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Aterro sanitário em municípios de pequeno porte

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23º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Engenharia Sanitária e Ambiental<br />

III-205 - ATERRO SANITÁRIO EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE:<br />

ESTUDO DO POTENCIAL DE APLICAÇÃO DE TECNOLOGIAS<br />

SIMPLIFICADAS NA REGIÃO DO SEMI-ÁRIDO BAIANO<br />

Ivan Euler Pereira <strong>de</strong> Paiva (1)<br />

Engenheiro Civil (EP/UFBA), Mestre <strong>em</strong> Engenharia Ambiental Urbana (EPUFBA).<br />

Viviana Maria Zanta<br />

Engenheiro Civil (DECiv/ UFSCar), Doutora <strong>em</strong> Hidráulica e Saneamento (EESC/USP) Prof a . Adjunta do<br />

Departamento <strong>de</strong> Engenharia Ambiental DEA/EPUFBA; Prof a . Permanente do Mestrado <strong>em</strong> Engenharia<br />

Ambiental Urbana MEAU/EPUFBA<br />

En<strong>de</strong>reço (1) : Rua Aristi<strong>de</strong>s Novis, 02 Fe<strong>de</strong>ração – CEP 40210-630 - Salvador - Bahia – Brasil - Tel: (71)<br />

3203-9454 - e-mail: euler@ufba.br<br />

RESUMO<br />

Um dos maiores probl<strong>em</strong>as que enfrenta a socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna é o manejo ina<strong>de</strong>quado dos resíduos sólidos,<br />

sobretudo no tocante ao chamado <strong>de</strong>stino a<strong>de</strong>quado dos resíduos sólidos urbanos. No Brasil este probl<strong>em</strong>a<br />

ainda é mais crítico porque ainda persiste um número significativo <strong>de</strong> municípios, principalmente <strong>de</strong> <strong>pequeno</strong><br />

<strong>porte</strong>, que por escassez <strong>de</strong> recursos humanos e financeiros não tratam e <strong>de</strong>positam a<strong>de</strong>quadamente os resíduos<br />

sólidos, ocasionando impactos negativos.<br />

Para os municípios com população urbana <strong>de</strong> até 20.000 habitantes, consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong> <strong>pequeno</strong> <strong>porte</strong>,<br />

correspon<strong>de</strong>ndo à cerca <strong>de</strong> 73,1% dos municípios brasileiros, exist<strong>em</strong> algumas tecnologias propostas que<br />

primam pela simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação e operação <strong>de</strong> aterros <strong>de</strong> disposição, s<strong>em</strong> prejuízo para o meio<br />

ambiente ou à saú<strong>de</strong> pública como as mencionadas pela CONDER, 2000; CEPIS/OMS, 1991, CETESB,1997;<br />

PROSAB, 2003.<br />

Esta pesquisa analisou as tecnologias mencionadas juntamente com as condições do s<strong>em</strong>i-árido do baiano a<br />

fim <strong>de</strong> selecionar regiões com potencial <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>ssas tecnologias.<br />

Os resultados indicaram que 54% da região do s<strong>em</strong>i-árido baiano possui alto potencial <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> aterros<br />

simplificados, abrangendo 147 municípios <strong>de</strong> <strong>pequeno</strong> <strong>porte</strong>. Em 57% da área consi<strong>de</strong>rada a<strong>de</strong>quada o<br />

potencial <strong>de</strong> aplicação é médio, já que há alguma restrição ambiental que <strong>de</strong>verá ser minimizada pela escolha<br />

criteriosa da tecnologia a ser adotada.<br />

Conclui-se portanto, que as características ambientais do s<strong>em</strong>i-árido baiano são favoráveis à implantação das<br />

tecnologias simplificadas <strong>de</strong> aterros <strong>de</strong> disposição final <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos <strong>em</strong> municípios <strong>de</strong><br />

