> se manter o equilíbrio entre os vários objetivos, e nãoo <strong>de</strong> tentar maximizar qualquer um <strong>de</strong>les, isoladamente(LICKORISH, 1991).Assim, as seguintes variáveis foram levadas em consi<strong>de</strong>raçãopara o estudo <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosFigura 6. Macrodimensão Políticas PúblicasPolítica PúblicaPolítica PúblicaEstrutura municipal para apoio ao turismoGrau <strong>de</strong> cooperação com o governo estadualGrau <strong>de</strong> cooperação com o Governo Fe<strong>de</strong>ralExistência <strong>de</strong> planejamentoExistência <strong>de</strong> cooperação público-privadaCooperação RegionalGovernançaProjetos <strong>de</strong> cooperação regionalPlanejamentoRoteirizaçãoPromoção e apoio à comercializaçãoMonitoramentoPesquisas <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandaPesquisas <strong>de</strong> ofertaSistema <strong>de</strong> estatísticas do turismoMedição <strong>dos</strong> impactos da ativida<strong>de</strong> turísticaSetor específico <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> e pesquisas no <strong>de</strong>stinoFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


46 Relatório brasilturísticos na dimensão Políticas públicas:i estrutura municipal para apoio ao turismo;ii grau <strong>de</strong> cooperação com o governo estadual;iii grau <strong>de</strong> cooperação com o Governo Fe<strong>de</strong>ral;iv planejamento; ev existência <strong>de</strong> cooperação público-privada.A seguir, são <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong> os elementos <strong>de</strong> análise<strong>de</strong>stas variáveis:• Estrutura municipal para apoio ao turismoNesta variável, a estrutura municipal disponível paraapoio ao turismo foi avaliada em termos <strong>de</strong> sua exclusivida<strong>de</strong>com o setor, sob a forma <strong>de</strong> secretaria ou empresapública. Adicionalmente, buscou-se ainda avaliar suaautonomia em função da existência <strong>de</strong> fontes próprias <strong>de</strong>recursos, bem como o nível percentual <strong>dos</strong> mesmos emrelação ao total <strong>de</strong> seu orçamento. Outro aspecto estudadofoi a efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eventuais instâncias locais relacionadascom o turismo nos <strong>de</strong>stinos estuda<strong>dos</strong>.No que diz respeito às estruturas exclusivas (ou nãoexclusivas)do turismo no âmbito da administração públicalocal, procurou-se também medir, para efeito <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong><strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos, sua interação com outras pastasda gestão municipal. Nesse sentido, as informações relativasàs parcerias com outras secretarias foram consi<strong>de</strong>radaspara mensuração <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos.Nesses casos, foram consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> projetos aqueles empreendi<strong>dos</strong>nos pilares <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> poreste estudo:i infra-estrutura geral;ii acesso;iii infra-estrutura turística;iv atrativida<strong>de</strong> turística;v marketing e promoção do <strong>de</strong>stino;vi políticas públicas;vii cooperação regional;viii monitoramento;ix ativida<strong>de</strong>s econômicas;x capacida<strong>de</strong> empresarial;xi aspectos sociais, ambientais e culturais; exii qualificação profissional.Por fim, <strong>de</strong> maneira geral, essa variável foi aindaanalisada com base em aspectos que visam mo<strong>de</strong>rnizar agestão pública municipal, como a participação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosem programas <strong>de</strong> atualização administrativa e fiscal nopassado recente, bem como a eventual utilização <strong>de</strong> mecanismosatuais <strong>de</strong> participação popular na administração <strong>de</strong>prefeituras, tais como o orçamento participativo.• Grau <strong>de</strong> cooperação com o governo estadualO grau <strong>de</strong> cooperação entre os <strong>de</strong>stinos e seusrespectivos governos estaduais foi mensurado com base,fundamentalmente, em dois elementos:iiiparticipação nos fóruns estaduais <strong>de</strong> turismo; eeventuais investimentos recebi<strong>dos</strong> por parte do governoestadual.Assim, no primeiro item, procurou-se avaliar, alémda eventual participação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos em seus respectivosfóruns estaduais, a maneira como isso ocorre (representaçãodireta ou por meio <strong>de</strong> instância regional, por exemplo).Já os investimentos estaduais nos <strong>de</strong>stinos foramavalia<strong>dos</strong> com base nos mesmos pilares <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> neste estudo e lista<strong>dos</strong> na variável anterior.• Grau <strong>de</strong> cooperação com o Governo Fe<strong>de</strong>ralJá o grau <strong>de</strong> cooperação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos com o GovernoFe<strong>de</strong>ral seguiu dois componentes fundamentais:iiiparticipação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos em programas ou projetoscom o Ministério do Turismo; eeventuais investimentos recebi<strong>dos</strong> por parte doGoverno Fe<strong>de</strong>ral.Alguns <strong>dos</strong> programas em que os <strong>de</strong>stinos podiamatuar em cooperação com o Ministério do Turismo e queforam consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> para a análise <strong>dos</strong> respectivos níveis<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> estão lista<strong>dos</strong> a seguir:i sistema <strong>de</strong> informações do turismo;ii planejamento e gestão da regionalização;iii estruturação <strong>dos</strong> segmentos turísticos;iv estruturação da produção associada ao turismo;v apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento regional do turismo(PRODETUR);vi apoio à infra-estrutura turística;vii normatização do turismo;viii certificação do turismo;ix qualificação profissional;x promoção nacional do turismo brasileiro;xi apoio à comercialização nacional;xii promoção internacional do turismo brasileiro;xiii apoio à comercialização internacional;xiv atração <strong>de</strong> investimentos;xv financiamento para o turismo; exvi promoção <strong>dos</strong> roteiros estrutura<strong>dos</strong>.Já os investimentos fe<strong>de</strong>rais nos <strong>de</strong>stinos foramavalia<strong>dos</strong> com base nos mesmos pilares <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> neste estudo.


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 47• PlanejamentoA capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos, com fins <strong>de</strong>mensuração <strong>de</strong> seus níveis <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>, foi avaliada<strong>de</strong> acordo com alguns elementos.O primeiro <strong>de</strong>les foi apurar a elaboração <strong>de</strong> um PlanoDiretor Municipal (PDM) para o <strong>de</strong>stino. Além disso, foiinvestigado, na eventualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um PDM elaboradoe em vigor efetivo, se o mesmo contemplava o setor <strong>de</strong>turismo.Finalmente, foi levado em consi<strong>de</strong>ração o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> outros planejamentos formais para osetor <strong>de</strong> turismo nos <strong>de</strong>stinos, bem como o ano <strong>de</strong> suaspublicações.• Existência <strong>de</strong> cooperação pública/privadaForam consi<strong>de</strong>radas iniciativas favoráveis à competitivida<strong>de</strong><strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos e projetos diversos envolvendo osmunicípios e o setor privado. As ativida<strong>de</strong>s selecionadaspara a análise têm por base as recomendações da OMTpara cooperação público-privada. Po<strong>de</strong>m ser citadas comoexemplo:i incremento da imagem do <strong>de</strong>stino;ii preservação <strong>de</strong> recursos históricos e culturais;iii ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> treinamento e educação para oturismo;iv melhorias na segurança do <strong>de</strong>stino;v proteção ao meio ambiente;vi padronização <strong>de</strong> padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>;vii marketing eletrônico e distribuição;viii proteção ao consumidor;ix melhorias na infra-estrutura <strong>de</strong> transporte e serviçosbásicos;x participação em feiras <strong>de</strong> turismo;xi participação conjunta em campanhas <strong>de</strong> marketing;x financiamento <strong>de</strong> novos negócios turísticos;xi redução <strong>de</strong> impostos para preservação ambiental,social e cultural;xii provisão <strong>de</strong> suporte técnico para produtos inovadores;exiii projetos sociais <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s.Cooperação regionalA <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> regiões turísticas proporciona a base parao planejamento regional, que gera o equilíbrio <strong>de</strong> comodida<strong>de</strong>se facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sejado pelos turistas. Também permitea modificação do turismo <strong>de</strong> uma região para outra,abrindo novas áreas, à medida que as já existentes fiquemsaturadas.Características-chave <strong>de</strong> regiões turísticas são:i unida<strong>de</strong> geográfica lógica;ii existência <strong>de</strong> atrativos turísticos significativos;iii acesso ou possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> provisão <strong>de</strong> acesso;iv re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte interno;v existência <strong>de</strong> infra-estrutura, serviços e equipamentosturísticos ou possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu<strong>de</strong>senvolvimento; evi administrativamente passível <strong>de</strong> ser planejadae gerida.Em regiões <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, é muitas vezes <strong>de</strong>sejávelestabelecer-se um centro turístico que funcionarácomo eixo e portão <strong>de</strong> entrada para várias partes da região.Isso permite aos setores público e privado concentraremfacilida<strong>de</strong>s e obterem economias <strong>de</strong> escala <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.Entretanto, se já existirem <strong>de</strong>stinos reconheci<strong>dos</strong>e com estrutura na região, estes po<strong>de</strong>m então funcionarcomo centros turísticos.Um aspecto importante do planejamento <strong>de</strong> atraçõesé o conceito <strong>de</strong> “conjunto <strong>de</strong> atrativos” ou “concentração”.Os benefícios daí advin<strong>dos</strong> são:i atrair mais turistas para a área;ii induzir permanência mais longa, oferecendo-se maiso que ver e fazer — criando-se assim um limite <strong>de</strong>massa turística;iii agir em apoio <strong>de</strong> atrações principais, tais como aszonas rurais ou costeiras;iv <strong>de</strong>sviar turistas <strong>de</strong> áreas ambientalmente sensíveis eque só po<strong>de</strong>m suportar uso <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>;v promover economias <strong>de</strong> escala em termos <strong>de</strong> provisão<strong>de</strong> infra-estrutura; evi conter os impactos negativos e proporcionar maiorfacilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle.No Brasil, a adoção do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regionalização doturismo exige novas posturas e novas estratégias na gestãodas políticas públicas. Isso gera mudanças <strong>de</strong> relacionamentoentre as esferas do po<strong>de</strong>r público e a socieda<strong>de</strong> civilno que diz respeito a negociação, acordo, planejamento eorganização social, além do entendimento da região, diferentementeda macrodivisão administrativa adotada noPaís (Norte, Nor<strong>de</strong>ste, Su<strong>de</strong>ste, Sul e Centro-Oeste).Para o sucesso <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo, é necessário que hajacooperação e parceria <strong>dos</strong> diversos segmentos envolvi<strong>dos</strong>,tais como: organizações da socieda<strong>de</strong>, instâncias<strong>de</strong> governos, empresários e trabalhadores, instituições<strong>de</strong> ensino, turistas e comunida<strong>de</strong>. Esse processo <strong>de</strong>cooperação entre os atores cita<strong>dos</strong> permite a produção<strong>de</strong> alguns resulta<strong>dos</strong>, como explicitado no Programa <strong>de</strong>Regionalização do Turismo:i dar qualida<strong>de</strong> ao produto turístico;


48 Relatório brasilii diversificar a oferta turística;iii estruturar os <strong>de</strong>stinos turísticos;iv ampliar e qualificar o mercado <strong>de</strong> trabalho;v aumentar a inserção competitiva do produto turísticono mercado internacional;vi ampliar o consumo do produto turístico no mercadonacional; evii aumentar a taxa <strong>de</strong> permanência e o gasto médiodo turista.Regionalização <strong>de</strong>ve ser entendida como a distribuição<strong>de</strong> um espaço geográfico em regiões com objetivosdiversos, tais como planejamento, gestão, promoçãoe comercialização integrada e compartilhada da ativida<strong>de</strong>turística.Dessa forma, as seguintes variáveis foram levadas emconsi<strong>de</strong>ração para efeito <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosturísticos na dimensão Cooperação regional:i governança;ii projetos <strong>de</strong> cooperação regional;iii roteirização; eiv promoção e apoio à comercialização.Em seguida, são examina<strong>dos</strong> os elementos <strong>de</strong> análise<strong>de</strong>stas variáveis:• GovernançaA governança diz respeito às políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoguiadas por <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> pressupostos sobreelementos estruturais, tais como: gestão, responsabilida<strong>de</strong>s,transparência e legalida<strong>de</strong> do setor público.Assim, um <strong>dos</strong> elementos investiga<strong>dos</strong> nesta variávelfoi a verificação da espécie <strong>de</strong> organização (<strong>de</strong>vidamenteinstitucionalizada e formalmente constituída, <strong>de</strong>acordo com os princípios <strong>de</strong> regionalização), responsávelpela coor<strong>de</strong>nação das ações no <strong>de</strong>stino, sob a forma <strong>de</strong>instância <strong>de</strong> governança regional, órgão ou fórum estadual<strong>de</strong> turismo, câmara <strong>de</strong> regionalização ou outras formas <strong>de</strong>arranjos organizacionais.Porém, em adição ao tipo <strong>de</strong> organização, buscou-se,da mesma forma, verificar os eventuais parceiros e atoressociais que participam <strong>de</strong> sua composição. Como exemplos,po<strong>de</strong>m ser cita<strong>dos</strong>: entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe (ABAV, ABIHetc.), instituições <strong>de</strong> ensino superior, representantes doSistema S e gestores públicos <strong>de</strong> turismo.Outro aspecto importante consi<strong>de</strong>rado para avaliação<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> no âmbito <strong>de</strong>sta variável foi a verificaçãodas reuniões periódicas <strong>dos</strong> membros da instância<strong>de</strong> governança regional em termos <strong>de</strong>:i periodicida<strong>de</strong>;ii acessibilida<strong>de</strong> para os membros; eiii conhecimento e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> seusrepresentantes.Além disso, pesquisou-se também a interação, pormeio <strong>de</strong> reuniões periódicas, com outras instâncias.No tocante à sua operacionalização efetiva, foiexaminado se a instância regional do <strong>de</strong>stino era provida<strong>de</strong> um gestor executivo para coor<strong>de</strong>nar suas ativida<strong>de</strong>s.Além disso, verificaram-se também quais eram os tipos<strong>de</strong> suporte forneci<strong>dos</strong> para a condução <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>sem termos <strong>de</strong> origem (setor privado e governos estadual emunicipal) e natureza (passagens, <strong>de</strong>spesas fixas, compras<strong>de</strong> equipamentos e materiais, financiamentos etc.).Finalmente, alguns aspectos foram avalia<strong>dos</strong>, taiscomo:i estrutura física da instância; eii disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos próprios.• Projetos <strong>de</strong> cooperação regionalNo âmbito do Programa <strong>de</strong> Regionalização doTurismo, a busca <strong>dos</strong> movimentos <strong>de</strong> integração e interação<strong>de</strong> diversos atores liga<strong>dos</strong> à ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> turismo, como objetivo <strong>de</strong> promover a união <strong>dos</strong> mesmos em torno <strong>de</strong>seus interesses comuns, é uma premissa fundamental.Com base nesse parâmetro, a variável em exameprocurou avaliar, entre outros aspectos, que ações(reuniões, seminários e oficinas, por exemplo) ocorreramno passado recente no <strong>de</strong>stino, tendo como objetivomobilizar atores diversos para a importância da cooperaçãoregional no turismo. Nessas ações, procurou-seainda i<strong>de</strong>ntificar a natureza <strong>de</strong>sses atores envolvi<strong>dos</strong>, taiscomo representantes <strong>dos</strong> setores público e privado, socieda<strong>de</strong>civil organizada e membros do terceiro setor.No âmbito <strong>de</strong> projetos em conjunto, almejou-se tambémi<strong>de</strong>ntificar eventuais parcerias entre órgãos municipais<strong>de</strong> turismo do <strong>de</strong>stino estudado e outros municípios.Já no que diz respeito aos projetos relaciona<strong>dos</strong> como <strong>de</strong>senvolvimento do turismo, alguns aspectos importantesforam investiga<strong>dos</strong> para efeito <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>da cida<strong>de</strong>, como a discussão <strong>dos</strong> mesmos na esfera dainstância regional. Além disso, buscou-se i<strong>de</strong>ntificar quaisos instrumentos <strong>de</strong> disseminação das informações foramemprega<strong>dos</strong> pelo <strong>de</strong>stino, tais como:i eventos realiza<strong>dos</strong> no município;ii mídias a<strong>de</strong>quadas;iii internet;iv documentos oficiais do município;v sistema <strong>de</strong> apoio à distância do Programa <strong>de</strong>Regionalização do Turismo;vi re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relacionamento; e


