YUPMAG - MAGAZINE DE TURISMO RURAL - OUTONO 2015
Propostas de Turismo Rural no Centro de Portugal - OLEIROS, O Coração do país é verde
Propostas de Turismo Rural no Centro de Portugal - OLEIROS, O Coração do país é verde
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<strong>YUPMAG</strong> - <strong>MAGAZINE</strong> <strong>DE</strong> <strong>TURISMO</strong> <strong>RURAL</strong><br />
Publicação trimestral | Distribuição exclusiva para aderentes a YUP.pt | outubro <strong>2015</strong><br />
yupmag<br />
Magazine de Turismo Rural<br />
#<br />
#<br />
CAMPISMO & CONFORTO<br />
CASAS <strong>DE</strong> CAMPO<br />
NATURALMENTE HOSPITALEIRAS<br />
#<br />
#<br />
#0<br />
RETIROS <strong>DE</strong> YOGA<br />
APALACHES - O MAIOR TRILHO<br />
PE<strong>DE</strong>STRE DO MUNDO<br />
o coração<br />
Uma<br />
viagem<br />
inesperada<br />
a Oleiros<br />
do país<br />
é verde
EXPERIMENTE OS<br />
AROMAS E SABORES<br />
DA BEIRA<br />
Leve a essência da serra consigo<br />
SAÍDA DA COVILHÃ<br />
DIREÇÃO SERRA<br />
R. Montes Hermínios, 4<br />
6200-370 Covilhã<br />
275332611 | 919773456<br />
geral@essenciasdaserra.com
1<br />
Os nossos<br />
valiosos<br />
Colaboradores<br />
Nasceu em Coimbra mas vive em Leiria desde sempre. Começou<br />
a sua atividade profissional como professor de Geografia. Mas as<br />
paixões falam sempre mais alto e, desde 2008 dedica-se à fotografia<br />
profissional, presentemente em exclusividade. É um exímio “pintor<br />
da luz” obcecado pela astrofotografia e pela fotografia noturna.<br />
Miguel Bidarra<br />
Um casal apaixonado... pelo turismo rural. Sempre que a vida profissional<br />
o permite, os seus destinos de eleição passam pelas casas mais<br />
cativantes de turismo em espaço rural. Sempre em território nacional!<br />
Cultivam a tranquilidade e o conhecimento aprofundado de cada<br />
região que visitam como experiência de lazer. Na vida real são médico<br />
e professora em Coimbra.<br />
Miguel Rosa<br />
&<br />
Isabel Pedro<br />
É natural da Guarda e vive, atualmente, em Viseu. Uma formação superior<br />
em Biologia, no ramo educacional, fez dela professora de Ciências<br />
Naturais em Mangualde. Passou a infância e adolescência na vila<br />
de Manteigas onde ganhou o gosto pelo contacto direto com a natureza,<br />
a paixão pelas paisagens da Serra da Estrela, as caminhadas, o<br />
ar puro e livre. Mais tarde, descobriu o geocaching que pratica com o<br />
grupo “4 loureiros”.<br />
Paula Loureiro<br />
Tânia Araújo<br />
Desenvolve atividade profissional como Técnica de Intervenção Social<br />
numa ONG. Repousa da sua profissão com a Fotografia de Natureza,<br />
aliando assim duas paixões de longa data: a fotografia e o conhecimento<br />
do mundo natural e da vida selvagem.<br />
Já publicou imagens em artigos sobre fotografia de vida selvagem,<br />
nomeadamente na revista "Mundo da Fotografia Digital" e no website<br />
"Mundo dos Animais".<br />
É uma empresa jovem, mas com muito capital de experiência e que acredita no interior do país.<br />
está sediada no Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã e tem o NIPC 513547495. É proprietária<br />
da <strong>YUPMAG</strong>, uma revista dedicada ao turismo em espaço rural. É responsável pelo design,<br />
conceção e impressão e usa o novo acordo. Neste número tem tiragem de 1300 exemplares.
editorial<br />
O<br />
desenvolvimento do turismo tem sido uma aposta dos<br />
últimos anos e Portugal parece ter vindo a acordar<br />
para uma realidade que é, cada vez mais, uma necessidade<br />
da vida moderna. O espaço de fuga ao<br />
quotidiano faz parte de uma urgência que precisamos realizar<br />
para nos sentirmos completos e, de caminho, enriquecidos como<br />
seres humanos. Propomos uma simples reflexão: quantos dias do<br />
ano ficam retidos na sua memória?<br />
Um país tão pequeno dificilmente poderia conter tanta diversidade.<br />
Cultural. Identitária. Arquitetónica. Geográfica. Paisagística.<br />
Natural. Mas é isso que torna Portugal um tesouro a descobrir.<br />
Milhares de recantos inexplorados, segredos à procura de quem<br />
os descubra, experiências que poderão tornar únicos os momentos<br />
de recreação e lazer. E a sensação de ter vivido algo único e<br />
irrepetível.<br />
A Beira Interior materializa todos os desejos de tranquilidade e<br />
repouso, na singularidade das suas regiões e no contacto com a<br />
natureza e as suas gentes afáveis e hospitaleiras.<br />
Arrisque-se a descobrir a dureza agreste de Riba Côa que se<br />
amacia no Douro, a convivência pacífica da raia seca de Espanha,<br />
a grandiosidade da Serra da Estrela, a Cova da Beira agrícola<br />
e, simultaneamente, de um riquíssimo património de arqueologia<br />
industrial, o Alentejo que entra pela Beira acima nos campos<br />
de Idanha e Castelo Branco, as muralhas rochosas do Tejo Internacional<br />
ou a extensa mancha florestal do pinhal interior.<br />
Em todos estes espaços, existe já uma vasta e experiente oferta<br />
turística de altíssima qualidade, com opções para todas as preferências<br />
de turismo em espaço rural. Agroturismo, turismo de habitação,<br />
casas de campo, hotéis rurais, turismo de aldeia estão<br />
prontos a bem receber, com um requinte e profissionalismo que<br />
o(a) vão surpreender.<br />
Mas não venha só pela estadia, planeie a sua escapadinha no<br />
conforto da sua casa. Escolha percursos, locais, programas, atividades.<br />
Crie a sua própria experiência de viagem. Torne-a única,<br />
inesquecível e valiosa. Aceite as nossas sugestões. Venha cá.<br />
Será recebido(a) de braços abertos.
3<br />
descubra a terra onde a natureza<br />
é intacta<br />
4<br />
o mundo todo aqui<br />
13<br />
onde o tempo recupera a<br />
decência<br />
21<br />
descubra a pé os tesouros que<br />
estas montanhas escondem<br />
22<br />
campismo & conforto aqui<br />
não precisa optar<br />
todo este céu<br />
35<br />
Mui nobre villa - Álvaro<br />
são torcato moradal a excelência<br />
do turismo rural<br />
a caça ao tesouro 44<br />
sabores do pinhal<br />
Oleiros convida 49<br />
29<br />
47<br />
39<br />
45<br />
40<br />
neste<br />
número
Descubra a terra<br />
onde a natureza<br />
é intacta<br />
Texto e fotografia de<br />
Tânia Araújo<br />
(Fotografia de Natureza)<br />
Birdwatching<br />
O centro geográfico de Portugal é uma enorme mancha de pinheiros bravos que<br />
se estende por uma área de topografia acidentada. Os concelhos de Oleiros, Sertã,<br />
Proença-a-Nova e Vila de Rei partilham desta mesma identidade territorial conhecida<br />
como Pinhal Interior Sul.<br />
Bem no centro desta região, encontramos uma paisagem imponente que alterna<br />
entre a grandiosidade das cristas de quartzo das Serras do Moradal e Alvelos e os<br />
vales profundos escavados pela insistência milenar dos inúmeros cursos de água, de<br />
onde sobressai o Zêzere.<br />
Não é pois, de estranhar, a riqueza da fauna que povoa toda a região, desde espécies<br />
típicas de zonas florestais até aos riquíssimos habitats ribeirinhos.