<strong>pequeno</strong> <strong>porte</strong>.<br />

PALAVRAS-CHAVE: Resíduos sólidos, <strong>Aterro</strong> sanitário, <strong>Aterro</strong> simplificado, S<strong>em</strong>i-árido baiano.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A maior parte dos municípios brasileiros <strong>de</strong> <strong>pequeno</strong> <strong>porte</strong> <strong>de</strong>stina seus resíduos <strong>em</strong> lixões. Para estas<br />

comunida<strong>de</strong>s a adoção <strong>de</strong> técnicas tradicionais, como a do aterro sanitário, implica <strong>em</strong> alto investimento<br />

inicial, frente à limitação <strong>de</strong> recursos orçamentários ou a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos, tais como, trator <strong>de</strong><br />

esteiras, dificultando a adoção <strong>de</strong>sta tecnologia.<br />

No estado da Bahia cerca <strong>de</strong> 351 municípios possu<strong>em</strong> população urbana inferior a 20.000 habitantes, sendo<br />

que <strong>de</strong>stes, 227 localizam-se na região s<strong>em</strong>i-árida do estado da Bahia. Portanto, aproximadamente 55% dos<br />

municípios do estado pod<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>rados como municípios <strong>de</strong> <strong>pequeno</strong> <strong>porte</strong> conforme o critério<br />

estabelecido neste trabalho.<br />

A fim <strong>de</strong> propiciar alternativas <strong>de</strong> disposição final <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos para municípios <strong>de</strong> <strong>pequeno</strong><br />

<strong>porte</strong> foram <strong>de</strong>senvolvidas várias tecnologias como as propostas pela CONDER, CETESB, PROSAB e<br />

CEPIS/OMS que primam pela simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação e operação <strong>de</strong> aterros <strong>de</strong> disposição ou que<br />

buscam tratar por processo biológico anaeróbio a fração orgânica dos resíduos aterrados, s<strong>em</strong> prejuízo para o<br />

meio ambiente ou à saú<strong>de</strong> pública. (CONDER, 2000; CEPIS/OMS, 1991, CETESB,1997; PROSAB, 2003).<br />

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23º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Engenharia Sanitária e Ambiental<br />

Devido às particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> concepção <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las é importante analisá-las sob a perspectiva das<br />

características ambientais da região on<strong>de</strong> pod<strong>em</strong> ser implantadas. Neste sentido, o presente trabalho<br />

i<strong>de</strong>ntificou o potencial <strong>de</strong> aplicação das tecnologias, anteriormente citadas, consi<strong>de</strong>rando vários critérios <strong>de</strong><br />

seleção <strong>de</strong> áreas para a região do s<strong>em</strong>i-árido baiano.<br />

OBJETIVO<br />

Indicar as áreas da região do s<strong>em</strong>i-árido baiano com potencial <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> tecnologias simplificadas <strong>de</strong><br />

aterros <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos.<br />

MÉTODO<br />

O projeto foi <strong>de</strong>senvolvido <strong>em</strong> três etapas. A 1ª etapa consistiu na revisão da literatura técnica e científica com<br />

o objetivo <strong>de</strong> conhecer as tecnologias simplificadas <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos para pequenas<br />

comunida<strong>de</strong>s e as características ambientais da região s<strong>em</strong>i-árida do estado da Bahia.<br />

A 2ª etapa constituiu-se <strong>de</strong> uma análise comparativa entre as principais tecnologias simplificadas i<strong>de</strong>ntificadas<br />

com intuito <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar suas características comuns e particulares.<br />

Na 3ª etapa compreen<strong>de</strong>u a sist<strong>em</strong>atização dos dados relacionando a concepção das tecnologias estudadas<br />

com critérios ambientais <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> áreas para a região do s<strong>em</strong>i-árido baiano visando à i<strong>de</strong>ntificação das<br />

regiões do estado da Bahia com potencial <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> tecnologias simplificadas <strong>de</strong> disposição dos<br />

resíduos sólidos urbanos.<br />

Nesta ultima etapa <strong>em</strong>pregou-se critérios eliminatórios e classificatórios. Os critérios utilizados como<br />

eliminatórios foram; população urbana inferior ou igual a 20.000 habitantes e a <strong>de</strong>limitação geográfica da<br />

região do s<strong>em</strong>i-árido baiano. Já os adotados como classificatórios são apresentados no Quadro 01.<br />