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 49vii outras formas <strong>de</strong> disseminação <strong>de</strong> informações.Para efeito <strong>de</strong> avaliação do nível <strong>de</strong> interação entre ainstância regional e o fórum estadual, foi também verificadaa representativida<strong>de</strong> daquela em relação a este, bemcomo sua participação efetiva no fórum, avaliada por meioda ocorrência <strong>de</strong> projetos apresenta<strong>dos</strong> ao colegiado estadualdo turismo.Finalmente, os projetos <strong>de</strong> cooperação regional doturismo no <strong>de</strong>stino foram julga<strong>dos</strong> em termos <strong>de</strong> suaestruturação e formatação. Assim, procurou-se i<strong>de</strong>ntificara existência <strong>de</strong> um planejamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento turísticointegrado para a região. Porém, a aferição <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>neste elemento não se limitou à elaboração doplano, ampliando a avaliação sobre aspectos importantes,tais como:i i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> responsáveis pelo andamento <strong>dos</strong>projetos (avaliado por meio <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s formalmente<strong>de</strong>finidas);ii efetivida<strong>de</strong> do plano (examinado por intermédio <strong>de</strong>ações já implementadas);iii eficiência, que pô<strong>de</strong> ser medida na avaliação <strong>de</strong> fluxos<strong>de</strong> comunicação entre os diversos atores envolvi<strong>dos</strong>, afim <strong>de</strong> se evitarem duplicida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ações; eiv controle das ativida<strong>de</strong>s realizadas por órgão municipal,por meio <strong>de</strong> relatórios formais da instânciaregional ou reuniões periódicas.• RoteirizaçãoOs roteiros turísticos <strong>de</strong>vem ser elabora<strong>dos</strong> <strong>de</strong> maneiraque forneçam aos visitantes uma visão ampla e, ao mesmotempo, clara, do <strong>de</strong>stino. Nesse sentido, a roteirização se reveste<strong>de</strong> uma ferramenta fundamental para o alcance <strong>de</strong>sseobjetivo. Portanto, uma roteirização efetiva, por meio dainserção <strong>de</strong> produtos diferencia<strong>dos</strong> nos merca<strong>dos</strong> nacionale internacional, permite o diagnóstico <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>investimentos e auxilia o incremento do fluxo <strong>de</strong> turistas e otempo <strong>de</strong> permanência <strong>dos</strong> mesmos.Com base nisso, esta variável foi examinada sob aótica <strong>de</strong> alguns elementos essenciais. Um <strong>de</strong>sses elementosfoi a verificação da natureza <strong>dos</strong> atores participantesnos processos <strong>de</strong> elaboração <strong>dos</strong> roteiros turísticos, comoagências e/ou operadores nacionais e internacionais,membros do setor privado, instituições do ensino superior,terceiro setor e outros.Outro aspecto importante no que diz respeito aosroteiros foi avaliar a quantida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> mesmos em que o<strong>de</strong>stino era inserido quando <strong>dos</strong> trabalhos <strong>de</strong> campo doestudo, bem como os segmentos turísticos contempla<strong>dos</strong>(sol e praia, ecoturismo, cultural, aventura e outros mais).Além disso, buscou-se i<strong>de</strong>ntificar se os roteiros elabora<strong>dos</strong>são comercializa<strong>dos</strong> levando em consi<strong>de</strong>ração o alcancedas agências e operadoras (nacionais e internacionais).Finalmente, também foram leva<strong>dos</strong> em consi<strong>de</strong>ração,por exemplo, se os roteiros, em seus respectivos processos<strong>de</strong> elaboração, fizeram uso das informações <strong>de</strong> inventáriosturísticos, analisa<strong>dos</strong> com base em duas frentes:i elaboração (por meio do emprego <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga, com a ajuda <strong>de</strong> consultoriasespecializadas, <strong>de</strong> impactos ao meio ambiente e<strong>de</strong> acordo com os princípios <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>do Programa <strong>de</strong> Regionalização do Turismo); eii controle (por intermédio <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> impactosambientais, socioculturais e econômicos).• Promoção e apoio à comercializaçãoNo âmbito da cooperação regional, enten<strong>de</strong>-se que,quando a promoção e a comercialização são realizadas <strong>de</strong>forma integrada, o resultado é um aumento do fluxo <strong>de</strong>turistas. No entanto, esses dois processos necessitam <strong>de</strong>estratégias conjuntas entre iniciativa privada e administraçãopública para a obtenção <strong>de</strong> resulta<strong>dos</strong> concretos.Assim, um <strong>dos</strong> aspectos avalia<strong>dos</strong> nesta variável estárelacionado com a natureza <strong>de</strong> parcerias entre o <strong>de</strong>stino eoutros municípios. Por isso foi consi<strong>de</strong>rada a participaçãoconjunta <strong>dos</strong> municípios em eventos para comercializaçãoe promoção em três níveis <strong>de</strong> abrangência:i internacional;ii nacional; eiii regional.Outra espécie <strong>de</strong> ação conjunta <strong>de</strong> promoção ecomercialização examinada foi a eventual participação do<strong>de</strong>stino em eventos, em parceria com atores do segmentoe/ou instância regional, em encontros e rodadas <strong>de</strong> negócioscomerciais com operadoras e agentes <strong>de</strong> turismoreceptivos.No âmbito exclusivo da promoção, procurou-setambém i<strong>de</strong>ntificar as ações realizadas entre o <strong>de</strong>stino ea iniciativa privada e/ou outras cida<strong>de</strong>s para divulgação <strong>de</strong>roteiros utilizando os seguintes instrumentos:i propaganda;ii publicida<strong>de</strong>;iii merchandising;iv realização <strong>de</strong> eventos;v ações promocionais para públicos específicos;vi famtours;vii press trips;viii criação <strong>de</strong> slogans, jingles, reportagens edocumentários;


50 Relatório brasilix mala direta; ex marketing eletrônico.O nível <strong>de</strong> parceria <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos também foi avaliadoem função da elaboração, produção e distribuição <strong>de</strong> materialpromocional, em conjunto com outros atores, basea<strong>dos</strong>em itens, como folhetaria, CDs, sítios na internet, brin<strong>de</strong>s eoutros.Por fim, três questões foram ainda consi<strong>de</strong>radas paraa análise <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos:i participação do município nos grupos estaduais que<strong>de</strong>finem as ações <strong>de</strong> promoção;ii efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma assessoria <strong>de</strong> comunicação quepermita a manutenção <strong>de</strong> boas relações entre to<strong>dos</strong>os envolvi<strong>dos</strong> nos roteiros; eiii coor<strong>de</strong>nação das instâncias públicas com agentes priva<strong>dos</strong>para o estabelecimento <strong>de</strong> preços <strong>dos</strong> roteiros.MonitoramentoUma vez implementado um plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,<strong>de</strong>verá ser monitorado <strong>de</strong> perto, com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectarquaisquer <strong>de</strong>svios que possam vir a ocorrer ao longodo tempo. Dwyer e Kim (2003) ressaltam que o uso eficiente<strong>dos</strong> sistemas <strong>de</strong> informação po<strong>de</strong> proporcionar aosgerentes as informações necessárias para a compreensãodas necessida<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> clientes e serem a<strong>de</strong>quadas para omelhor <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um novo produto, além domarketing feito pelas organizações turísticas, tanto no setorprivado quanto no público.Wanhill (1997) ressalta que a indústria turísticanormalmente espera que o setor público colete informaçõesestatísticas e efetue levantamento <strong>de</strong> mercado. Poroutro lado, os governos têm interesse em monitorar alteraçõesna indústria e efetuar pesquisas, visando a i<strong>de</strong>ntificaros benefícios sociais e os custos do turismo.Inskeep (1991) afirma que fatores internos e externospo<strong>de</strong>m influenciar o <strong>de</strong>sempenho da estratégia, sendoimportante que os sistemas <strong>de</strong> monitoramento capacitempesquisadores a se manterem informa<strong>dos</strong> a respeito <strong>de</strong>mudanças relevantes e como <strong>de</strong>vem reagir em tais situações.Essa afirmação confirma um <strong>dos</strong> princípios básicos<strong>de</strong> gestão: <strong>de</strong> que só é possível gerenciar eficientemente oque é possível ser mensurado.Nesse sentido, são importantes dois tipos <strong>de</strong> informação:em primeiro lugar, quanto melhor for a gestão <strong>dos</strong>istema <strong>de</strong> informação, maior a capacida<strong>de</strong> das empresasem um <strong>de</strong>stino para gerir os diferentes aspectos <strong>dos</strong>produtos do produto (FAULKNER, 1995). Em segundolugar, os resulta<strong>dos</strong> da investigação fornecem as bases<strong>de</strong> informação para permitir que um <strong>de</strong>stino se adapteàs mutações do mercado, por meio <strong>de</strong> sua estratégia <strong>de</strong>marketing e <strong>de</strong>:i estatísticas sobre os padrões <strong>de</strong> comportamento <strong>dos</strong>turistas;ii medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho capazes <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificarproblemas;iii estu<strong>dos</strong> sobre satisfação <strong>dos</strong> turistas (os quais i<strong>de</strong>ntificamproblemas e oportunida<strong>de</strong>s);iv impactos econômicos, sociais e ambientais causa<strong>dos</strong>pelo <strong>de</strong>senvolvimento do turismo; ev informações que acompanham e monitoram a atitu<strong>de</strong>da população local em relação ao turismo.Essas informações po<strong>de</strong>m reforçar a habilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong>stakehol<strong>de</strong>rs do setor <strong>de</strong> turismo em prever a evoluçãoda <strong>de</strong>manda, no sentido <strong>de</strong> instruir o planejamento<strong>de</strong> longo prazo.Finalmente, a investigação e o monitoramento doambiente competitivo são partes integrantes da formulaçãoda política e da estratégia, incluindo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>avaliar sistematicamente a eficácia das principais políticase estratégias que tenham sido previamente implementadasnos esforços para aumentar a competitivida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>stino.Faulkner (1995), enfatizando a importância <strong>de</strong> mais rigorosase abrangentes abordagens <strong>de</strong> avaliação, no sentido <strong>de</strong>proporcionar uma base mais sólida para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisõesestratégicas, salienta a importância do papel da análise<strong>de</strong> participação do mercado no processo <strong>de</strong> avaliaçãocomo um indicador central, à medida que sejam cumpri<strong>dos</strong>os objetivos da organização nacional do turismo. O autorrecomenda a exploração <strong>de</strong> melhores formas <strong>de</strong> se comunicaremos resulta<strong>dos</strong> das pesquisas, objetivando aumentar asua utilida<strong>de</strong> para os tomadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.Nesse sentido, as seguintes variáveis foram levadas emconsi<strong>de</strong>ração para efeito <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosturísticos na dimensão Monitoramento:i pesquisas <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda;ii pesquisas <strong>de</strong> oferta;iii sistema <strong>de</strong> estatísticas do turismo;iv medição <strong>dos</strong> impactos da ativida<strong>de</strong> turística; ev setor específico <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> e pesquisa no <strong>de</strong>stino.A seguir, são <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong> os elementos <strong>de</strong> análise<strong>de</strong>stas variáveis:• Pesquisas <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandaA pesquisa em turismo proporciona um diagnóstico<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada situação, com base no grau <strong>de</strong>conhecimento em relação à avaliação <strong>dos</strong> turistas sobreos serviços oferta<strong>dos</strong> no local visitado, assim como nasatisfação do turista, seus hábitos, atitu<strong>de</strong>s e expecta-


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 51tivas. Enten<strong>de</strong>r o turista e a forma como ele age em suasviagens, como o comportamento <strong>de</strong> compra e os hábitos<strong>de</strong> viagem, é fundamental para a ampliação do mercadoturístico.Assim, nesta variável, procurou-se i<strong>de</strong>ntificar que tipo<strong>de</strong> informações são utilizadas pelos <strong>de</strong>stinos para monitorara <strong>de</strong>manda turística local. Como exemplo <strong>de</strong> possíveisfontes, po<strong>de</strong>m ser cita<strong>dos</strong>:i pesquisas realizadas pelos municípios;ii registros administrativos (informações oriundas <strong>de</strong>centros <strong>de</strong> atendimento aos turistas, por exemplo); eiii pesquisas realizadas por outras organizações.No caso <strong>de</strong> eventuais pesquisas realizadas pelos<strong>de</strong>stinos, procurou-se i<strong>de</strong>ntificar alguns elementos importantes,como formas (tais como contagem, triagem ouquestionário padronizado) e processos (amostra aleatóriasimples ou estratificada, por exemplo) <strong>de</strong> coletas <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>empregadas diretamente com os turistas.Finalmente, apurou-se também a periodicida<strong>de</strong> daspesquisas <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda empreendidas localmente e seusinstrumentos <strong>de</strong> divulgação (como relatórios gerenciaisinternos, divulgação pública geral ou sistemática naimprensa local), bem como sua efetivida<strong>de</strong>, medidas emtermos <strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong> e aproveitamento para elaboração<strong>de</strong> políticas públicas, planejamento, marketing epromoção, por exemplo.• Pesquisas <strong>de</strong> ofertaCom base em pesquisas <strong>de</strong> oferta, um municípiopassa a ter conhecimento <strong>de</strong> sua oferta turística, po<strong>de</strong>ndo,<strong>de</strong>ssa forma, planejar o <strong>de</strong>senvolvimento da ativida<strong>de</strong> e,conseqüentemente, proporcionar uma maior satisfaçãoaos visitantes.Portanto, nesta variável, buscaram-se informaçõesacerca <strong>de</strong> eventuais pesquisas <strong>de</strong> oferta empreendidaspelos <strong>de</strong>stinos, com base em alguns elementos importantes,tais como:i natureza <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> levanta<strong>dos</strong> (número <strong>de</strong> hotéis,unida<strong>de</strong>s habitacionais, leitos e pessoal ocupado); eii tipos <strong>de</strong> levantamentos realiza<strong>dos</strong> (inventário turísticoe cadastramento <strong>de</strong> equipamentos turísticos).Finalmente, apurou-se a periodicida<strong>de</strong> das pesquisas<strong>de</strong> oferta realizadas e seus instrumentos <strong>de</strong> divulgação(como relatórios gerenciais internos, divulgação públicageral ou sistemática na imprensa local), bem como suaefetivida<strong>de</strong>, medidas em termos <strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong> e aproveitamentopara elaboração <strong>de</strong> políticas públicas, planejamento,marketing e promoção, por exemplo.• Sistema <strong>de</strong> estatísticas do turismoO Sistema <strong>de</strong> Informação Turística permite um maiore melhor conhecimento da realida<strong>de</strong> do setor turístico,possibilitando aos agentes uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãoa<strong>de</strong>quada. Além disso, ele oferece da<strong>dos</strong> para comparaçãocom outros <strong>de</strong>stinos e fornece orientação suficiente paraque se possa <strong>de</strong>senvolver um processo <strong>de</strong> pesquisa sobrea realida<strong>de</strong> do setor turístico.Com isso, um <strong>dos</strong> principais objetivos do <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> um Sistema <strong>de</strong> Informação Turística é disponibilizarinformações aos diferentes usuários do sistema, <strong>de</strong>forma que a administração pública possa dispor <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>para a elaboração <strong>de</strong> estratégias e políticas em turismo.Nesse sentido, esta variável leva em consi<strong>de</strong>ração aelaboração <strong>de</strong> um inventário técnico <strong>de</strong> estatísticas turísticaspor parte <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos estuda<strong>dos</strong>, bem como relatórios<strong>de</strong> conjuntura estatística.Adicionalmente, foram ainda consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>, na análise<strong>de</strong>sta variável, os sistemas ou conjuntos <strong>de</strong> indicadorespara exame <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> da oferta turística, além <strong>de</strong>um sistema <strong>de</strong> acompanhamento <strong>de</strong> objetivos da políticaem turismo por níveis (fe<strong>de</strong>ral, estadual ou municipal).• Medição <strong>dos</strong> impactos da ativida<strong>de</strong> turísticaA implantação <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> nova em uma <strong>de</strong>terminadaregião acarreta impactos que po<strong>de</strong>m trazer benefíciosou prejuízos. Nesse sentido, o turismo tem causadoalguns efeitos notáveis sobre o entorno em que <strong>de</strong>senvolvea sua ativida<strong>de</strong>.Para que haja um crescimento sustentável da ativida<strong>de</strong>turística, é importante pon<strong>de</strong>rar os fatores positivos e negativosdo seu <strong>de</strong>senvolvimento nos <strong>de</strong>stinos, avaliando-seos impactos que o setor gera sobre a economia, as populaçõeslocais e o meio natural on<strong>de</strong> ela se <strong>de</strong>senvolve.Assim, nesta variável, analisou-se se os <strong>de</strong>stinosrealizam ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> monitoramento, em função doturismo, com base nos seguintes impactos:i econômicos;ii sociais;iii ambientais; eiv culturais.• Setor específico <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> e pesquisasno <strong>de</strong>stinoO <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas e estu<strong>dos</strong> emturismo <strong>de</strong>manda a criação <strong>de</strong> um setor especializado,com profissionais experientes na realização <strong>de</strong> pesquisase análises <strong>de</strong> da<strong>dos</strong>.