Melro d'água<br />
(Cinclus cinclus)<br />
O emblemático melro-<br />
-de-água - a única espécie<br />
de pequeno porte que mergulha<br />
- é uma ave pouco<br />
comum em Portugal e que<br />
escolhe cursos de água rápidos<br />
e limpos para viver,<br />
pelo que a sua presença é<br />
normalmente um indicador<br />
da boa qualidade do habitat<br />
e da sua água.<br />
Constrói o ninho próximo<br />
da linha de água, normalmente<br />
em cavidades e fendas<br />
de rochas e muitas vezes<br />
atrás de cascatas.<br />
5<br />
Lagarto-de-Água (Lacerta schreiberi)<br />
Este belo e colorido lagarto é uma espécie endémica<br />
da Península Ibérica que habita zonas próximas de cursos<br />
de água, sendo a sua presença indicador de uma boa<br />
qualidade da água.
Águia Calçada<br />
(Hieraaetus pennatus)<br />
As aves de rapina no seu esplendor
7<br />
aves migratórias<br />
O observador mais atento facilmente descobre aves de rapina a sobrevoar<br />
toda a região. Mas é a águia calçada que encabeça a lista das mais<br />
desejadas. Esta ave magestosa pode ser avistada ainda em habitats florestais<br />
da Beira Interior. Distingue-se sobretudo pelas patas emplumadas que<br />
dão origem ao seu nome comum. Em Portugal é uma espécie estival que<br />
chega ao nosso país em março e parte em setembro. Por estar a registar<br />
fortes decréscimos populacionais na Europa, está classificada como espécie<br />
em situação preocupante em termos de conservação.
Abelharuco-Comum (Merops apiaster)<br />
Esta ave colorida, que se destaca da restante avifauna portuguesa pelo seu<br />
aspecto bastante exótico, alimenta-se de insetos, principalmente de abelhas,<br />
vespas, térmitas e gafanhotos, capturando-os em voo. É uma ave estival que<br />
chega a Portugal em finais de março e início de abril, permanecendo no nosso<br />
país até ao mês de setembro. Na época de reprodução constrói o ninho num<br />
túnel escavado pelo casal no solo ou em bancos arenosos de rios.<br />
Trepadeira-dos-Muros<br />
(Tichodroma muraria)<br />
Pequena ave trepadeira típica de zonas<br />
montanhosas onde existam fragas<br />
e vertentes rochosas muito escarpadas.<br />
É uma das aves mais raras que ocorre<br />
em Portugal e a maioria das observações<br />
têm sido registadas nas escarpas<br />
que ladeiam o percurso sinuoso do Zêzere,<br />
entre os concelhos de Oleiros e<br />
Pampilhosa.<br />
As suas populações mais conhecidas<br />
localizam-se nos Alpes, Pirinéus e Picos<br />
da Europa onde nidifica. Visita-nos no<br />
inverno, quando se desloca para zonas<br />
de menor altitude.
9<br />
Cegonha preta<br />
(Ciconia nigra)<br />
Embora as cegonhas sejam bastante<br />
vulgares, esta espécie é rara em<br />
Portugal. Este decréscimo da população<br />
deve-se, sobretudo, à perda de<br />
habitat, o que a transformou numa<br />
espécie com o estatuto de “vulnerável”.<br />
É uma ave que procura locais tranquilos<br />
e pouco perturbados pelas<br />
atividades humanas, pelo que, no<br />
nosso território, pode ser encontrada<br />
maioritariamente no interior do país,<br />
particularmente nas zonas inóspitas<br />
das bacias do rio Tejo, onde nidifica.<br />
No entanto, a sua capacidade de<br />
voo faz com que possa ser observada<br />
fora destas zonas de nidificação,<br />
especialmente em períodos de movimentos<br />
migratórios. Animal bastante<br />
tímido, deve ser observado com o mínimo<br />
de perturbação possível.
Guarda Rios<br />
(Alcedo atthis)<br />
Esta pequena ave é uma<br />
das mais coloridas da avifauna<br />
portuguesa. Alimenta-se<br />
de peixe, esperando pela<br />
oportunidade de caçar em<br />
pequenos postes ou ramos<br />
secos junto à água.<br />
Vive principalmente ao longo<br />
de cursos de água, sobretudo<br />
os de pequeno e médio<br />
caudal e de curso lento ou<br />
moderado.<br />
Libelinha-Gaiteiro-Ocidental<br />
(Calopteryx xanthostoma)<br />
Borboleta-Azulinha<br />
(Lampides boeticus)<br />
A riqueza da paisagem afirma-se também<br />
na diversidade da fauna e flora que povoam<br />
a região. Um segundo olhar revela a coabitação<br />
do pinhal bravio com os matagais<br />
onde abundam o medronheiro ou o zimbro.<br />
Ou a esteva, o rosmaninho e o alecrim que<br />
dão notas de perfume à clareza do ar que<br />
por lá se respira. Quando se trilham os caminhos<br />
e veredas do pinhal, os sentidos apuram-se<br />
e uma máquina fotográfica torna-se<br />
um instrumento indispensável. Experimente<br />
deixar escorrer o dia sentado no alto de uma<br />
escarpa, de onde melhor se compreende a<br />
grandeza da paisagem natural, aqui e ali,<br />
pontuada por pequenas aldeias e estradas<br />
serpenteantes. Embrenhe-se nos bosques que
11<br />
aves residentes<br />
Cartaxo Comum<br />
(Saxicola torquata)<br />
O cartaxo é uma pequena<br />
ave que se observa facilmente<br />
empoleirado em<br />
postes, cercas e arbustos. É<br />
assim que deteta os insetos<br />
de que se alimenta. É uma<br />
ave bastante abundante,<br />
que se encontra sobretudo<br />
em zonas abertas de charnecas,<br />
campos agrícolas,<br />
pastagens e zonas de matos<br />
baixos.<br />
Borboleta Carnaval<br />
(Zerynthia rumina)<br />
Onde ficar<br />
São Torcato Moradal<br />
Estreito<br />
Casa da Ladeira<br />
Ameixoeira<br />
circundam os leitos dos inúmeros cursos de<br />
água que, persistentemente, foram escavando<br />
a paisagem dando lugar a habitats<br />
ribeirinhos de grande biodiversidade onde<br />
abundam as folhosas.<br />
Dispense-lhe o seu tempo e a natureza<br />
revelar-se-á aos seus olhos em toda a sua<br />
exuberância.<br />
Casa do Dão<br />
Milrico<br />
Vilar dos Condes<br />
Madeirã<br />
Casa dos Hospitalários<br />
Álvaro<br />
em<br />
breve<br />
Refúgios do Pinhal<br />
Tojeira de Baixo
.<br />
RETIRO <strong>DE</strong> YOGA VALE <strong>DE</strong> MOSES<br />
O mundo<br />
todo. Aqui.<br />
textos de yupmag | fotografia de Mirte Ruesen & Vale de Moses
13<br />
Vale de Moses<br />
A estrada nacional EN238 oferece-se,<br />
primeiro, panorâmica, para quem vem<br />
de Castelo Branco, para depois se embrenhar<br />
num denso pinhal, à medida que nos<br />
aproximamos de Oleiros. A viagem é, por<br />
si só, uma experiência que nos permite<br />
perceber a individualidade desta região.<br />
As pequenas aldeias brancas que se avistam<br />
do alto da Serra do Moradal (800m)<br />
deixam adivinhar mais vida do que este<br />
território aparenta à primeira vista. Mas,<br />
nada nos prepara para o que vamos encontrar<br />
na pequena aldeia da Amieira.<br />
A poucos quilómetros antes de chegar<br />
a Oleiros, uma placa assinala a direção<br />
deste pequeno povoado. São precisos<br />
mais alguns quilómetros por uma estrada<br />
ladeada de arvoredo até que, num<br />
ponto alto, uma curva deixa perceber a<br />
crista da montanha de onde um pequeno<br />
aglomerado de casas brancas se destaca.<br />
Chegámos à Amieira. As três pessoas que<br />
encontramos desdobram-se em atenções<br />
para se assegurarem que encontramos o<br />
caminho para o Vale de Moses do “André”.<br />
“Não tem sinalização, mas siga por esta vereda<br />
abaixo, em direção ao rio que não se<br />
pode enganar”, asseguram.<br />
O estreito caminho empedrado acompanha<br />
uma pendente íngreme que parece<br />
despenhar-se no fundo do vale. E, de repente,<br />
o conjunto de casas que compõe o Vale<br />
de Moses, ou apenas Moses (nome do local<br />
que lhe deu origem) impõe-se na paisagem,<br />
na mais fortuita das surpresas. Aninhado na<br />
encosta de um pronunciado vale encontrámos<br />
um delicioso retiro de yoga onde cabe<br />
o mundo inteiro.
