criança e consumo
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POR UMA CRÍTICA DOS<br />
MODOS DE SUBJETIVAÇÃO<br />
NA CULTURA DO<br />
CONSUMO: CRIANÇAS<br />
E ADULTOS EM AÇÃO<br />
por SOLANGE JOBIM E SOUZA<br />
SOLANGE JOBIM E SOUZA é doutora, professora do programa de<br />
pós-graduação em psicologia clínica da PUC-RJ e professora adjunta<br />
da faculdade de educação da UERJ. Coordena, desde 1998, o Grupo<br />
Interdisciplinar de Pesquisa da Subjetividade (Gips), no departamento<br />
de psicologia da PUC-RJ e, desde 2012, o Núcleo Interdisciplinar de<br />
Memória, Subjetividade e Cultura (Nimesc), integrando o departamento<br />
de psicologia ao de artes e design.<br />
PONTO DE PARTIDA: POR UMA CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA<br />
A compreensão que se tem de infância no mundo contemporâneo<br />
exige, daqueles que atuam com esse segmento da sociedade – educadores,<br />
por exemplo –, um olhar atento sobre processos históricos e culturais<br />
pelos quais a própria ideia de <strong>criança</strong> se construiu ao longo dos tempos.<br />
Desse modo, o ponto de partida é uma perspectiva sócio-histórica-cultural.<br />
A partir disso, questões relativas aos modos de subjetivação serão<br />
abordadas com base nas interações discursivas entre adultos e <strong>criança</strong>s<br />
em uma sociedade atravessada pela cultura do <strong>consumo</strong>.<br />
A concepção de infância pode ser percebida a partir dos discursos<br />
de cada época, como narrativas teóricas, literárias, cinematográficas,<br />
jornalísticas, publicitárias e, especialmente, narrativas cotidianas, que<br />
demarcam os lugares e os papéis sociais assumidos por <strong>criança</strong>s e adultos.<br />
A linguagem utilizada na vida prática revela a imagem vigente que se tem<br />
de infância e, desse modo, podemos observar nas conversas, nos gestos<br />
e nos comportamentos os modos de ser <strong>criança</strong> em determinada época.<br />
Como pesquisadora da área de psicologia do desenvolvimento infantil,<br />
CULTURA • 201