01.07.2016 Views

caderno

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

as nossas histórias com as crianças<br />

Nenhuma criança é igual e, com o decorrer do tempo e em articulação<br />

com as famílias, os educadores vão percebendo estas individualidades e<br />

procuram dar respostas adequadas para que as crianças possam descansar<br />

o melhor possível. Os profissionais para darem resposta à necessidade<br />

do grupo de crianças, e de cada criança em particular, experimentam diferentes<br />

estratégias para lhes proporcionarem o melhor ambiente possível<br />

para adormecer. Nesta história, ao mesmo tempo que cada adulto vai individualmente<br />

tapar as crianças, a educadora e a auxiliar de ação educativa<br />

vão dizendo: “Caladinho (a), agora é para dormir…Xiu!! Vamos dormir…”.<br />

A individualidade própria da criança como ser humano vai evoluindo<br />

ao longo do tempo, em cada ano de vida, em cada fase de desenvolvimento.<br />

Os ritmos e as necessidades de dormir aos 4 meses de idade são<br />

completamente diferentes do que aos 26 meses. Por essa razão, familiares<br />

e educadores vão sentido a necessidade de observar e adequar as suas<br />

estratégias face a esta mudança, tão rápida ao longo dos três primeiros<br />

anos de vida que se torna um desafio exigente para todos os envolvidos.<br />

Apesar das mudanças inerentes ao desenvolvimento da criança, há que<br />

lembrar que as características de cada criança neste momento concreto da<br />

sua vida (adormecer e dormir) não dependem apenas dela, da sua fase de<br />

vida, nem das suas características inatas. Existe um conjunto de influências<br />

externas que integram este processo. As rotinas familiares, por exemplo, assumem,<br />

muitas vezes, um papel preponderante e sobre o qual o educador<br />

deverá refletir e considerar na sua prática no momento da sesta. Uma criança<br />

que se levanta às 7h, porque a família assim necessita, talvez seja diferente<br />

de outra criança que se levanta às 9h. E esta é também uma dimensão<br />

importante de individualidade da criança para a qual se deve ter atenção.<br />

Educador de Infância como modelo<br />

O desfecho desta história deixa-nos, no mínimo, sorridentes perante a solução<br />

espontânea e eficaz da Margarida, uma criança de apenas 26 meses.<br />

Perante as soluções que a sua educadora lhe apresentara no dia anterior<br />

(rezar ou dormir) a Margarida soube optar, agindo como pensava e da melhor<br />

forma que sabia. Com esta sua ação responsiva a Margarida deixou à<br />

sua educadora (e a todos nós) a oportunidade de uma reflexão acerca do<br />

nosso papel enquanto adultos.<br />

Por vezes, no trabalho com as crianças, e principalmente com crianças<br />

entre os 0 e os 3 anos, a tendência é considerarmos que as crianças não entendem,<br />

que ainda são demasiado pequenas. A ação da Margarida revela-<br />

-nos que, talvez, não seja bem assim. As ações das crianças revelam-nos<br />

que elas têm capacidade de interpelar o mundo. A resposta da Margarida<br />

28

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!