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Criação de Galinha Caipira

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CRIAÇÃO DE<br />

GALINHA CAIPIRA<br />

Cartilha do Produtor Rural


CARTILHA DO PRODUTOR RURAL<br />

CRIAÇÃO DE GALINHA CAIPIRA<br />

Kedson Raul <strong>de</strong> Souza Lima<br />

Engenheiro Agrônomo, Doutor<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural da Amazônia – UFRA<br />

Maria Cristina Manno<br />

Zootecnista, ,M.Sc.<br />

Professora da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural da Amazônia - UFRA<br />

Fernando Tavares<br />

Zootecnista<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural da Amazônia – UFRA<br />

Belém<br />

2014<br />

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Apresentação<br />

Esta cartilha é fruto da parceria do Banco da Amazônia com a Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral Rural da Amazônia – UFRA como parte das comemorações do Ano<br />

Internacional da Agricultura Familiar-AIAF, com o objetivo <strong>de</strong> fomentar a<br />

divulgação <strong>de</strong> informações relevantes <strong>de</strong> estudos e pesquisas feitas pelos<br />

docentes <strong>de</strong>sta Universida<strong>de</strong> como contribuição para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

territorial visando à redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s e a sustentabilida<strong>de</strong> ambiental.<br />

Nesta publicação estão contidas informações sobre a criação <strong>de</strong> galinha caipira,<br />

que tem como finalida<strong>de</strong> a produção <strong>de</strong> ovos, <strong>de</strong> carne, venda <strong>de</strong> pintinhos<br />

e a venda <strong>de</strong> reprodutores. Dentre as principais fontes <strong>de</strong> renda adicional na<br />

proprieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>-se citar o uso <strong>de</strong> instalações simples, custo benefício baixo e<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversas raças em criatórios espalhados pelo Brasil.


INTRODUÇÃO<br />

A galinha doméstica é originada da espécie Gallus gallus, ou galinha vermelha<br />

do mato ou ainda Galo-banquiva. Supostamente foi um dos primeiros animais<br />

domesticado há cerca <strong>de</strong> 3200 mil anos a.C., na Índia. Dali se espalhou<br />

pelo Continente Asiático (China) e mais tar<strong>de</strong> para a Europa e América.<br />

Inicialmente teve sua domesticação relacionada a sacrifícios e <strong>de</strong>pois para<br />

brigas <strong>de</strong> rinha, mas o interesse na ativida<strong>de</strong> aumentou quando foi <strong>de</strong>finida<br />

para a produção <strong>de</strong> carne e ovos.<br />

A passagem <strong>de</strong> uma ave sem interesse alimentar para um excelente produtor<br />

<strong>de</strong> proteína animal foi <strong>de</strong>morado e custoso. Com a implantação do processo<br />

<strong>de</strong> seleção muitas varieda<strong>de</strong>s foram extintas, principalmente nos últimos<br />

dois séculos. No entanto, ainda existem sobreviventes criadas em órgãos<br />

governamentais <strong>de</strong> alguns países e empresas, on<strong>de</strong> são mantidas como<br />

bancos genéticos.<br />

Diferentemente do que se imagina a criação <strong>de</strong> frango caipira é uma ativida<strong>de</strong><br />

muito próxima da criação do tradicional frango <strong>de</strong> corte, principalmente no<br />

que diz respeito ao lucro na produção. O que torna estas criações diferentes<br />

é o seu produto final, a genética, o intervalo <strong>de</strong> produção, o maior valor<br />

agregado e o volume <strong>de</strong> produção. O primeiro possui uma carne mais<br />

dura, <strong>de</strong> cor mais forte e sabor mais intenso, além <strong>de</strong> possuir uma menor<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> músculo. Já o segundo possui peito e coxas acentuadamente<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, carne macia (mais água) e <strong>de</strong> coloração mais clara, e um sabor<br />

mais suave. Preferências a parte, ambos, possuem o seu nicho <strong>de</strong> mercado,<br />

mas ressalta-se aqui o gran<strong>de</strong> crescimento da criação <strong>de</strong> galinha caipira no<br />

Brasil.<br />

Atualmente existe uma gran<strong>de</strong> variação nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> aves<br />

fora do padrão comercial do “frango branco”. Há uma confusão quanto a<br />

genética adotada, mas no geral todos consi<strong>de</strong>ram que o animal pertencente<br />

5


a este tipo <strong>de</strong> criação é o caipira. Não trataremos aqui da legislação atual que<br />

normatiza este tipo <strong>de</strong> criação (Ofício Circular DOI /DIPOA N° 007/99), pois<br />

muitas vezes as criações existentes não aten<strong>de</strong>m à mesma, principalmente<br />

quando consi<strong>de</strong>ramos a criação <strong>de</strong> subsistência e pouca periodicida<strong>de</strong> para<br />

comercialização.<br />

Algumas diferenças entre o frango caipira e o frango comercial estão<br />

apresentadas na Tabela 1. Po<strong>de</strong>mos observar que no item ração,<br />

consi<strong>de</strong>ramos que o frango caipira <strong>de</strong>ve ser criado sem aditivos químicos e<br />

antibióticos em rações, no entanto, muitas vezes o pequeno produtor acaba<br />

comprando rações industriais contento diversos aditivos. O verda<strong>de</strong>iro caipira<br />

<strong>de</strong>ve ser um animal rústico, <strong>de</strong> crescimento lento, carne mais dura e vermelha<br />

e sabor característico, criado consumindo uma mistura <strong>de</strong> alimentos, grãos,<br />

forrageiros e até pequenos insetos e moluscos. É imprescindível que estes<br />

animais tenham acesso a área livre (soltos), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da raça ou mesmo<br />

linhagem.<br />

Tabela 1 – Diferenças entre o frango comercial e o caipira<br />

Item<br />

Genética<br />

Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abate<br />

<strong>Criação</strong><br />

Ração<br />

Alimentação extra<br />

Densida<strong>de</strong> do galpão<br />

Área <strong>de</strong> pasto<br />

Sabor<br />

Pele<br />

Resistência<br />

Frango industrial<br />

Alta produtivida<strong>de</strong><br />

40 dias<br />

Confinado<br />

Com antibióticos<br />

e promotores <strong>de</strong><br />

crescimento<br />

Inexistente<br />

18 aves/m2<br />

Inexistente<br />

Frango convencional<br />

Grossa<br />

Carne flácida<br />

Frango caipira<br />

Alta rusticida<strong>de</strong><br />

90 dias<br />

Em liberda<strong>de</strong><br />

Sem aditivos<br />

químicos<br />

Verduras e pasto<br />

10 aves/m2<br />

2 a 4 m2/ave<br />

Carne <strong>de</strong> caça<br />

Fina<br />

Carne firme<br />

com fibras<br />

(*) Agências em São Paulo (SP) e Brasília (DF)<br />

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O Brasil herdou o hábito <strong>de</strong> criar galinhas dos colonizadores que estiveram por<br />

aqui. Aliás, foram eles que trouxeram os galináceos para cá. Há indícios <strong>de</strong><br />

que tenham sido trazidas nos navios <strong>de</strong> corsários franceses que exploravam o<br />

pau-brasil, muito antes do <strong>de</strong>scobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral.<br />

O carregamento das naus era pago por objetos como anzóis, espelhos, pentes<br />

e galinhas. Estes animais foram bem aceitos pelos índios, tanto que, no Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1514, algumas naus portuguesas abasteciam suas provisões<br />

com galinhas provenientes da al<strong>de</strong>ia dos Tamóis. Um pouco mais tar<strong>de</strong>,<br />