52 Relatório brasilPor isso, nesta variável, examinou-se se os <strong>de</strong>stinospossuem tal espécie <strong>de</strong> órgão em suas respectivas estruturase relacionou-se há quanto tempo eles estavam emfuncionamento quando <strong>dos</strong> trabalhos <strong>de</strong> campo.4.4 Macrodimensão EconomiaA Figura 7, a seguir, sumariza a macrodimensão Economialocal e suas respectivas dimensões e variáveis, examinadasno mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste estudo.citam-se os hotéis que contratam serviços, como os <strong>de</strong>construção civil, bancos, contadores e fornecedores <strong>de</strong>alimentos e bebidas. Partes <strong>de</strong>sses gastos saem <strong>de</strong> circulação,pois os fornecedores precisarão comprar produtosimporta<strong>dos</strong> para cobrir suas necessida<strong>de</strong>s. A ativida<strong>de</strong>econômica, gerada em conseqüência das rodadas <strong>de</strong>compras e gastos, é conhecida como efeito indireto.Já o efeito induzido é aquele gerado por meio <strong>dos</strong>salários, aluguéis e juros recebi<strong>dos</strong> das ativida<strong>de</strong>s turísticasque, por sua vez, geram outras ativida<strong>de</strong>s econômicas. OsFigura 7. Macrodimensão EconomiaEconomiaEconomia LocalParticipação relativa do setor privado na economia localInfra-estrutura <strong>de</strong> comunicaçãoInfra-estrutura <strong>de</strong> negóciosEmpreendimentos ou eventos alavancadoresCapacida<strong>de</strong> EmpresarialQualificação profissional para o trabalhoPresença <strong>de</strong> grupos nacionais e internacionais do setor <strong>de</strong> turismoConcorrência e barreiras <strong>de</strong> entradaNúmero <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, filiais e/ou subsidiáriasFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008Economia localDe acordo com Blake et al. (2006), existem diferentesméto<strong>dos</strong> para estimar os impactos causa<strong>dos</strong> pelo turismo,como matriz <strong>de</strong> insumo-produto, matriz <strong>de</strong> contasnacionais e mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> equilíbrio geral (CGE). Todasessas abordagens têm como vantagem a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> computar a relação entre o turismo e os outros setoresda economia.A mensuração <strong>dos</strong> efeitos <strong>dos</strong> gastos turísticossobre a economia local <strong>de</strong>ve levar em conta três níveis <strong>de</strong>impactos: diretos, indiretos e induzi<strong>dos</strong>.Segundo Cooper (2001), os efeitos diretos das ativida<strong>de</strong>sturísticas são os gastos feitos pelos visitantes nosestabelecimentos que fornecem os bens e os serviços turísticos.Parte <strong>de</strong>sse valor sairá imediatamente da economiapara cobrir as <strong>de</strong>spesas com as importações. Dessa forma,os impactos diretos <strong>dos</strong> gastos ten<strong>de</strong>m a ser menores queos valores das importações, a não ser em casos raros, emque a economia local consegue produzir e satisfazer todasas necessida<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> turistas.Por sua vez, os estabelecimentos comerciais querecebem os gastos diretos <strong>dos</strong> turistas necessitam <strong>de</strong>fornecedores, ou seja, precisam comprar bens e serviços<strong>de</strong> outros setores da economia local. Como exemplo,juros pagos aos bancos, por empréstimos, ocasionam maisrecursos para futuros financiamentos, ocorrendo, conseqüentemente,um aumento da ativida<strong>de</strong> econômica.A análise do impacto econômico direto do turismo verificaos fluxos <strong>de</strong> gastos associa<strong>dos</strong> à ativida<strong>de</strong> turística, i<strong>de</strong>ntificandoas mudanças no comércio, pagamento <strong>de</strong> impostos,renda e geração <strong>de</strong> emprego e trabalhos geri<strong>dos</strong> pela ativida<strong>de</strong><strong>de</strong> turismo. Embora cada tipo <strong>de</strong> análise econômicapossua características que as distinguem umas das outras,elas são, muitas vezes, confundidas, já que um problema aser analisado geralmente exige diferentes metodologias.Além da importância econômica do turismo paraum <strong>de</strong>stino, vale ressaltar a importância <strong>de</strong> outras ativida<strong>de</strong>seconômicas, como forma <strong>de</strong> incrementar e facilitaro <strong>de</strong>senvolvimento do turismo.Po<strong>de</strong>-se citar, como exemplo, a importância do transporteaéreo para o turismo e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se viabilizarnão somente uma alta ocupação <strong>de</strong> passageiros na aeronave,mas também do transporte <strong>de</strong> carga, provenientes<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s econômicas locais.Ativida<strong>de</strong>s econômicas fortes e gran<strong>de</strong>s empresastambém viabilizam esse fluxo <strong>de</strong> pessoas e o conseqüenteinteresse <strong>de</strong> empresas do setor <strong>de</strong> turismo (aviação , hotelaria,eventos, restaurantes , transportadoras etc.).


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 53Outro ponto a ser ressaltado é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pessoal qualificado, que empresas <strong>dos</strong> mais diversossegmentos possuem, po<strong>de</strong>ndo haver uma troca <strong>de</strong> profissionaisentre diferentes setores econômicos.Diante <strong>de</strong>ssas informações, as seguintes variáveisforam levadas em consi<strong>de</strong>ração para efeito <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong><strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos na dimensão Economia local:i participação relativa do setor privado na economialocal;ii infra-estrutura <strong>de</strong> comunicação;iii infra-estrutura <strong>de</strong> negócios; eiv empreendimentos e eventos alavancadores.A seguir, são verifica<strong>dos</strong> os elementos <strong>de</strong> análise<strong>de</strong>stas variáveis:• Participação relativa do setor privadona economia localEsta variável verifica a participação da iniciativa privadaante o Produto Interno Bruto (PIB) total do <strong>de</strong>stino. Parteda premissa que essa participação reflete o grau <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismolocal e a capacida<strong>de</strong> da iniciativa privada<strong>de</strong> organizar recursos e iniciativas para o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>dos</strong> negócios turísticos.Assim, com o auxílio do levantamento <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> secundários,esta variável procurou i<strong>de</strong>ntificar, por exemplo, otamanho do PIB <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos e o montante <strong>dos</strong> gastos <strong>dos</strong>etor privado da economia local.Com o objetivo <strong>de</strong> se levantar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alavancagemeconômica <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos, procurou-se também apuraro volume <strong>de</strong> operações <strong>de</strong> crédito ante o PIB <strong>dos</strong> mesmos.Finalmente, um último aspecto observado nestavariável diz respeito à corrente <strong>de</strong> comércio exterior <strong>dos</strong><strong>de</strong>stinos, com o intuito <strong>de</strong> mostrar o grau <strong>de</strong> aberturaeconômica local. Nesse caso, partiu-se da premissa que,quanto maior o grau <strong>de</strong> abertura, maior a competitivida<strong>de</strong>do <strong>de</strong>stino em diferentes áreas econômicas.• Infra-estrutura <strong>de</strong> comunicaçãoConforme ressalta o estudo internacional <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>em turismo <strong>dos</strong> países, realizado pelo FórumEconômico Mundial (2007), a infra-estrutura <strong>de</strong> comunicaçãoe o acesso a meios eletrônicos <strong>de</strong> pagamento sãovariáveis importantes para o <strong>de</strong>senvolvimento do turismo.À semelhança <strong>de</strong>ssa organização, foram consi<strong>de</strong>radas,nesta variável, algumas questões relacionadas com a infraestrutura<strong>de</strong> comunicação <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos.Assim, para efeitos <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> turística <strong>dos</strong><strong>de</strong>stinos, há três da<strong>dos</strong> fundamentais:iquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> hospedagem que disponibilizamserviços <strong>de</strong> TV a cabo, com emissoras internacionaisem suas unida<strong>de</strong>s habitacionais;ii número <strong>de</strong> linhas telefônicas por habitante nos <strong>de</strong>stinos;eiii número <strong>de</strong> operadoras <strong>de</strong> telefone celular que oferecemcobertura nas regiões estudadas.• Infra-estrutura <strong>de</strong> negóciosEsta variável reflete as <strong>de</strong>mais condições necessárias, promovidaspelo próprio setor privado, para a manutenção eo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong> negócios turísticos nos <strong>de</strong>stinos.Assim, nesta variável, procurou-se i<strong>de</strong>ntificarelementos que possam auxiliar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong>negócios turísticos, como práticas <strong>de</strong> benefícios fiscais elinhas especiais <strong>de</strong> financiamento.• Empreendimentos ou eventos alavancadoresNesta variável, são avaliadas a existência e as condições<strong>de</strong> empreendimentos turísticos consi<strong>de</strong>radas fundamentaispara sustentar e impulsionar o <strong>de</strong>senvolvimentodo setor.Assim, buscou-se i<strong>de</strong>ntificar se os <strong>de</strong>stinos pesquisa<strong>dos</strong>possuíam organizações capazes <strong>de</strong> atrair eventospara seu território, como operações <strong>de</strong> Convention &Visitors Bureau. Além disso, foram medidas as estruturaslocais para recebimento <strong>de</strong> eventos quanto a seus tamanhos(<strong>de</strong> pequeno, médio e gran<strong>de</strong> portes).Finalmente, buscou-se ainda i<strong>de</strong>ntificar se os <strong>de</strong>stinospossuíam outras ativida<strong>de</strong>s econômicas significativas,em seus territórios, com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimentar suaseconomias locais.Capacida<strong>de</strong> empresarialA performance econômica <strong>de</strong> um país ou <strong>de</strong> uma regiãoé <strong>de</strong>terminada pelo <strong>de</strong>sempenho individual <strong>de</strong> firmas nomercado em que atuam. Dessa forma, fatores internos eexternos, como o capital humano, as práticas gerenciaise as políticas públicas, influenciam diretamente a habilida<strong>de</strong>das firmas para a competição (UL HAQUE, 1995;LEONARD-BARTON 1995; FIGUEIREDO, 2003).Dessa forma, faz-se necessária a busca <strong>de</strong> evidênciassobre a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stino para a realização <strong>de</strong> negóciosturísticos. A qualificação profissional para o trabalho, opercentual <strong>de</strong> transações ou pontos <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong> cartão <strong>de</strong>crédito/débito, ou pontos <strong>de</strong> conexão à internet em bandalarga são exemplos <strong>de</strong> indicadores não específicos do setor<strong>de</strong> turismo e viagens que claramente permitem i<strong>de</strong>ntificar adinâmica empresarial <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stino e associá-la à competitivida<strong>de</strong>na atração <strong>de</strong> negócios em turismo.


