FIREglobulus – Utilização do Fogo Controlado em Eucaliptal

Jornadas internacionais sobre fogos florestais 

FIREglobulus – Utilização do Fogo 

Controlado em Eucaliptal 

Paulo Fernandes 

Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e 

Biológicas (CITAB), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 

15 a 16 de outubro de 2015 

Cine Teatro João Verde // Monção // Alto Minho

ALTO MINHO FIRECAMP 2015 // “Jornadas internacionais sobre fogos florestais” 

Esquema 

• Enquadramento 

• Objectivos e abordagem 

• Carga e humidade do combustível 

• Fogos experimentais: comportamento e 

efeitos do fogo 

• Apoio à decisão 

• Conclusão 

Cine Teatro João Verde // Monção 

15 a 16 de outubro de 2015


Incêndios e eucalipto em Portugal 

Distribuição da área ardida por espécie 

(1996-2012) 

Índice de preferência do fogo 

Preferência extrema 

Indiferença 

Evitação extrema 



70m 

Precipitationclas 


Gestão do risco de incêndio em plantações de eucalipto 

FLI VESTA(Byram) vs. tempo(anos) novobyPrecipitationclas 

Legend 

Intensidade do fogo (kW/m) 

FLI VESTA(Byram) 

2 0 

1 0 

5 0 

3 0 

1 0 

50 

30 

10 

50 

30 

2 0 

1 0 

5 0 

3 0 

1 0 

50 

30 

10 

50 

30 

0 1 2 3 4 5 6 

tempo(anos) novo 

Tempo desde a gradagem (anos) 

Fire Engine 




Gestão do risco de incêndio em plantações de eucalipto 

Desvantagens das intervenções mecânicas 

• Efeitos ecológicos 

• Combustível modificado mais 

em estrutura do que em carga 

• Combustível inalterado na linha 

de plantação 

o 

o 

o 

Propagação do fogo (vento) 

Cascas (origem de focos 

secundários) 

Dano nas árvores 

Gildinho, Castro Daire 

Julho de 2009 

Foto: Manuel Raínha (ICNF) 




O fogo controlado em eucaliptal 

“ … aprenderam através de experiência 

amarga que não é possível controlar 

um incêndio intenso em eucaliptal 

quando a carga de combustível é 

elevada. 

A velocidade de libertação de energia 

combinada com múltiplas frentes de 

chamas causadas pelas projecções 

torna o trabalho impossível. 

O combate tem sucesso apenas quando 

o fogo perde intensidade devido a uma 

mudança no tempo ou falta de 

combustível.” 




Control burning in 

eucalypt forests 

McArthur (1962) 

Boer et al. (2009) 

Mosaico de idade 

do combustível 




? 

Fogo controlado em 

plantações de eucalipto 

• Comportamento e 

efeitos? 

• É praticável? 

• Em que condições? 




O projecto FIREGlobulus 

• Parceria GIFF S.A. e CITAB (UTAD), out. 2011 – dez. 2014 

• Projecto em co-promoção no âmbito do QREN, cofinanciado 

pelo FEDER através do Programa Operacional Regional do 

Norte (nº 21555) 

• Orçamento 458.2 k€ 

Objectivo global 

Criação da base científica para o 

desenvolvimento tecnológico do fogo 

controlado em plantações de Eucalyptus 

globulus. 




Abordagem 

• 

• 

• 

• 




Abordagem 

• Consumo de combustível 

• Altura tronco carbonizado 

• Sustentabilidade da 

propagação 

• Velocidade de propagação 

• Comprimento da chama e 

intensidade frontal 

Dano nas 

árvores 

• Combustível 

• Meteorologia 

• Modo de condução do fogo 




Carga de combustível 

• Risco de incêndio; comportamento do fogo; consumo de combustível 

• Predição em função da espessura média da folhada 

● Carga total 

● Carga de combustível fino 



velocidade do vento a 10m (km/h) 


Humidade do combustível morto fino 

• Sustentabilidade da propagação do fogo, 

comportamento do fogo, consumo de combustível 

• Humidade e temperatura do ar 

o 

o 

o 

+ FFMC e velocidade do vento; 

+ nº dias sem chuva e velocidade do vento; 

+ FFMC, altura dominante e velocidade do vento 

FFMC 

T (ºC) 10,0 

12,5 15,0 

17,5 

RH (%) 40 50 60 70 40 50 60 70 40 50 60 70 40 50 60 70 

70 25 26 29 32 23 25 27 30 22 23 25 28 20 22 24 27 

75 23 24 26 30 21 23 25 28 20 21 23 26 19 20 22 25 

80 21 22 24 27 19 21 23 25 18 20 21 24 17 18 20 22 

85 19 20 22 25 18 19 21 23 17 18 20 22 16 17 18 21 

90 17 19 20 23 16 18 19 21 15 16 18 20 14 15 17 19 

95 16 17 19 21 15 16 18 20 14 15 16 18 13 14 15 17 

Teor de humidade do combustível morto fino (%) 