Há quatro anos<br />
a funcionar como<br />
unidade de turismo,<br />
Vale de Moses<br />
é um espaço dedicado<br />
ao bem estar<br />
do corpo e da<br />
mente, um espaço<br />
de fuga e de reencontro<br />
connosco<br />
próprios, em especial<br />
para quem<br />
precisa descansar<br />
da fatigante rotina<br />
citadina.<br />
“Yoga Shala”<br />
Em Vale de Moses pode<br />
praticar-se yoga com uma<br />
equipa de professores que<br />
varia as abordagens e as<br />
técnicas, mas sempre com<br />
uma assinatura pessoal. Os<br />
dias querem-se calmos mas<br />
não inativos. Os vários trilhos<br />
que percorrem a propriedade<br />
e os terrenos envolventes<br />
convidam ao passeio<br />
de descoberta de novos espaços<br />
ao ar livre. As casas,<br />
dispostas pela encosta completam-se<br />
com algumas tendas,<br />
num conceito glamping<br />
para quem prefere ficar<br />
ainda mais próximo da natureza.<br />
Chegue sozinho ou<br />
em grupo, a experiência de<br />
Vale de Moses inclui fazer<br />
novos amigos.
A estadia funciona em<br />
retiros semanais com calendários<br />
e professores /<br />
formadores previamente<br />
definidos que podem incluir<br />
avaliações de estados<br />
emocionais e físicos, massagens<br />
ou acupunctura.<br />
Tudo numa lógica de promover<br />
e recuperar o equilíbrio<br />
físico, psíquico e emocional<br />
onde o mantra pode<br />
ser “praticar”, “sarar”, “comer”,<br />
“repousar”.<br />
15
17<br />
O<br />
retiro resulta da recuperação de quatro<br />
casas de xisto pré-existentes usando<br />
apenas técnicas de construção e materiais<br />
tradicionais portugueses.<br />
O conceito de estadia permite ainda a partilha<br />
de espaços de alojamento com outras pessoas,<br />
desde que do mesmo sexo. Para aqueles que<br />
preferem maior isolamento ou contacto com o<br />
espaço natural envolvente existem, espalhadas<br />
pela propriedade, três tendas e um enorme tipi,<br />
equipados com todo o conforto para que a noite<br />
ao ar livre seja ainda mais reparadora.
Moses<br />
o protagonista<br />
improvável<br />
Em 2007, os proprietários<br />
de Vale de Moses, Andrew<br />
e Vonetta Winter, embarcavam<br />
numa viagem pela<br />
Europa que haveria de trazê-los<br />
à pequena aldeia da<br />
Amieira.<br />
A vida em Londres tornara-se<br />
demasiado desinteressante,<br />
pelo que decidiram,<br />
junto com os seus dois<br />
filhos pequenos, procurar<br />
um espaço onde pudessem<br />
viver sem pressas, com<br />
mais ar livre e maior autossuficiência.<br />
O destino manifestou-se<br />
por meio de um anúncio<br />
onde se vendia uma propriedade<br />
rural de nome<br />
“Moses” (um sítio onde houvera,<br />
em tempos, vários<br />
moinhos a que, popularmente,<br />
se atribuiu o plural<br />
de “mó”) e, curiosamente<br />
o nome do cão de companhia<br />
da família (“Moses”, inglês<br />
para “Moisés”).<br />
A dificuldade em dominar<br />
o português ameaçava<br />
a descoberta da quinta,<br />
coberta de silvados e<br />
em completo abandono,<br />
quando o destino interveio<br />
19<br />
novamente. Foi então que<br />
o golden retriever se lançou<br />
numa corrida, acompanhado<br />
pelos donos, só<br />
parando no sítio que todos<br />
procuravam.<br />
Foi amor à primeira vista<br />
e, a partir daí, iniciou-se<br />
um árduo processo de recuperação<br />
das casas que<br />
acompanhou o desenrolar<br />
do sonho da família.<br />
É com a simpatia que o<br />
carateriza desde que nos<br />
recebeu que Andrew Winter<br />
se confessa realizado com<br />
a escolha que fez. Quando<br />
lhe perguntamos se não<br />
sente falta da vida na grande<br />
cidade, confidencia-nos<br />
que tem mais contacto<br />
com o mundo todo agora,<br />
do que quando vivia em<br />
Londres. Os hóspedes chegam,<br />
maioritariamente do<br />
estrangeiro e partem amigos<br />
para a vida. Encontrou<br />
o mundo todo. Aqui!<br />
Safi e Moses
Fingerprints<br />
Onde<br />
o tempo<br />
recupera a<br />
decência<br />
E<br />
stava eu em Coimbra,<br />
a pensar nisto,<br />
enquanto olhava<br />
as ancas das copas<br />
dos plátanos do parque<br />
verde, dançando ao som<br />
da brisa que, ao final da<br />
tarde, escorre com o Mondego<br />
e nos refresca a alma.<br />
Talvez os anos que levamos<br />
de cidade e da velocidade<br />
que essa vivência<br />
implica, nos tenham feito<br />
despertar para esse oásis<br />
do “turismo rural”.<br />
Curiosamente, nunca o<br />
encarei como um processo<br />
de fuga, como tantas vezes<br />
ouvimos dizer em campanhas<br />
publicitárias ou referências<br />
várias.<br />
Sinto o “turismo rural”<br />
como um processo de expansão.<br />
Sim, uma expansão<br />
de dimensões. Não são<br />
só os horizontes que se alargam,<br />
também o tempo desafia<br />
os relógios e se alarga.<br />
Este tempo que nos foge<br />
no dia-a-dia do trabalho, a<br />
nós e a toda a gente… indecente…<br />
este tempo que<br />
foge... mas que recupera<br />
a decência na serra ou na<br />
planície.<br />
Efetivamente foi na planície<br />
alentejana que tudo<br />
começou (a nossa primeira<br />
experiência “turisticamente”<br />
rural). Aqui os contrastes<br />
e as dimensões são maiores,<br />
tudo é vasto, até o tempo…<br />
O tempo que temos para<br />
sentir as pessoas (sotaques,<br />
Serra da Estrela
21<br />
“<br />
sentado<br />
numa pedra<br />
de xisto, à<br />
sombra duma<br />
oliveira com<br />
as pálpebras<br />
semicerradas,<br />
não por sono,<br />
mas por bom<br />
sustento.<br />
“<br />
vivências, partilhas), os aromas,<br />
os sons (que saudades<br />
de ouvir o resfolgar dos cavalos<br />
ao fim da tarde, sentado<br />
numa pedra de xisto,<br />
à sombra duma oliveira<br />
com as pálpebras semicerradas,<br />
não por sono, mas<br />
por bom sustento…).<br />
E poder ver o pôr-do-sol<br />
num silêncio de dois, agora<br />
de três, com um pouco menos<br />
de silêncio, mas com<br />
mais amor…<br />
Depois da planície, a serra,<br />
da qual estamos tão<br />
perto aqui no Centro. Este<br />
Centro versátil que nos permite<br />
decidir “à última da<br />
hora” o destino a escolher.<br />
Recordo-me dos verões<br />
na Serra da Estrela (passeios<br />