54 Relatório brasilDevem-se também associar indicadores mais específicosda dinâmica do setor privado relacionada diretamentecom o setor turístico. Exemplos seriam dimensões,como existência e grau <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são às associações do setor,estrutura <strong>de</strong> Conventions & Visitors Bureaus, participação<strong>de</strong> restaurantes e hotéis no número <strong>de</strong> empreendimentoscomerciais, e locadoras <strong>de</strong> automóveis.Esses dois grupos <strong>de</strong> indicadores têm como objetivo,portanto, medir a capacida<strong>de</strong> do setor privado, operandoatualmente no <strong>de</strong>stino, e respon<strong>de</strong>r às exigências <strong>de</strong> crescimentoe sofisticação do setor, com a busca permanente<strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> valor sintonizada às novas expectativas<strong>de</strong> uma clientela cada vez mais exigente. Define-se objetivamente“agregação <strong>de</strong> valor” como a oferta adicional<strong>de</strong> um benefício ao cliente, que ele <strong>de</strong>seja e pelo qual estádisposto a pagar um valor extra. Se os turistas <strong>de</strong>sejame concordam em pagar por facilida<strong>de</strong>s, como acesso àinternet em banda larga e televisão a cabo em to<strong>dos</strong> osquartos, serviços personaliza<strong>dos</strong> e instalações <strong>de</strong> ginástica,o empresariado <strong>de</strong>ve ter condições e iniciativa para mobilizarrecursos e empreen<strong>de</strong>r as mudanças necessárias.Dessa forma, a dimensão Capacida<strong>de</strong> empresarial estáorientada principalmente para uma competência, ou capacida<strong>de</strong>dinâmica, presente no <strong>de</strong>stino, capaz <strong>de</strong> promoveras transformações necessárias, tanto na infra-estruturaespecífica do turismo, diretamente mensurada pelas variáveisque operacionalizam essa dimensão, quanto indiretamente,na sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilizar as forças políticase sociais locais no <strong>de</strong>senvolvimento do setor. Diferencia-seda infra-estrutura turística porque consi<strong>de</strong>ra as condiçõespara esse <strong>de</strong>senvolvimento, e não o equipamento turísticojá instalado, exceto aquele que permite alavancar a ofertae não apenas dimensionar sua situação atual.É importante consi<strong>de</strong>rar que a maioria <strong>dos</strong> indicadoresescolhi<strong>dos</strong> para a dimensão Capacida<strong>de</strong> empresarial estádisponível em fontes oficiais <strong>de</strong> consulta, principalmentefe<strong>de</strong>rais, o que garante a equalização no tratamento dainformação, permitindo sua comparabilida<strong>de</strong>. Além disso,para a criação das categorias e posterior pontuação naconstrução do índice, esses da<strong>dos</strong> são mais facilmentedividi<strong>dos</strong> por separatrizes (mediana, quartis etc.).Assim, as seguintes variáveis foram levadas em consi<strong>de</strong>raçãopara efeito <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos turísticosna dimensão Capacida<strong>de</strong> empresarial:i qualificação profissional;ii presença <strong>de</strong> grupos nacionais e internacionais <strong>dos</strong>etor <strong>de</strong> turismo;iii concorrência e barreiras <strong>de</strong> entrada; eiv número <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, filiais e/ousubsidiárias.A seguir, são <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong> os elementos <strong>de</strong> análise<strong>de</strong>stas variáveis:• Qualificação profissionalO amadorismo na operacionalização <strong>de</strong> negócios turísticospo<strong>de</strong> acarretar sérios impactos sobre a competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>um <strong>de</strong>stino. Desse modo, portanto, a variável em exameprocurou i<strong>de</strong>ntificar as espécies <strong>de</strong> instituições <strong>de</strong> ensinoinstaladas no município, tais como:i escolas técnicas;ii universida<strong>de</strong>s; eiii unida<strong>de</strong>s do Sistema S (Sebrae, Sesc, Senac e Senai).Além disso, buscou-se também i<strong>de</strong>ntificar se os<strong>de</strong>stinos estuda<strong>dos</strong> dispunham <strong>de</strong> escolas <strong>de</strong> línguasestrangeiras em seu território.Outro aspecto importante avaliado, para efeito <strong>de</strong>competitivida<strong>de</strong>, foi a apuração do aproveitamento daforça <strong>de</strong> trabalho local no setor <strong>de</strong> turismo, em termos<strong>de</strong> hierarquia <strong>de</strong> cargos. Ou seja, buscou-se saber se aspessoas formadas no <strong>de</strong>stino eram capazes <strong>de</strong> assumircargos <strong>de</strong> operações básicas e técnicas, bem como <strong>de</strong>supervisão e gerência.• Presença <strong>de</strong> grupos nacionais e internacionaisdo setor <strong>de</strong> turismoEsta variável foi avaliada com base em dois elementos fundamentais,isto é, na i<strong>de</strong>ntificação da presença <strong>de</strong> gruposestrangeiros no setor <strong>de</strong> turismo em ramos específicos:iiihotéis; elocadoras <strong>de</strong> veículos.• Concorrência e barreiras <strong>de</strong> entradaEsta variável foi elaborada a fim <strong>de</strong> se avaliar a concorrência<strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> serviços turísticos e sua capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> incrementar a competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos. Nessesentido, por exemplo, buscou-se i<strong>de</strong>ntificar a existênciaefetiva, no <strong>de</strong>stino, <strong>de</strong> arranjos produtivos locais (APLs) ouse os empreendimentos estavam dispersos.Outro elemento consi<strong>de</strong>rado para mensuração <strong>de</strong>competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos foi a avaliação <strong>de</strong> barreiras<strong>de</strong> entrada significativas para a criação <strong>de</strong> novos negóciosturísticos como:i falta <strong>de</strong> terrenos ou espaço físico;ii falta <strong>de</strong> regularização fundiária;iii infra-estrutura <strong>de</strong> acesso e <strong>de</strong> edificações;iv barreiras legais ou <strong>de</strong>sincentivos fiscais;iv escassez <strong>de</strong> pessoal capacitado; eiv dificulda<strong>de</strong>s para obtenção <strong>de</strong> licenciamentosambientais.


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 55Finalmente, buscou-se ainda i<strong>de</strong>ntificar os padrõesvigentes <strong>de</strong> concorrência na região do <strong>de</strong>stino, em termos<strong>de</strong> baixo preço, diferenciação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e foco <strong>de</strong>mercado (nicho específico).• Número <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte,filiais e/ou subsidiáriasAlém <strong>dos</strong> empreendimentos turísticos diretos, outra variávelútil para capturar elementos do setor empresarial compotencial para alavancar a ativida<strong>de</strong> turística <strong>de</strong>corre donúmero <strong>de</strong> filiais e subsidiárias <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>porte no <strong>de</strong>stino.Esta variável contempla tanto um aspecto ex ante,qual seja, que, em geral, as empresas tomam a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>instalar subsidiárias quando <strong>de</strong>terminadas condições econômicas,sociais e logísticas são preenchidas, refletindo indiretamenteuma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorver novos negócios,como também expost, uma vez que a existência <strong>de</strong> subsidiáriascontribuirá para atrair turistas, inicialmente a negóciose, muitas vezes, na seqüência, para lazer. Nesse sentido,esta variável procurou i<strong>de</strong>ntificar a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> empresas<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte em relação ao tamanho <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos.4.5 Macrodimensão Sustentabilida<strong>de</strong>A Figura 8, a seguir, sintetiza a macrodimensãoSustentabilida<strong>de</strong> e suas respectivas dimensões e variáveis,examinadas no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste estudo:Aspectos sociaisDe acordo com Higgins-Desbiolles (2006), os países em <strong>de</strong>senvolvimentosão encoraja<strong>dos</strong> a promover o turismo comoferramenta <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico, uma vez que,por ser menos <strong>de</strong>strutivo do que indústrias extrativistas,po<strong>de</strong> agir como promotor do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outrasativida<strong>de</strong>s econômicas.É comumente ressaltado na literatura que o turismo,além <strong>de</strong> oferecer benefícios econômicos, po<strong>de</strong> gerar ganhosambientais, culturais e sociais. O turismo é citado como umaativida<strong>de</strong> capaz <strong>de</strong> contribuir para a preservação cultural,em um período em que está ocorrendo um processo <strong>de</strong>homogeneização da mesma, graças à globalização.Outro aspecto a ser observado refere-se aos benefíciossociais que o turismo po<strong>de</strong> gerar para um <strong>de</strong>stino, como:i incremento da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida;ii aumento do bem-estar individual;iii estímulo ao entendimento e respeito às diversasculturas;iv expansão do <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico; ev incentivo à proteção do meio ambiente e das populaçõeslocais.De acordo com Gooroochurn e Sugiyarto (2004),nota-se que a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no <strong>de</strong>stino contribuirá paraa experiência do turista em sua visita. Dessa forma, po<strong>de</strong>-sepresumir que a qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> aspectos sociais agrega valorao <strong>de</strong>stino.figura 8 - Macrodimensão Sustentabilida<strong>de</strong>Sustentabilida<strong>de</strong>Aspectos SociaisEducaçãoEmpregos gera<strong>dos</strong> pelo turismoPolítica <strong>de</strong> enfrentamento e prevenção à exploraçãosexual infanto-juvenilUso <strong>de</strong> atrativos e equipamentos turísticos pela populaçãoCidadaniaAspectos AmbientaisCódigo ambiental municipalAtivida<strong>de</strong>s em curso potencialmente poluidorasRe<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> águaRe<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> coleta e tratamento <strong>de</strong> esgotoDestinação pública <strong>de</strong> resíduosUnida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação no território municipalAspectos CulturaisProdução cultural associada ao turismoPatrimônio histórico e culturalAspectos <strong>de</strong> governançaFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


56 Relatório brasilA dimensão social componente <strong>de</strong>ste trabalho temcomo objetivo a avaliação do relacionamento direto e/ouindireto com a ativida<strong>de</strong> turística, levando-se em conta apercepção da realida<strong>de</strong> atual e sua relação com a necessida<strong>de</strong>,presente ou futura, da preservação e do <strong>de</strong>senvolvimentodo turismo.Assim, as seguintes variáveis foram levadas em consi<strong>de</strong>raçãopara efeito <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos turísticosna dimensão Aspectos sociais:i educação;ii empregos gera<strong>dos</strong> pelo turismo;iii política <strong>de</strong> enfrentamento e prevenção à exploraçãosexual;iv uso <strong>de</strong> atrativos e equipamentos turísticos pela população;ev cidadania.A seguir, são <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong> os elementos <strong>de</strong> análise<strong>de</strong>stas variáveis:• EducaçãoEsta variável permite avaliar se a população local está sendopreparada para absorver os empregos diretos e indiretoscria<strong>dos</strong> pelo turismo. Para a ativida<strong>de</strong> ser exercida e semanter <strong>de</strong> forma sustentável, é fundamental a avaliaçãoda re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino nos limites (ou em áreas limítrofes) domunicípio. Dessa forma e a fim <strong>de</strong> se criar um cenário <strong>de</strong>atrativida<strong>de</strong> para que empreendimentos turísticos venhama se instalar, se manter ou crescer no município, há necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> avaliação sobre a oferta <strong>de</strong> instrução, qualificaçãoou especialização para a população local.Assim, com o auxílio <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> secundários, esta variávelfoi avaliada com base em informações relativas aosÍndices <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano Municipal-Educaçãoe <strong>de</strong> Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) para asre<strong>de</strong>s municipal e estadual, sobre a média do País.Outros da<strong>dos</strong> importantes consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> para acompetitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos com base na variáveleducação foram, por exemplo:i taxa bruta <strong>de</strong> freqüência nas escolas;ii taxa <strong>de</strong> alfabetização; eiii número <strong>de</strong> anos da escolarida<strong>de</strong> média.Com relação aos investimentos na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> educaçãolocal, foram igualmente avalia<strong>dos</strong> aspectos relaciona<strong>dos</strong>com o cumprimento <strong>dos</strong> investimentos obrigatórios nessaárea, bem como sua composição diante das diversas esferas<strong>de</strong> ensino (infantil, fundamental e médio, por exemplo).Finalmente, foi também avaliada a abrangência <strong>de</strong> habitantes(por faixa etária) com acesso ao sistema <strong>de</strong> ensino.Por fim, os <strong>de</strong>stinos foram pesquisa<strong>dos</strong> no que dizrespeito à oferta <strong>de</strong> cursos relaciona<strong>dos</strong> direta e indiretamentecom o turismo. Nesse sentido, procurou-se i<strong>de</strong>ntificaro nível <strong>dos</strong> mesmos, bem como os tipos <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong>idiomas ofereci<strong>dos</strong> localmente.• Empregos gera<strong>dos</strong> pelo turismoEsta variável refere-se ao impacto do turismo na geração<strong>de</strong> empregos para a economia do <strong>de</strong>stino. Essa análisesustenta-se na premissa <strong>de</strong> que o turismo po<strong>de</strong> empregara população local, <strong>de</strong> forma a evitar a migração <strong>de</strong> pessoaspara o <strong>de</strong>stino, o que po<strong>de</strong> acarretar profun<strong>dos</strong> cortesna unida<strong>de</strong> social, o rompimento do equilíbrio urbano e oestrangulamento da infra-estrutura disponível, com conseqüênciassociais negativas.Nesse sentido, e calcada em da<strong>dos</strong> secundários, foipesquisada a taxa <strong>de</strong> emprego aplicada nas ativida<strong>de</strong>scaracterísticas do turismo no <strong>de</strong>stino. Adicionalmente,preocupou-se, nesta variável, em avaliar o grau <strong>de</strong> informalida<strong>de</strong>ou <strong>de</strong> emprego temporário nos segmentos turísticosdo município, tais como:i hotéis;ii restaurantes;iii agências <strong>de</strong> receptivo; eiv agências <strong>de</strong> viagens.Finalmente, um último elemento examinado nestavariável refere-se aos aspectos liga<strong>dos</strong> às principais <strong>de</strong>ficiênciasna formação da força <strong>de</strong> trabalho local, em termosdas seguintes áreas:i noções <strong>de</strong> higiene;ii alfabetização;iii ensino em níveis fundamental, médio, profissionalizante,superior e pós-graduação;iv idiomas;v gestão <strong>de</strong> negócios e <strong>de</strong> atrativos; evi certificações individuais.• Política <strong>de</strong> enfrentamento e prevençãoà exploração sexual infanto-juvenilO turista cuja motivação <strong>de</strong> viagem é a exploração sexual,realiza gastos com ativida<strong>de</strong>s ilegais e irregulares, não contribuindopara a geração <strong>de</strong> emprego e renda. O <strong>de</strong>stinotorna-se, então, não-sustentável. A existência e a manutenção<strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong> geram problemas <strong>de</strong> imagem parao município.Nesse sentido, um <strong>dos</strong> elementos pesquisa<strong>dos</strong> nestavariável diz respeito às políticas empregadas pelo <strong>de</strong>stinopara combate à exploração sexual <strong>de</strong> crianças e <strong>de</strong> adoles-


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 57centes, quando existe notadamente o problema no local.A avaliação baseou-se em duas premissas básicas:iiiconteúdo das políticas; eapoio a programas relaciona<strong>dos</strong> com o tema.No primeiro caso, buscou-se i<strong>de</strong>ntificar os elementosda política do município com base, por exemplo, emprogramas registra<strong>dos</strong> nos conselhos municipais correlatosna cida<strong>de</strong> e a participação <strong>de</strong> conselhos do turismo, doempresariado local e da socieda<strong>de</strong> civil organizada, bemcomo outros órgãos (tais como polícias, promotoria eguarda municipal).No caso <strong>de</strong> apoio aos programas existentes por parte<strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos, o objetivo foi estudar os níveis fundamenta<strong>dos</strong>em itens, como apoio financeiro e institucional,suporte para campanhas <strong>de</strong> sensibilização e para órgãosfiscalizadores, assim como outras iniciativas.Ainda no âmbito do grau <strong>de</strong> comprometimento do<strong>de</strong>stino no combate à exploração sexual, procurou-sei<strong>de</strong>ntificar eventuais graus <strong>de</strong> formalização do municípiocom relação à restrição <strong>de</strong> campanhas publicitárias quepossam ter conotação sexual e à natureza <strong>de</strong>sses compromissoscom base, por exemplo, em documentos da prefeitura,<strong>de</strong> assessorias <strong>de</strong> comunicação, órgãos do turismo ououtros relaciona<strong>dos</strong> com o tema, bem como as entida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> classe do setor. Outro importante aspecto avaliadofoi o conhecimento no <strong>de</strong>stino acerca da ferramenta <strong>de</strong><strong>de</strong>núncia <strong>de</strong>sses crimes (Disque 100).Por fim, foram ainda examina<strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> relativos a<strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> exploração sexual infanto-juvenil no <strong>de</strong>stino,nos últimos três anos, e suas respectivas categorizações(exploração sexual sem intermediários e prostituição).• Uso <strong>de</strong> atrativos e equipamentos turísticospela populaçãoA aceitação da ativida<strong>de</strong> turística como algo positivo paraa população faz com que os indivíduos possam sentir-semais confortáveis diante do turismo. A utilização <strong>de</strong> atrativose <strong>de</strong> equipamentos turísticos proporciona meios <strong>de</strong>inclusão social.Nesse âmbito, a variável em exame teve o objetivo<strong>de</strong> apurar as evidências do uso efetivo <strong>de</strong> atrativos locais(naturais, culturais, artificiais e técnico-científicos) porparte da população, a natureza da utilização (gratuita oupaga), bem como a elaboração <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> incentivoà população para utilização <strong>dos</strong> equipamentos.• Cidadania<strong>dos</strong> do turismo e se minimizem problemas sociais. Mitigaros impactos sociais significa aumentar as possibilida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>stino turístico. A socieda<strong>de</strong> local<strong>de</strong>ve ser orientada sobre a forma pela qual po<strong>de</strong> participarda ativida<strong>de</strong> do turismo, <strong>de</strong> modo a po<strong>de</strong>r contribuir como seu conhecimento específico sobre a localida<strong>de</strong> em quevive, e programas <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> nesse sentido.Nesse escopo, um <strong>dos</strong> elementos <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta variável po<strong>de</strong> ser dividido emduas vertentes:i políticas formais <strong>de</strong> sensibilização da comunida<strong>de</strong>sobre o setor <strong>de</strong> turismo; eii políticas formais <strong>de</strong> conscientização do turista acercada comunida<strong>de</strong> que ele visita.Em ambos os casos, além da verificação <strong>de</strong>ssas políticas,objetivou-se também i<strong>de</strong>ntificar os instrumentos<strong>de</strong> veiculação:i ênfase do conteúdo da sensibilização com a comunida<strong>de</strong>em termos <strong>de</strong> impactos positivos e/ou negativos;eii temas aborda<strong>dos</strong> com os turistas (respeito ao meioambiente, cultura e população local).A participação da população nos assuntos liga<strong>dos</strong> aoturismo no <strong>de</strong>stino foi também objeto <strong>de</strong> análise nestavariável. Nesse sentido, consi<strong>de</strong>rou-se a operacionalização<strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong> opinião com a comunida<strong>de</strong> local (e seusrespectivos instrumentos) e sua eventual e efetiva participaçãoem <strong>de</strong>cisões sobre projetos turísticos por meio, porexemplo, <strong>de</strong> conselhos municipais <strong>de</strong> turismo, audiênciaspúbicas e fóruns.Outro elemento observado para a análise <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong><strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos foi a participação da socieda<strong>de</strong> civil organizadano <strong>de</strong>senvolvimento do turismo na localida<strong>de</strong>. Assim, oobjetivo foi avaliar quais organizações locais estão engajadasnesse processo — associações <strong>de</strong> moradores, organizaçõesnão-governamentais, sindicatos e cooperativas.Por fim, alguns da<strong>dos</strong> secundários foram consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>,como:i Índice <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano Municipal(IDH-M);ii Índice <strong>de</strong> Desenvolvimento Humano Municipal-Longevida<strong>de</strong>;iii razão das rendas entre ricos e pobres;iv índice <strong>de</strong> Gini da população; ev renda per capita.O envolvimento das comunida<strong>de</strong>s com a ativida<strong>de</strong> turísticaé fundamental para que se ampliem os benefícios advin-


