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ANÁLISE EXPERIMENTAL DA DUCTILIDADE DE LIGAÇÕES<br />
METÁLICAS VIGA-PILAR COM PLACA DE EXTREMIDADE<br />
Ana M. Girão Coelho 1 , Frans Bijlaard 2 e Luís Simões da Silva 3<br />
RESUMO<br />
Este trabalho apresenta e discute os resultados experimentais de uma série de oito<br />
ensaios monotónicos realizados em ligações metálicas viga-pilar com placa de extremidade.<br />
Estes ensaios permitem analisar: (i) o comportamento deste tipo de ligações até à rotura, (ii)<br />
os modos de rotura e (iii) a capacidade de rotação. Os provetes foram dimensionados por<br />
forma a que a rotura ocorresse na placa de extremidade e/ou parafusos, sem que a viga<br />
atingisse a resistência plástica. Nos vários ensaios fizeram-se variar apenas dois parâmetros<br />
geométricos e mecânicos: a espessura das placas e a classe do aço. Os resultados evidenciam<br />
que o aumento da espessura da placa melhora a resistência e a rigidez da ligação em flexão e<br />
produz uma diminuição da sua capacidade de rotação.<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
O comportamento de ligações estruturais é frequentemente representado por uma<br />
curva momento-rotação (M-φ), caracterizada por três propriedades: resistência, rigidez e<br />
capacidade de rotação. Para efeitos de dimensionamento é prática comum considerar apenas a<br />
caracterização em termos de resistência e rigidez, sem ter em conta a capacidade rotacional da<br />
ligação. No entanto, a determinação da capacidade de rotação disponível torna-se<br />
imprescindível no dimensionamento de ligações de resistência parcial, em conjunto com uma<br />
análise plástica global ou em condições sísmicas.<br />
Os trabalhos de investigação no âmbito da capacidade de rotação de ligações com<br />
placa de extremidade são ainda escassos, embora se encontrem algumas referências na<br />
bibliografia. Zoetemeijer [1] , baseando-se numa série de resultados experimentais, propôs<br />
alguns critérios e expressões empíricas simplificadas para estimar a rotação deste tipo de<br />
ligações. Mais tarde, Jaspart [2] alargou o âmbito destes critérios para que fossem incluídos no<br />
1 Eq. Professor Adjunto, Dept. de Engenharia Civil, Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, Portugal.<br />
2 Professor, Dept. Estruturas Metálicas e de Madeira, Universidade Técnica de Delft, Holanda.<br />
3 Professor Catedrático, Dept. de Engenharia Civil, Universidade de Coimbra, Portugal.
II-594 V Congresso de Construção Metálica e Mista<br />
Eurocódigo 3 [3] . Neste regulamento assume-se que uma ligação aparafusada com placa de<br />
extremidade possui capacidade de rotação suficiente para análise plástica caso se verifiquem,<br />
simultaneamente, as seguintes condições: (i) a resistência em flexão da ligação é<br />
condicionada pela resistência do banzo do pilar ou da placa de extremidade em flexão e (ii) a<br />
espessura t do banzo do pilar ou da placa de extremidade, não necessariamente a mesma<br />
componente de (i), satisfaça a seguinte condição:<br />
t ≤ d f f (1)<br />
0.36 ub . y<br />
sendo d o diâmetro do parafuso, fu.b a tensão última do parafuso e fy a tensão de cedência da<br />
componente básica relevante.<br />
Recentemente, alguns autores desenvolveram metodologias simplificadas, baseadas no<br />
método das componentes, para quantificação da capacidade de rotação global. Uma vez que,<br />
na maioria dos casos, as principais componentes deformáveis de uma ligação são modeladas<br />
por meio de “T-<strong>stub</strong>s” [4,5] , foi dada uma especial atenção à avaliação da capacidade de<br />
deformação destas componentes: Swanson [6] desenvolveu uma metodologia para<br />
caracterização da ductilidade de ligações tipo “T-<strong>stub</strong>”; Faella e co-autores [7] implementaram<br />
um procedimento para avaliação da deformação de um “T-<strong>stub</strong>” isolado e, posteriormente, da<br />