12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 

1 12 14 16 18 20 22 25 27 28 31 33 

2 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 

3 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 

4 11 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 

5 11 14 16 18 19 21 23 25 27 29 31 

6 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 

7 11 13 15 17 19 21 23 25 27 28 30 

8 11 13 15 17 19 21 23 24 26 28 30 

9 11 13 15 17 19 20 22 24 26 28 30 

10 11 13 15 16 18 20 22 24 26 27 29 

11 11 13 14 16 18 20 22 24 25 27 29 

12 10 13 14 16 18 20 21 23 25 27 29 

13 10 12 14 16 18 19 21 23 25 26 28 

14 10 12 14 16 17 19 21 23 24 26 28 

15 10 12 14 15 17 19 21 22 24 26 28 




Humidade da folhada inferior 

• Consumo de combustível, efeito do fogo nas árvores 

• índices DMC ou BUI do Sistema Canadiano de Indexação do Perigo 

Meteorológico de Incêndio (FWI) 




Sustentabilidade da propagação do fogo 

• Humidade do combustível morto e fino, espessura 

da folhada, modo de condução do fogo 

Fogo “contra” 




Fogos experimentais em plantações 

• Dois locais: Santo Tirso e Coruche 

• Plantações 1ª e 2ª rotação, 7-12 anos 

• Carga de combustível 10.0 - 34.3 t ha -1 

• Coberto arbustivo < 1/3 do terreno 

• Ignição linear 

• 46 queimas, múltiplas observações por 

fogo 

Esquema: 

A – caracterização dendrométrica individual e da parcela; 

B – caracterização dendrométrica do povoamento; 

C – propagação a favor; 

D- propagação contra; 

1 – distância da linha de ignição ao limite da parcela; 

2 – monitorização do comportamento do fogo; 

3 – avaliação do consumo de material lenhoso; 

4 – avaliação do consumo do material arbustivo 




Comportamento do fogo: condições 

Perigo meteorológico Reduzido a Moderado 

Comp. chama: 0,1 – 1,3 m 

Intensidade: 34 – 466 kW m -1 

FFMC = 84.4 

DMC = 5.0 

DC = 33.8 

ISI = 2.0 

BUI = 7.3 

FWI = 1.0 

FFMC = 86.1 

DMC = 5.5 

DC = 49.0 

ISI = 2.9 

BUI = 8.4 

FWI = 2.6 

FFMC = 84.3 

DMC = 9.0 

DC = 202.7 

ISI = 4.1 

BUI = 16.2 

FWI = 5.8 

FFMC = 88.1 

DMC = 19.7 

DC = 53.4 

ISI = 3.8 

BUI = 20.5 

FWI = 6.3 

FFMC = 86.4 

DMC = 20.7 

DC = 378.1 

ISI = 3.6 

BUI = 36.4 

FWI = 8.5 

FFMC = 86.1 

DMC = 19.7 

DC = 375.9 

ISI = 6.1 

BUI = 34.9 

FWI = 12.7 




Velocidade de propagação 

• Rendimento, plano de ignição, chama/intensidade 

• Veloc. vento, humid. combustível morto fino, espessura da folhada 

VPF = (0.552 + VV 0.985 ) HF -1.076 EF 0.829 R 2 =0,80 

MAPE = 37% 



Velocidade do vento a 1,7m de altura (kmh -1 )* 


Humidade da folhada (%) 

Velocidade de propagação 

Velocidade “contra” (m/h) 

Espessura (cm) 

2 3 4 5 6 7 8 

28 1,6 2,3 2,9 3,5 4,1 4,6 5,2 

26 1,8 2,5 3,1 3,8 4,4 5,0 5,6 

24 1,9 2,7 3,4 4,1 4,8 5,4 6,1 

22 2,1 3,0 3,8 4,5 5,3 6,0 6,7 

20 2,3 3,3 4,2 5,0 5,8 6,6 7,4 

18 2,6 3,7 4,7 5,6 6,5 7,4 8,3 

16 3,0 4,2 5,3 6,4 7,4 8,4 9,4 

14 3,4 4,8 6,1 7,4 8,5 9,7 10,9 

Baixo rendimento 

Normal 

Uso marginal 

Fora de prescrição 


Velocidade “a favor” (m/h) 

Espessura (cm) 