58 Relatório brasilAspectos ambientaisO estabelecimento <strong>de</strong> padrões sustentáveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentovem merecendo, nos últimos anos, a atenção <strong>de</strong>to<strong>dos</strong> os setores da socieda<strong>de</strong>. A contribuição do setor<strong>de</strong> turismo nesse esforço é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância. Assim,a natureza e o meio ambiente são fatores primordiais paraum tipo <strong>de</strong> turismo que integre <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômicoe preservação ambiental. Esse compromisso ératificado pela Organização Mundial do Turismo (OMT)quando conceitua o turismo sustentável como aquele ecologicamentesuportável em longo prazo, economicamenteviável, assim como ética e socialmente eqüitativo para ascomunida<strong>de</strong>s locais, exigindo integração ao meio ambiente,natural, cultural e humano, e respeito à frágil balançaque caracteriza muitas <strong>de</strong>stinações turísticas.A OMT também i<strong>de</strong>ntifica uma sensibilização crescente<strong>dos</strong> principais atores envolvi<strong>dos</strong>, que se expressa eminiciativas <strong>dos</strong> setores público e privado e no avanço do usotecnologias limpas, na tentativa <strong>de</strong> redução <strong>dos</strong> impactosnegativos provoca<strong>dos</strong> pelo turismo. Entretanto, as açõestêm sido insuficientes para garantir a competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong><strong>de</strong>stinos turísticos, baseada em atrativos naturais.No Brasil, observa-se a presença <strong>de</strong> alguns fatoresmenciona<strong>dos</strong> pela OMT como barreiras à preservaçãoambiental pelas vias do turismo, a saber:– Dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração das políticas públicas <strong>de</strong>turismo com as <strong>de</strong>mais políticas <strong>de</strong> governo;– Insuficiência <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> aos órgãos públicos<strong>de</strong> administração do turismo;– Insuficiência <strong>de</strong> recursos públicos para obras <strong>de</strong>infra-estrutura básica;– Dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apuração <strong>dos</strong> indicadores <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>ambiental; e– Maior engajamento do setor privado turístico nasquestões ambientais.Portanto, a dimensão meio ambiente é matéria, naturalmente,integrante <strong>dos</strong> cenários metodológicos utiliza<strong>dos</strong>em pesquisas e estu<strong>dos</strong> socioeconômicos, e elabora<strong>dos</strong>cientificamente sob a natureza diagnóstica e/ou propositiva.Na tendência <strong>de</strong> globalização <strong>de</strong> alguns temas <strong>de</strong>interesse comum, o meio ambiente é <strong>dos</strong> poucos que sefixaram como assunto permanente na agenda <strong>de</strong> discussões,estu<strong>dos</strong> e projetos.Os colegia<strong>dos</strong> internacionais, particularmente aquelesque discutem e organizam políticas públicas mundiais,lidam com o tema meio ambiente <strong>de</strong> forma prioritária. Damesma forma, o direcionamento do volume <strong>de</strong> investimentose pessoas, das normas reguladoras e <strong>dos</strong> processos<strong>de</strong> avaliação e controle, to<strong>dos</strong> em âmbito mundial, têm, nomeio ambiente, uma matéria <strong>de</strong> notória relevância.No Brasil, on<strong>de</strong> os atrativos naturais são abundantes,po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m diretamente<strong>dos</strong> segmentos que possuem como base atrativosnaturais e, conseqüentemente, necessitam <strong>de</strong> diagnósticose conclusões <strong>de</strong> natureza ambiental. Para citar algunsexemplos: ecoturismo, turismo <strong>de</strong> aventura, sol e praia.Vale ressaltar que as pesquisas <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda nacional einternacional, realizadas pelo Ministério do Turismo emseus planos <strong>de</strong> promoção (planos Cores e Aquarela),apontam uma crescente conscientização <strong>dos</strong> visitantes,principalmente estrangeiros, quanto aos aspectos ambientaisdo local a ser visitado.Não obstante, a <strong>de</strong>pendência específica das questõesambientais <strong>de</strong>sses segmentos turísticos, to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>stinos,em geral, mantêm um vínculo <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> diretamenterelacionado com as condições <strong>de</strong> meio ambienteque venham a disponibilizar aos turistas. Em outras palavras,entre as características <strong>de</strong> infra-estrutura, o statusambiental é um aspecto fundamental nos processos <strong>de</strong>escolha.Destaque-se a importância da análise <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong>aspectos que não somente afetam o turismo diretamente,mas também po<strong>de</strong>m representar algum tipo proxi da qualida<strong>de</strong>e responsabilida<strong>de</strong> ambiental <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stino. Dessemodo, para avaliação <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosna dimensão Aspectos ambientais, as seguintes variáveisforam examinadas:i vigência <strong>de</strong> um Código Ambiental Municipal;ii exercício <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s socioeconômicas potencialmentepoluidoras;iii existência <strong>de</strong> re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> água;iv existência <strong>de</strong> re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> coleta e tratamento <strong>de</strong>esgoto;v disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação pública para resíduos;evi classificação das (eventuais) unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservaçãoexistentes no território municipal.• Código Ambiental MunicipalA existência <strong>de</strong> um Código Ambiental Municipalvigente revela um elevado grau <strong>de</strong> percepção e maturida<strong>de</strong>política do <strong>de</strong>stino com relação ao meio ambiente,bem como antecipa, a princípio, as conclusões sobre suasustentabilida<strong>de</strong>.Assim, nesta variável, buscou-se i<strong>de</strong>ntificar a existência<strong>de</strong>sse dispositivo legal na cida<strong>de</strong>, bem como osmecanismos cria<strong>dos</strong> por ele, tais como:i licenciamento ambiental;


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 59ii conselho municipal <strong>de</strong> meio ambiente ou órgãoequivalente; eiii criação ou consolidação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>conservação.Outra forma <strong>de</strong> avaliar a postura do <strong>de</strong>stino ante aquestão ambiental foi apurar se ali se discutia, no momentoda pesquisa, projetos <strong>de</strong> lei visando à criação <strong>de</strong> um códigomunicipal, <strong>de</strong> conselho ou secretaria do meio ambiente (ouórgão equivalente) na estrutura do município, bem como<strong>de</strong> algum fundo municipal para o meio ambiente.• Ativida<strong>de</strong>s em curso potencialmente poluidorasA existência, em exercício, <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s potencialmentepoluidoras no território municipal não se constitui, por sisó, em uma circunstância <strong>de</strong>preciadora em um processo<strong>de</strong> análise ou classificação para a competitivida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>stinoturístico, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os processos <strong>de</strong> licenciamentoe fiscalização sejam conduzi<strong>dos</strong> nas normas geralmenteaceitas para essa circunstância.Assim, esta variável objetivou i<strong>de</strong>ntificar eventuaisativida<strong>de</strong>s potencialmente poluidoras em curso no <strong>de</strong>stino,tais como: refinarias, indústrias químicas ou ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> garimpo. Nessa mesma linha, foram ainda apuradasevidências <strong>de</strong> hospitais, clínicas (públicas e privadas),cemitérios públicos e incidência <strong>de</strong> órgãos do tipo InstitutoMédico Legal.Finalmente, a pesquisa investigou elementos <strong>de</strong>avaliação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água e do ar, eventualmenteemprega<strong>dos</strong> pelos <strong>de</strong>stinos participantes do trabalho.• Re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> águaA existência <strong>de</strong> re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> águasignifica uma variável ambiental relevante para os <strong>de</strong>stinos.A re<strong>de</strong> pública po<strong>de</strong> pressupor a análise e o tratamentoda água, em muitos casos com elementos que reduzem aconcentração <strong>de</strong> agentes poluidores, e sempre dispondo<strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> mitigadora <strong>de</strong> fatores prepon<strong>de</strong>rantespara os possíveis danos ambientais.Nesse sentido, esta variável examinou a formataçãodo sistema <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> água no <strong>de</strong>stino, com basenas seguintes características:i efetiva operação;ii abrangência <strong>de</strong> atendimento à população;iii abrangência <strong>de</strong> atendimento do serviço aos equipamentosturísticos, tais como hotéis;iv proprieda<strong>de</strong> do sistema;v configuração do reservatório ou manancial <strong>de</strong> águano território do município; evi estrutura para tratamento e reutilização <strong>de</strong> água.Por fim, foi ainda estudado se os <strong>de</strong>stinos elaboram,efetivamente, campanhas periódicas <strong>de</strong> utilização racional<strong>de</strong> água e se existe algum período do ano em que haja anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> racionamento, bem como se os mesmosparticipam <strong>de</strong> programas fe<strong>de</strong>rais, como o Programa <strong>de</strong>Microbacias.• Re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> coleta e tratamento <strong>de</strong> esgotoA geração <strong>de</strong> esgoto domiciliar é uma circunstância inevitável.Alguns municípios adotam, em sua malha <strong>de</strong> infraestrutura,assim como em suas normas e posturas locais, osistema <strong>de</strong> coleta pública, <strong>de</strong> construções <strong>de</strong> fossa/filtro/sumidouro. Assim, esta variável objetivou levantar aspectosrelaciona<strong>dos</strong> com a estrutura e o posicionamento emrelação ao esgoto produzido no município.Dessa forma, o sistema <strong>de</strong> esgoto local foi examinado,com base em alguns elementos. Além <strong>de</strong> sua estruturageral, foram verificadas a configuração do serviço comoum todo (emprego <strong>de</strong> separadores absolutos), a cobrança<strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> coleta na conta <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> águae a disposição <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento (localização elançamento).Finalmente, foram ainda examina<strong>dos</strong> dois aspectos:iiio nível <strong>de</strong> cobertura do serviço para a populaçãolocal; ea postura municipal com relação à construção<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> fossa, filtro, sumidouro e outrosmecanismos.• Destinação pública <strong>de</strong> resíduosA geração <strong>de</strong> resíduos é inevitável em qualquer grupamento<strong>de</strong> pessoas ou ativida<strong>de</strong>s. Por outro lado, há resíduossimplesmente tratáveis ou <strong>de</strong>scartáveis (os orgânicosdomiciliares, por exemplo), e outros cujo tratamentoé revestido <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> (os hospitalares ouquímicos, por exemplo). O primeiro passo para qualificálosé a análise laboratorial por amostragem; o segundo éa remoção e o <strong>de</strong>pósito em local apropriado; o terceirosão os processos <strong>de</strong> tratamento; e o quarto é a <strong>de</strong>stinaçãoposterior, em que se incluem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong> reciclagematé a <strong>de</strong>struição.Assim, nesta variável, levou-se em consi<strong>de</strong>ração aestruturação local <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> resíduos, com baseem três elementos fundamentais:iiinatureza <strong>dos</strong> equipamentos locais (lixões, aterrossanitários, usinas <strong>de</strong> compostagem e incineradores,por exemplo);níveis <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> para recebimento <strong>dos</strong> resíduos