Para cada critério classificatório elaborou-se mapas na escala 1/1.000.000 baseados nas fontes disponíveis<br />

(CPRM, CBPM, SRH, Projeto RadamBrasil). De acordo com as características ambientais que favoreciam ou<br />

não um maior risco <strong>de</strong> contaminação dos mananciais as áreas receberam, notas variando <strong>de</strong> 0, 1 ou 2<br />

significando, respectivamente, uso a<strong>de</strong>quado, restrito ou ina<strong>de</strong>quado. A sobreposição <strong>de</strong>stas cartas originou o<br />

mapa final adotando-se que somente as áreas que não tivess<strong>em</strong> recebido nota 0 <strong>em</strong> todos as cartas parciais,<br />

seriam consi<strong>de</strong>radas a<strong>de</strong>quadas, as que não tivess<strong>em</strong> recebido nota 2, mas tivess<strong>em</strong> recebido pelo menos uma<br />

nota 1 como restritas e as que tiveram pelo menos uma nota 2, consi<strong>de</strong>rada ina<strong>de</strong>quada. Os mapas foram<br />

elaborados com o auxilio do programa Arcview versão 8.0.<br />

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Quadro 01: Resumo da classificação <strong>em</strong> relação as características ambientais<br />

CLASSIFICAÇÃO<br />

/ NOTA<br />

A<strong>de</strong>quado<br />

Nota 0<br />

Restrito<br />

Nota 1<br />

Ina<strong>de</strong>quado<br />

Nota 02<br />

CRITÉRIO CLASSIFICATÓRIO/ CARACTERISTICAS AMBIENTAIS<br />

Pluviometria Solos Hidrogeologia Geologia<br />

p < 800<br />

mm/ano<br />

p > 800<br />

mm/ano<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

-<br />

⋅ Solo profundo<br />

⋅ Solo com textura<br />

argilosa<br />

⋅ Solo pouco profundo<br />

⋅ Solo textura media a<br />

arenosa<br />

⋅ Solo raso<br />

⋅ Solo com percentual<br />

elevado <strong>de</strong> areia<br />

⋅ Solo com alta<br />

concentração <strong>de</strong><br />

fragmentos rochosos<br />

⋅ Solo com alto teor <strong>de</strong><br />

argila expansiva<br />

⋅ Solos hidromórficos<br />

⋅ Domínio com<br />

pouca capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> armazenar<br />

água e que <strong>em</strong><br />

sua maioria são<br />

águas salobras<br />

⋅ Domínio alto<br />

potencial <strong>de</strong> água<br />

<strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong><br />

e elevado grau <strong>de</strong><br />

porosida<strong>de</strong><br />

⋅ Domínio com<br />

facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<br />

água abrir<br />

caminhos por<br />

meio da<br />

dissolução da<br />

rocha.<br />

⋅ Baixa<br />

permeabilida<strong>de</strong><br />

intersticial<br />

protegendo as águas<br />

subterrâneas<br />

⋅ Boa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

su<strong>porte</strong><br />

⋅ Sujeitos a<br />

<strong>de</strong>slizamentos,<br />

expansão,<br />

<strong>de</strong>formação,<br />

compactação<br />

⋅ Alta permeabilida<strong>de</strong><br />

intersticial<br />

⋅ Elevada<br />

permeabilida<strong>de</strong><br />

fissural por<br />

cavida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

dissolução<br />

⋅ Elevada permoporosida<strong>de</strong><br />

⋅ Áreas inundadas<br />

As tecnologias i<strong>de</strong>ntificadas na literatura pertinente foram o aterro <strong>em</strong> valas (CETESB, 1997), aterro sanitário<br />

simplificado (CONDER, 2002), aterro manual (CEPIS/OMS, 1991) e o aterro sustentável (PROSAB, 2003).<br />

O Quadro 02 apresenta as principais características <strong>de</strong> concepção <strong>de</strong> cada uma das tecnologias mencionadas.<br />

Observam-se vários pontos <strong>em</strong> comuns, tais como, escavação <strong>de</strong> valas ou trincheiras, uso <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong><br />

baixo custo, uso <strong>de</strong> cobertura diária dos resíduos, entre outras.<br />