2 4 6 8 10 

28 9 16 22 28 34 2,5 

16 29 40 51 61 5 

23 41 58 73 88 7,5 

26 10 17 24 30 37 2,5 

17 31 43 55 66 5 

25 45 62 79 95 7,5 

24 11 19 26 33 40 2,5 

19 34 47 60 72 5 

27 49 68 86 104 7,5 

22 12 21 29 36 44 2,5 

21 37 52 66 79 5 

30 53 75 95 114 7,5 

20 13 23 32 40 49 2,5 

23 41 57 73 88 5 

33 59 83 105 126 7,5 

18 14 25 36 45 54 2,5 

26 46 64 82 98 5 

37 66 93 117 141 7,5 

16 16 29 40 51 62 2,5 

29 52 73 93 111 5 

42 75 105 133 160 7,5 

14 19 33 47 59 71 2,5 

34 60 84 107 129 5 

49 87 121 154 185 7,5 




Comprimento de chama 

• Intensidade (capacidade de 

controlo, efeitos do fogo) 

• Veloc. propagação, 

humid. combustível 

morto fino 


Comprimento de chama (m) 

Velocidade de propagação (m/h) 

6 12 18 24 30 36 42 48 

28 

0,5 

26 

0,4 

0,5 

24 0,2 

0,6 

0,3 

0,5 

22 

0,4 

20 

0,6 

18 

0,5 

0,6 

16 0,3 

0,7 

0,4 

0,6 

14 0,5 0,7 

Comprimento Altura de tronco 

de chama (m) chamuscado (m) 

0,1 0,3 

0,2 0,4 

0,3 0,5 

0,4 0,6 

0,5 0,7 

0,6 0,7 

0,7 0,8 

0,8 0,9 




Efeitos do fogo: consumo de combustível 

• Espessura da folhada, 

DMC 

Profund. queima 

(% espessura pré-fogo) 




Efeitos do fogo: árvores 

• DAP, altura tronco chamuscado, humidade folhada inferior 

Classificação da 

resposta: 

M – árvore morta 

VR – árvore viva com 

rebentos 

V – árvore viva sem 

rebentos 

DMC 

HF (%) 

Máximo Mínimo 

2 205 140 

3 184 126 

4 164 112 

5 147 101 

6 132 90 

7 118 81 

8 106 72 

9 94 65 

10 85 58 

11 76 52 

12 68 46 

13 61 41 

14 54 37 

15 49 33 

16 43 30 

17 39 27 

18 35 24 




Efeitos do fogo: árvores 

DMC = 2,1 

DMC = 19,7 

• Nas parcelas tratadas as árvores cresceram mais 20% em diâmetro 




Apoio à decisão e 

transferência de 

tecnologia 

Guia 

Seminários 

Guia (versão inglês) 

Piroglobulus 

Tríptico com resultados 

Pósteres 




Prescrição genérica de queima 

Fogo controlado em eucaliptal: intervalos ótimos de condições 

meteorológicas e comportamento do fogo 

Elementos Parâmetro Intervalo 

Condições meteorológicas e subíndices 

do Sistema Canadiano de 

Indexação do perigo de incêndio 

Nº de dias sem chuva 3-6 

Temperatura (ºC) 10-14 

Humidade relativa (%) 40-60 

Humidade do combustível morto fino 17-22 

Velocidade do vento a 10m (km h -1 ) 0-24* 

DMC 5-10** 

Comportamento do fogo Velocidade de propagação (m h -1 ) 10-30 

* Dependente da técnica utilizada para conduzir o fogo; ** DMC < 9 para DAP < 13cm; 

Comprimento de chama (m) 0,2-0,6 




Desenvolvimento de prescrições de queima 

Version 1.0, Novembro de 2014 

Anita Pinto 


Carlos Loureiro 




Desenvolvimento de prescrições de queima 

Version 1.0, Novembro de 2014 

Anita Pinto 


Carlos Loureiro 




Conclusão 

• Fogo controlado é praticável em plantações de E. 

globulus 

• Humidade de extinção relativamente baixa vs. 

povoamentos relativamente abertos 

• Condução a favor do vento em condições marginais de 

propagação 

• Consumo de combustível pouco variável (elevado) 

• Efeitos nas árvores (dano/resposta) minimizáveis 

através da prescrição 

• Janela de prescrição comparativamente estreita, 

excepto se DAP >15 cm 

• Uso muito limitado na presença de um estrato 

arbustivo expressivo 



Área ardida em Portugal Continental, 1975-2013 

Cartografia LANDSAT, >30 hectares


Equipa 

Carlos Loureiro (Coord.) 

Paulo Fernandes (Coord. científ.) 

Anita Pinto 

Colaborações: 

Carlos Fernandes, Juncal Espinosa-Prieto, Carlos Rossa, Stuart 

Matthews, Davide Davim, Pedro Palheiro, André Rebelo 

Parceiros 

Associação de Silvicultores do Vale do Ave (ASVA) 

Associação dos Produtores Florestais de Coruche (APFC)

FIREglobulus – Utilização do Fogo Controlado em Eucaliptal

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