60 Relatório brasilgera<strong>dos</strong> pelo <strong>de</strong>stino; eiii licenciamento a<strong>de</strong>quado <strong>dos</strong> equipamentos pelosórgãos ambientais competentes.Outros aspectos consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> nesta variável foram aavaliação do sistema <strong>de</strong> coleta domiciliar e a organizaçãoda coleta seletiva <strong>de</strong> resíduos.• Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação no territóriomunicipalAs Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação (UCs) são espaços territorialmente<strong>de</strong>fini<strong>dos</strong>, com relevantes características relacionadascom a natureza, legalmente <strong>de</strong>finidas como tal peloPo<strong>de</strong>r Público, cujo principal objetivo é a preservação ea conservação <strong>dos</strong> ecossistemas naturais. A existência <strong>de</strong>uma UC num <strong>de</strong>terminado território municipal — sabendo-seque uma mesma UC po<strong>de</strong> ocupar o território <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> um município — tem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se constituirem relevante <strong>de</strong>stino turístico e, provavelmente, indica amelhor organização do meio ambiente sob o aspecto <strong>de</strong>proteção ao patrimônio natural naquele <strong>de</strong>stino.Nesse sentido, foi levantada a existência das seguintesmodalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> UCs nos <strong>de</strong>stinos:i parques;ii áreas <strong>de</strong> proteção ambiental (APAs); áreas <strong>de</strong> relevanteinteresse ecológico (ARIEs);iii florestas nacionais;iv reservas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável;v reservas extrativistas;vi reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs);viii estações ecológicas;ix monumentos naturais; ex refúgios da vida silvestre.Além disso, foram consi<strong>de</strong>radas ainda a elaboração<strong>de</strong> planos <strong>de</strong> manejo nas UCs e a existência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>seconômicas em seus territórios.Aspectos culturaisEm caráter cívico, religioso, <strong>de</strong> lazer ou profissional, a culturaé objeto da administração pública, para que se estu<strong>de</strong>mos movimentos <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada coletivida<strong>de</strong>, população,tribo ou nação. I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, valores e tensões sãoexpressos por meio <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s e condutas e, em algunscasos, pelo “imaginário” presente nos comportamentos.Para a gestão do turismo, mais do que o significado<strong>de</strong> cada movimento <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada coletivida<strong>de</strong>,vale estudar a dinâmica, o curso e os objetivos <strong>de</strong> umaépoca e seus efeitos para uma socieda<strong>de</strong>, avaliando-sediferentes proprieda<strong>de</strong>s, significa<strong>dos</strong> e senti<strong>dos</strong> em relaçãoaos conceitos organizacionais públicos e priva<strong>dos</strong> a que talsocieda<strong>de</strong> está submetida, por conta <strong>de</strong> sua inclusão naindústria do lazer.Segundo Thompson (1998), cultura é um termoemaranhado, que, ao reunir tantas ativida<strong>de</strong>s e atributosem um só feixe, po<strong>de</strong>, na verda<strong>de</strong>, confundir ou ocultardistinções. Mesmo sendo um conceito difícil <strong>de</strong> transpor,a cultura é componente constitutivo da realida<strong>de</strong> popular,como uma necessida<strong>de</strong> ou uma expectativa.A busca pelo produto cultural encontra explicação nanecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os indivíduos confrontarem suas origenscom a realida<strong>de</strong> socioeconômica da atualida<strong>de</strong>, fazendocom que o turismo cultural seja muito mais do que ver econhecer estilos <strong>de</strong> vida, folclore ou arte <strong>de</strong> outras culturas,mas experimentar uma realida<strong>de</strong> diferente, encontrando ainteração entre o passado e o presente e sinalizando, paraalguns, parâmetros do futuro.Mesmo no contexto cultural, o turismo é um serviçoque exige a presença do consumidor e, como tal, segundoCooper (2001), implica interação <strong>de</strong> uma população localcom um agente externo, e o resultado <strong>de</strong>ssa relação ten<strong>de</strong>a beneficiar as duas partes, pois gera <strong>de</strong>senvolvimentoeconômico para a região visitada e promove experiênciasdiferenciadas nos visitantes. A região, por sua vez,encontra, no turismo cultural, a mais forte manifestação,uma vez que, por meio da interação com costumes, culináriae história, por exemplo, os visitantes têm a oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> experimentar situações que po<strong>de</strong>m se tornarmemoráveis e fi<strong>de</strong>lizadoras do turismo.O fator cultural é relevante para a competitivida<strong>de</strong> noturismo, por conta <strong>de</strong> sua característica multifuncional. Eleatua como atrativo para diversos nichos e contribui para o<strong>de</strong>senvolvimento local. Assim, insere-se diretamente nosinteresses da gestão pública porque é produto característicodo lazer brasileiro, gerador <strong>de</strong> empregos e promotor<strong>de</strong> patrimônio histórico.Com o objetivo <strong>de</strong> construir uma metodologia <strong>de</strong>composição <strong>de</strong>ssa dimensão, realizou-se pesquisa na literaturae em órgãos diretamente relaciona<strong>dos</strong> com o tema,como Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional (IPHAN),Ministério da Cultura (MinC), UNESCO e Instituto Brasileiro<strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE).É importante ressaltar que medir os aspectos culturais<strong>de</strong> um <strong>de</strong>stino é uma questão difícil. Não necessariamentefazer um inventário e quantificar os aparelhos culturais irárefletir a real situação do <strong>de</strong>stino. Por isso, neste estudo,também foram seleciona<strong>dos</strong> indicadores qualitativos para amensuração <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos na dimensãoAspectos culturais, com base nas seguintes variáveis:i produção cultural associada ao turismo;


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 61ii patrimônio histórico e cultural; eiii aspectos <strong>de</strong> governança.• Produção cultural associada ao turismoNesta variável, procurou-se i<strong>de</strong>ntificar a existência <strong>de</strong> expressõesculturais do <strong>de</strong>stino e sua relação com o potenciale a competitivida<strong>de</strong> do mesmo.Com base em da<strong>dos</strong> primários e secundários, foramlevanta<strong>dos</strong> aspectos relaciona<strong>dos</strong> com a ocorrência <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s artesanais e culinárias típicas, bem como asrespectivas esferas <strong>de</strong> comercialização (regional, estadual,nacional e internacional). Além <strong>de</strong>sses, foi tambémapurada a existência <strong>de</strong> grupos artísticos <strong>de</strong> manifestaçãopopular e suas respectivas esferas <strong>de</strong> conhecimento(regional, estadual, nacional e internacional).Outro importante elemento consi<strong>de</strong>rado para aavaliação <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> foi a apreciação do principalevento local para atração <strong>de</strong> turistas. Nesse sentido,procurou-se i<strong>de</strong>ntificar:i a freqüência <strong>de</strong> sua realização;ii a eventual interação entre visitantes e populaçãolocal;iii o planejamento (se prevê a atração exclusiva <strong>de</strong> turistasou não); eiv o percentual <strong>de</strong> turistas atraí<strong>dos</strong> para o <strong>de</strong>stino, emrelação ao público total que comparece ao evento.Adicionalmente, foram avaliadas (nesses casos, combase, exclusivamente, em da<strong>dos</strong> primários) a existência e aefetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quatro tipos <strong>de</strong> manifestações:i tradições culturais evi<strong>de</strong>ntes e típicas;ii hábitos comerciais particulares do <strong>de</strong>stino;iii manifestações religiosas prepon<strong>de</strong>rantes e evi<strong>de</strong>ntes; eiv comunida<strong>de</strong>s tradicionais.Finalmente, foi analisada, com base, principalmente,em da<strong>dos</strong> secundários, uma série <strong>de</strong> equipamentos culturais,tais como:i canais <strong>de</strong> TV aberta;ii TVs comunitárias;iii vi<strong>de</strong>olocadoras;iv clubes e associações <strong>de</strong>sportivas;v livrarias;vi centros culturais;vii teatros ou casas <strong>de</strong> espetáculos;viii bibliotecas públicas;ix estádios ou ginásios esportivos;x museus;xi cinemas;xii shopping centers;xiii centros ou salas específicas <strong>de</strong> convenções;xiv áreas para locação <strong>de</strong> gravações com fins turísticos; exv TVs a cabo.• Patrimônio histórico e culturalNesta variável, são consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>, para efeito <strong>de</strong> avaliação<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos, elementos relaciona<strong>dos</strong>com o patrimônio material (bens, obras, edificaçõese conjuntos urbanos, por exemplo) e imaterial(conhecimentos, processos e rituais) <strong>dos</strong> municípiospesquisa<strong>dos</strong>.Assim, com base em uma combinação entre da<strong>dos</strong>primários e secundários, foi verificada a existência, no<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> tombamento, das seguintes espécies <strong>de</strong>patrimônios:i imaterial;ii artístico;iii sítios arqueológicos; eiv bens registra<strong>dos</strong> como patrimônio histórico.Nos quatro casos, verificou-se também o tipo <strong>de</strong> organizaçãoque efetivou o tombamento (órgãos municipais,estaduais, fe<strong>de</strong>rais ou internacionais) e se eles se constituemem atrativos turísticos. No caso específico <strong>dos</strong> bensimateriais, observou-se a formatação <strong>de</strong> eventuais políticas<strong>de</strong> preservação (pública, privada ou público-privada).Em última instância, foi também verificado se o <strong>de</strong>stinoé possuidor <strong>de</strong> patrimônio da humanida<strong>de</strong> tombado pelaUNESCO.• Aspectos <strong>de</strong> governançaEsta variável tinha o objetivo <strong>de</strong> avaliar os aspectos <strong>de</strong> governançaliga<strong>dos</strong> à cultura no <strong>de</strong>stino.Primeiramente, procurou-se i<strong>de</strong>ntificar a estruturamunicipal para administração da cultura na cida<strong>de</strong>, ou seja,como se dá a formatação, em nível <strong>de</strong> prefeitura, do órgãoresponsável por essa gestão (secretaria municipal exclusivaou compartilhada com outras pastas, setor subordinado aalguma secretaria ou ao Executivo, fundação pública ouinexistência <strong>de</strong> estrutura específica).Com relação à política <strong>de</strong> cultura no <strong>de</strong>stino, e com baseem da<strong>dos</strong> secundários, averiguou-se a existência da mesma,eventuais ações implementadas nos últimos 24 meses paramanutenção do calendário <strong>de</strong> festas tradicionais, bem comoa a<strong>de</strong>são do <strong>de</strong>stino ao Sistema Nacional <strong>de</strong> Cultura.Foi também verificado se o <strong>de</strong>stino pratica efetivamenteum controle <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga e manejo paraseus bens culturais, fundamentado em alguma metodologia,bem como se essa ativida<strong>de</strong> é realizada pela gestãopública municipal ou pela estadual, além <strong>de</strong> outras organizações(IPHAN, UNESCO, IBAMA, Ministério do MeioAmbiente ou outros).


62 Relatório brasilFinalmente, foram estuda<strong>dos</strong> aspectos relaciona<strong>dos</strong>com a legislação local para a cultura. Assim, procurou-severificar a existência <strong>de</strong> mecanismos legais da cida<strong>de</strong> parafomento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s culturais e <strong>de</strong> fun<strong>dos</strong> públicos correlatos(exclusivos ou não). Adicionalmente, foram tambémapura<strong>dos</strong> se o município possui projeto <strong>de</strong> implementação<strong>de</strong> turismo cultural (com seus respectivos órgãos executores)e se elaborou programas com o objetivo <strong>de</strong> incentivaro uso da força <strong>de</strong> trabalho local nos bens culturais.


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 63


3RESULTADOS DO ESTUDO


<strong>65</strong>1. Resulta<strong>dos</strong> consolida<strong>dos</strong>A construção do índice <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> para os <strong>de</strong>stinosturísticos indutores levou em consi<strong>de</strong>ração diferentesreferenciais conceituais, examinando as características docontexto brasileiro.O mo<strong>de</strong>lo construído contempla a soma pon<strong>de</strong>rada<strong>de</strong> cinco macrodimensões (infra-estrutura, turismo, políticaspúblicas, economia e sustentabilida<strong>de</strong>), divididasem 13 dimensões (infra-estrutura geral, acesso, serviçose equipamentos turísticos, atrativos turísticos, marketinge promoção do <strong>de</strong>stino, políticas públicas, cooperaçãoregional, monitoramento, economia local, capacida<strong>de</strong>empresarial, aspectos sociais, aspectos ambientais, easpectos culturais), e analisadas segundo a importânciapara a competitivida<strong>de</strong> do turismo.A estrutura modular utilizada na construção do índice,em torno das dimensões, variáveis e perguntas associadasa pon<strong>de</strong>rações específicas, permite o aprofundamento <strong>de</strong>estu<strong>dos</strong> focaliza<strong>dos</strong> nas características específicas <strong>de</strong> cadalocalida<strong>de</strong>. Assim, po<strong>de</strong>rão ser realizadas pesquisas sobrecompetitivida<strong>de</strong> contemplando apenas os <strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> umdado segmento turístico ou <strong>de</strong> uma região geográfica.Importante <strong>de</strong>stacar que o foco das dimensões e suasrespectivas variáveis, consi<strong>de</strong>radas na construção do índice,foi sua contribuição à competitivida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>stino, <strong>de</strong>finidacomo a capacida<strong>de</strong> crescente <strong>de</strong> gerar negócios nasativida<strong>de</strong>s relacionadas com o setor <strong>de</strong> turismo, <strong>de</strong>forma sustentável, proporcionando ao turista umaexperiência positiva.Nesse sentido, as análises realizadas sobre as dimensõesdo estudo tiveram como objetivo verificar a atual situaçãodas mesmas no que se refere às questões específicasdo setor <strong>de</strong> turismo, visto que sua plena avaliação transcen<strong>de</strong>os objetivos <strong>de</strong>ste trabalho.Foram consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> cinco níveis, numa escala <strong>de</strong> 0 a100, para a análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>. O primeiro nível (0 a20 pontos) refere-se ao intervalo em que os <strong>de</strong>stinos apresentam<strong>de</strong>ficiência em relação à <strong>de</strong>terminada dimensão;o segundo nível (21 a 40 pontos), apesar <strong>de</strong> expor umasituação mais favorável do que o anterior, ainda evi<strong>de</strong>ncianíveis ina<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> para a competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stinoem relação à dimensão; o terceiro nível (41 a 60 pontos)configura situação regularmente satisfatória; o quartonível (61 a 80 pontos) revela a existência <strong>de</strong> condiçõesa<strong>de</strong>quadas para ativida<strong>de</strong>s turísticas, e é, neste trabalho, opadrão mínimo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para a dimensão analisada; eo quinto nível correspon<strong>de</strong> ao melhor posicionamento queum <strong>de</strong>stino po<strong>de</strong> alcançar em uma dada dimensão (81 a100 pontos).Vale ressaltar que a análise das dimensões em seusrespectivos <strong>de</strong>stinos <strong>de</strong>ve levar em consi<strong>de</strong>ração o seuposicionamento relativo, ou seja, <strong>de</strong>terminadas localida<strong>de</strong>snão necessariamente precisam atingir os níveismais eleva<strong>dos</strong> da escala para se tornarem competitivas.Isso é especialmente aplicado a alguns <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosnão-capitais e/ou <strong>de</strong>stinos que trabalhem nichos específicos<strong>de</strong> mercado.Assim, os resulta<strong>dos</strong> que serão apresenta<strong>dos</strong> a seguirforam construí<strong>dos</strong> com base nos índices pon<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> <strong>de</strong>cada dimensão e <strong>de</strong>sagrega<strong>dos</strong> nos níveis nacional, capitaise não-capitais.


66 Relatório brasilEm termos <strong>de</strong> abrangência geográfica, a médianacional (consi<strong>de</strong>rando os <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos pesquisa<strong>dos</strong>)atingiu 52,0 pontos, situando-se na faixa intermediáriada escala (equivalente ao nível 3). A média obtidapelas capitais (59,3 pontos) situou-se bastante próxima aolimite inferior do quarto nível, enquanto que as não-capitaisalcançaram pontuação bem menor (46,7), conformese po<strong>de</strong> constatar no gráfico a seguir:pontos) e aspectos ambientais (55,1 pontos) enquantoque as dimensões monitoramento (30,0 pontos), marketing(31,7 pontos), serviços e equipamentos turísticos (35,9pontos) e capacida<strong>de</strong> empresarial (35,9 pontos) posicionaram-seno segundo nível da escala, muito abaixo da médiaatingida pelo conjunto das não-capitais.Tabela — Resultado consolidado10080GRÁFICO 1 - RESULTADO CONSOLIDADONível 5DimensõesMédiaBrasil Capitais NãoCapitaisTotal Geral 52,0 59,3 46,7Infra-estrutura geral 63,3 70,5 58,1Acesso 58,7 69,9 50,8604020059,3Nível 452,046,7Nível 3Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008Serviços e equipamentosturísticos44,3 56,1 35,9Atrativos turísticos 57,6 55,8 58,9Marketing 37,7 46,3 31,7Políticas públicas 50,3 55,0 46,9Cooperação regional 48,9 48,6 49,2Monitoramento 34,8 41,6 30,0Economia local 56,7 64,7 50,9Capacida<strong>de</strong> empresarial 51,0 72,1 35,9Aspectos sociais 57,2 62,5 53,5No resultado consolidado do País, sete dimensõescontribuíram para a elevação da média nacional (<strong>de</strong> 52,0pontos): infra-estrutura geral (63,3 pontos), resultadoesse que chegou a se posicionar no quarto nível da escala(entre 61 e 80 pontos), acesso (58,7), aspectos ambientais(58,2), atrativos turísticos (57,6), aspectos sociais (57,2),economia local (56,7) e aspectos culturais (54,7); poroutro lado, seis dimensões apresentaram média inferiorà nacional, especialmente monitoramento (34,8 pontos),marketing (37,7 pontos) e serviços e equipamentos turísticos(42,1 pontos).No que concerne às capitais, a majoração da médiageral (59,3 pontos) foi fortemente influenciada pelasmédias alcançadas pelas dimensões capacida<strong>de</strong> empresarial(72,1 pontos), infra-estrutura geral (70,5 pontos),acesso (69,9 pontos) e economia local (64,7 pontos).Contrariamente, monitoramento (41,6 pontos), marketing(46,3 pontos) e cooperação regional (48,6 pontos) foramas dimensões que registraram as pontuações mais baixas.Quanto às não-capitais (média <strong>de</strong> 46,7 pontos), maiselevadas pontuações foram observadas nas dimensõesatrativos turísticos (58,9 pontos), infra-estrutura geral (58,1Aspectos ambientais 58,2 62,6 55,1Aspectos culturais 54,7 60,2 50,8Fontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008A competitivida<strong>de</strong> do turismo brasileiro ocorre tantopela força individual <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>stino turístico, quanto,principalmente, pela soma <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s capazes <strong>de</strong>atrair turistas e <strong>de</strong> oferecer-lhes experiências positivas.Nesse sentido, a visão <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>, expressa poresse índice, não objetiva promover ou acirrar disputasentre <strong>de</strong>stinos, mas mostrar em quais aspectos to<strong>dos</strong>po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver-se e crescer para, em conjunto, tornaro turismo brasileiro mais e mais competitivo.Ao elaborar este <strong>Estudo</strong>, o Ministério do Turismomune-se, e também aos seus parceiros, <strong>de</strong> um eficienteinstrumento que permite orientar políticas, ações e, conseqüentemente,racionalizar esforços e recursos. O intentoé obter resulta<strong>dos</strong> concretos <strong>de</strong> maneira condizente àspremências mercadológicas e às metas prospectadas noPlano Nacional <strong>de</strong> Turismo 2007/2010 – uma viagem <strong>de</strong>inclusão, especialmente a Meta 3: estruturar <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinosturísticos com padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> internacional.