ligação completa. Beg et al. [8] propuseram um método de caracterização da curva M-φ,<br />
incluindo também a avaliação da capacidade de rotação. Estes autores analisaram<br />
componentes diferentes, nomeadamente a alma do pilar, os parafusos em tracção, o banzo do<br />
pilar e a placa de extremidade em flexão, e propuseram expressões simples para avaliação da<br />
capacidade de deformação, com base em resultados numéricos.<br />
Este trabalho centra-se na avaliação experimental das características supra<br />
mencionadas para ligações metálicas viga-pilar com placa de extremidade e quatro parafusos<br />
na zona traccionada. Os oito ensaios descritos neste trabalho permitem comparar a resistência,<br />
rigidez e ductilidade de ligações de geometria idêntica, com placas de diferente espessura e<br />
classe de aço. Sendo a ductilidade uma característica particularmente importante no<br />
desempenho das li-gações, é dada alguma atenção na avaliação da capacidade de rotação. Os<br />
resultados evidenciam o ganho de ductilidade que se consegue ao utilizar placas menos<br />
espessas e de classes de aço inferiores.<br />
2. DESCRIÇÃO DO PROGRAMA EXPERIMENTAL<br />
2.1 Detalhes dos ensaios<br />
No programa experimental consideraram-se quatro tipologias de ensaios, tendo sido<br />
testados dois provetes para cada tipologia. Utilizou-se a mesma secção transversal para a viga e<br />
para o pilar nas quatro tipologias (tabela 1). A placa de extremidade, em cada ensaio, foi soldada<br />
à viga por meio de cordões de soldadura contínuos, de resistência total. Os consumíveis<br />
utilizados na execução da soldadura foram eléctrodos básicos e com baixo teor de hidrogénio<br />
Tabela 1 – Detalhes dos ensaios<br />
Ensaio # Pilar Viga Placa de extremidade<br />
Secção Classe do aço Secção Classe do aço tp (mm) Classe do aço<br />
FS1 2 HE340M S355 IPE300 S235 10 S355<br />
FS2 2 HE340M S355 IPE300 S235 15 S355<br />
FS3 2 HE340M S355 IPE300 S235 20 S355<br />
FS4 2 HE340M S355 IPE300 S235 10 S690
Ligações Estruturais II-595<br />
400 400<br />
1200<br />
400<br />
309<br />
HE340M<br />
377<br />
Bolts 1/3/5<br />
Bolts 2/4/6<br />
DT8/11<br />
tp = 10, 15, 20<br />
5.5 ~ 6<br />
DT11 DT9/10<br />
3.5 ~ 4<br />
DT8 DT6/7<br />
DT5<br />
DT6/9<br />
DT4<br />
DT7/10<br />
IPE300<br />
DT3 DT2 DT1<br />
100 200 300 300<br />
10<br />
1000 200<br />
DT5 DT4 DT3 DT2 DT1<br />
Fig. 1 – Geometria dos provetes (dimensões em [mm])<br />
por forma a assegurar um comportamento<br />
global dúctil [9] . Em todos os ensaios<br />
utilizaram-se parafusos M20 da classe 8.8.<br />
As Figs. 1-2 ilustram a geometria dos<br />
ensaios. A secção transversal do pilar é um<br />
perfil HE340M, escolhida de forma a<br />
assegurar que o pilar se comportava como<br />
um elemento rígido. Os provetes foram<br />
dimensionados em conformidade com os<br />
requisitos do Eurocódigo 3 e assegurando<br />
que a rotura ocorreria na placa de<br />
extremidade e/ou parafusos na zona<br />
traccionada da ligação, sem desenvolvimento<br />
da resistência plástica total da viga.<br />
69.65<br />
aw = 5.5 ~ 6<br />
aw = 3.5 ~ 4<br />
30 45 45 30<br />
11 13<br />
2 12 1<br />
4 5 6<br />
7 8<br />
4<br />
3<br />
14<br />
15<br />
2.2 Propriedades mecâncias do aço estrutural e dos parafusos<br />
9<br />
10<br />
3<br />
6 5<br />
30<br />
90<br />
30<br />
250<br />
Load<br />
300<br />
300<br />
150<br />
Unidirectional strain gauges<br />
xy strain gauges<br />
Fig. 2 – Detalhe da placa de extremidade<br />
(dimensões em [mm]) e instrumentação<br />
Os ensaios de tracção dos provetes de aço estrutural respeitaram as indicações do<br />
RILEM [10] . As características médias destes ensaios estão sintetizadas na tabela 2. Indicamse,<br />
nesta tabela, os seguintes parâmetros: módulo de elasticidade, E, módulo de<br />
endurecimento, Est, tensão de cedência e última (valores estáticos), fy e fu, a razão ρy = fy/fu, a<br />
extensão no final do patamar de cedência, εst, a extensão uniforme, εuni, e a extensão última,<br />
εu.