1530, Martim Afonso <strong>de</strong> Souza trouxe alguns colonos para cultivar a terra,<br />

sementes, cabritos, porcas e mais galinhas.<br />

Foi em 1954 que a criação <strong>de</strong> galinhas realmente começou, a partir da<br />

conquista do Maranhão pelas tropas francesas. Durante sua longa estada,<br />

os franceses fundaram diversas cida<strong>de</strong>s, incluindo São Luiz, e seus hábitos<br />

foram absorvidos pela população indígena local, que apren<strong>de</strong>u o sistema <strong>de</strong><br />

criação extensiva <strong>de</strong> aves. Quando eles finalmente <strong>de</strong>ixaram o Brasil, em 1614,<br />

o Maranhão já estava prestes a tornar-se o maior fornecedor <strong>de</strong> galinhas<br />

para os mercados do Pará e do Amazonas, posição que ocupou até o início<br />

do século XX. Nessa altura havia seis tipos diferentes <strong>de</strong> galinhas caipiras, e<br />

três <strong>de</strong>las estavam no Rio <strong>de</strong> Janeiro: a Macaé, a Cabu e a Carioca, que era<br />

conhecida em Portugual como “raça da Bahia”. O Galo-galinha era típico <strong>de</strong><br />

Santa Catarina; a raça índio estava espalhada por várias regiões do país e a<br />

raça Urubu, antes uma especialida<strong>de</strong> da ilha Fernando <strong>de</strong> Noronha, já podia<br />

ser encontrado no Ceará e em Pernambuco. Todas <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> estirpes<br />

ibéricas, italianas e norte-africanas.<br />

Os avicultores queriam as práticas <strong>de</strong> criação mo<strong>de</strong>rna que eram realizadas na<br />

Inglaterra, Europa e Estados Unidos e para isso importaram raças e métodos<br />

<strong>de</strong> inovação. Estas aquisições substituíram a galinha caipira que só não foi<br />

dizimada <strong>de</strong>vido aos fervorosos <strong>de</strong>sportistas da refrega (briga <strong>de</strong> galo). Na<br />

época do governo do presi<strong>de</strong>nte Jânio Quadros, as brigas <strong>de</strong> galo foram<br />

proibidas e a galinha caipira quase chegou à extinção.<br />

Quem recomeçou o processo iniciado pelos corsários franceses do século XVI<br />

foi o já falecido avicultor e empresário, Osvaldo Penha Gessulli, que <strong>de</strong>scobriu<br />

as galinhas nativas da Normandia num passeio <strong>de</strong> férias. Interessou-se e<br />

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percebeu que po<strong>de</strong>ria preencher a lacuna genética da galinha caipira brasileira<br />

incorporando raças puras e selecionadas. A Label Rouge foi a raça escolhida<br />

por ele, e a partir daí começou uma nova história <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>.<br />

A galinha caipira atual é oriunda, assim como as linhagens comerciais, <strong>de</strong><br />

4 ramos genealógicos distintos, o mediterrâneo, o americano, o inglês e o<br />

asiático. A criação sem manejo e instalações a<strong>de</strong>quadas propiciou resistência<br />

a genéticas e os cruzamentos diversos e consanguíneos <strong>de</strong>stacaram<br />

características das principais raças que as originaram - Andalusian, Buff<br />

Plymouth Rock, Silver-Spangled Hamburgs, Australorp, Columbian<br />

Wyandottes, Assel, Partridge Plymouth Rock e Brown Leghorn.<br />

Raça Andalusian<br />

Raça Buff Plymouth Rock<br />

Raça Silver-Spangled Hamburgs<br />

Raça Australorp<br />

Raça Colunbian Wyandottes<br />

Raça Assel<br />

Raça Partridge Plymouth Rock<br />

Raça Browh Leghorn<br />

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RAZÕES PARA SE CRIAR<br />

GALINHA CAIPIRA<br />

A criação <strong>de</strong> galinhas caipiras po<strong>de</strong> ter como objetivo a produção <strong>de</strong> ovos,<br />

<strong>de</strong> carne, a venda <strong>de</strong> pintinhos <strong>de</strong> um dia e a venda <strong>de</strong> reprodutores. Todos<br />

estes itens po<strong>de</strong>m ser uma fonte <strong>de</strong> renda adicional na proprieda<strong>de</strong>.<br />

• O uso <strong>de</strong> instalações simples;<br />

• Utilização <strong>de</strong> ração + subprodutos <strong>de</strong> origem vegetal e/ou animal + forragem;<br />

• Custo benefício baixo;<br />

• É vista com agrado pelo consumidor garantindo mercado em qualquer<br />

região do Brasil;<br />

• Disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversas raças em criatórios espalhados pelo Brasil.<br />

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ESCOLHA DA RAÇA OU<br />

LINHANGEM A SER CRIADA<br />

O melhoramento genético na avicultura começou com o primeiro híbrido,<br />

em meados dos anos 40, e não foi preciso mais <strong>de</strong> uma década para que o<br />

produto conquistasse o mercado.<br />

O termo híbrido serve para <strong>de</strong>terminar o cruzamento entre aves <strong>de</strong> linhagens<br />

ou raças diferentes selecionadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma espécie, e elas po<strong>de</strong>m<br />

reproduzir entre si. No entanto, não se permite o cruzamento entre híbridos<br />

<strong>de</strong> aves (linhagens) para evitar que gerações futuras entrem em processo<br />

<strong>de</strong>generativo, ou seja, diminuam a produção <strong>de</strong> carne e ovos.<br />

A galinha caipira atual é um complexo melhorado geneticamente através do<br />

cruzamento entre as raças puras Plymouth Rock, Rho<strong>de</strong> Island e Red New<br />

Hampshire introduzidas no País (Foto 1).<br />

Foto 1 – Plymouth Rock Rho<strong>de</strong> Island Red New Hampshire<br />

O cruzamento entre estas raças montou a atual galinha caipira<br />

comercializada no Brasil. Entre as linhagens comerciais que mais se <strong>de</strong>stacam<br />

estão a Paraíso Pedrês, que apresenta gran<strong>de</strong> rusticida<strong>de</strong> e ótimo ganho<br />

em peso; e a Rubro Negra que é excelente para a produção <strong>de</strong> ovos. Além<br />

<strong>de</strong>las temos as linhagens <strong>de</strong>senvolvidas pela Empresa Brasileira <strong>de</strong> Pesquisa<br />

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Agropecuária/Centro Nacional <strong>de</strong> Suínos e Aves (EMBRAPA/CNPSA).<br />

Existem outras raças <strong>de</strong> aves que possuem gran<strong>de</strong> valor <strong>de</strong> mercado<br />

em razão do interesse <strong>de</strong> alguns produtores específicos, muitas vezes<br />

relacionados a passatempo ou hobby, mas que também apresentam gran<strong>de</strong><br />

valor para criações <strong>de</strong> aves caipiras, pois são rústicas e possuem aptidão<br />

tanto para ovos quanto para carne. Po<strong>de</strong>mos citar o exemplo da raça Índio<br />

Gigante, uma ave <strong>de</strong> estrutura muito bonita que po<strong>de</strong> alcançar <strong>de</strong> 5kg<br />