pedestres em magníficas<br />
paisagens verdejantes<br />
e graníticas, praias fluviais,<br />
piqueniques…) e a beleza<br />
antagónica do inverno:<br />
uma conversa à lareira<br />
com um copo de vinho tinto<br />
enquanto espreitamos a<br />
tempestade do outro lado<br />
da janela.<br />
Nestas empreitadas, gostamos<br />
de apreciar a gastronomia<br />
(normalmente<br />
jantamos no local onde<br />
pernoitamos, quando nos<br />
é dada essa oportunidade)<br />
e almoçamos fora durante<br />
os passeios que fazemos<br />
durante o dia. Nem sempre<br />
vamos com roteiros planeados<br />
ou muito definidos,<br />
pelo que as indicações que<br />
recebemos nos locais onde<br />
ficamos alojados são sempre<br />
bem-vindas.<br />
E no final do dia, ou ao<br />
pequeno-almoço do dia<br />
seguinte, temos o reconforto<br />
da partilha da experiência<br />
vivida.<br />
Mas tudo é efémero, e no<br />
regresso, trazemos as saudades,<br />
as memórias e sobretudo<br />
o sonho, de talvez<br />
um dia, poder voltar…<br />
Texto e fotografia de<br />
Miguel Rosa (médico) & Isabel Pedro (professora)
Percursos pedestres<br />
textos de yupmag | fotografia de yupmag
23<br />
Descubra a pé<br />
os tesouros<br />
que estas<br />
montanhas<br />
escondem<br />
Grande Rota 38<br />
Moradal-Pangeia
No sopé do Cabeço Mosqueiro, uma impressionante crista<br />
quartzítica, o Orvalho é um dos limites da GR38, mas esconde<br />
também outros tesouros do património natural desta região:<br />
a Geo-rota do Orvalho, cerca de 9kms de monumentos<br />
de excecional valor geológico, de onde se destacam os<br />
afloramentos rochosos e a refrescante e dramática Fraga<br />
de Água d’Alta.<br />
AGrande Rota Moradal-Pangeia<br />
(GR38) atravessa um<br />
território de grande valor geológico<br />
ao longo de uma montanha<br />
quartzítica que constitui<br />
a “espinha” da Serra do Moradal. Zonas de<br />
grande elevação rochosa permitem miradouros<br />
de cortar a respiração, com o Zêzere<br />
em pano de fundo. Durante todo o<br />
percurso o caminhante, ora emerge em<br />
verdadeiras paisagens panorâmicas, ora<br />
mergulha em bosques verdejantes ladeados<br />
por numerosos cursos de água. Para os<br />
mais aventureiros, o percurso conta ainda<br />
com uma “via ferrata” - um percurso preparado<br />
na parede rochosa – com 150m de<br />
extensão e trilhos de BTT.<br />
Aceite a nossa sugestão e comece o seu<br />
passeio pela manhã no miradouro do Orvalho.<br />
Uma paisagem de cortar a respiração!<br />
Siga então o percurso e embrenhe-se<br />
nos passadiços e trilhos verdejantes que o<br />
levarão à cascata da Fraga de Água d'Alta.<br />
Vá progredindo, ao longo do dia, de<br />
surpresa em surpresa, no sentido do Estreito.<br />
Um final de dia perfeito inclui, sem dúvida,<br />
o pôr do sol no Estreito.<br />
Fraga de<br />
Água d’Alta
Nas proximidades de Vilar Barroco, o percurso<br />
enamora-se do leito de uma ribeira,<br />
embrenhando-nos num bosque ribeirinho<br />
onde, por momentos o verde do pinhal é<br />
substituido pelos tons luxuriantes dos habitats<br />
ribeirinhos. As zonas intransponíveis<br />
são vencidas por passadiços e pontes de<br />
madeira que permitem alternar o passeio<br />
entre uma e outra margem, num cenário<br />
mágico e pleno de encanto. Aqui, o olhar<br />
descansa do longe e concentramo-nos nos<br />
pormenores até nos deslumbrarmos com o<br />
súbito aparecimento dos poços Mosqueiro<br />
e da Fervença, bem no fundo do vale.<br />
Seduzidos pela descoberta, sentimo-nos<br />
retemperados para iniciar a subida até ao<br />
miradouro que lá atrás se anunciava.<br />
25
Em alternativa a fazer o percurso<br />
na íntegra (cerca de 28 kms),<br />
pode optar-se por iniciá-lo em<br />
quatro pontos distintos: Orvalho,<br />
Vilar Barroco, Sarnadas de São Simão<br />
ou Estreito.
A subida à Serra do Moradal (ou Muradal)<br />
é íngreme mas a recompensa<br />
surge na forma de vistas panorâmicas<br />
inesquecíveis. A partir do Miradouro do<br />
Zebro a paisagem é de cortar a respiração<br />
e permite-nos perceber a extensão<br />
das formações geológicas que<br />
esculpiram este cenário monumental.<br />
Acompanhando a crista do Moradal,<br />
o trilho conduz-nos a outras íngemes<br />
formações rochosas. Com equipamento<br />
apropriado, é possível aos<br />
caminhantes experimentar a “via ferrata”<br />
- uma extensão de escalada que<br />
obriga à utilização de arnês e capacete<br />
- para alcançar a Penha Alta. A<br />
alternativa passa pela utilização das<br />
estradas de terra que servem as torres<br />
eólicas.<br />
No Portelo, o horizonte estende-se<br />
para este, deixando perceber a planície<br />
que se estende até ao Tejo, onde<br />
as Portas de Ródão voltam a mostrar<br />
o duro esplendor destas formações rochosas.<br />
Já com a tarde a avançar, a paisagem<br />
ganha outros tons enquanto perseguimos<br />
o sol que começa a desaparecer<br />
por trás deste mar de montanhas<br />
atapetadas de verde.<br />
O trilho termina na aldeia do Estreito,<br />
o local ideal para retemperar as forças<br />
e absorver a magnitude desta experiência<br />
inesquecível de contacto com<br />
a natureza. Grandiosa. Enquanto o sol<br />
se põe.<br />
27
Campismo<br />
conforto &<br />
aqui não precisa optar<br />
Adormeça sob este céu<br />
no CampingOleiros<br />
textos de yupmag | fotografia de yupmag & CampingOleiros
O conceito glamping, que<br />
alia campismo a conforto<br />
e glamour, entrou definitivamente<br />
na moda. As<br />
opções começam a surgir,<br />
em espaços cuidados<br />
e pensados para tornar a<br />
experiência da vida em<br />
espaços abertos cada vez<br />
mais inesquecível.<br />
29
Numa região que pretende afirmar as suas potencialidades<br />
como turismo de natureza, o alojamento quer-se<br />
também em estreita comunhão com o ambiente natural<br />
que se respira. Às portas da vila de Oleiros, na margem<br />
da ribeira, está de portas abertas desde 2008<br />
um conceito de campismo de alta qualidade.<br />
O CampingOleiros é um espaço criado<br />
numa clareira de pinhal, portas meias<br />
com a praia fluvial Açude Pinto, uma das<br />
várias áreas de lazer do género<br />
que existem na zona.