Dentre as tecnologias analisadas o aterro sanitário simplificado (CONDER, 2002), po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada a<br />

mais simples, dispensando sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> drenag<strong>em</strong> <strong>de</strong> gases e <strong>de</strong> lixiviado, e também a barreira<br />

impermeabilizante <strong>de</strong> argila ou liner sintético, usando somente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenuação do solo natural.<br />

Por sua vez , o aterro sustentável (PROSAB, 2003) apresenta vários sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> proteção ambiental, tais<br />

como, barreiras <strong>de</strong> fundo e lateral, sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> drenag<strong>em</strong> <strong>de</strong> gases e lixiviado ou mesmo o uso <strong>de</strong> técnicas<br />

como a recirculação do lixiviado po<strong>de</strong>ndo ser consi<strong>de</strong>rada a mais complexa.<br />

Certamente as tecnologias simplificadas constitu<strong>em</strong>-se <strong>em</strong> alternativas mais viáveis para disposição final<br />

dos resíduos sólidos urbanos <strong>de</strong> <strong>pequeno</strong>s municípios. No entanto ressalta-se a necessida<strong>de</strong> da análise<br />

rigorosa do local selecionado, com o intuito <strong>de</strong> verificar a compatibilida<strong>de</strong> das características da tecnologia<br />

escolhida com a capacida<strong>de</strong> su<strong>porte</strong> do meio.<br />

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23º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Engenharia Sanitária e Ambiental<br />

Quadro 02: Principais características <strong>de</strong> várias tecnologias simplificadas para disposição <strong>de</strong> resíduos<br />

sólidos<br />

El<strong>em</strong>entos<br />

<strong>Aterro</strong> <strong>em</strong><br />

valas (a)<br />

<strong>Aterro</strong> sanitário<br />

simplificado (b)<br />

<strong>Aterro</strong><br />

manual (c)<br />

<strong>Aterro</strong><br />

sustentável (d)<br />

População máxima a ser<br />

atendida<br />

25.000 hab. 20.000 hab. 30.000 hab. 20.000 hab.<br />

Peso máximo <strong>de</strong> resíduos<br />

<strong>de</strong>positado por dia<br />

Método construtivo para o<br />

confinamento<br />

10 t/d 20 t/d 15 t/d 20 t/d<br />

Valas<br />

Trincheiras e<br />

aterramento<br />

celular<br />

Área e<br />

Trincheiras<br />

Trincheiras<br />

Profundida<strong>de</strong> do aterro (p) ≅ 3m p ≤ 4m 2 a 4m 2 a 3m<br />

Barreira inferior<br />

Argila<br />

impermeável e<br />

liner sintético<br />

Argila<br />

impermeável<br />

Argila<br />

impermeável e<br />

liner sintético<br />

Argila<br />

impermeável e<br />

liner sintético<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> drenag<strong>em</strong> <strong>de</strong> pluviais Existente Existente Existente Existente<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> drenag<strong>em</strong> <strong>de</strong> gás Não existente Não existente Existente Existente<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> drenag<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

lixiviado<br />

Não existente Não existente Existente Existente<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> tratamento do gás Não existente Não existente Existente Existente<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> tratamento do<br />

lixiviado<br />

Forma <strong>de</strong> compactação dos<br />

resíduos sólidos<br />

Grau <strong>de</strong> compactação 500kg/m 3<br />

Cobertura intermediária dos<br />

resíduos<br />

Vida útil <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong><br />

(vala ou trincheira)<br />

Tipo <strong>de</strong> solo recomendado para<br />

se implantar o aterro<br />

Restrição da tecnologia quanto à<br />

valores <strong>de</strong> índice pluviométrico<br />

Não existente Não existente Existente Existente<br />

Manual Manual<br />

400kg/m 3<br />

Uso <strong>de</strong><br />

equipamentos<br />

manuais<br />

400-500kg/m 3<br />

Uso <strong>de</strong><br />

equipamentos<br />

manuais<br />

* 500kg/m 3<br />

Diária Diária Diária Diária<br />

1 mês 1 ano 1 ano 2 a 4 meses<br />

Argila Argila Argila Argila<br />

Não mencionado Não mencionado Não mencionado Não mencionado<br />

* Dados referentes ao aterro sustentável implantado <strong>em</strong> Catas Alta/MG (Fonte: PROSAB, 2003)<br />