(fêmeas) a 7kg (machos) <strong>de</strong> peso e até mais <strong>de</strong> 1m <strong>de</strong> altura que possui<br />

origem controversa, formado pela junção <strong>de</strong> diversas raças. Este animal<br />

possui características <strong>de</strong> criação semelhantes as outras raças, diferenciando<br />

apenas no manejo da incubação dos ovos que <strong>de</strong>ve ser artificial ou usando<br />

aves <strong>de</strong> menor porte, pois o peso da raça po<strong>de</strong> acabar ocasionando quebra<br />

do ovo.<br />

Também po<strong>de</strong>mos citar a genética industrial voltada para frangos <strong>de</strong><br />

crescimento lento que são também chamados <strong>de</strong> aves caipiras, fortalecendo<br />

a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que a expressão “caipira” está muito mais relacionada à forma<br />

em que o animal é criado do que à sua estrutura genética. Estes animais<br />

melhorados geneticamente exigem uma criação mais tecnificada e por<br />

serem menos rústicos, necessitam <strong>de</strong> maiores investimentos.<br />

Não é necessário que o pequeno produtor inicie sua criação <strong>de</strong> galinha<br />

caipira somente através <strong>de</strong> linhagens melhoradas e caras. As mesmas po<strong>de</strong>m<br />

se adquiridas num plantel <strong>de</strong> um produtor, <strong>de</strong> um vizinho ou mesmo <strong>de</strong> um<br />

plantel já existente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam selecionadas e saudáveis.<br />

A escolha das galinhas para reprodutores consiste em:<br />

• Selecionar galinhas que <strong>de</strong>monstram ser saudáveis dóceis e sem<br />

<strong>de</strong>feitos físicos;<br />

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• Boa conformação corporal;<br />

• Cristas e barbelas bem <strong>de</strong>senvolvidas;<br />

• Pôr ovos frequentemente e <strong>de</strong> bom tamanho;<br />

• Menor tendência <strong>de</strong> choco e permanecer em postura quando a maioria<br />

das galinhas estiver em muda.<br />

A escolha da raça ou da linhagem fica em razão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o gosto do<br />

freguês, porque algumas regiões preferem o mais pesado, outras os frangos<br />

mais leves e assim por diante. Feito isso, há uma gama <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s. Entre<br />

elas po<strong>de</strong>m ser citadas:<br />

<strong>Caipira</strong> Rouge<br />

Ave <strong>de</strong> origem francesa, <strong>de</strong>stinada exclusivamente à produção <strong>de</strong> ovos<br />

marrons. Sua principal vantagem é a resistência aos diferentes tipos <strong>de</strong> clima<br />

e <strong>de</strong> manejo. Com 72 semanas <strong>de</strong> vida, a Rouge atinge um peso corporal <strong>de</strong><br />

2,9kg e a sua produção po<strong>de</strong> chegar a 298 anos por ano. É uma ave dócil,<br />

avermelhada, com penas em toda a extensão do pescoço.<br />

Label Rouge pescoço pelado<br />

A caipira francesa tradicional é uma das aves mais criadas na França e<br />

no Brasil. Ela atinge o peso padrão <strong>de</strong> 2,2kg por volta dos 95 dias, sem<br />

acúmulo <strong>de</strong> gordura; conferindo à carne uma textura excelente.<br />

Gigante Negro<br />

Este caipira francês é muito requisitado no mercado <strong>de</strong> aves vivas e<br />

ornamentais, além <strong>de</strong> ser usado na avicultura orgânica para produção <strong>de</strong><br />

ovos galados. Possui plumagem negra-esver<strong>de</strong>ada, pescoço emplumado,<br />

patas e bico na cor preta e um conjunto <strong>de</strong> crista e barbela vermelho-sangue<br />

bem avantajados.<br />

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Isa Brown<br />

É a poe<strong>de</strong>ira nº 1 em todo o mundo por sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção a<br />

baixos custos <strong>de</strong> instalação e alimento. É uma ave <strong>de</strong> pequeno porte, muito<br />

calma e <strong>de</strong> fácil manuseio. Tem as pernas avermelhadas, patas e bico<br />

amarelos, e atinge o peso médio <strong>de</strong> 1,9kg com consumo <strong>de</strong> 115g <strong>de</strong> ração/<br />

dia. Ela produz uma média <strong>de</strong> 300 ovos gran<strong>de</strong>s e vermelhos por ano.<br />

Embrapa 041<br />

Frango <strong>de</strong> corte do tipo colonial para criações semiconfinadas e<br />

agroecológicas, a linhagem foi obtida pelo cruzamento <strong>de</strong> raças pesadas <strong>de</strong><br />

corte com raças semipesadas <strong>de</strong> postura, preservando todas as vantagens<br />

comerciais do frango comercial. Alcança a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abate aos 84 dias, com<br />

peso vivo <strong>de</strong> 2,4kg. Sua carne é pouco gordurosa, consistente e muito<br />

saborosa.<br />

Embrapa 051<br />

Linhagem colonial com capacida<strong>de</strong> para produção <strong>de</strong> carne e <strong>de</strong> ovos<br />

marrons. O macho po<strong>de</strong> ser abatido aos 120 dias. É bem difundido nos<br />

assentamentos em muitas regiões do Brasil. É uma ave rústica com um<br />

ótimo <strong>de</strong>sempenho produtivo.<br />

Além <strong>de</strong>stas raças ou linhagens citadas acima não po<strong>de</strong>mos esquecer <strong>de</strong><br />

outras mais que fazem sucesso entre os criadores, tais como: Carijó pescoço<br />

pelado, a Label rouge, a Rubo negro, etc.<br />

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INSTALAÇÕES<br />

Na avicultura alternativa a or<strong>de</strong>m geral é aproveitar o máximo as instalações e<br />

utilizar o que se possui na proprieda<strong>de</strong>. As instalações po<strong>de</strong>m ser simples, mas<br />

<strong>de</strong>vem ser funcionais. O tipo e o tamanho da instalação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m muito da<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aves alojadas. Numa criação com 200 a 400 bicos torna-se fácil<br />

o alojamento para os animais utilizando material já existente na proprieda<strong>de</strong>.<br />

O i<strong>de</strong>al é mesclar a tecnologia dos equipamentos com a simplicida<strong>de</strong> da<br />

instalação.<br />

Antes <strong>de</strong> se montar um galinheiro ou um galpão é interesse uma análise inicial<br />

das condições do terreno, por exemplo, se não corre o risco <strong>de</strong> alagamento<br />

durante o período <strong>de</strong> chuva. A umida<strong>de</strong> elevada influencia sensivelmente o<br />

aparecimento <strong>de</strong> doenças nos animais, e animais doentes é sinônimo <strong>de</strong> perda<br />

na produção. Além do terreno é imprescindível verificar a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

água e a distância dos centros consumidores, seja uma vila, uma pequena<br />

cida<strong>de</strong> ou mesmo uma capital. Depen<strong>de</strong>ndo da região o clima po<strong>de</strong> afetar<br />

e muito no <strong>de</strong>sempenho dos animais, mas nada que não possa ser corrigido<br />

com sombreamento natural e/ou artificial e uma boa provisão <strong>de</strong> água. Como<br />

na avicultura alternativa os animais permanecem parte do seu ciclo soltos, há<br />

uma possibilida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> sua temperatura corporal, ou seja, há<br />

liberda<strong>de</strong> para que o animal modifique seu comportamento buscando melhor<br />

conforto no ambiente.<br />

Construção do galpão<br />

Embora as raças utilizadas na avicultura alternativa sejam rústicas, é necessário<br />

seguir algumas regras básicas para que a criação tenha sucesso. Po<strong>de</strong>mos citar<br />

algumas:<br />

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• A construção <strong>de</strong>ve ficar próxima à fonte <strong>de</strong> alimentação e aos olhos do<br />

criador;<br />

• O local escolhido <strong>de</strong>ve aproveitar ao máximo a ventilação natural para<br />

minimizar os efeitos da radiação solar;<br />

• Orientar o eixo longitudinal da cumeeira no sentido leste-oeste para<br />

diminuir a radiação solar no interior do galpão;<br />

• As pare<strong>de</strong>s laterais <strong>de</strong>vem possuir janelas amplas, protegidas por tela,<br />

gra<strong>de</strong>s improvisadas, bambu ou outros materiais que impeçam a entrada<br />