31<br />
A<br />
proximidade<br />
com<br />
inúmeras<br />
rotas pedestres,<br />
pontos de escalada,<br />
trilhos de BTT, praias<br />
fluviais e pontos de<br />
interesse geológico<br />
atraem um público<br />
amante do desporto<br />
aventura.<br />
Espaços cuidadosamente<br />
aprimorados, instalações<br />
limpas e um cuidado estético<br />
em toda a organização<br />
do espaço, dão-nos vontade<br />
de querer passar uns<br />
dias por ali. Facilmente nos<br />
imaginamos em momentos<br />
de leitura na esplanada, ou<br />
na contemplação do magnífico<br />
céu que compõe este<br />
ambiente florestal.<br />
A estadia depende das<br />
preferências de cada um.<br />
Existem espaços para tendas<br />
convencionais, em<br />
espaço mais aberto ou<br />
embrenhadas no meio do<br />
pinhal, autocaravanas,<br />
mas também bungalows<br />
de madeira com todas as<br />
comodidades que permitem<br />
a este camping estar<br />
aberto todo o ano. Esta é,<br />
aliás, uma das maiores potencialidades<br />
deste espaço,<br />
já que os atrativos da<br />
zona não esgotam na época<br />
quente.<br />
Procurado no verão essencialmente<br />
por famílias<br />
que optam por alternativas<br />
à praia, o CampingOleiros<br />
é uma excelente opção<br />
para as crianças viverem o<br />
ar livre em segurança com<br />
aventura à mistura. Mas é a<br />
primavera e o outono que<br />
se tornam mais interessantes,<br />
com a chegada dos<br />
hóspedes que preferem usufruir<br />
da tranquilidade e beleza<br />
da natureza em todo o<br />
seu esplendor, gozando do<br />
clima ameno ideal para os<br />
passeios, o birdwatching, o<br />
desporto de aventura e o<br />
turismo gastronómico.
Um serviço com atenção aos detalhes<br />
A viagem alucinante deste<br />
hóspede sueco é digna<br />
de registo. Para se encontrar<br />
com a sua namorada<br />
em Lisboa, atravessou toda<br />
a Europa de bicicleta. Partindo<br />
da sua terra natal,<br />
chegou à Dinamarca de<br />
ferry e a partir daí não mais<br />
parou de pedalar. Alemanha,<br />
Holanda, Bélgica,<br />
França e Espanha. Pelo caminho<br />
ficaram os Pirinéus,<br />
talvez o desafio mais duro.<br />
Recuperou em Oleiros durante<br />
dois dias até se fazer<br />
de novo à estrada, para a<br />
etapa final.
33<br />
O<br />
xisto e<br />
a madeira<br />
são uma<br />
constante em<br />
todo o parque,<br />
numa simbiose<br />
perfeita com o<br />
ambiente natural,<br />
conferindo-lhe<br />
a autenticidade<br />
do<br />
genuíno.<br />
Vítor e Andreia Restolho<br />
comemoraram no<br />
CampingOleiros 15 anos<br />
de um casamento feliz.<br />
O acontecimento não<br />
passou despercebido<br />
ao pessoal do parque<br />
que, em segredo, preparou<br />
um jantar romântico<br />
para o casal. Flores,<br />
velas, música e bolo de<br />
aniversário. Tudo foi preparado<br />
ao pormenor.<br />
Até a “falsa chamada”<br />
para resolver um problema<br />
que havia surgido no<br />
“<br />
alojamento, como forma<br />
Tratamos os hóspedes de forma calorosa e<br />
de atrair os aniversariantes<br />
ao parque. Tudo com<br />
atenta. Isto só se consegue com um acompanhamento<br />
focado em criar bem-estar.<br />
a cumplicidade do marido,<br />
claro.<br />
“
ASTROFOTOGRAFIA<br />
fotografias de<br />
Miguel Bidarra<br />
(Fotografia noturna e astrofotografia)<br />
todo<br />
este<br />
céu<br />
O<br />
registo fotográfico eleva-se à categoria de uma arte<br />
refinada no trabalho de Miguel Bidarra. A esfera celeste<br />
é a sua tela de eleição, combinando elementos<br />
do céu noturno e da terra que valorizam o património paisagístico<br />
que a sua objetiva captura. O tempo estica-se na imagem,<br />
em exposições prolongadas que nos permitem descobrir<br />
um céu repleto de corpos celestes que não conseguimos<br />
observar a olho nu.
35
No pinhal interior,<br />
os grandes espaços<br />
abertos livres de poluição<br />
luminosa deixam a descoberto<br />
uma abóbada celeste em toda a sua<br />
magnitude
37
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INCIPIT-PRODUÇÃO <strong>DE</strong> CONTEÚDOS, LDA. NIPC: 513547495<br />
sede: Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã<br />
6200-865 Tortosendo-Covilhã
39<br />
“<br />
Mui nobre villa<br />
Álvaro<br />
“<br />
Álvaro não é apenas nome<br />
de gente, é também o nome<br />
de uma pequena aldeia<br />
que esconde um enorme<br />
passado, tão ilustre que se<br />
confunde com a história de<br />
Portugal.<br />
textos de yupmag | fotografia de yupmag<br />
A<br />
aldeia de Álvaro apresenta-se<br />
como uma Percorrendo a Rua do Castelo, a<br />
concelho.<br />
muralha branca que se espinha dorsal desta povoação,<br />
estende num promontório<br />
com uma vista deslumbrante sericórdia. Dominado pela Igre-<br />
desembocamos na Praça da Mi-<br />
sobre os meandros do Zêzere. A ja Matriz, o largo abre-se numa<br />
geografia peculiar do lugar confere-lhe<br />
um caráter de fortaleza se pode ver o rio serpentear no<br />
varanda panorâmica de onde<br />
inexpugnável que deixa antever fundo do penhasco. À nossa volta<br />
encontram-se três das sete ca-<br />
histórias de conquistas impossíveis.<br />
E, de facto, a imaginação não nos pelas que existem na povoação.<br />
engana. De fundação medieval, Existem mais dez na área da freguesia.<br />
Duas rotas pedestres con-<br />
a nobreza de Álvaro, que ainda<br />
hoje ostenta o epíteto de “mui nobre<br />
villa”, está intimamente ligada ora descendo à praia fluvial, ora<br />
vidam a percorrer os arredores,<br />
a senhorios sucessivos e aos Cavaleiros<br />
de Malta. A riqueza da histó-<br />
onde a vista se estende pelo tor-<br />
subindo às encostas sobranceiras<br />
ria centenária de Álvaro atesta-se tuoso percurso do Zêzere que escorre<br />
calmo sob o olhar vigilante<br />
no património religioso que sobreviveu<br />
à época em que foi sede de da “mui nobre villa”.<br />
Apesar de fazer parte da rede de<br />
Aldeias do Xisto, o casario caiado<br />
de branco e ombreiras pintadas<br />
de cores garridas assegura a<br />
nobreza do lugar. O passeio não<br />
pode ficar completo sem uma<br />
descida à ribeira de Alvelos que<br />
flanqueia o promontório a sul,<br />
onde uma ponte romana testemunha<br />
a passagem do tempo,<br />
que aqui se faz lento e ao som do<br />
murmúrio calmo das águas.<br />
Onde ficar<br />
Casa dos Hospitalários<br />
Álvaro
São Torcato Moradal<br />
A excelência do turismo rural<br />
textos de yupmag | fotografia de yupmag<br />
A qualidade<br />
e o requinte<br />
de um hotel<br />
em pleno<br />
espaço rural<br />
Bem no centro do pinhal interior, a Serra<br />
do Moradal oferece-lhe um requintado<br />
alojamento turístico que se impõe pelo<br />
conforto dos espaços, numa arquitetura<br />
que combina a modernidade com a herança<br />
das habitações típicas da região<br />
da Beira Baixa. Integrado no Geopark Naturtejo,<br />
a unidade é composta por duas<br />
casas que se completam com uma agradável<br />
área exterior de jardim e piscina de<br />
água salgada onde o hóspede pode desfrutar<br />
da mais completa privacidade. Perfeita<br />
para ser explorada a pé, a zona envolvente<br />
conta com o Trilho Internacional<br />
dos Apalaches que serpenteia pelas cristas<br />
da montanha e acompanha os cursos<br />
de água límpida que delas escorrem.
