Revista Renova nº1

Convidado
Diálogos sobre
a Educação
Permanente
O segundo momento da programação
dos 69 anos da Escola contou
com um debate sobre os desafios
e as potencialidades da Educação
Permanente em Saúde (EPS), uma
ferramenta de reflexão sobre a prática,
envolvendo gestores, trabalhadores,
academia, usuários do SUS e
lideranças que estejam alinhados
para a discutir a construução e o
fortalecimento do sistema de saúde
público.
Para a professora da Universidade
de Londrina, Rossana Baduy, uma
das palestrantes convidadas para os
69 anos da Escola, não há como se
pensar a formação de profissionais
de saúde sem pensar o SUS como
escola e, sobretudo, “sem pensar nas
mudanças das práticas”. Como formadora
em uma unidade de Saúde
da Família de Londrina, ela relatou
os desafios de relacionar a teoria e a
prática, estabelecer conexões entre
trabalhadores e usuários e transformar
essa prática com o conhecimento.
Para tanto, listou Rossana,
é preciso “compartilhar a produção
dos espaços de aprendizagem com
gestores, trabalhadores e usuários,
construir vínculos, pactuar papéis
e respeitar os limites das relações”,
disse.
Caixa de ferramenta
Todos nós, partindo da discussão de
Emerson Merhy, que utiliza a metáfira
da “caixa de ferramentas”, temos
nossos conhecimentos e saberes, são
ferramentas que trazemos para a
construção de relações e também os
equipamentos considerados tecnologias
duras. Essa caixa de ferramenta
monta, desmonta, quebra, constrói,
reconstrói, é uma caixa de ferramenta
vibrátil que é construída nos encontros.
No momento que o apoiador
entra em contato com as equipes de
saúde da família, e discutir projetos,
problemas que surgem no cotidiano
do serviço de Saúde, nesse momento
está em produção uma outra caixa de
ferramenta. além daquelas que ele
já traz. Então, é uma caixa de ferramenta
que se constrói nos encontros
e nas relações. Temos “Uma caixa de
ferramentas que deve se abrir para
incorporar novos saberes e práticas
dos processos em produção”.
“No SUS temos que criar espaços para
que as pessoas se coloquem como
partes do processo de construção.
Quem aprimora o sistema são os
trabalhadores, os usuários e todos os
atores envolvidos e cada um tem seu
saber, sua experiência. É nesse espaço
de ouvir que a educação permanente
acontece”, concluiu Rossana.
setembro 2015 25