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 67INFRA-ESTRUTURA GERALNo que diz respeito à dimensão Infra-estrutura geral, importantepara a ativida<strong>de</strong> turística, o <strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> Competitivida<strong>de</strong><strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>Destinos</strong> <strong>Indutores</strong> do Desenvolvimento TurísticoRegional analisou as seguintes variáveis: saú<strong>de</strong> pública;energia, comunicação e facilida<strong>de</strong>s financeiras; segurançapública; e urbanização.Em termos gerais, a média nacional (consi<strong>de</strong>rando-seto<strong>dos</strong> os <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos estuda<strong>dos</strong>) atingiu o patamar <strong>de</strong>63,3 pontos nas variáveis examinadas (escala <strong>de</strong> 0 a 100).Utilizando-se o corte entre capitais e não-capitais, osresulta<strong>dos</strong> indicam que as primeiras alcançaram a média<strong>de</strong> 70,5 pontos e as segundas, a média <strong>de</strong> 58,1 pontos.Enquanto a média das capitais posiciona-se no nível 4, adas não-capitais inclui-se no nível 3 da escala.Nessa dimensão, o estudo i<strong>de</strong>ntificou que os <strong>de</strong>stinosse concentraram nos níveis 3 e 4 (26 e 33, respectivamente),enquanto que apenas dois <strong>de</strong>les estão classifica<strong>dos</strong>no nível 2. Com uma infra-estrutura qualificada nomelhor nível, encontram-se apenas quatro <strong>de</strong>stinos.Dessa forma, os resulta<strong>dos</strong> indicam que diversos<strong>de</strong>stinos estuda<strong>dos</strong> compartilham problemas semelhantes,como a <strong>de</strong>stinação pública <strong>de</strong> resíduos, o fornecimento<strong>de</strong> energia elétrica para os meios <strong>de</strong> hospedagense a segurança pública, principalmente nos gran<strong>de</strong>scentros urbanos.GRÁFICO 2 - DIMENSÃO INFRA-ESTRUTURA1008070,563,36058,140200Nível 5Nível 4Nível 3Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


68 Relatório brasilACESSOQuanto à dimensão Acesso, o <strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> Competitivida<strong>de</strong><strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>Destinos</strong> <strong>Indutores</strong> do Desenvolvimento TurísticoRegional examinou quatro variáveis: transporte aéreo;acesso rodoviário; outros tipos <strong>de</strong> acesso (aquaviário e ferroviário);e sistema <strong>de</strong> transporte no <strong>de</strong>stino.Em termos gerais, a média nacional, nessa dimensão(levando-se em consi<strong>de</strong>ração a totalida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinosestuda<strong>dos</strong>), atingiu o índice <strong>de</strong> 58,7 pontos nas variáveisanalisadas (escala <strong>de</strong> 0 a 100). No caso das capitais, o valormédio alcançado foi <strong>de</strong> 69,9 pontos. Já as não-capitaisatingiram a média <strong>de</strong> 50,8 pontos. Ressalte-se que a diferençaentre a média referente às capitais (nível 4 da escala)e a das não-capitais (nível 3), nessa dimensão, é significativa(19,2 pontos)Assim, em Acesso, os resulta<strong>dos</strong> encontra<strong>dos</strong>apontam a maioria <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos situa<strong>dos</strong> nos níveis 3 e 4(17 e 37 cida<strong>de</strong>s, respectivamente). Por sua vez, no nível2, estão posiciona<strong>dos</strong> oito municípios, enquanto que, nonível 5, localizam-se apenas três <strong>de</strong>stinos. Finalmente,vale <strong>de</strong>stacar que não foram encontradas ocorrências <strong>de</strong>cida<strong>de</strong>s com classificação equivalente ao nível 1.Chama à atenção, ainda, a predominância, <strong>de</strong>maneira geral, das capitais <strong>dos</strong> esta<strong>dos</strong> sobre as não-capitaisem termos <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>. Isso reflete a realida<strong>de</strong>daquelas cida<strong>de</strong>s, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua maior estrutura<strong>de</strong> acesso, como a questão <strong>de</strong> aeroportos. Mesmono caso das não-capitais que dispõem <strong>de</strong>ssa estrutura,via <strong>de</strong> regra, não se encontra homologada para recebervôos internacionais, impactando diretamente seus níveis<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>.Outro ponto que merece ser salientado em Acessodiz respeito às disparida<strong>de</strong>s das condições operacionaisdas estruturas aeroportuárias e rodoviárias <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinosbrasileiros pesquisa<strong>dos</strong> em itens, como conforto <strong>dos</strong>passageiros, disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> transporte(táxis e locadoras <strong>de</strong> veículos, por exemplo) e Centros <strong>de</strong>Atendimentos aos Turistas (CATs). Nesse último item, valeressaltar que também foram encontradas diferenças nacapacitação <strong>dos</strong> funcionários <strong>dos</strong> centros estuda<strong>dos</strong>, porexemplo, quanto ao domínio <strong>de</strong> idiomas estrangeiros paraatendimento aos turistas <strong>de</strong> outros países.GRÁFICO 3 - DIMENSÃO ACESSO100806040200Nível 569,958,7Nível 450,8Nível 3Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 69SERVIÇOS E EQUIPAMENTOs TURÍSTICOSNo que concerne à dimensão Serviços e equipamentosturísticos, o <strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> Competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>Destinos</strong><strong>Indutores</strong> do Desenvolvimento Turístico Regional examinousete variáveis: sinalização turística; centro <strong>de</strong> atendimentoao turista; espaço para eventos; capacida<strong>de</strong> <strong>dos</strong>meios <strong>de</strong> hospedagem; capacida<strong>de</strong> do turismo receptivo;qualificação profissional; e restaurantes.De forma geral, a pontuação média nacional (observando-seos <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos pesquisa<strong>dos</strong>) alcançou 44,3pontos, numa escala <strong>de</strong> 0 a 100, situando-se próxima aolimite inferior do nível 3, entre os cinco possíveis. As capitais<strong>de</strong>monstraram uma maior capacida<strong>de</strong> nessa dimensão,posicionando-se pouco acima da pontuação média do nível3, alcançando 56,1 pontos. Já as não-capitais obtiveramuma média <strong>de</strong> 35,9 pontos, valor equivalente ao nível 2.Nessa dimensão, a pesquisa não i<strong>de</strong>ntificou <strong>de</strong>stinosposiciona<strong>dos</strong> no nível 5, quinze <strong>de</strong>stinos no nível 4.Adicionalmente, houve uma concentração <strong>dos</strong> municípiosestuda<strong>dos</strong> entre os níveis 2 e 3 (25 e 22 ocorrências,respectivamente). Por fim, três cida<strong>de</strong>s não foram capazes<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver médias em Serviços e equipamentos turísticosmaiores do que o nível 1.Dada a importância <strong>de</strong>ssa dimensão para a realizaçãodo turismo, tal constatação revela a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentodas variáveis estudadas para to<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>stinos.Importante notar que as variáveis sinalização, centro <strong>de</strong>atendimento ao turista e qualificação profissional contribuíramfortemente para o resultado entre regular e insatisfatóriona dimensão analisada.GRÁFICO 4 - DIMENSÃO SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS10080Nível 5Nível 46056,144,34035,9200Nível 3Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008* Da<strong>dos</strong> revisa<strong>dos</strong>


70 Relatório brasilATRATIVOS TURÍSTICOSNo que concerne à dimensão Atrativos turísticos, o <strong>Estudo</strong><strong>de</strong> Competitivida<strong>de</strong> examinou quatro variáveis: atrativosnaturais; atrativos culturais; eventos programa<strong>dos</strong>; e realizaçõestécnico-científicas.De forma agregada, a pontuação média nacional(consi<strong>de</strong>rando-se os <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos pesquisa<strong>dos</strong>)alcançou 57,6 pontos, numa escala <strong>de</strong> 0 a 100, situando-se,pois, no nível 3, entre os cinco possíveis. As nãocapitaisregistraram um resultado pouco superior (58,9pontos) comparativamente às capitais, as quais obtiverama média <strong>de</strong> 55,8 pontos.Cabe salientar que gran<strong>de</strong> parcela <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinosindutores, nessa dimensão, está posicionada no nível 3,com 33 <strong>de</strong>stinos. E o segundo gran<strong>de</strong> grupo está posicionadono nível 4, com 25 <strong>de</strong>stinos. Em uma faixainferior, nível 2 (entre 21 e 40 pontos), encontram-secinco cida<strong>de</strong>s. Vale ainda <strong>de</strong>stacar que dois <strong>de</strong>stinosatingiram o nível mais elevado da escala (entre 81a 100 pontos).Ressalte-se a importância das variáveis atrativosnaturais e eventos programa<strong>dos</strong> na maioria <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinospesquisa<strong>dos</strong>, que contribuem substancialmente para apontuação total <strong>de</strong>stes. Tal situação indica uma homogeneida<strong>de</strong>no comportamento <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>stinos quanto a essadimensão.100806040200GRÁFICO 5 - DIMENSÃO ATRATIVOS TURÍSTICOS57,6 58,955,8Brasil Capitais Não-CapitaisNível 5Nível 4Nível 3Nível 2Nível 1Fontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 71MARKETINGNa dimensão Marketing, o estudo examinou quatro variáveisconsi<strong>de</strong>radas fundamentais para o <strong>de</strong>senvolvimentoda ativida<strong>de</strong> turística: planejamento <strong>de</strong> marketing; participaçãoem feiras e eventos; material promocional; e websitedo <strong>de</strong>stino.Nesse sentido, partindo <strong>de</strong> uma visão macro, a médianacional alcançada (consi<strong>de</strong>rando-se os <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos turísticospesquisa<strong>dos</strong>) foi <strong>de</strong> 37,7 pontos, numa escala <strong>de</strong> 0 a100 (equivalente ao nível 2, entre os cinco possíveis). Ascapitais mostraram uma maior capacida<strong>de</strong> nessa dimensão,pois atingiram a média <strong>de</strong> 46,3 pontos. Por sua vez, as nãocapitaisobtiveram uma média <strong>de</strong> 31,7 (nível 2).Assim, foi possível observar que gran<strong>de</strong> parcela<strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores necessita <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentona dimensão Marketing, pois somente dois <strong>de</strong>les foramcapazes <strong>de</strong> atingir o nível 5, enquanto que outros 14 sesituaram no nível 4. Na faixa intermediária, nível 3 (entre41 e 60 pontos), com marketing apurado <strong>de</strong> modo regularmentesatisfatório, encontram-se nove cida<strong>de</strong>s. Portanto,os resulta<strong>dos</strong> indicam que uma parte consi<strong>de</strong>rável <strong>dos</strong><strong>de</strong>stinos estuda<strong>dos</strong> se concentrou nos níveis 1 e 2 (16 e 24municípios, respectivamente).Os principais fatores limitadores, são: a ausência<strong>de</strong> planejamento <strong>de</strong> marketing estruturado nos <strong>de</strong>stinose a falta <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do website e <strong>de</strong> material promocionala<strong>de</strong>quado para atingir as <strong>de</strong>mandas nacionale internacional.GRÁFICO 6 - DIMENSÃO MARKETING E PROMOÇÃO10080Nível 5Nível 46046,340200Nível 337,731,7Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


72 Relatório brasilPOLÍTICAS PÚBLICASNa dimensão Políticas públicas para o turismo, o <strong>Estudo</strong><strong>de</strong> Competitivida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rou cinco variáveis: estruturamunicipal para apoio ao turismo; grau <strong>de</strong> cooperação como governo estadual; grau <strong>de</strong> cooperação com o governofe<strong>de</strong>ral; existência <strong>de</strong> planejamento; e existência <strong>de</strong> cooperaçãopúblico/privada.No que tange aos resulta<strong>dos</strong> gerais, a média apurada<strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos pesquisa<strong>dos</strong> atingiu 50,3 pontos,numa escala <strong>de</strong> 0 a 100, correspon<strong>de</strong>ndo ao nível 3 (<strong>de</strong> umtotal <strong>de</strong> cinco). Nessa dimensão, tanto as capitais como asnão-capitais se situaram no mesmo nível, com médias, portipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino, <strong>de</strong> 55,0 e 46,9 pontos, respectivamente.Em termos <strong>de</strong> Políticas públicas, a pesquisa i<strong>de</strong>ntificouque apenas 13 <strong>de</strong>stinos foram consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> comcapacida<strong>de</strong>s insatisfatórias na dimensão analisada: ummunicípio no nível 1 e outros 12 no nível 2. No entanto,a maior parte (38 das <strong>65</strong> cida<strong>de</strong>s estudadas) obteve umamédia equivalente ao nível 3. Finalmente, 14 <strong>de</strong>stinos se<strong>de</strong>stacaram por terem sido capazes <strong>de</strong> obter uma pontuaçãocorrespon<strong>de</strong>nte ao nível 4, muito embora não tenhahavido nenhuma ocorrência no nível máximo da escalaelaborada para este trabalho (nível 5).GRÁFICO 7 - DIMENSÃO POLÍTICAS PÚBLICAS10080Nível 5Nível 46055,050,346,940200Nível 3Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 73COOPERAÇÃO REGIONALNo que tange à dimensão Cooperação regional, o estudoconsi<strong>de</strong>rou cinco variáveis: governança; projetos <strong>de</strong> cooperaçãoregional; planejamento; roteirização; e promoçãoe apoio à comercialização.Em termos gerais, quando se leva em consi<strong>de</strong>raçãoos <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turísticoregional, verifica-se que a média nacional registrada foi <strong>de</strong>48,9 pontos, numa escala <strong>de</strong> 0 a 100, equivalente ao nível3, entre os cinco possíveis. Igualmente na faixa intermediária,em que a Cooperação regional é consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>maneira regularmente satisfatória, situam-se as médiasreferentes às 27 capitais brasileiras (48,6 pontos) e às 38não-capitais pesquisadas (49,2 pontos).Agrupando-se os primeiro e segundo níveis da escala(isto é, ampliando-se a faixa <strong>de</strong> 0 a 40 pontos), em que seavalia a Cooperação regional como <strong>de</strong>ficiente, nota-se que20 <strong>dos</strong> municípios brasileiros ali estão incluí<strong>dos</strong>, sendo seisno nível 1, e 14 no nível 2.Constata-se, pois, certa homogeneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuiçãoem dois níveis imediatamente superiores: noterceiro, 23 <strong>de</strong>stinos; e no quarto (entre 61 e 80 pontos,em que tal cooperação é consi<strong>de</strong>rada boa ou satisfatória),22 municípios.É importante salientar que, na perspectiva daCooperação regional, nenhum <strong>dos</strong> municípios alcançou oalmejado intervalo mais elevado da escala (entre 81 e 100pontos).GRÁFICO 8 - DIMENSÃO COOPERAÇÃO REGIONAL10080Nível 5Nível 46048,948,6 49,240200Nível 3Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