<strong>de</strong> predadores;<br />

• A base do galpão ou similar po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> alvenaria ou <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, com o<br />

piso lavável e impermeável. A utilização <strong>de</strong> chão batido po<strong>de</strong> resultar em<br />

problemas sanitários, mas com um bom manejo da cama po<strong>de</strong> ser utilizado<br />

sem problemas;<br />

• O tamanho da instalação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> animais. Para<br />

frango <strong>de</strong> corte a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> limite é <strong>de</strong> 10 animais/m 2 ; para ave <strong>de</strong> postura<br />

a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 6 aves/m 2 . Esta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> variar conforme os<br />

fatores climáticos da região;<br />

• A altura do pé-direito <strong>de</strong>verá ser no mínimo <strong>de</strong> 3m quando o galpão<br />

for <strong>de</strong> 8 a 10m <strong>de</strong> largura. O beiral <strong>de</strong>ve ser preferencialmente acima <strong>de</strong><br />

1m, principalmente em regiões on<strong>de</strong> as chuvas são fortes e com bastante<br />

vento.<br />

O galpão é formado das seguintes partes:<br />

1 - Base: Chão batido a partir <strong>de</strong> material argiloso molhado e socado até<br />

ficar uma superfície lisa ou usar massa <strong>de</strong> cimento, brita e areia lavada na<br />

espessura <strong>de</strong> 2,5cm;<br />

2 - Colunas ou Pé direito: Responsável pela armação lateral e a sustentação<br />

da cobertura, <strong>de</strong>ve ter no mínimo 2m para galpões pequenos <strong>de</strong> até 20m²<br />

e 2,80m para galpões maiores. Po<strong>de</strong>-se usar ma<strong>de</strong>ira tratada, postes <strong>de</strong><br />

cimento, pré-moldados ou ferro;<br />

3 - Tesouras: As tesouras servem para a sustentação do telhado, é usada<br />

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normalmente, ma<strong>de</strong>ira tratada, po<strong>de</strong>ndo ser substituída por pré-moldado ou<br />

ferro;<br />

4 - Telhado: É a cobertura, que tem a função <strong>de</strong> proteger o galpão do sol, da<br />

chuva, do frio e do calor. Usa-se telhas <strong>de</strong> cimento - amianto, telhas <strong>de</strong> barro,<br />

zinco, alumínio, ou confeccionados com palhas <strong>de</strong> palmeiras e outros;<br />

5 - Mureta: Construída em toda a extensão nas laterais e cabeceiras do<br />

galpão, tem <strong>de</strong> 20 a 45cm <strong>de</strong> altura, conforme a temperatura da região. Usase<br />

tijolos, pré-moldados, concreto armado, bloco <strong>de</strong> cimento, ma<strong>de</strong>iras roliças<br />

<strong>de</strong>itadas ou tábuas beneficiadas. Tem a função <strong>de</strong> fixar a tela e <strong>de</strong> proteger as<br />

aves <strong>de</strong> animais que po<strong>de</strong>m entrar por baixo;<br />

6 - Tela: Deve ser instalada sobre a mureta em toda a extensão do galpão<br />

nas laterais e cabeceiras. A fim <strong>de</strong> proteger contra os predadores das aves e<br />

proporcionar uma melhor ventilação quando necessário.<br />

A seguir alguns exemplos <strong>de</strong> galpões utilizados na avicultura alternativa (Fotos<br />

2, 3, 4 e 5).<br />

Foto 2 – Instalação <strong>de</strong> bambu<br />

Fonte: Escala Rural Especial<br />

Foto 3 – Instalação <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

Fonte: Escala Rural Especial<br />

Foto 4 – Instalação <strong>de</strong> sapê<br />

Foto: Edvaldo Sagrilo<br />

O investimento com as instalações é importante, mas não po<strong>de</strong> ser um<br />

limitante para que o pequeno produtor comece a sua ativida<strong>de</strong>. As instalações<br />

po<strong>de</strong>m ser adaptadas à medida que o produtor ganha experiência agregando<br />

valor à ativida<strong>de</strong>. O importante é enten<strong>de</strong>r que mesmo que seja simples, a<br />

instalação tem que ser limpa, mantendo o controle da umida<strong>de</strong>, da matéria<br />

orgânica produzida, <strong>de</strong> insetos, ratos e outros possíveis invasores. É necessário<br />

também consi<strong>de</strong>rar o uso <strong>de</strong> uma cama sobre o piso para acomodar os<br />

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animais da fase inicial (pinto), até 24 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Esta cama permite um<br />

ambiente menos úmido, mais confortável para o animal, mas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

da disponibilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser um custo adicional. Portanto, é importante<br />

consi<strong>de</strong>rar a utilização <strong>de</strong> material barato e <strong>de</strong> fácil obtenção na proprieda<strong>de</strong>.<br />

Logicamente que existem vantagens e <strong>de</strong>svantagens na utilização <strong>de</strong> materiais<br />

para servir <strong>de</strong> cama, mas po<strong>de</strong>mos utilizar restos <strong>de</strong> palhas oriundos <strong>de</strong><br />

culturas como arroz, por exemplo, capim seco e até areia lavada (areia<br />

utilizada em construção). O importante é que o ambiente seja o menos<br />

úmido possível, pois o excesso <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> resultar no aparecimento <strong>de</strong><br />

doenças.<br />

A área externa<br />

A área externa, chamada <strong>de</strong> piquete ou área <strong>de</strong> pastejo, é fundamental para<br />

a criação alternativa <strong>de</strong> aves. As galinhas caipiras precisam <strong>de</strong> espaço para se<br />

locomover e consequentemente <strong>de</strong>senvolver sua musculatura característica,<br />

além <strong>de</strong> suplementar sua alimentação com a forragem e insetos existentes<br />

neste espaço. No piquete po<strong>de</strong> ser plantado um tipo só <strong>de</strong> grama ou mesmo<br />

mais <strong>de</strong> um. Também seria interessante plantar árvores para sombreamento<br />

ou mesmo frutíferas que ajudariam a suplementar a alimentação.<br />

O cercado <strong>de</strong>ve ter no mínimo 1,80m <strong>de</strong> altura e po<strong>de</strong> ser feito <strong>de</strong> qualquer<br />

material, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da disponibilida<strong>de</strong> monetária do proprietário, ou seja,<br />

<strong>de</strong> tela, bambu, ma<strong>de</strong>ira e outros. Deve-se tentar evitar contato com possível<br />

predador e uma maneira fácil e econômica é amarrar sacos plásticos em toda<br />

sua volta. O tamanho do piquete <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aves. Uma boa<br />

relação é <strong>de</strong> 1 ave para cada 3m 2 .<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tipo <strong>de</strong> forragem a ser plantada no interior do piquete,<br />

ela necessita ser resistente, macia, <strong>de</strong> boa rebrota e rica em nutrientes.<br />