Perfeita para ser explorada<br />
a pé, a zona envolvente conta<br />
com o Trilho Internacional<br />
dos Apalaches que serpenteia<br />
pelas cristas da montanha<br />
e acompanha os cursos<br />
de água límpida que delas<br />
escorrem.<br />
41
Os espaços<br />
pensados ao<br />
mínimo detalhe<br />
incluem<br />
acessibilidade<br />
para pessoas<br />
com mobilidade<br />
reduzida<br />
Onde fica<br />
São Torcato-Estreito-Oleiros<br />
capacidade: 10 quartos<br />
272 654 008<br />
96 443 74 01<br />
www.storcatomoradal.com<br />
GPS: Lat. N39º5738.98˝ Long. W7º4751.58˝
43<br />
As duas casas que<br />
compõem São Torcato<br />
Moradal conjugam-se<br />
formando<br />
um espaço reservado<br />
que abre a sul sobre uma paisagem<br />
onde o verde é a cor dominante, desde<br />
a floresta aos campos de cultivo.<br />
Entre ambas, o pátio forma uma varanda<br />
ampla que se debruça sobre o<br />
relvado da piscina. Todo o conjunto é<br />
um exemplo de atenção ao detalhe.<br />
Floreiras e canteiros acompanham o<br />
alpendre da casa norte, ao longo do<br />
qual os compridos bancos de madeira<br />
oferecem repouso aos hóspedes que<br />
desejem percorrer os trilhos da zona.<br />
O maior e mais imponente de todos<br />
-a Grande Rota do Moradal/Pangeiapassa<br />
mesmo ali à porta, fazendo<br />
desta casa o local perfeito para alojar<br />
os caminhantes.<br />
A D. Fernanda, a simpática proprietária,<br />
conta como São Torcato Moradal<br />
é um sonho antigo do marido, que<br />
consistiu na recuperação da casa<br />
onde nasceu, agora transformada<br />
em Casa Sul.<br />
Seguimos o casal numa visita guiada<br />
pelas casas. O xisto é uma constante<br />
dando o mote para a identidade territorial<br />
que se pretende dar a conhecer.<br />
No interior, os espaços amplos<br />
convidam a passar tempo em todos<br />
eles. A Casa Sul dispõe de 5 quartos,<br />
que têm nomes de serras da região e<br />
ainda um bar muito singular, de onde<br />
se destaca um enorme tronco suspenso<br />
que foi outrora de um lagar de varas.<br />
O hóspede pode ainda optar por<br />
fazer as suas próprias refeições tendo,<br />
para o efeito, uma cozinha totalmente<br />
equipada ao seu dispor. A sala de<br />
leitura é acolhedora e pensada para<br />
a busca da tranquilidade mas, se procurar<br />
momentos de maior convivência,<br />
a ampla sala de estar da Casa<br />
Norte oferece-lhe o ambiente de que<br />
necessita, seja num luminoso dia de<br />
verão, seja num acolhedor fim de tarde<br />
à lareira, no inverno. O final do dia<br />
é, aliás, um momento imperdível neste<br />
local que fica na memória.
Geocaching<br />
texto e fotografias de<br />
Paula Loureiro<br />
(Geocacher 4Loureiros)<br />
A caça ao<br />
tesouro<br />
Leave no trace, take nothing but photos,<br />
leave nothing but footsteps.<br />
Oito da manhã. A família<br />
Silva toma o<br />
pequeno-almoço e<br />
faz os últimos preparativos.<br />
Lanche, água, chapéus,<br />
protetor solar, GPS, bloco<br />
de notas, saco para lixo…<br />
Está na hora de partir para<br />
mais uma aventura.<br />
Na véspera, o pai Silva fez<br />
os trabalhos de casa (uma<br />
aventura pode ser planeada,<br />
sobretudo quando há tesouros<br />
para descobrir). Entrar na<br />
página da internet, localizar,<br />
no mapa, a região pretendida,<br />
verificar os “tesouros” existentes<br />
nessa região, explorar<br />
os diferentes graus de dificuldade<br />
dos acessos aos “tesouros”,<br />
descodificar as pistas<br />
encriptadas, delinear<br />
um percurso,<br />
descarregar o trilho<br />
para o GPS, providenciar<br />
pilhas de<br />
reserva, bem como<br />
papel e lápis, que<br />
dão sempre jeito,<br />
tal como arranjar<br />
alguns “tesouros”<br />
para a troca.<br />
A viagem começa.<br />
O tempo ameno<br />
e o sol no horizonte<br />
prometem<br />
um dia de primavera<br />
adequado à situação.<br />
O mano Silva<br />
mais velho aproveita<br />
para ler à família algumas<br />
informações descarregadas<br />
da internet pelo pai, sobre os<br />
locais a visitar ao longo do<br />
dia: um miradouro, dois pelourinhos,<br />
um antigo lavadouro<br />
de aldeia, um dólmen, dois<br />
parques de merendas, um<br />
moinho abandonado… há<br />
histórias reais, lendas locais,<br />
informações de caráter ambiental,<br />
geológico, da fauna<br />
e flora, outras vezes há apenas<br />
a imaginação de quem<br />
escondeu o tesouro!<br />
Mas, afinal, que tesouros esperam<br />
a família Silva? E porquê<br />
tanto entusiasmo em encontrá-los?!<br />
Tudo faz parte de<br />
um jogo chamado Geocaching<br />
em que o principal obje-<br />
tivo é encontrar “geocaches”<br />
(ou simplesmente "caches")<br />
colocadas em qualquer local<br />
do mundo, na cidade ou no<br />
campo, em locais turísticos<br />
ou então noutros, que dificilmente<br />
visitariam se não fosse<br />
este jogo. Uma cache típica é<br />
uma pequena caixa plástica<br />
fechada e à prova de água,<br />
que contém um livro de registo<br />
(o logbook), um folheto<br />
informativo sobre o que é o<br />
geocaching (não vá alguém<br />
encontrar a cache por engano<br />
e ficar com ela ou deitá-la<br />
fora) e alguns objetos, como<br />
canetas, afia-lápis, moedas,<br />
pulseiras, porta-chaves, autocolantes<br />
ou bonecos para<br />
troca, os tais… tesouros!!! Estima-se<br />
que existam<br />
mais de dois<br />
milhões e meio de<br />
“geocaches” ativas<br />
em todo o mundo e<br />
mais de seis milhões<br />
de “geocachers”.<br />
Em Portugal, calcula-se<br />
que a comunidade<br />
chegue aos 35<br />
mil.<br />
Numa cache tradicional,<br />
um “geocacher”<br />
coloca um<br />
livro de registos, caneta<br />
ou lápis e os<br />
pequenos tesouros,<br />
numa caixa à prova<br />
de água, esconde-a
Surgem sempre<br />
dúvidas<br />
quando se<br />
pretende<br />
classificar o<br />
geocaching.<br />
Existem várias<br />
interpretações:<br />
um<br />
desporto, um<br />
jogo, uma<br />
atividade ou<br />
apenas uma<br />
razão para<br />
dar uns passeios<br />
e conhecer<br />
sítios<br />
diferentes.<br />
num local estratégico e depois<br />
anota as respetivas coordenadas<br />
(latitude e longitude)<br />
da cache. Estas, em conjunto<br />
com outra informação sobre<br />
o local do esconderijo, são<br />
publicadas em www.geocaching.com,<br />
após registo no<br />
site. Os outros “geocachers”,<br />
os descobridores, retiram as<br />
coordenadas que constam<br />
na página e, com recetores<br />
GPS, procuram a cache.<br />
Quando o conseguem, registam<br />
o achado no logbook da<br />
cache e na página atrás referida,<br />
na qual podem colocar<br />
fotos e uma pequena descrição<br />
da aventura. Os “geocachers”<br />
são livres de colocar ou<br />
retirar objetos da cache, normalmente<br />
por troca de coisas<br />
de pequeno valor, de modo a<br />
haver sempre qualquer recordação<br />
para trazer.<br />
A meio da manhã a família<br />
Silva chega ao primeiro destino.<br />
Trata-se de uma casa brasonada,<br />
completamente em<br />
ruínas, mas que ainda deixa<br />
adivinhar a imponência de<br />
outros tempos. Já tinham passado<br />
ali perto tantas vezes,<br />
mas a existência desta casa<br />
era completamente desconhecida<br />
para os Silvas. O GPS<br />
dá sinal de chegada. Mal o<br />
carro é estacionado os miúdos<br />
saem a correr. Ser o descobridor<br />
da cache é sempre<br />
uma glória! “Qual é a pista?”,<br />
grita um deles ao pai, que ainda<br />
nem saiu do carro, mas já<br />
pesquisa no bloco de notas.<br />
“No muro!...”, responde o Sr.<br />
Silva. O muro é enorme e rodeia<br />
a propriedade. O GPS<br />
aponta para a esquerda.<br />
Num olhar mais atento o Silva<br />
Júnior descobre uma pedra<br />
um pouco diferente, mais clara<br />
e sem musgo que parece<br />
tapar qualquer coisa. Retira<br />
a pedra e lá está a cache,<br />
envolvida num saco plástico<br />