74 Relatório brasilMONITORAMENTONo que concerne à dimensão Monitoramento, o <strong>Estudo</strong><strong>de</strong> Competitivida<strong>de</strong> examinou cinco variáveis: pesquisas<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda; pesquisas <strong>de</strong> oferta; sistema <strong>de</strong> estatísticasdo turismo; medição <strong>dos</strong> impactos da ativida<strong>de</strong> turística; esetor <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> e pesquisas no <strong>de</strong>stino.Em termos <strong>de</strong> abrangência geográfica, a médianacional (consi<strong>de</strong>rando-se os <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos pesquisa<strong>dos</strong>)alcançou 34,8 pontos, numa escala <strong>de</strong> 0 a 100,situando-se no nível 2, <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> cinco. A médiaobtida pelas capitais (41,6 pontos), equivalente ao nível3, assentou-se próxima ao limite inferior da faixa intermediáriada escala, enquanto que as não-capitais (média <strong>de</strong>30,0 pontos) posicionaram-se no nível 2.Observa-se que gran<strong>de</strong> parcela <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos possuimonitoramento <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong>ficiente, pois 17 <strong>de</strong>les encontram-seno nível 1 e 20 no nível 2. Na faixa intermediária(entre 41 e 60 pontos), com monitoramento apurado<strong>de</strong> modo regularmente satisfatório, há 22 cida<strong>de</strong>s; e,no nível 4 (entre 61 e 80 pontos), situam-se apenas seismunicípios. Po<strong>de</strong>-se verificar, portanto, que nenhum<strong>de</strong>stino turístico brasileiro conseguiu atingir o nível maiselevado da escala (entre 81 a 100 pontos), sob a ótica dadimensão Monitoramento.Assim, i<strong>de</strong>ntificou-se que a forma mais usual <strong>dos</strong><strong>de</strong>stinos monitorarem a ativida<strong>de</strong> turística é por meio <strong>de</strong>pesquisas <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda e <strong>de</strong> oferta, sejam elas próprias ou<strong>de</strong> fontes diversas. Um entrave constatado no presenteestudo é o fato <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parcela <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos não conseguirconstituir um sistema <strong>de</strong> estatísticas do setor, obtendoda<strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma integrada às outras informações disponíveis.Tal situação implica, conseqüentemente, dificulda<strong>de</strong><strong>de</strong> mensurar os impactos da ativida<strong>de</strong> turística. Contudo,não se caracteriza como o único fator limitador, uma vezque poucos <strong>de</strong>stinos contam com um setor específico <strong>de</strong>estu<strong>dos</strong> e pesquisas do turismo no <strong>de</strong>stino (como constatadomais freqüentemente entre as capitais estaduais).GRÁFICO 9 - DIMENSÃO MONITORAMENTO10080Nível 5Nível 4604020034,841,6Nível 330,0Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 75ECONOMIA LOCALNo que diz respeito à dimensão Economia local, o<strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> Competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>Destinos</strong> <strong>Indutores</strong> doDesenvolvimento Turístico Regional analisou quatro variáveis:participação relativa do setor privado na economialocal; infra-estrutura <strong>de</strong> comunicação; infra-estrutura <strong>de</strong>negócios; e empreendimentos e eventos alavancadores.Em termos gerais, a média nacional, nessa dimensão(consi<strong>de</strong>rando-se to<strong>dos</strong> os <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos estuda<strong>dos</strong>), atingiuo valor <strong>de</strong> 56,7 pontos nas variáveis examinadas (escala<strong>de</strong> 0 a 100). Por tipo <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s, os resulta<strong>dos</strong> indicamque as capitais alcançaram a média <strong>de</strong> 64,7 pontos e asnão-capitais, a média <strong>de</strong> 50,9 pontos, revelando que taispontuações situaram-se em diferentes níveis da escala (4 e3, respectivamente).Portanto, os resulta<strong>dos</strong> encontra<strong>dos</strong> indicam quegran<strong>de</strong> parte <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos se situam entre os níveis 3 e4 (29 e 27 ocorrências, respectivamente). Para as <strong>de</strong>maisposições da escala, verificou-se que um município permaneceuno nível 1, e outros oito foram capazes <strong>de</strong> alcançar onível 2. Mas nenhum <strong>de</strong>stino pesquisado conseguiu atingiro patamar mais elevado da escala (nível 5).Assim, na dimensão Economia local, os resulta<strong>dos</strong>encontra<strong>dos</strong> indicam algumas semelhanças entre os<strong>de</strong>stinos pesquisa<strong>dos</strong>. Nesse sentido, por exemplo, 47cida<strong>de</strong>s não dispõem <strong>de</strong> qualquer mecanismo <strong>de</strong> incentivofiscal para as ativida<strong>de</strong>s características do turismo em seusterritórios. Do mesmo modo, em 40 municípios inexistemlinhas especiais <strong>de</strong> financiamentos para empreendimentosno setor. Contudo há um ponto forte comum em 57<strong>de</strong>stinos: uma a<strong>de</strong>quada cobertura <strong>de</strong> telefonia celular.GRÁFICO 10 - DIMENSÃO ECONOMIA LOCAL1008064,760 56,7Nível 5Nível 450,940200Nível 3Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


76 Relatório brasilCAPACIDADE EMPRESARIALNo que diz respeito à dimensão Capacida<strong>de</strong> empresarial,foram analisadas quatro variáveis: qualificação profissional;presença <strong>de</strong> grupos nacionais e internacionais do setor<strong>de</strong> turismo; concorrência e barreiras <strong>de</strong> entrada; e número<strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, filiais e/ou subsidiárias.De forma geral, a média nacional (consi<strong>de</strong>rando-seto<strong>dos</strong> os <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos estuda<strong>dos</strong>) atingiu o índice <strong>de</strong> 51,0pontos nas variáveis examinadas (escala <strong>de</strong> 0 a 100). Portipo <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s, os resulta<strong>dos</strong> indicam que as capitaisalcançaram a média <strong>de</strong> 72,1 pontos (equivalente ao nível4 da escala elaborada para o estudo) e as não-capitais, amédia <strong>de</strong> 35,9 pontos (o que as posicionam, em média,no nível 2).Nessa dimensão, o estudo i<strong>de</strong>ntificou que os <strong>de</strong>stinosse concentraram entre os níveis 2, 3 e 4 (17, 17 e 18ocorrências, respectivamente), enquanto que, no nível 1(o mais básico), foram encontradas sete cida<strong>de</strong>s. Com suacapacida<strong>de</strong> empresarial classificada no melhor patamar(nível 5), foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> oito <strong>de</strong>stinos.Assim, na dimensão em pauta, os resulta<strong>dos</strong> encontra<strong>dos</strong>indicam um fato recorrente em diversos <strong>de</strong>stinos.Nesse sentido, na variável relacionada com qualificaçãoprofissional, foi possível i<strong>de</strong>ntificar que, muito emboravárias cida<strong>de</strong>s possuam instituições <strong>de</strong> ensino nos maisvaria<strong>dos</strong> graus (escolas técnicas e universida<strong>de</strong>s, porexemplo), não há, necessariamente, uma apropriação <strong>dos</strong>etor <strong>de</strong> turismo <strong>dos</strong> recursos humanos forma<strong>dos</strong> localmente.Ou seja, apesar <strong>de</strong> alguns municípios possuíreminstituições <strong>de</strong> ensino superior, empresas, como os meios<strong>de</strong> hospedagem, buscam, fora da cida<strong>de</strong>, o pessoal qualificadopara assumir cargos mais relevantes, tais comogerência e administração geral do negócio. Destacam-se,ainda, a inexistência da presença <strong>de</strong> grupos nacionais ouinternacionais do setor <strong>de</strong> turismo em diversos <strong>de</strong>stinos(principalmente nas cida<strong>de</strong>s não-capitais) e barreiras <strong>de</strong>entrada para a instalação <strong>de</strong> empreendimentos turísticos.GRÁFICO 11 - DIMENSÃO CAPACIDADE EMPRESARIAL10080Nível 572,1Nível 46051,04020035,9Nível 3Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 77ASPECTOS SOCIAISNo que concerne à dimensão Aspectos sociais, o <strong>Estudo</strong><strong>de</strong> Competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>Destinos</strong> <strong>Indutores</strong> doDesenvolvimento Turístico Regional procurou avaliar cincovariáveis: educação; empregos gera<strong>dos</strong> pelo turismo; política<strong>de</strong> enfrentamento e prevenção à exploração sexual;uso <strong>de</strong> atrativos e equipamentos turísticos pela população;e cidadania.De acordo com os da<strong>dos</strong> pesquisa<strong>dos</strong>, a médianacional (consi<strong>de</strong>rando-se os <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos pesquisa<strong>dos</strong>)alcançou 57,2 pontos, numa escala <strong>de</strong> 0 a 100, situando-sena faixa intermediária da escala (nível 3). Já a média<strong>de</strong> pontuação das capitais, apesar <strong>dos</strong> problemas apresenta<strong>dos</strong>nas gran<strong>de</strong>s metrópoles, atingiu 62,5 (equivalente aolimite inferior do nível 4), ao passo que as não-capitais seposicionaram no nível 3, com média <strong>de</strong> 53,5 pontos.Como resultado da pesquisa, observa-se que umagran<strong>de</strong> parcela <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores, na dimensãoAspectos sociais, está posicionada no nível 4, com 28<strong>de</strong>stinos, e no nível 3, com 32 <strong>de</strong>stinos. Na faixa imediatamenteinferior (nível 2), a pesquisa i<strong>de</strong>ntificou cinco<strong>de</strong>stinos. Po<strong>de</strong>-se observar, portanto, que nenhum municípioestudado atingiu os extremos da escala (níveis 1 e 5).Dada a importância <strong>de</strong>ssa dimensão, componentefundamental para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável da ativida<strong>de</strong>,verifica-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejar <strong>de</strong> forma diferenciadaas ações <strong>de</strong> melhoria, fazendo com que o turismocontribua para o aperfeiçoamento da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidada população nos <strong>de</strong>stinos estuda<strong>dos</strong>. Notou-se, nessadimensão, uma compreensível diferença entre os municípiosque são capitais <strong>de</strong> esta<strong>dos</strong>, portanto com estruturasmais consolidadas para a solução <strong>dos</strong> problemas sociais, eos não-capitais, que apresentam estruturas mais simples.GRÁFICO 12 - DIMENSÃO ASPECTOS SOCIAIS10080604020057,2Nível 562,5Nível 453,5Nível 3Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


78 Relatório brasilASPECTOS AMBIENTAISNo que concerne a esta dimensão, Aspectos ambientais,o <strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> Competitivida<strong>de</strong> examinou seis variáveis: códigomunicipal ambiental; ativida<strong>de</strong>s em curso potencialmentepoluidoras; re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> água;re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> coleta e tratamento <strong>de</strong> esgoto; <strong>de</strong>stinaçãopública <strong>de</strong> resíduos e unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação no territóriomunicipal.Em termos <strong>de</strong> abrangência geográfica, a pontuaçãomédia nacional (consi<strong>de</strong>rando os <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos turísticospesquisa<strong>dos</strong>) alcançou 58,2 pontos, numa escala <strong>de</strong> 0 a100, situando-se no nível 3. As capitais, com média 62,6pontos mostraram uma ligeira superiorida<strong>de</strong> em relaçãoà média do Brasil, suficiente para atingir o nível 4. Já asnão-capitais obtiveram uma média <strong>de</strong> 55,1 pontos, posicionando-asno nível 3.É importante salientar que nehum <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinosindutores, na dimensão Aspectos ambientais, está posicionadano nível 5 (entre 81 e 100 pontos). No nível 4,observou-se 28 <strong>de</strong>stinos. Nas faixas inferiores, foi possíveli<strong>de</strong>ntificar 35 <strong>de</strong>stinos no nível 3, e somente um <strong>de</strong>stinono nível 2.Nessa dimensão, a pesquisa i<strong>de</strong>ntificou a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> ampliação da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> coleta e tratamento <strong>de</strong>esgoto, e da melhoria da <strong>de</strong>stinação pública <strong>de</strong> resíduos.Estas duas variáveis contribuíram negativamente parato<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>stinos. Dada à importância <strong>de</strong>sta dimensãopara a sustentabilida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> turística no longoprazo, principalmente no que diz respeito aos atrativosnaturais, tal constatação sugere uma intervenção substancialnas variáveis citadas.GRÁFICO 13 - DIMENSÃO ASPECTOS AMBIENTAIS10080604020058,262,<strong>65</strong>5,1Nível 5Nível 4Nível 3Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008


estudo <strong>de</strong> competivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos indutores do <strong>de</strong>senvolvimento turÍSTICO REGIONAL 79ASPECTOS CULTURAISNo que concerne à dimensão Aspectos culturais, o<strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> Competitivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>65</strong> <strong>Destinos</strong> <strong>Indutores</strong>do Desenvolvimento Turístico Regional examinou trêsvariáveis: produção associada ao turismo; patrimôniohistórico e cultural; e aspectos <strong>de</strong> governança na área<strong>de</strong> cultura.Em termos gerais, a pontuação média nacional (consi<strong>de</strong>randoos <strong>65</strong> <strong>de</strong>stinos turísticos pesquisa<strong>dos</strong>) alcançou54,7 pontos, numa escala <strong>de</strong> 0 a 100 (nível 3). As capitais(com uma média <strong>de</strong> 60,2 pontos) <strong>de</strong>monstraram superiorida<strong>de</strong>nos aspectos culturais em relação às não-capitais(com média <strong>de</strong> 50,8 pontos): quase 10 pontos a mais.A maior parcela <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos estuda<strong>dos</strong> (um total <strong>de</strong>28) alcançou o mesmo nível (intermediário) na dimensãoAspectos culturais. Enquanto isto, 21 <strong>de</strong>stinos posicionaram-seno nível 4, e 14 alcançaram apenas o nível 2.Po<strong>de</strong>-se observar, portanto, que somente dois <strong>de</strong>stinosconseguiram atingir o nível mais elevado da escala (entre81 a 100 pontos); em contrapartida, não foram observa<strong>dos</strong><strong>de</strong>stinos no nível mínimo da escala (entre 0 e 20).Por fim, é importante notar que a variável “produçãoassociada ao turismo” contribuiu substancialmente paraincrementar as notas <strong>dos</strong> <strong>de</strong>stinos posiciona<strong>dos</strong> no nível4. Alguns <strong>de</strong>stinos posiciona<strong>dos</strong> nos níveis 2 e 3 tiveramseu posicionamento comprometido pela ausência <strong>de</strong> patrimôniohistórico e/ou cultural, e as capitais apresentarammelhores aspectos <strong>de</strong> governança em comparação com asnão-capitais.GRÁFICO 14 - DIMENSÃO ASPECTOS CULTURAIS10080604020054,7Nível 560,2Nível 450,8Nível 3Nível 2Nível 1Brasil Capitais Não-CapitaisFontes: FGV/MTur/Sebrae, 2008* Da<strong>dos</strong> Revisa<strong>dos</strong>


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