II-596 V Congresso de Construção Metálica e Mista<br />
Foram utilizados dois tipos de parafusos nos vários ensaios, como explicado à frente.<br />
Para cada grupo de parafusos, ensaiaram-se três parafusos maquinados, em tracção,<br />
respeitando a norma ISO 898-1999(E) [11] . As propriedades médias são dadas na tabela 3.<br />
Placa<br />
extrem.<br />
Provete Classe<br />
aço<br />
Tabela 2 – Valores médios das propriedades dos aços estruturais<br />
E<br />
(MPa)<br />
Est<br />
(MPa)<br />
fy<br />
(MPa)<br />
fu<br />
(MPa)<br />
ρy εst εuni εu<br />
tp = 10 S355 209856 2264 340.12 480.49 0.708 0.015 0.224 0.361<br />
tp = 15 S355 208538 2901 342.82 507.85 0.675 0.020 0.198 0.475<br />
tp = 20 S355 208622 2771 342.62 502.59 0.682 0.017 0.196 0.457<br />
tp = 10 S690 204462 2495 698.55 741.28 0.940 0.014 0.075 0.174<br />
Alma S235 208332 1856 299.12 446.25 0.670 0.016 0.235 0.464<br />
Viga Banzo S235 209496 1933 316.24 462.28 0.684 0.016 0.235 0.299<br />
Tabela 3 – Valores médios das propriedades dos parafusos<br />
Grupo E (MPa) fy (MPa) fu (MPa) εu<br />
1 223166 857.33 913.78 0.272<br />
2 222982 854.31 916.81 0.231<br />
2.3 Instrumentação dos provetes<br />
A carga foi aplicada monotonicamente por um actuador de 400 kN (amplitude máxima<br />
±200 mm), localizado a uma distância de 200 mm da extremidade livre da viga.<br />
Providenciou-se um dispositivo que prevenisse a encurvadura lateral da viga com o decurso<br />
do ensaio, que foi colocado perto da zona de aplicação da carga. Os ensaios foram conduzidos<br />
com controle de deslocamento, com uma velocidade constante de 0.02 mm/s, até à rotura. O<br />
ensaio iniciou-se com carregamento do provete até um nível de resistência igual a 2/3Mj.Rd,<br />
correspondente ao valor elástico limite teórico. Mj.Rd é a resistência plástica da ligação,<br />
calculada com base no Eurocódigo 3. Em seguida, o provete foi totalmente descarregado e,<br />
posteriormente, ensaiado até à rotura. Nesta terceira fase, o ensaio foi interrompido para<br />
níveis de carga correspondentes a 2/3Mj.Rd, Mj.Rd, na zona de transição elástica-plástica da<br />
curva de comportamento e, após este nível, cada seis minutos, equivalente a um deslocamento<br />
do actuador de 7.2 mm. A zona de transição (KR) da curva M-φ corresponde à transição entre<br />
a parte rígida e a parte de amaciamento da resposta.<br />
O plano de instrumentação está descrito nas Figs. 1-2 anteriores. Os objectivos<br />
principais deste plano são as medições da carga aplicada, os deslocamentos relevantes da<br />
ligação (e.g. deslocamento vertical da viga, deslocamento horizontal da placa de extremidade<br />
e banzo da viga traccionado) e alongamento dos parafusos. Os deslocamentos foram medidos<br />
através de transdutores “Linear Variable Displacement Transducers” (LVDTs). A sua<br />
localização está indicada na Fig. 1 (DT1-DT11). As deformações dos parafusos traccionados<br />
foram medidas através de dispositivos especiais utilizados no laboratório. Têm a forma de<br />
uma ferradura e são designados neste trabalho por MBs. Podem medir deformações até 2 mm.<br />
A placa de ex-tremidade, na zona traccionada, foi instrumentada com extensómetros, SGs,<br />
TML (extensão máxima 21000 µm/m) (Fig. 2). Com base nos resultados fornecidos por estes<br />
extensómetros é possível caracterizar o estado de distribuição de extensões nesta zona. Além<br />
destes, foram também considerados extensómetros no banzo traccionado da viga.<br />
Em todos os provetes foi utilizado o mesmo plano de instrumentação por forma a<br />
comparar resultados com maior exactidão.
Ligações Estruturais II-597<br />
3. PRINCIPAIS RESULTADOS<br />
3.1 Modos de rotura<br />
A rotura das várias ligações ensaiadas envolveu sempre as componentes placa de<br />
extremidade e parafusos na zona traccionada. Observaram-se quatro modos de rotura (ou uma<br />
combinação destes): (i) fractura do cordão de soldadura, (ii) fractura da placa, (iii) fractura do<br />
parafuso e (iv) desfiamento da zona roscada do parafuso junto à porca. A tabela 4 apresenta<br />
os vários modos de rotura observados nos ensaios. A Fig. 3 ilustra esses modos.<br />
Tabela 4 – Modos de rotura observados nos ensaios<br />
Ensaio Modo de rotura<br />
FS1a Fractura do cordão de soldadura na ligação viga-placa de extremidade, na zona do<br />
banzo e da alma.<br />
