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divisão do trabalho <strong>de</strong>termina igualmente as relações entre os indivíduos no que toca<br />

à matéria, aos instr<strong>um</strong>entos e aos produtos do trabalho. 26<br />

Marx sugere que se imagine <strong>um</strong>a reunião <strong>de</strong> homens livres que trabalham com<br />

meios <strong>de</strong> produção comuns e que agrupam suas forças. Seu produto é social, <strong>um</strong>a parte do<br />

qual volta a ser meio <strong>de</strong> produção e outra é cons<strong>um</strong>ida. “O modo <strong>de</strong> distribuição variará<br />

segundo o organismo produtor da socieda<strong>de</strong> e o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento histórico alcançado<br />

pelos produtores.” 27 Devido à percepção alienada que se tem das relações sociais, Marx<br />

salienta que elas também são obra dos homens, do mesmo modo como o são o linho ou a<br />

seda.<br />

o moinho movido a braço nos dá a socieda<strong>de</strong> dos senhores feudais; o moinho<br />

movido a vapor, a socieda<strong>de</strong> dos capitalistas industriais. Os homens, ao<br />

estabelecerem as relações sociais vinculadas ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua produção<br />

material, criam também os princípios, as idéias e as categorias conformes às suas<br />

relações sociais. Portanto, essas idéias, essas categorias são tão pouco eternas quanto<br />

as relações às quais servem <strong>de</strong> expressão 28<br />

Assim sendo, as noções <strong>de</strong> forças produtivas e <strong>de</strong> relações sociais <strong>de</strong> produção<br />

mostram que tais relações se interligam <strong>de</strong> modo que as mudanças em <strong>um</strong>a provocam<br />

alterações na outra. Em res<strong>um</strong>o, o conceito <strong>de</strong> forças produtivas refere-se aos instr<strong>um</strong>entos e<br />

habilida<strong>de</strong>s que possibilitam o controle das condições naturais para a produção, e seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento é em geral c<strong>um</strong>ulativo. O conceito <strong>de</strong> relações sociais <strong>de</strong> produção trata das<br />

diferentes formas <strong>de</strong> organização da produção e distribuição, <strong>de</strong> posse e tipos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong><br />

dos meios <strong>de</strong> produção, bem como e que se constituem no substrato para a estruturação das<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s expressas na forma <strong>de</strong> classes sociais. O primeiro trata das relações<br />

homem/natureza e o segundo das relações entre os homens no processo produtivo.<br />

ESTRUTURA E SUPERESTRUTURA<br />

O conjunto das forças produtivas e das relações sociais <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

socieda<strong>de</strong> forma sua base ou estrutura 29 que, por sua vez, é o fundamento sobre o qual se<br />

constituem as instituições políticas e sociais.<br />

A estrutura social e o Estado resultam constantemente do processo vital <strong>de</strong><br />

indivíduos <strong>de</strong>terminados; mas não resultam daquilo que esses indivíduos aparentam<br />

26 MARX; ENGELS. A i<strong>de</strong>ologia alemã, p. 20.<br />

27 MARX. O capital, v. I, p. 92.<br />

28 MARX. Miseria <strong>de</strong> la filosofía, p. 91.<br />

29 O marxismo adotou e difundiu o termo infra-estrutura.

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