Preferencialmente <strong>de</strong>ve ser perene, po<strong>de</strong>ndo ser consorciada para melhor<br />

manejo do solo. O solo do piquete <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quado ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da vegetação, pois, solo nutrido é igual a planta rica em nutrientes e<br />

consequentemente uma boa nutrição das aves em pastejo. Não po<strong>de</strong>mos<br />

esquecer que a escolha do tipo <strong>de</strong> capim também é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da região.<br />

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A área <strong>de</strong> pastagem <strong>de</strong>verá permitir que as aves:<br />

• Utilizem o maior espaço possível ao redor dos galpões;<br />

• Façam exercício o quanto queiram;<br />

• Fiquem ao sol até resolverem procurar sombra;<br />

• Banhar-se com terra à vonta<strong>de</strong>;<br />

• Alimentar-se <strong>de</strong> pastagem na quantida<strong>de</strong> que lhe convir.<br />

Alguns dos principais capins utilizados são:<br />

Coast-cross Cynodon dactylon<br />

Capim rasteiro <strong>de</strong> origem americana que suporta bem o clima tropical<br />

brasileiro. Por ser muito produtivo tem sido muito utilizado para fenação.<br />

Estrela da África Cynodon plectostachyus<br />

Gramínea rasteira e perene <strong>de</strong> cor ver<strong>de</strong> escura, muito resistente ao pisoteio.<br />

Ela não suporta umida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolve-se melhor em regiões <strong>de</strong> clima quente.<br />

Quicuio Pennisetum cla<strong>de</strong>stinum<br />

Capim rústico, rasteiro e duradouro, com folhagem estreita resistente ao<br />

pisoteio e teor médio <strong>de</strong> proteína bruta. O quicuio é originário da África<br />

Central e vem sendo bastante utilizado como pasto ou para fenação, a espécie<br />

adpatou-se bem ao clima brasileiro, mas produz melhor em solos férteis.<br />

Capim gordura Melinis minutiflora<br />

Tipicamente brasileiro, o também chamado “catingueiro” po<strong>de</strong> atingir<br />

mais <strong>de</strong> um metro <strong>de</strong> altura e não suporta regiões <strong>de</strong> seca e geada. Seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento é rápido, até mesmo em solos pobres, mas é pouco resistente<br />

ao pisoteio. O mais indicado é consorciá-lo com outro tipo <strong>de</strong> gramínea.<br />

Batatais Paspalum natabum<br />

Também conhecida como gramão, grama forquila, pasto bahia e grama Mato<br />

Grosso. Trata-se <strong>de</strong> uma gramínea perene pouco exigente em solo e clima,<br />

que se propaga bem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nível do mar até regiões <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>s elevadas.<br />

Suas folhas atingem cerca <strong>de</strong> 30cm <strong>de</strong> altura.<br />

18


EQUIPAMENTOS UTILIZADOS<br />

A galinha caipira passa parte <strong>de</strong> sua vida numa instalação semelhante ao <strong>de</strong><br />

criação <strong>de</strong> frango <strong>de</strong> corte convencional. Geralmente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da raça ou<br />

linhagem, as aves são soltas nos piquetes com 60 a 90 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Mesmo<br />

sendo soltas no piquete, elas continuam usando as instalações como abrigo<br />

para se proteger das intempéries do ambiente, além <strong>de</strong> ser o local on<strong>de</strong> se<br />

refugiam à noite. Portanto, é necessário equipar a instalação com um mínimo<br />

<strong>de</strong> conforto. Boa parte dos equipamento po<strong>de</strong>m ser improvisados com<br />

materiais reaproveitáveis, mas <strong>de</strong>ve-se ter o cuidado <strong>de</strong> não baratear <strong>de</strong>mais<br />

os custos e comprometer a criação.<br />

Os equipamentos mais comuns são:<br />

• Cortinas<br />

• Bebedouros<br />

• Aquecedor<br />

• Ventilador<br />

• Termômetro<br />

• Timer<br />

• Balança<br />

• Ninho<br />

• Poleiros<br />

Cortinas<br />

As cortinas (Foto 5) são extremamente necessárias, principalmente na fase<br />

inicial da vida das aves. Devem ser manejadas <strong>de</strong> baixo para cima <strong>de</strong> maneira<br />

a evitar rajada <strong>de</strong> vento diretamente sobre as aves. Po<strong>de</strong>m ser fabricadas<br />

com sacos reaproveitáveis, plásticos, bambu, sapé, ma<strong>de</strong>ira, ráfia e outros<br />

19


materiais que sejam seguros e que não onerem o custo <strong>de</strong> produção. Devem<br />

permanecer levantadas durante os primeiros dias <strong>de</strong> permanência das<br />

aves enquanto ainda não estão empenadas. Se o aviário estiver abafado e<br />

cheirando a amônia <strong>de</strong>ve-se baixá-las.<br />

Foto 5 – Cortina lateral<br />

Bebedouros<br />

Os bebedouros escolhidos não <strong>de</strong>vem molhar a cama ou formar poças <strong>de</strong>ntro<br />

dos piquetes. No Quadro 1 estão apresentados alguns bebedouros e a fase <strong>de</strong><br />

vida em que são usados, assim como a relação bebedouros/aves.<br />

Quadro 1 – Bebedouros mais comuns utilizados na avicultura<br />

Tipo <strong>de</strong> bebedouro<br />

Copo <strong>de</strong> pressão<br />

Até 12 dias<br />

Fase Aves/bebedouro Foto<br />

1:60<br />

Bebedouro pendular<br />

Toda a fase<br />

1:80 fase inicial<br />

1:60 fase adulta<br />

Fonte: AVIFRAN (www.avifran.com.br)<br />

20


Existem bebedouros mais simples, mas que exigem um cuidado maior na<br />

troca da água. Estes po<strong>de</strong>m ser confeccionados <strong>de</strong> latão, pneu ou mesmo<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a higiene dos mesmos seja rigorosa. Os bebedouros<br />

tipo niple (também chamados <strong>de</strong> bebedouros chupetas) são eficientes, mas<br />

oneram o custo das instalações e talvez não seja aplicável ao sistema <strong>de</strong><br />

criação alternativa, uma vez que objetivo também é produzir com redução do<br />

custo.<br />

A regulagem dos comedouros obe<strong>de</strong>ce a altura do dorso do animal. É<br />

importante observar se a água servida está na temperatura a<strong>de</strong>quada (24ºC<br />

no máximo) e não está contaminada. Como? Através <strong>de</strong> termômetro, cheiro<br />

e comportamento do animal. Um boa regulagem do comedouro é importante<br />

para manter a qualida<strong>de</strong> da água e evitar fácil acesso e disponibilida<strong>de</strong><br />

constante.<br />

Comedouros<br />

Para a criação <strong>de</strong> frango caipira recomenda-se a utilização <strong>de</strong> dois<br />

comedouros: um para ração convencional e outro para ração alternativa. No<br />

Quadro 2 estão apresentados alguns comedouros utilizados e suas respectivas<br />

relações e fases da vida em que são usados.<br />

21


Quadro 2 – Comedouros mais comuns utilizados<br />

Tipo <strong>de</strong> comedouro<br />

Ban<strong>de</strong>ja<br />

Até 12 dias<br />

Fase Aves/bebedouro Foto<br />

1:100<br />

Comedouro tubular<br />

Adulta<br />

1:50<br />

Comedouro p/ ração<br />

alternativa<br />

Adulta<br />

10 cm/ave<br />

Fonte: AVIFRAN (www.avifran.com.br)<br />

A troca do equipamento provisório por um permanente acontece <strong>de</strong> 5 a 15<br />

dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. É importante sempre observar se as aves estão comendo e<br />

bebendo. A regulagem dos comedouros obe<strong>de</strong>ce a altura do dorso do animal.<br />