FS1b Fractura do cordão de soldadura na ligação viga-placa de extremidade, na zona do<br />
banzo e da alma e fractura da placa, em lados opostos.<br />
FS2a Desfiamento da zona roscada do parafuso #4 junto à porca; fractura do cordão na<br />
largura da extensão da placa acima do banzo da viga traccionado, mas não na parte<br />
interior.<br />
FS2b Desfiamento da zona roscada dos parafusos #1 e #4 junto à porca, sem fractura da<br />
placa ou do cordão.<br />
FS3a Desfiamento da zona roscada dos parafusos #3 e #4 junto à porca; fractura (numa pequena<br />
extensão) do cordão próximo do parafuso #3, sem ocorrência de fendilhação.<br />
FS3b Desfiamento da zona roscada do parafuso #3 junto à porca.<br />
FS4a Fractura do parafuso #4 e fractura (numa pequena extensão) do cordão no<br />
prolongamento da placa acima do banzo da viga traccionado, junto ao parafuso #1,<br />
mas sem desenvolvimento de fenda no material.<br />
FS4b Fractura do parafuso #3.<br />
i) Detalhe da fractura do cordão na zona posterior b) Desfiamento da zona roscada do parafuso<br />
#4 junto à porca no provete FS3b<br />
ii) Detalhe da fractura da placa de extremidade na c) Fractura do parafuso #3 no provete FS4b<br />
zona anterior<br />
a) Provete FS1b<br />
Fig. 3 – Ilustração dos modos de rotura observados
II-598 V Congresso de Construção Metálica e Mista<br />
3.2 Curvas momento-rotação<br />
As curvas M-φ para cada um dos provetes ensaiados são traçadas no gráficos da Fig. 4.<br />
Os autores fornecem uma descrição detalhada destas curvas na literatura [12,13] . Para cada uma<br />
das quatro séries de ensaios, as respostas são idênticas, em todo o domínio elasto-plástico.<br />
Isto prova que os procedimentos de realização dos ensaios, bem como o plano de<br />
instrumentação, foram satisfatórios. Os gráficos da Fig. 4 comparam as curvas M-φ e<br />
evidenciam o aumento de resistência e rigidez rotacional com a espessura da placa (FS1, FS2<br />
e FS3). Com o aumento desta espessura, regista-se também uma diminuição da capacidade de<br />
rotação das ligações. O efeito do aumento da classe do aço é análogo a esta descrição (FS1 e<br />
FS4).<br />
Bending moment (kNm)<br />
Bending moment (kNm)<br />
240<br />
210<br />
180<br />
150<br />
120<br />
90<br />
60<br />
30<br />
0<br />
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120<br />
240<br />
210<br />
180<br />
150<br />
120<br />
90<br />
60<br />
30<br />
Connection rotation φ (mrad)<br />
FS1a FS1b<br />
Bending moment (kNm)<br />
240<br />
210<br />
180<br />
150<br />
120<br />
90<br />
60<br />
30<br />
0<br />
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120<br />
Connection rotation φ (mrad)<br />
a) Série FS1 b) Série FS2<br />
0<br />
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120<br />
Connection rotation φ (mrad)<br />
FS3a FS3b<br />
Bending moment (kNm)<br />
240<br />
210<br />
180<br />
150<br />
120<br />
90<br />
60<br />
30<br />
FS2a FS2b<br />
0<br />
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120<br />
Connection rotation φ (mrad)<br />
c) Série FS3 d) Série FS4<br />
Fig. 4 – Curvas momento-rotação correspondents aos vários ensaios<br />
A curva M-φ apresenta as seguintes<br />
características principais [14] : zona de transição<br />
elástica-plástica da curva, resistência plástica<br />
(em flexão), Mj.Rd, momento flector máxi-mo,<br />
Mmax, rigidez inicial, Sj.ini, rigidez pós-limite,<br />
Sj.p-l, rotação correspondente ao mo-mento<br />
flector máximo, φ e a capacidade de rotação,<br />
M max<br />
φCd (ver Fig. 5). Os valores de rigidez são<br />
determinados mediante análises de regressão<br />
linear dos troços “quase elásticos”, antes e<br />
depois da zona de transição.<br />
A ductilidade de uma ligação é uma<br />
propriedade que reflecte a extensão do pata-<br />
Bending moment, M (kNm)<br />
200<br />
160<br />
120<br />
80<br />
40<br />
MRd<br />
Sj.ini<br />
Sj.p-l<br />
Knee-range<br />
φ Mmax<br />
FS4a FS4b<br />
φ Cd<br />
0<br />
0 10 20 30 40 50 60 70<br />
Connection rotation, φ (mrad)<br />
Mmax<br />
Fig. 5 – Características das curvas momentorotação<br />
obtidas experimentalmente
Ligações Estruturais II-599<br />
mar de cedência da curva M-φ. Esta propriedade pode ser quantificada através de um índice,<br />
ψj, que relaciona a rotação máxima da ligação com a rotação correspondente ao valor da<br />