(a) CETESB, 1997<br />

(b) CONDER, 2000<br />

(c) CEPIS/OMS, 1991<br />

(d) PROSAB,2003<br />

A carta apresentada pela Figura 1 indica áreas do s<strong>em</strong>i-árido baiano com potencial <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> tecnologias<br />

simplificadas para disposição <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos.<br />

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23º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Engenharia Sanitária e Ambiental<br />

Figura 01: Mapa final <strong>de</strong> áreas do s<strong>em</strong>i-árido baiano com potencial <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> tecnologias<br />

simplificadas para disposição <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos<br />

Os resultados obtidos permitiram indicar o maior ou menor potencial <strong>de</strong> uso das tecnologias simplificadas<br />

frente os critérios ambientais utilizados neste trabalho. Cabe ressaltar, entretanto, que <strong>de</strong>vido ao nível <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>talhamento das informações e mapas usados nesse estudo (escala 1: 1.000.000), são necessários estudos <strong>em</strong><br />

escalas mais apropriadas que permitam um maior grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento, b<strong>em</strong> como, a inclusão <strong>de</strong> outros<br />

critérios ambientais.<br />

Para áreas consi<strong>de</strong>radas a<strong>de</strong>quadas o uso da tecnologia CONDER parece ser viável por se ter uma menor<br />

geração <strong>de</strong> lixiviado e condições <strong>de</strong> solo mais a<strong>de</strong>quadas.<br />

Para áreas i<strong>de</strong>ntificas como restritas <strong>de</strong>ve-se adotar alternativas que possuam sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> proteção ambiental<br />

compatíveis com as características ambientais <strong>de</strong>sfavoráveis. Nestas condições, áreas com alto índice<br />

pluviométrico ou solo muito permeáveis sugere-se o uso do aterro sustentável (PROSAB) por consi<strong>de</strong>rar a<br />

possibilida<strong>de</strong> do uso <strong>de</strong> barreiras impermeabilizantes e o uso <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> drenag<strong>em</strong> e tratamento <strong>de</strong> lixiviado<br />

Ainda <strong>em</strong> relação às áreas restritas estudos, “in loco”, pod<strong>em</strong> permitir a seleção <strong>de</strong> áreas com melhores<br />

condições, assim recomenda-se que para as áreas restritas: (1) <strong>de</strong>vido a presença <strong>de</strong> solo pouco profundo,<br />

<strong>de</strong>ve-se procurar locais on<strong>de</strong> exista um nível profundo <strong>de</strong> rocha alterada mole (regolito ou manto <strong>de</strong> alteração<br />

residual), passível <strong>de</strong> escavação; (2) <strong>em</strong> relação à textura arenosa do solo, <strong>de</strong>ve-se fazer um estudo para a<br />

busca <strong>de</strong> solos que tenham um teor maior <strong>de</strong> argila, para que se possam escavar as valas s<strong>em</strong> perigo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>smoronamento. Este solo também servirá para impermeabilizar talu<strong>de</strong>s e base <strong>de</strong> aterro; (3) a colocação <strong>de</strong><br />

uma camada espessa <strong>de</strong> solo com textura argilosa, fazendo o papel <strong>de</strong> barreira impermeabilizante, sob os<br />

domínios das bacias sedimentares, minimiza os impactos causados pelo lixiviado, como a contaminação dos<br />

mananciais subterrâneos; (4) <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> se situar<strong>em</strong> <strong>em</strong> regiões <strong>de</strong> relevo muito ondulado a<br />

montanhoso, <strong>de</strong>ve-se procurar áreas mais suaves, com menor presença <strong>de</strong> matacões e afloramento <strong>de</strong> rocha,<br />

para facilitar a escavação e a drenag<strong>em</strong> <strong>de</strong> águas.<br />