É importante uma boa regulagem para evitar <strong>de</strong>sperdícios <strong>de</strong> ração.<br />

Círculo <strong>de</strong> proteção e aquecimento<br />

O pintinho nos primeiros dias <strong>de</strong> vida necessita <strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong> calor externa,<br />

pois o seu sistema termorregulador está parcialmente <strong>de</strong>senvolvido. A<br />

temperatura <strong>de</strong> conforto nesta fase é <strong>de</strong> 32 a 35 ºC; e somente é conseguida<br />

através <strong>de</strong> uma fonte, que po<strong>de</strong> ser uma campânula a gás, com resistência<br />

elétrica, com luz infravermelha ou à lenha.<br />

A eficiência é semelhante em todos os mo<strong>de</strong>los. A capacida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 300 a 500<br />

22


pintinhos. A temperatura <strong>de</strong>verá ser monitorada manualmente (ligando ou<br />

<strong>de</strong>sligando, levando ou abaixando a campânula) por um termômetro ou<br />

pelo comportamento dos pintos. Quando estiverem muito juntos é sinal <strong>de</strong><br />

que está frio; quando estiverem espalhados, afastando-se da fonte <strong>de</strong> calor<br />

é porque está muito quente. O i<strong>de</strong>al é que os pintinhos estejam espalhados<br />

uniformemente <strong>de</strong>ntro do círculo <strong>de</strong> proteção, comendo e bebendo. Deverá<br />

está ligada antes do recebimento dos pintinhos. O i<strong>de</strong>al é utilizar uma<br />

lâmpada infravermelho <strong>de</strong> 250 W para cada 500 pintinhos.<br />

O círculo <strong>de</strong> proteção (Foto 6) po<strong>de</strong> ser formado por chapas <strong>de</strong> eucatex<br />

com dimensões <strong>de</strong> 2,44 x 0,60m. Po<strong>de</strong> ser formado por papelão grosso,<br />

latão, chapas galvanizadas ou chapas <strong>de</strong> fórmica. O importante é que sejam<br />

flexíveis. As chapas serão grudadas umas nas outras utilizando-se um grampo<br />

que po<strong>de</strong> ser confeccionado <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (Foto 7).<br />

O tamanho do círculo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pintos alojados, mas no<br />

geral utiliza-se 05 chapas <strong>de</strong> 2,44 x 0,60m para alojar 500 pintos. O círculo<br />

tem a função <strong>de</strong> proteger os pintinhos nos primeiros dias <strong>de</strong> vida e facilitar a<br />

utilização dos equipamentos pelos mesmos.<br />

Foto 6 – Circulo <strong>de</strong> proteção<br />

Foto 7 – Grampo pren<strong>de</strong>ndo as chapas<br />

Fonte: AVIFRAN<br />

23


A disposição dos equipamentos <strong>de</strong>ntro do círculo po<strong>de</strong> ser bem visualizada<br />

na Foto 6. Observem que há copos <strong>de</strong> pressão, ban<strong>de</strong>jas e a campânula com<br />

luz infravermelho. A distribuição do equipamento no interior do círculo é<br />

importantíssima para a homogeneida<strong>de</strong> do lote.<br />

É importante forrar o chão do círculo com papel (po<strong>de</strong> ser jornal) para evitar o<br />

consumo <strong>de</strong> cama pelo pintinho e estimular, pelo barulho ao caminhar sobre<br />

o forro, o consumo <strong>de</strong> ração (Foto 8). Deve ser retirado no terceiro dia.<br />

Utilize uma peneira para retirar a sujeira (material da cama e excretas) dos<br />

comedouros ban<strong>de</strong>jas sempre que necessário, tomando o cuidado <strong>de</strong> não<br />

estressar os animais.<br />

Foto 8 – Forro <strong>de</strong> papel<br />

Fonte: AVIFRAN<br />

NINHOS E POLEIROS<br />

O ninho é usado exclusivamente por aves <strong>de</strong> postura e po<strong>de</strong>m ser fabricados com<br />

qualquer material disponível, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que garanta ovos <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> (Foto 9).<br />

Os ninhos comerciais <strong>de</strong> chapa galvanizada possuem poleiros dobráveis, laterais<br />

perfuradas para ventilação, fundo fixo ou removível e formato variado, po<strong>de</strong>ndo<br />

ser do tipo estante ou escada. O ninho <strong>de</strong>verá ser mantido a uma altura <strong>de</strong> 20cm<br />

do chão com medidas <strong>de</strong> 40cm <strong>de</strong> altura e 40cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Os ninhos<br />

24


<strong>de</strong>vem estar disponíveis para as aves quando estas atingirem a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 115<br />

dias. A proporção é <strong>de</strong> 1 boca <strong>de</strong> ninho para 5 aves. O interior do ninho<br />

<strong>de</strong>verá ser forrado.<br />

Foto 9 – Ninho para poe<strong>de</strong>iras<br />

Fonte: AVIFRAN<br />

A única reserva quanto à fabricação <strong>de</strong> poleiros é não fazê-los no formato<br />

<strong>de</strong> escada. Eles <strong>de</strong>vem ser horizontais, como um estrado. As galinhas adultas<br />

gostam <strong>de</strong> dormir empoleiradas, e todas irão querer o melhor lugar, ou seja,<br />

o mais alto. Portanto, evite competição entre as mesmas fazendo tudo da<br />

mesma altura.<br />

Outros equipamentos e materiais<br />

Caixa d’água<br />

Preferencialmente <strong>de</strong>verá estar locada <strong>de</strong>ntro do galpão, mas caso não, é<br />

importante que esteja protegida da radiação solar, assim como o sistema <strong>de</strong><br />

encanamento que <strong>de</strong>ve ser enterrado a 30cm <strong>de</strong> produndida<strong>de</strong>. Utilizar canos<br />

<strong>de</strong> pvc é o correto, uma vez que não oxidam liberando possíveis produtos<br />

tóxicos aos animais. A fonte <strong>de</strong> água po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> poço artesiano, e caso seja<br />

<strong>de</strong> córrego ou riacho <strong>de</strong>verá ser tratada. A limpeza da caixa ocorrerá a cada 6<br />

meses ou quando se fizer necessária.<br />

25


Re<strong>de</strong> elétrica<br />

A energia é importante nos primeiros dias <strong>de</strong> vida dos pintainhos, uma vez<br />

que ajuda na iluminação a noite, para permitir que haja consumo <strong>de</strong> ração e<br />

<strong>de</strong> água. Muitas vezes quando se trata <strong>de</strong> lotes reduzidos a lâmpada é usada<br />

como iluminação e fonte <strong>de</strong> calor na proporção <strong>de</strong> 1 lâmpada <strong>de</strong> 100 watts<br />

para 100 pintainhos.<br />

Balança<br />

O acompanhamento do peso das aves é muito importante, principalmente em<br />

aves <strong>de</strong> postura. Com o peso se consegue a<strong>de</strong>quar o consumo <strong>de</strong> ração.<br />