resistência plástica, φM Rd<br />
[2,15,16] :<br />
φmax<br />
ψ j =<br />
(2)<br />
φM<br />
Este índice é também avaliado para os vários ensaios. Uma vez que o valor experimental da<br />
resistência plástica da ligação não é fácil de determinar experimentalmente, consideram-se dois<br />
níveis de resistência: os limites inferior e superior da zona de transição da curva M-φ,<br />
correspondentes a ψj.inf e ψj.sup, respectivamente. São, igualmente, considerados dois valores de<br />
rotação máxima: φCd e φ , definidos na Fig. 5. A tabela 5 sintetiza as principais características<br />
M max<br />
das curvas. Em todas as situações o domínio da zona de transição é idêntico na mesma série. A<br />
resistência máxima é, também, similar, embora nos ensaios das séries FS1 e FS3 se registem<br />
algumas diferenças. Na série FS1, as observações experimentais indicam que a qualidade da<br />
soldadura no ensaio FS1a é pobre: o procedimento resultou num cordão “colado” em vez de um<br />
cordão “penetrado”. Esta situação induziu fendilhação prematura no provete [13] . Relativamente à<br />
série FS3, as discrepâncias surgem devido à utilização de lotes de parafusos diferentes nos dois<br />
ensaios. Adicionalmente, observou-se uma perturbação no ensaio FS3a para um nível de carga de<br />
190 kN, o que pode ter tido consequências ao nível do resultado final. Em termos de rigidez<br />
rotacional, surgem algumas diferenças, em particular na avaliação de Sj.ini para a série FS1 e Sj.p-l<br />
para a série FS3. As relações Sj.ini/Sj.p-l são idênticas para as quatro séries de ensaios. Exceptua-se<br />
a ligação FS3a, que exibe alguma perturbação na curva M-φ no domínio pós-limite, que leva a<br />
considerar duvidosos estes resultados, nesta gama.<br />
Em termos de valores máximos de rotação, os valores obtidos para Mmax são idênticos<br />
em cada série (uma vez mais se exceptua a ligação FS3a, pelos motivos já apontados),<br />
particularmente para a série FS2. Para φCd são obtidos maiores desvios, em especial nas séries<br />
FS1 e FS2. As diferenças encontradas para a série FS1 foram já explicadas. Nas séries FS2 e<br />
FS3, o valor de φCd não está bem definido, uma vez que corresponde ao início da descarga<br />
final do ensaio. Neste caso, não foi observada uma rotura física do material (seja a placa, um<br />
parafuso ou algum cordão de soldadura). Os ensaios foram interrompidos porque as<br />
deformações eram excessivas e havia o perigo de danificar o equipamento, caso se desse<br />
continuidade à realização do ensaio.<br />
Tabela 5 – Características principais das curvas momento-rotação<br />
Ensaio Resistência [kNm] Rigidez [kNm/mrad] Rotação [mrad]<br />
KR Mj.Rd Mmax Sj.ini Sj.p-l Sj.ini/Sj.p-l<br />
FS1a 65-112 105.60 142.76 18.19 0.84 21.55 61.55 68.91 ( Mφ Cd<br />
= 127.71 kNm)<br />
FS1b 68-120 109.30 161.17 16.84 0.74 22.78 77.05 111.22 ( Mφ Cd<br />
= 70.29 kNm)<br />
FS2a 120-174 165.65 193.06 23.39 0.84 27.93 41.72 82.88 ( Mφ Cd<br />
= 66.00 kNm)<br />
FS2b 117-181 170.22 197.31 22.00 0.92 23.91 40.30 60.89 ( Mφ Cd<br />
= 147.93 kNm)<br />
FS3a 112-186 172.27 202.91 23.23 1.81 12.82 25.00 42.76 ( Mφ Cd<br />
= 108.16 kNm)<br />
FS3b 122-200 192.66 214.35 21.56 1.03 20.96 29.99 48.74 ( Mφ Cd<br />
= 153.10 kNm)<br />
FS4a 110-170 165.60 185.32 16.18 0.78 20.61 37.70 61.69 ( Mφ Cd<br />
= 150.25 kNm)<br />
FS4b 110-170 163.52 187.67 17.15 0.74 23.29 43.85 64.24 ( Mφ =<br />
158.09 kNm)<br />
Rd<br />
φ<br />
M max<br />
φCd<br />
Cd
II-600 V Congresso de Construção Metálica e Mista<br />
3.3 Comportamento da zona traccionada<br />
3.3.1 Deformação da placa de extremidade<br />
A Fig. 6 ilustra as condições de rotura observadas para as quatro tipologias de ensaios.<br />
O comportamento global da placa de extremidade na zona traccionada da ligação pode<br />
ser descrito pela curva força-deformação. Embora não seja possível medir directamente estas<br />
grandezas ao nível da componente, é possível caracterizar completamente esta curva com<br />
base nas leituras dos LVDTs DT9 e DT10. Estes transdutores medem o afastamento entre a<br />
placa de extremidade e o banzo do pilar.<br />
A Fig. 7 compara o comportamento da placa de extremidade para as quatro séries de<br />
ensaios. A deformabilidade da placa aumenta para valores menores de espessura da placa e<br />