preto, que a protege e disfarça.<br />
“Está aqui, está aqui!!!”.<br />
Esta foi fácil. É pequena, por<br />
isso tem poucos objetos. Seja<br />
como for, há sempre curiosidade<br />
e todos vêm ver. Faz-se<br />
o registo no logbook: a data,<br />
o nickname do “geocacher”<br />
(neste caso “Silvas Picantes”),<br />
o número de ordem da cache<br />
encontrada (os Silvas já descobriram<br />
mais de mil) e uma<br />
frase acerca do local ou da<br />
dificuldade, ou não, em encontrar<br />
o tesouro. Caso haja<br />
troca de objetos também se<br />
pode mencionar o que é retirado<br />
e o que se deixa ficar.<br />
Algumas caches contêm tesouros<br />
mais especiais. É o que<br />
se chama de "travel bugs" ou<br />
"geocoins" - objetos que se<br />
deverão mover de cache em<br />
cache, e cujos percursos, pelo<br />
mundo fora, são registados<br />
online.<br />
Novo destino, novas coordenadas<br />
e uma cache um<br />
pouco diferente espera os<br />
“Silvas Picantes”. Trata-se de<br />
uma multicache, que necessita<br />
de uma visita a um ou mais<br />
pontos intermédios para determinar<br />
as coordenadas da<br />
cache final. Em cada ponto<br />
é necessário responder a uma<br />
pergunta sobre o local. As respostas<br />
costumam ser números,<br />
que vão substituindo as incógnitas<br />
numa série de coordenadas<br />
incompletas. É quase<br />
como resolver uma equação!<br />
Primeira paragem: “Quantos<br />
bancos há no jardim?”…<br />
“Cinco”. Segunda paragem:<br />
“Em que ano foi construída<br />
45
a capela?”… “1944… noves<br />
fora, zero”. Terceira paragem:<br />
“Quantos degraus tem o pelourinho?”...”Três”.<br />
Coordenadas<br />
completas introduzidas<br />
e o GPS indica a cache final,<br />
a 100m. Os Silvas decidem ir<br />
a pé. Os filhos ganham logo<br />
algum avanço. Desta vez a<br />
pista é “no pinheiro, tapada<br />
com pinhas”. O local é um<br />
miradouro devidamente sinalizado,<br />
o que pode ser um problema<br />
– a provável existência<br />
de “muggles”, isto é pessoas<br />
que não são “geocachers”.<br />
Convém ser discreto, pois não<br />
é visto como normal alguém<br />
que, de repente, investiga<br />
cada pinheiro e revolve as<br />
pinhas à sua volta! Por sorte,<br />
não havia muita gente e o pinheiro<br />
em causa era um pouco<br />
desviado do miradouro!<br />
Feito o “log”, tira-se a foto da<br />
praxe, aprecia-se a paisagem<br />
e já se introduzem as coordenadas<br />
da próxima!<br />
A aventura correu bem. As<br />
caches tinham baixo grau de<br />
dificuldade, o que as torna<br />
acessíveis a toda a família e<br />
as pistas foram sempre uma<br />
boa ajuda. Conheceram-se<br />
sítios novos, aprenderam-se<br />
pormenores interessantes sobre<br />
locais já visitados, caminhou-se,<br />
conviveu-se, contactou-se<br />
com a natureza.<br />
Surgem sempre dúvidas<br />
quando se pretende classificar<br />
o geocaching. Existem<br />
várias interpretações: um<br />
desporto, um jogo, uma atividade<br />
ou apenas uma razão<br />
para dar uns passeios e conhecer<br />
sítios diferentes. O certo<br />
é que o geocaching pode<br />
obrigar a um esforço físico<br />
significativo dependendo da<br />
localização da “geocache”<br />
escondida, podendo mesmo<br />
exigir equipamento especial<br />
(material técnico de escalada,<br />
ou até de mergulho, por<br />
exemplo). Mesmo assim, não<br />
deixa de ser acessível a todos.<br />
As caches são classificadas<br />
de 1 a 5 consoante o seu nível<br />
de dificuldade (esforço total<br />
necessário para a encontrar)<br />
e igualmente de 1 a 5 consoante<br />
a complexidade do<br />
terreno e do acesso ao local<br />
específico. O grau de dificuldade<br />
varia e, por isso, cabe<br />
a cada um, decidir o tipo de<br />
cache que mais se adequa à<br />
sua condição física e ao tempo<br />
que pretende despender,<br />
pois existem caches que podem<br />
demorar 3 minutos a encontrar<br />
e outras que chegam<br />
a levar horas.<br />
Uma das características que<br />
diferencia o geocaching de<br />
outras atividades é o esforço<br />
feito no sentido de preservar<br />
a natureza e criar uma consciência<br />
ambientalista. Para tal,<br />
é normalmente pedido aos<br />
utilizadores que removam o<br />
lixo, caso ele exista, das áreas<br />
onde praticam geocaching,<br />
("Cache In, Trash Out" é um<br />
dos lemas) e que deixem as<br />
áreas visitadas iguais ou em<br />
melhor estado do que as encontraram<br />
("Leave No Trace",<br />
"Take Nothing But Photos, Leave<br />
Nothing But Footsteps").<br />
Assim fizeram os “Silvas Picantes”.<br />
Assim fará qualquer<br />
“geocacher” que se preze!<br />
Algumas caches<br />
na região<br />
Lusitani<br />
Pinhal Interior Sul<br />
Memórias da Villa<br />
de Oleiros<br />
Miradouro Moradal<br />
Moinho de Água<br />
GeoRota de Orvalho<br />
À descoberta de Álvaro<br />
Mosqueiro<br />
Orvalho<br />
Cristo Rei<br />
Oleiros<br />
Serra da Lontreira<br />
Oleiros<br />
Daqui Vigio a Serra do<br />
Moradal
47<br />
Sabores<br />
do pinhal<br />
Uma boa mesa,<br />
nesta região como<br />
em todas, quer-se<br />
farta. E motivos não<br />
faltam. A riqueza<br />
gastronómica do<br />
nosso país é feita de<br />
uma variedade de<br />
formas de confeção<br />
- tantas vezes dos<br />
mesmos produtos -<br />
que lhes confere caraterísticas<br />
próprias<br />
e os torna verdadeiramente<br />
especiais.<br />
Aqui, o rei da mesa é o cabrito.<br />
Talvez pela proximidade<br />
com a Estrela e as zonas de<br />
transumância que atravessam<br />
o plano beirão a este, talvez pela<br />
vontade de conservar as tradições e a<br />
identidade, talvez por ambos os motivos<br />
combinados. A verdade é que em<br />
Oleiros o cabrito é “estonado”, ou seja,<br />
assado em forno - preferencialmente<br />
de lenha - com a pele, à semelhança<br />
da confeção do leitão na bairrada. Este<br />
prato tem origens remotas e apresenta-se<br />
como uma iguaria de complexa<br />
confeção. Exige ser comido logo após<br />
ser assado, pelo que os restaurantes costumam<br />
servi-lo apenas sob encomenda<br />
ou em datas específicas.<br />
cabrito estonado
Em zona de fumeiro, o maranho é<br />
o prato típico por excelência. Esta<br />
iguaria impõe-se como um tipo de<br />
enchido que combina a carne de<br />
cabrito, fumeiro e arroz, tudo aprimorado<br />
com uma seleção de ervas<br />
aromáticas. O maranho tem a<br />
particularidade de poder ser comido<br />
como aperitivo ou, em alternativa,<br />
ser prato principal da refeição.<br />
Em qualquer dos casos, vale<br />
bem a experiência.<br />
maranho<br />
Outro dos produtos endógenos é o vinho “callum”,<br />
um vinho branco verde que se bebe muito bem<br />
fresco. Esta bebida resulta da fermentação de uma<br />
casta de uvas que cresce, quase em estado selvagem,<br />
nas zonas húmidas das ribeiras da região.<br />
As matas de medronheiro que cobrem algumas áreas da região<br />
proporcionam outro dos produtos locais de maior interesse:<br />
o medronho. Este pequeno fruto é depois usado na destilação<br />
de aguardente, mas também em licores. Em alguns pontos de<br />
venda, podemos também encontrar<br />
o medronho na doçaria, maioritariamente<br />
caseira. O mesmo acontece<br />
com a castanha. Usada desde há séculos<br />
como base da alimentação diária é, hoje em dia, um<br />
produto que se encontra à mercê da criatividade gourmet.<br />
Desafie o seu paladar e descubra novas texturas de sabores<br />
genuinamente beirões.<br />
A iniciativa das autarquias e instituições de desenvolvimento<br />
local tem passado pela criação<br />
de certames temáticos que ajudam a promover<br />
a região. O Outono é o tempo da castanha e do<br />
medronho e, habitualmente, da feira que celebra<br />
estes produtos. É nesta mostra que surge a oportunidade<br />
de conhecer as verdadeiras potencialidades<br />
destes frutos com os vários produtores locais e<br />
artesanais a mostrá-los.