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23º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Engenharia Sanitária e Ambiental<br />

CONCLUSÕES<br />

Os resultados <strong>de</strong>sta pesquisa indicam que 54% da região do s<strong>em</strong>i-árido baiano possui potencial para o uso da<br />

tecnologia simplificada o que abrange 147 municípios <strong>de</strong> <strong>pequeno</strong> <strong>porte</strong>. Em 57% <strong>de</strong>sta área, consi<strong>de</strong>rada<br />

a<strong>de</strong>quada, o potencial é mediano, já que existe alguma restrição ambiental que <strong>de</strong>verá ser minimizada pela<br />

tecnologia simplificada a ser adotada.<br />

Dentre essas tecnologias, o aterro sanitário simplificado e o aterro sustentável são as mais promissoras para<br />

aplicação à região do s<strong>em</strong>i-árido baiano.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

1. BRASIL. Ministério <strong>de</strong> Minas e Energias. Projeto Radambrasil - mapa <strong>de</strong> solos do estado da Bahia.<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro: 1983. Color. Escala 1:1.000.000.<br />

2. CASTILHOS JÚNIOR, A. B. et al. (Org.) Alternativas <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> resíduos sólidos urbanos para<br />

pequenas comunida<strong>de</strong>s. Rio Janeiro: RiMa: ABES, 2002.<br />

3. CENTRO PANAMERICANO DE INGENIERÍA SANITARIA Y CIENCIAS DEL AMBIENTE/<br />

ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD (CEPIS/OPS). Residuos sólidos municipales.<br />

Guía para el diseño, construcción y operación <strong>de</strong> rellenos sanitarios manuales. Programa <strong>de</strong> Salud<br />

Ambiental. Serie Técnica nº 28. Washington D. C., 2002.<br />

4. COMPANHIA BAIANA DE PESQUISA MINERAL (CBPM). Texto explicativo para o mapa<br />

geológico do estado da Bahia. Escala 1:1.000.000. Superintendência. Salvador: <strong>de</strong> Geologia e Recursos<br />

Minerais (SGM), 2000. 382p.<br />

5. COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DO ESTADO DA BAHIA. Projeto, concepção<br />

e manual <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> aterros sanitários manuais - mo<strong>de</strong>lo CONDER, Salvador, 2002.<br />

6. COMPANHIA DE PESQUISAS E RECURSOS MINERAIS (CPRM). Mapa geológico do estado da<br />

Bahia. São Paulo: 2003. Color. Escala 1:1.000.000.<br />

7. COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL (CETESB) – Companhia <strong>de</strong><br />

Tecnologia <strong>de</strong> Saneamento Ambiental. <strong>Aterro</strong>s sanitários <strong>em</strong> valas, apostilas ambientais, São Paulo, 1997.<br />

8. FIÚZA, J. M. S. Nova Tendência <strong>de</strong> disposição final <strong>de</strong> resíduos sólidos no estado da Bahia: <strong>Aterro</strong><br />

sanitário simplificado. SIMPÓSIO ÍTALO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E<br />

AMBIENTAL, VI., 2002, Vitória – ES. Anais... Rio Janeiro: ABES, 2002.<br />

9. JARAMILLO, J. A. Efectos <strong>de</strong> la ina<strong>de</strong>cuada gestión <strong>de</strong> residuos sólidos. 2002. Centro Panamericano<br />

<strong>de</strong> Ingeniería y Ciencias <strong>de</strong>l Ambiente. Disponível <strong>em</strong>: Acesso <strong>em</strong>: agosto. 2003.<br />

10. PROGRAMA DE PESQUISA EM SANEAMENTO BÁSICO (PROSAB). Resíduos Sólidos Urbanos:<br />

<strong>Aterro</strong> Sustentável para Municípios <strong>de</strong> Pequeno Porte. Rio <strong>de</strong> Janeiro: ABES, RiMa, 2003.<br />

11. SUPERINTENDÊNCIA DE RECURSOS HÍDRICOS - SRH (Bahia). Plano Estadual <strong>de</strong> Recursos<br />

Hídricos do Estado da Bahia. Salvador: 2004. CD-ROM.<br />

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