classes de aço inferiores. Como esperado, este comportamento é idêntico ao da rotação da<br />
ligação, uma vez que as componentes placa de extremidade e parafusos constituem a principal<br />
fonte de deformabilidade.<br />
3.3.2 Deformação dos parafusos<br />
Os resultados experimentais mostram que duas fiadas de parafusos traccionados<br />
transferem forças diferentes (Fig. 8): os parafusos na zona interior do banzo traccionado<br />
transferem maior valor de carga que os parafusos localizados na extensão da placa. Os<br />
gráficos da Fig. 9 confirmam, também, esta conclusão. Nestes gráficos compara-se a relação<br />
entre o alongamento do parafuso, δb para os parafusos #1 e #3 e o valor do afastamento placa<br />
Bending moment (kNm)<br />
a) Provete FS1a b) Provete FS2a c) Provete FS3b d) Provete FS4b<br />
Fig. 6 – Deformação da placa de extremidade nas condições de rotura dos ensaios<br />
240<br />
210<br />
180<br />
150<br />
120<br />
90<br />
60<br />
30<br />
FS3b<br />
FS4b<br />
FS2a<br />
FS1b<br />
0<br />
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33<br />
End plate (horiz.) deformation (δ DT9) (mm)<br />
Fig. 7 – Comparação das curvas de<br />
deformação da placa de extremidade<br />
Total applied load (kN)<br />
210<br />
180<br />
150<br />
120<br />
90<br />
60<br />
MB1 MB2<br />
30<br />
0<br />
MB3 MB4<br />
0.00 0.15 0.30 0.45 0.60 0.75 0.90 1.05 1.20 1.35 1.50<br />
(Tension) Bolt elongation (mm)<br />
Fig. 8 – Deformação do parafuso<br />
(e.g. provete FS4b)
Ligações Estruturais II-601<br />
de extremidade-banzo do pilar. Os gráficos evidenciam também que a influência da<br />
deformação do parafuso traccionado no comportamento global cresce à medida que aumenta<br />
tp e a classe do aço. Esta conclusão está de acordo com as observações anteriores.<br />
End pl. (hor.) def. (δ DT9) (mm)<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
FS1b<br />
FS4b<br />
FS2b<br />
FS3a<br />
0<br />
0.00 0.03 0.06 0.09 0.12 0.15 0.18 0.21 0.24 0.27 0.30<br />
δ b/δ DT9 (mm/mm)<br />
End pl. (hor.) def. (δ DT9) (mm)<br />
14<br />
12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
FS1b<br />
FS4b<br />
FS2b<br />
0<br />
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35 0.40 0.45 0.50<br />
δ b/δ DT9 (mm/mm)<br />
a) Parafuso #1 b) Parafuso #3<br />
Fig. 9 – Comportamento “adimensional” do parafuso<br />
4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS<br />
O Eurocódigo 3 apresenta regras quantitativas para estimativa da resistência plástica e<br />
rigidez inicial de uma ligação. Adicionalmente, fornece algumas recomendações em termos<br />
de verificação da capacidade de rotação de uma ligação. Nesta secção, comparam-se estes<br />
critérios com os resultados experimentais (síntese na tabela 6).<br />
A comparação de resultados em termos de resistência plástica permite concluir que as<br />
previsões do Eurocódigo 3 estão balizadas pelos valores limite da zona de transição da curva<br />
M-φ, mas abaixo das estimativas experimentais para este parâmetro (3ª coluna da tabela 6).<br />
Refira-se também que os padrões de linhas de rotura previstos no Eurocódigo 3 para as<br />
ligações ensaiadas (dupla curvatura para a fiada de parafusos localizada na extensão da placa<br />
de extremidade acima do banzo traccionado da viga e formação de um padrão de linhas de<br />
rotura que se estende às extremidades da placa – “side yielding” – na fiada de parafusos<br />
interior ao banzo traccionado da viga) estão em conformidade com as observações<br />
experimentais. Relativamente à avaliação da rigidez inicial, conclui-se que o Eurocódigo 3<br />
sobrestima esta propriedade (5ª coluna da tabela 6). Estas diferenças podem dever-se ao facto<br />
da expressão proposta pelo Eurocódigo 3 ter sido calibrada para uma certa gama de ligações.<br />
Uma vez que as ligações ensaiadas não são “equilibradas”, isto é, contém componentes muito<br />
Tabela 6 – Avaliação da resistência e rigidez inicial das ligações de acordo com o<br />
Eurocódigo 3 (a proporção apresentada refere-se aos valores experimentais,<br />
que correspondem aos valores médios de cada série)<br />
Ensaio Resistência [kNm] Rigidez [kNm/mrad] Critérios para verificação da capacidade de<br />
rotação<br />
Mj.Rd Razão Sj.ini Razão<br />
tp (dimensões<br />
Máximo tp<br />
reais)<br />
(mm) (mm)<br />