Hotel Sta.<br />
Margarida<br />
Casa dos<br />
Hospitalários<br />
O Carteiro<br />
Recorte e leve na sua viagem<br />
São Torcato<br />
Moradal<br />
Vilar dos<br />
Condes<br />
Cabeço<br />
Cavalo<br />
convida<br />
Casa<br />
da Ladeira<br />
Casa<br />
do Dão<br />
CampingOleiros<br />
Refúgios<br />
do Pinhal<br />
Casa<br />
das Tílias<br />
em<br />
breve<br />
Cabeço Cavalo<br />
(Cavalo)<br />
valdesoliviers@outlook.fr<br />
Camping Oleiros<br />
(Oleiros)<br />
272681106 / 926860112<br />
geral@campingoleiros.com<br />
Casa da Ladeira<br />
(Ameixoeira)<br />
932545722<br />
info@casadaladeira.com<br />
Casa das Tílias<br />
(Álvaro)<br />
272654205<br />
Casa do Dão<br />
(Dão – Milrico)<br />
932952972<br />
casa.dao.turismo@gmail.com<br />
Casa dos Hospitalários<br />
(Álvaro)<br />
962323515<br />
hospitalarios@gmail.com<br />
Hotel Sta. Margarida<br />
(Oleiros)<br />
272680010<br />
geral@hotelsantamargarida.pt<br />
O Carteiro<br />
(Oleiros)<br />
272682596<br />
Refúgios do Pinhal<br />
(Tojeira de Baixo)<br />
272682464<br />
refugiosdopinhal@gmail.com<br />
S.Torcato Moradal<br />
(Estreito)<br />
272654008 / 964437401<br />
geral@s-torcatomoradal.com<br />
Vilar dos Condes<br />
(Madeirã)<br />
968632907<br />
vilardoscondes@gmail.com<br />
Churrasqueira "Alverca" – Oleiros – 272 682 884 - especialidades: carnes grelhadas<br />
Churrasqueira "Caniçal" – Oleiros - 272 682 727 - especialidades: carnes grelhadas<br />
Restaurante "Casa Peixoto" - Oleiros – 272 682 250 - especialidades: maranho, leitão, cozido à portuguesa, grelhados<br />
Restaurante "Callum" - Hotel Santa Margarida - Oleiros – 272 680 010 - especialidades: empada de cabrito estonado,<br />
maranho, bucho e bife “Santa Margarida” com molho da casa (almoços de domingo: cabrito estonado assado em<br />
forno de lenha)<br />
Restaurante "Ideal" - Oleiros – 272 682 350 - especialidades: maranho, chanfana, galinha no tacho<br />
Restaurante "Maria Pinha" – Oleiros - 965 586 477 - especialidades: maranhos, serviço de buffet<br />
Restaurante "O Carteiro" - Oleiros - 272 682 596 - especialidades: maranhos, cozido à portuguesa, bacalhau no forno<br />
Restaurante "O Prontinho" – Oleiros - 272 682 338 - especialidades: bucho recheado, maranhos, arroz de pato<br />
Restaurante "Regional" – Oleiros - 272 682 309 - especialidades: maranhos, bacalhau com natas, filetes de pescada<br />
no forno<br />
Restaurante “Salina” – Oleiros – 961 258 844 - especialidades: maranhos, bucho, carnes e peixes grelhados<br />
Restaurante “Pérola do Orvalho” - Orvalho - 272 746 119 - especialidades: maranhos, chanfana, cozido à portuguesa,<br />
bacalhau assado.<br />
Restaurante “O Cantinho” - Estreito – 272 654 251 - especialidades: comida caseira<br />
Restaurante - Snack Bar "Rotunda" - Estreito - 272 654 266 - especialidades: maranhos, cabrito assado<br />
Restaurante “Slide” - Cambas - 272 773 122 - especialidades: maranhos, bucho recheado, chanfana, achigã frito, cabrito no<br />
churrasco
Próximos números...<br />
1<br />
Na aldeia histórica de Monsanto, a Casa de Campo<br />
Pires Mateus convida à descoberta daquela que já foi<br />
apelidada de “aldeia mais portuguesa”. Encontre vestígios<br />
arqueológicos dos Lusitanos, um castelo que remonta ao<br />
século XII e uma história de resistência aos invasores que se<br />
mantém no folclore da povoação. Tudo isto enquanto se passeia pelas<br />
peculiares ruelas e casas roubadas às fragas da montanha.<br />
casadecampo.piresmateus.pt<br />
2<br />
Encostada a um meandro do leito do Zêzere, a poucos quilómetros<br />
da sua nascente, a Casa Lagar da Alagoa<br />
disfruta de uma localização privilegiada no vale glaciar que<br />
serpenteia por entre as encostas íngremes, em pleno coração<br />
do parque natural da Serra da Estrela. Neste inverno, parta<br />
à descoberta da serra e goze a sensação única de habitar uma<br />
verdadeira casa de montanha.<br />
casa-lagar-alagoa.com<br />
3<br />
A maior montanha veste-se de branco em cada<br />
inverno, fazendo do tempo frio a sua maior atração.<br />
Grandiosa todo o ano, a Serra da Estrela<br />
esconde muitos segredos que se tornam memoráveis<br />
para quem os descobre. No próximo número vamos<br />
dar uma volta pela serra e trazer-lhe o que ela tem de melhor.<br />
Conte com locais mágicos, rotas de caminheiros, turismo<br />
de aventura e, claro, uma cozinha gourmet ao estilo dos<br />
nossos avós. Para degustar em janeiro.<br />
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Já imaginou encontrar no mesmo<br />
sítio, as casas de turismo mais<br />
autênticas, as aldeias mais tranquilas,<br />
envolvidas por paisagens de sonho?<br />
Descubra lugares secretos onde o dia<br />
passa devagar e a rotina não tem lugar.<br />
Crie memórias que perduram.<br />
Isso é o que preparámos para si.<br />
As melhores casas onde o acolhimento<br />
é feito de braços abertos, destinos<br />
singulares planeados para que tire o<br />
máximo proveito do territorio,<br />
experiências temperadas com sabores<br />
fortes e autênticos. Temos tudo aqui.<br />
Tudo no Centro.<br />
esperam por si<br />
O Centro cá dentro<br />
conheça<br />
a nossa<br />
seleção de<br />
segredos