aposentadoria - Secretaria da Saúde - Governo do Estado de São ...
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<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> em que os objetivos relativos ao trabalho foram atingi<strong>do</strong>s, e <strong>da</strong> percepção <strong>de</strong> alternativas<br />
satisfatórias em termos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e papéis. A falta <strong>de</strong>stas alternativas foi a característica marcante <strong>do</strong> grupo que<br />
evi<strong>de</strong>nciou dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s importantes na transição para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> ruptura imposta. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />
a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> preparação para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, sugere-se que este grupo <strong>de</strong>va ser assisti<strong>do</strong><br />
no processo <strong>de</strong> encontrar novas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e interesses, a fim <strong>de</strong> amenizar sentimentos <strong>de</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong><br />
excessivo e exclusivo envolvimento com o trabalho.<br />
Bridges (1999) <strong>de</strong>screveu processos <strong>de</strong> transição como seqüências que iniciam com uma fase <strong>de</strong> término, a<br />
qual segue um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong> zona neutra, e que se completa com o início <strong>de</strong> uma nova fase. Portanto, o<br />
<strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> um papel altamente valoriza<strong>do</strong> resulta numa experiência <strong>de</strong> vazio até que a assunção <strong>de</strong> um<br />
novo papel venha reorganizar o espaço vital <strong>do</strong> indivíduo. Neste senti<strong>do</strong>, alguns sujeitos evi<strong>de</strong>nciaram a experiência<br />
<strong>de</strong> uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> urgente <strong>de</strong> assumir novas posições <strong>de</strong> trabalho. Em alguns casos, suspeita-se que esta urgência<br />
signifique a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentar a passagem <strong>do</strong> tempo e o fato <strong>do</strong> envelhecimento. Este tipo <strong>de</strong> situação po<strong>de</strong><br />
ter ocorri<strong>do</strong> no grupo <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “uma nova etapa <strong>de</strong> carreira”. Em termos <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> preparação para a<br />
<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, sugere-se que estas pessoas possam se beneficiar <strong>de</strong> reflexões sobre o tema <strong>do</strong> envelhecimento, e<br />
também <strong>da</strong> exploração <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que possam flexibilizar aspectos <strong>de</strong> fixação no papel profissional.<br />
Ain<strong>da</strong> consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as idéias <strong>de</strong> Bridges (1999), os papéis familiares busca<strong>do</strong>s e valoriza<strong>do</strong>s pelo grupo <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong><br />
retorno ao lar, po<strong>de</strong>m ser vistos como papéis intermediários entre a posição <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r e a posição<br />
<strong>do</strong> aposenta<strong>do</strong>. Este papel intermediário (mãe cui<strong>da</strong><strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s filhos, filha cui<strong>da</strong><strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s pais i<strong>do</strong>sos e mãe a<strong>do</strong>tiva)<br />
po<strong>de</strong> ser interpreta<strong>do</strong> como uma solução para o sentimento <strong>de</strong> vazio <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> <strong>de</strong>sligamento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> profissional.<br />
Porém, sen<strong>do</strong> este um estu<strong>do</strong> transversal e não longitudinal, ou seja, os participantes foram entrevista<strong>do</strong>s uma<br />
única vez, sem acompanhamento posterior, não foi possível observar as fases <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> transição. Neste<br />
senti<strong>do</strong>, seria relevante consi<strong>de</strong>rar as fases <strong>da</strong> transição para a <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong> <strong>de</strong>scritas por Atchley (1999), a saber:<br />
fase remota, pré-<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, lua-<strong>de</strong>-mel, <strong>de</strong>sencantamento, reorientação, estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e término. No entanto,<br />
as verbalizações <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s situa<strong>do</strong>s no grupo vi<strong>da</strong> nova sugerem que estejam viven<strong>do</strong> a fase “lua-<strong>de</strong>-mel”,<br />
ou seja, um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> euforia no qual o indivíduo se volta para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s para as quais não tinha tempo na época<br />
em que trabalhava, na busca <strong>de</strong> viver as fantasias construí<strong>da</strong>s na pré-<strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, observou-se<br />
que estas fases não transcorrem na <strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> <strong>aposenta<strong>do</strong>ria</strong>, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que os participantes<br />
<strong>do</strong> estu<strong>do</strong> vivem momentos e sentimentos muito distintos em relação à transição. Portanto, sugerem-se novas<br />
pesquisas com <strong>de</strong>lineamentos longitudinais, a fim <strong>de</strong> verificar estes aspectos.<br />
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