FS1 77.52 0.72 34.66 1.98 10.40 11.80 Sim.<br />
FS2 132.09 0.79 46.76 2.06 15.01 11.75 Não.<br />
FS3 187.29 1.03 51.76 2.31 20.02 11.76 Não.<br />
FS4 124.44 0.76 32.77 1.97 10.06 8.25 Não.<br />
FS3a
II-602 V Congresso de Construção Metálica e Mista<br />
mais deformáveis que outras, pode estar-se fora do âmbito de calibração da referida expressão.<br />
Em termos da caracterização da capacidade de rotação (cf. §1), verifica-se que a<br />
primeira das condições estipulada pelo Eurocódigo 3 está garantida para todos os casos (a<br />
resistência plástica das várias ligações é condicionada pela resistência da placa de<br />
extremidade em flexão). A segunda condição, Eq. (1), é apenas verificada para a ligação FS1<br />
(7ª e 8ª colunas da tabela 6). Embora estas recomendações sejam apenas válidas para classes<br />
de aço até S460, foram também aplicadas à série FS4, que inclui placas em aço da classe<br />
S690.<br />
Os valores experimentais da capacidade de rotação e os correspondentes índices de<br />
ductilidade para as várias ligações são indicados na tabela 7. Facilmente se conclui que a<br />
ligação FS1, que utiliza placas de extremidade menos espessas e de classe de aço inferior, é a<br />
que apresenta maior ductilidade.<br />
Ens.<br />
Tabela 7 – Avaliação dos índices de ductilidade<br />
Rotação (KR) [mrad] Índice ductilidade para Mmax Índice ductilidade na rotura<br />
φ<br />
φ<br />
φKR.inf M Rd<br />
φKR.sup M max<br />
ψj.inf ψj.Rd ψj.sup φCd ψj.inf ψj.Rd ψj.sup<br />
FS1a 3.0 5.81 17.5 61.55 20.52 10.59 3.52 68.91 22.97 11.86 3.94<br />
FS1b 4.2 6.49 25.0 77.05 18.35 11.87 3.08 111.22 26.48 17.14 4.45<br />
FS2a 6.5 7.08 20.0 41.72 6.42 5.89 2.09 82.88 12.75 11.71 4.14<br />
FS2b 6.3 7.74 20.5 40.30 6.40 5.21 1.97 60.89 9.67 7.87 2.97<br />
FS3a 5.5 7.42 15.0 25.00 4.55 3.37 1.67 42.76 7.77 5.75 2.85<br />
FS3b 5.5 8.94 18.0 29.99 5.45 3.35 1.67 48.74 8.86 5.45 2.71<br />
FS4a 6.9 10.24 21.0 37.70 5.46 3.69 1.80 61.69 8.94 6.04 2.94<br />
FS4b 6.9 9.53 21.6 43.85 6.36 4.60 2.03 64.24 9.31 6.74 2.97<br />
5. CONCLUSÕES<br />
Foram realizados oito ensaios em ligações aparafusadas com placa de extremidade,<br />
sujeitas a solicitação monotónica. Os provetes foram dimensionados para que a sua rotura<br />
ocorresse na placa de extremidade, e não na viga ou no pilar. Deste programa de ensaios<br />
experimentais extraem-se as seguintes conclusões:<br />
1. A resistência da ligação aumenta com a espessura da placa e a classe do aço.<br />
2. A rigidez inicial da ligação também aumenta com a espessura da placa, mas a<br />
sensibilidade à variação da espessura não é tão perceptível quanto no caso anterior; a classe<br />
do aço tem pouca influência nesta propriedade.<br />
3. A rigidez pós-limite é idêntica para as várias ligações, isto é, a variação de<br />
espessura da placa ou da classe do aço não é relevante.<br />
4. No caso das ligações ensaiadas, o Eurocódigo 3 dá boas previsões em termos de<br />
resistência mas sobrestima a avaliação de rigidez inicial.<br />
5. A capacidade de rotação disponível das ligações e, consequentemente, a ductilidade<br />
decresce com a espessura da placa de extremidade (séries FS1, FS2 e FS3) e a classe do aço<br />
da placa (FS1 e FS4).<br />
6. Em termos de verificação da capacidade de rotação, o Eurocódigo 3 preconiza<br />
critérios seguros, mas talvez demasiados conservativos. Por exemplo, em termos de<br />
capacidade de rotação global (na rotura) os provetes das séries FS2 e FS4 apresentam valores<br />
de rotação de 40 mrad.<br />
7. É desejável que seja estabelecida uma regra clara e inequívoca para determinação<br />
da capacidade de rotação exigida a uma dada ligação, de forma a verificar se a ductilidade
Ligações Estruturais II-603<br />
dessa ligação é suficiente ou não. Esta regra deverá também contemplar os aços de alta<br />
resistência.<br />
8. Deve prestar-se atenção especial ao fenómeno de desfiamento da zona roscada dos<br />
parafusos junto à porca, que foi observado com alguma frequência nestes ensaios. Este modo<br />
de rotura é frágil e ocorreu nos ensaios FS2 e FS3. A combinação de placas de extremidade<br />
de 15 mm de espessura e parafusos M20 é frequente em construção metálica e para este caso<br />
ocorreu um modo de rotura frágil, que é sempre de evitar.<br />
O trabalho de investigação apresentado dá informação detalhada na caracterização dos<br />