A cama<br />

O material utilizado na cama po<strong>de</strong> ser variável, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da disponibilida<strong>de</strong><br />

da região. Em muitos locais é um produto caro, mas que é pago após a<br />

retirada do lote com a venda como adubo.<br />

Os materiais mais comuns são: casca <strong>de</strong> arroz, maravalha ou serragem grossa<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (cepilho), sabugo <strong>de</strong> milho, capim triturado e outros. É importante<br />

que não tenham mais do que 20% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>. Deve ser colocada num<br />

chão limpo e <strong>de</strong>sinfetado com uma camada <strong>de</strong> 5 a 10cm <strong>de</strong> altura, <strong>de</strong>vendo<br />

ser retirada apenas na saída do lote. Nos locais próximo aos comedouros e<br />

bebedouros é interessante trocar a cama, uma vez que são locais que ten<strong>de</strong>m<br />

a ficar úmidos. Com o objetivo <strong>de</strong> diminuir fungos e baixar a possível umida<strong>de</strong><br />

da cama, é recomendável utilizar o polvilhamento da cama com cal misturado<br />

com sulfato <strong>de</strong> cobre, que é um excelente antifúngico, na proporção <strong>de</strong> 30kg<br />

<strong>de</strong> cal e 100g <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> cobre, utilizar antes do alojamento dos pintainhos<br />

ou quando tiver que trocar uma quantida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> cama por problemas<br />

<strong>de</strong> umida<strong>de</strong>.<br />

As aves mortas <strong>de</strong>vem ser jogadas numa fossa sanitária. Ela preferencialmente<br />

<strong>de</strong>ver ser <strong>de</strong> alvenaria e possuir uma tampa com boa vedação. Deve possuir<br />

um escape <strong>de</strong> gazes que se formam <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>composição das carcaças.<br />

26


MANEJO DA CRIAÇÃO<br />

O bom manejo da criação é fundamental para o sucesso do criador. O<br />

manejo da criação consiste em a<strong>de</strong>quar equipamentos, estrutura, alimentação<br />

e sanida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira que funcionem em conjunto resultando numa eficiente<br />

produtivida<strong>de</strong>.<br />

Ao adquirir os pintinhos o produtor <strong>de</strong>ve se atentar para algumas regras:<br />

• Conhecer a procedência dos pintanhios;<br />

• Já <strong>de</strong>vem estar vacinados;<br />

• Umbigo cicratizado;<br />

• Peso superior a 38g;<br />

• Sem doenças.<br />

O próximo passo é o recebimento. É necessário que o ambiente em que serão<br />

alojados os pintinhos esteja limpo e <strong>de</strong>sinfetado, e que todo equipamento e<br />

material também o estejam. O intervalo entre a saída e a entrada <strong>de</strong> um novo<br />

lote, chamado <strong>de</strong> vazio sanitário, não <strong>de</strong>ver ser inferior a 7 dias. Este período<br />

se faz necessário para que a carga orgânica do ambiente reduza e também,<br />

para que os produtos <strong>de</strong>sinfetantes façam efeito.<br />

Como fazer a limpeza da instalação e dos equipamentos?<br />

Todo material e equipamento <strong>de</strong>vem ser retirados do galpão. Após efetuar<br />

retirada dos equipamentos o galpão <strong>de</strong>ve ser lavado e <strong>de</strong>sinfetado. Usa-se<br />

primeiramente um produto <strong>de</strong>tergente, sabão, escova e água abundante para<br />

retirar crostas e poeira. Somente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sta limpeza rigorosa é que faz a<br />

<strong>de</strong>sinfecção. A <strong>de</strong>sinfecção é feita utilizando-se produtos comerciais existentes no<br />

mercado, <strong>de</strong>vendo-se ter o cuidado em usar a dosagem correta. O equipamento<br />

retirado (comedouros, bebedouros, etc.) <strong>de</strong>ve ficar ao sol on<strong>de</strong> sofrerá a primeira<br />

<strong>de</strong>sinfecção. Depois serão lavados com água, <strong>de</strong>tergente e sabão.<br />

27


Recebimento dos pintinhos<br />

Com o galpão <strong>de</strong>sinfetado, com a cama nova espalhada e o círculo <strong>de</strong><br />

proteção preparado o produtor estará pronto para receber os pintainhos.<br />

Quando os pintainhos chegam <strong>de</strong> local distante é interessante hidratálos<br />

adicionando açúcar e sal á água <strong>de</strong> beber. A dosagem é a seguinte:<br />

1kg <strong>de</strong> açúcar e 100g <strong>de</strong> sal para 25 litros <strong>de</strong> água fresca. Para manter o<br />

galpão com a temperatura a<strong>de</strong>quado aos pintos é só levantar as cortinas no<br />

mínimo 1 hora antes <strong>de</strong>les chegarem, lembrando <strong>de</strong> ligar as campânulas. A<br />

temperatura i<strong>de</strong>al na primeira semana, medindo com termômetro a 15cm da<br />

borda da campânula e a 5cm da cama é <strong>de</strong> 32 0 C; e para a segunda semana<br />

<strong>de</strong>verá ficar em 29 0 C, na terceira em torno <strong>de</strong> 26 0 C e daí ate ficar com a<br />

temperatura ambiente. Uma regra i<strong>de</strong>al para verificar se a temperatura esta<br />

correta é observar a distribuição das avezinhas:<br />

• Pintinhos amontoados embaixo da campânula, piando e disputando<br />

espaço é sinal <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> calor. A campânula está com a regulagem<br />

<strong>de</strong> chama no mínimo, está instalada alta <strong>de</strong>mais em relação à cama ou está<br />

<strong>de</strong>sligada. Pintainhos dispostos nas laterais e encostados das chapas do<br />

círculo, afastado ao máximo da campânula, geralmente com bico aberto e<br />

disputando os bebedouros é sinal <strong>de</strong> excesso <strong>de</strong> calor. A campânula está<br />

com a regulagem <strong>de</strong> chama no máximo, está instalada baixa <strong>de</strong> mais em<br />

relação a cama ou a temperatura externa é muito alta;<br />

Animais com frio<br />

Círculo <strong>de</strong> proteção<br />

Fonte <strong>de</strong> calor<br />

28


Animais com calor<br />

Círculo <strong>de</strong> proteção<br />

Fonte <strong>de</strong> calor<br />

Animais em ambiente a<strong>de</strong>quado<br />

Círculo <strong>de</strong> proteção<br />

Fonte <strong>de</strong> calor<br />

• Pintainhos todos agrupados <strong>de</strong> um só lado do circulo e próximo da<br />

campânula, piando muito e disputando espaço é sinal <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong><br />

calor por corrente <strong>de</strong> ar, vindo <strong>de</strong> uma porta aberta, cortina baixa ou<br />

cortina rasgada;<br />

• Pintainhos dispostos uniformemente em todo o círculo comendo,<br />

bebendo, dormindo e em silencio é o sinal da normalida<strong>de</strong>, o calor está<br />

i<strong>de</strong>al e o ambiente está correto.<br />

A água <strong>de</strong>ve ser fornecida sempre primeiro do que a ração, pois é preciso<br />

hidratar os pintinhos.<br />

29


A primeira ração vai até mais ou menos 30 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vendo conter um<br />

mínimo <strong>de</strong> alimentos como farelo <strong>de</strong> trigo e farelo <strong>de</strong> arroz (elevados teores<br />