modos de rotura de placas de extremidade e níveis de ductilidade correspondentes. Alguns<br />
dos parâmetros que afectam a capacidade de rotação (espessura da placa e classe do aço)<br />
foram analisados e a sua influência foi quantificada. O desenvolvimento deste trabalho<br />
consiste na realização de trabalho numérico para investigar este tópico com maior<br />
profundidade e permitir deduzir expressões analíticas simplificadas que permitam estimar a<br />
capacidade de rotação de uma ligação de uma forma expedita.<br />
6. AGRADECIMENTOS<br />
Agradece-se o apoio financeiro concedido pelo Ministério da Ciência e Ensino<br />
Superior, programa “PRODEP – Acção de Formação Avançada de Docentes do Ensino<br />
Superior” e “Fundação para a Ciência e Tecnologia” (Bolsa SFRH/BD/5125/2001) à autora<br />
Ana M. Girão Coelho.<br />
Agradece-se também a colaboração prestada pelos funcionários do Stevin Laboratory<br />
of the Faculty of Civil Engineering and Geosciences, Delft University of Technology, em<br />
particular ao Sr. Edwin Scharp, na preparação dos provetes e execução dos ensaios descritos<br />
neste trabalho.<br />
7. REFERÊNCIAS<br />
[1] Zoetemeijer P. Summary of the research on bolted beam-to-column connections.<br />
Report 25-6-90-2. Delft University of Technology, Faculty of Civil Engineering,<br />
Stevin Laboratory – Steel Structures, 1990.<br />
[2] Jaspart JP. Contributions to recent advances in the field of steel joints, Column bases<br />
and further configurations for beam-to-column joints and beam splices. Aggregation<br />
thesis, University of Liège, Liège, 1997.<br />
[3] European Committee for Standardization (CEN). PrEN 1993-1-8:2004, Eurocode 3:<br />
Design of steel structures, Part 1.8: Design of joints, Stage 49 draft, June 2004,<br />
Brussels, 2004.<br />
[4] Zoetemeijer P. A design method for the tension side of statically loaded bolted beamto-column<br />
connections. Heron 1974; 20(1):1-59.<br />
[5] Yee YL, Melchers RE. Moment-rotation curves for bolted connections. Journal of<br />
Structural Engineering ASCE 1986; 112(3):615-635.<br />
[6] Swanson JA. Characterization of the strength, stiffness and ductility behavior of T<strong>stub</strong><br />
connections. PhD dissertation, Georgia Institute of Technology, Atlanta, USA,<br />
1999.<br />
[7] Faella C, Piluso V, Rizzano G. Structural semi-rigid connections – theory, design and<br />
software, CRC Press, Boca Raton, USA, 2000.<br />
[8] Beg D, Zupančič, Vayas I. On the rotation capacity of moment connections. Journal of<br />
Constructional Steel Research 2004; 60:601-620.
II-604 V Congresso de Construção Metálica e Mista<br />
[9] Girão Coelho AM, Bijlaard F, Gresnigt N, Simões da Silva L. Experimental<br />
assessment of the behaviour of bolted T-<strong>stub</strong> connections made up of welded plates.<br />
Journal of Constructional Steel Research 2004; 60:269-311.<br />
[10] RILEM draft recommendation. Tension testing of metallic structural materials for<br />
determining stress-strain relations under monotonic and uniaxial tensile loading.<br />
Materials and Structures 1990; 23:35-46.<br />
[11] International Standard ISO 898-1:1999(E). Mechanical properties of fasteners made of<br />
carbon steel and alloy steel – Part 1: Bolts, screws and studs, August 1999,<br />
Switzerland, 1999.<br />
[12] Girão Coelho AM, Bijlaard F, Simões da Silva L. Experimental assessment of the<br />
ductility of extended end plate connections. Engineering Structures 2004; 26(9):1185-<br />
1206.<br />
[13] Girão Coelho AM. Characterization of the ductility of bolted end plate beam-tocolumn<br />
steel connections. PhD dissertation, University of Coimbra, Coimbra, 2004.<br />
[14] Weynand K. Sicherheits-und Wirtsschaftlichkeitsuntersuchungen zur anwendung<br />
nachgiebiger anschlüsse im stahlbau. PhD thesis (in German). University of Aachen,<br />
Aachen, 1996.<br />
[15] Simões da Silva L, Santiago A, Vila Real P. Post-limit stiffness and ductility of end<br />
plate beam-to-column steel joints. Computers and Structures 2002; 80:515-531.<br />
[16] Kuhlmann U, Davison JB, Kattner M. Structural systems and rotation capacity. In:<br />
Control of the semi-rigid behaviour of civil engineering structural connections; Proc.<br />
International Conference (ed.:R. Maquoi), Liège, Belgium 1998; 167-176.