<strong>de</strong> fibra), que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sfavorecer o crescimento das aves. Uma boa ração<br />

para este fase consiste em farelo <strong>de</strong> soja, milho, sal e misturas minerais e<br />

vitamínicas. Existe no comércio tanto a ração pronta quanto os ingredientes<br />

que a compõe. Lembremos que a ração fabricada na proprieda<strong>de</strong> exige maior<br />

conhecimento, mas consegue-se maior controle quanto ao uso <strong>de</strong> substâncias<br />

que não <strong>de</strong>ver ser usadas em criações <strong>de</strong> frango <strong>de</strong> corte padronizadas<br />

(aditivos químicos e antibióticos). O consumo nesta fase <strong>de</strong>ve ser à vonta<strong>de</strong><br />

tanto para aves criadas para corte quanto para aves criadas para postura.<br />

Observe sempre o comportamento dos pintinhos, pois assim conhece-se<br />

melhor o andamento da criação, percebendo possíveis falhas e evitando<br />

<strong>de</strong>sempenho negativo.<br />

Manejo alimentar<br />

Para que os pintos cresçam saudáveis e com <strong>de</strong>sempenho em acordo com<br />

a linhagem escolhida é necessário fornecer uma ração <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> na<br />

primeira fase da criação. Em muitas linhagens o segundo ciclo, ou seja, o ciclo<br />

em que os animais são soltos para comerem outro tipo <strong>de</strong> alimento (pasto,<br />

verduras, insetos, etc.), começa <strong>de</strong> 30 a 60 dias. Nesta fase a ave é criada<br />

como se fosse numa criação convencional consumindo uma ração à base<br />

<strong>de</strong> milho e farelo <strong>de</strong> soja. Além <strong>de</strong> milho e farelo <strong>de</strong> soja utiliza-se a farinha<br />

<strong>de</strong> carne e ossos (cuidado com o fornecedor do produto), óleo <strong>de</strong> soja ou<br />

similar, sal e pré-mistura (prémix) mineral e vitamínica sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

promotores <strong>de</strong> crescimento (antibióticos). Uma boa relação <strong>de</strong> ingrediente<br />

durante esta fase, numa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 100kg, seria:<br />

30


Milho ................................................ 72,7kg<br />

Farelo <strong>de</strong> soja .................................... 20,0kg<br />

Farinha <strong>de</strong> carne e ossos ..................... 5,0kg<br />

Sal ....................................................... 300g<br />

Pré-mistura mineral e vitamínica ...........1,0kg<br />

Óleo <strong>de</strong> soja ou similar ........................ 1,0kg<br />

Após esta fase as aves começam a receber alimentos alternativos (verduras,<br />

mandioca, sobras da colheita <strong>de</strong> grãos, etc.) no cocho, mas continuam<br />

recebendo ração balanceada nos comedouros, ou seja, distribui-se o alimento<br />

alternativo na área <strong>de</strong> pastejo e os comedouros no interior das instalações.<br />

No caso <strong>de</strong> galinha poe<strong>de</strong>ira é necessário seguir o manual da raça ou<br />

linhagem escolhida. O fornecedor das aves geralmente fornece informações<br />

da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento em cada período <strong>de</strong> formação do lote. As aves <strong>de</strong><br />

postura exigem um cuidado adicional quanto à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz recebida<br />

diariamente e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cálcio na ração. A iluminação é fornecida<br />

constantemente quando em postura, antes é necessário planejar um<br />

programa para que a ave não inicie muito cedo o processo <strong>de</strong> postura e venha<br />

ter uma vida útil aquém do seu valor genético. O nível <strong>de</strong> cálcio em ração para<br />

postura é <strong>de</strong> 4%.<br />

Manejo sanitário<br />

O manejo sanitário consiste em adotar normas <strong>de</strong> segurança para impedir o<br />

aparecimento ou <strong>de</strong>scontrole <strong>de</strong> doenças no lote <strong>de</strong> aves. É importante que<br />

seja montado um programa <strong>de</strong> vacinação, que é responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

médico veterinário. Além do programa <strong>de</strong> vacinação é necessário, também,<br />

um programa <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> endo e ectoparasitas (vermes, piolhos, etc.). Os<br />

produtos usados no controle <strong>de</strong> vermes e ácaros são facilmente encontrados<br />

no mercado, em qualquer casa agropecuária.<br />

Um programa <strong>de</strong> vacinação sugerido, tanto para frango <strong>de</strong> corte, quanto para<br />

postura po<strong>de</strong> ser o apresentado nas Figuras 1 e 2.<br />

31


Figura 1 – Sugestão <strong>de</strong> vacinação para frango <strong>de</strong> corte<br />

Vacina<br />

New Castle<br />

Gumboro<br />

Vacina<br />

Gumboro<br />

Vacina<br />

New Castle<br />

Gumboro<br />

Fonte: AVIFRAN<br />

Dias<br />

De 07 a 10 dias<br />

De 07 a 10 dias<br />

Dias<br />

Aos 21 dias<br />

Dias<br />

Aos 35 dias<br />

Aos 35 dias<br />

Via <strong>de</strong> Aplicação<br />

Na água<br />

ou no olho<br />

Na água<br />

ou no olho<br />

Adm.<br />

juntas<br />

Via <strong>de</strong> Aplicação<br />

Na água ou no olho<br />

Via <strong>de</strong> Aplicação<br />

Adm.<br />

juntas<br />

Figura 2 – Sugestão <strong>de</strong> vacina para frango <strong>de</strong> postura<br />

Vacina<br />

New Castle<br />

Gumboro<br />

Bronquite<br />

Vacina<br />

Gumboro<br />

Vacina<br />

Bronquite<br />

New Castle<br />

Gumboro<br />

Vacina<br />

Coriza<br />

Vacina<br />

Bouba Forte<br />

Bronquite<br />

New Castle<br />

Vacina<br />

Coriza<br />

New Castle<br />

Bronquite<br />

EDS<br />

Dias<br />

De 07 a 10 dias<br />

De 07 a 10 dias<br />

De 07 a 10 dias<br />

Dias<br />

Aos 21 dias<br />

Dias<br />

Aos 35 dias<br />

Aos 35 dias<br />

Aos 35 dias<br />

Dias<br />

Aos 42 dias<br />

Dias<br />

De 60 a 70 dias<br />

De 60 a 70 dias<br />

De 60 a 70 dias<br />

Dias<br />

Aos 105 dias<br />

Aos 105 dias<br />

Aos 105 dias<br />

Aos 105 dias<br />

Na água<br />

ou no olho<br />

Na água<br />

ou no olho<br />

Na água<br />

ou no olho<br />

Adm.<br />

juntas<br />

Adm.<br />

juntas<br />

Na membrana da asa<br />

Adm.<br />

juntas<br />

No peito (intramuscular)<br />

No peito<br />

(intramuscular)<br />

No peito<br />

(intramuscular)<br />

No peito<br />

(intramuscular)<br />

Via <strong>de</strong> Aplicação<br />

Via <strong>de</strong> Aplicação<br />

Na água ou no olho<br />

Via <strong>de</strong> Aplicação<br />

Via <strong>de</strong> Aplicação<br />

No peito (intramuscular)<br />

Via <strong>de</strong> Aplicação<br />

Via <strong>de</strong> Aplicação<br />

Vacinas<br />

Consorciadas<br />

Fonte: AVIFRAN<br />

32


SAC | 0800 727 72 28<br />

(para informações, reclamações, sugestões,elogios)<br />

Ouvidoria | 0800 722 21 71<br />

(para reclamações não solucionadas pelo SAC)

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