You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Eu não pu<strong>de</strong> evitar e analisei o rosto <strong>de</strong> Kiera ao ver a irmã. Havia uma emoção diferente ali que eu não<br />
consegui i<strong>de</strong>ntificar. Kiera a amava, disso eu tinha certeza, mas ela me pareceu… triste, ou constrangida…<br />
como se estivesse se comparando a Anna e, em sua cabeça, estivesse per<strong>de</strong>ndo a disputa. Só que isso era<br />
ridículo. Sim, Anna era exuberante, sem dúvida, mas tudo nela parecia meio… fabricado. Kiera não<br />
precisava tentar agradar com tanta <strong>de</strong>terminação. Irradiava beleza naturalmente e sem o mínimo esforço. Não<br />
precisava ser dobrada, torcida e esculpida para virar uma obra-prima. Ela já era uma obra <strong>de</strong> arte.<br />
Finalmente, Kiera inspirou profundamente e anunciou:<br />
– Pessoal, essa é a minha irmã…<br />
Interrompendo Kiera, Anna esten<strong>de</strong>u a mão para mim.<br />
– Anna – ela interrompeu, com um sorriso acolhedor e convidativo.<br />
– <strong>Kellan</strong>.<br />
Eu estava apertando a mão <strong>de</strong>la quando Griffin se levantou e a puxou para longe <strong>de</strong> mim.<br />
Que sutileza!<br />
– Griffin… Oi! – Ele tinha um jeito tão especial com as palavras que era quase mágico. Mas Anna riu<br />
muito e disse “oi” também.<br />
Observei Kiera enquanto Anna se apresentava para os caras. Kiera parecia um pouco <strong>de</strong>sconfortável por<br />
Anna não precisar <strong>de</strong> sua ajuda. Talvez ela estivesse <strong>de</strong>sejando ser tão extrovertida. Mas po<strong>de</strong>ria ser, se<br />
realmente quisesse. A única coisa que a impedia era ela mesma.<br />
Griffin, <strong>de</strong>terminado a impressionar Anna e levá-la para a sua cama, pegou uma ca<strong>de</strong>ira próxima. Aquela<br />
ca<strong>de</strong>ira infelizmente tinha alguém sentado nela, mas Griffin não se importava muito com esses <strong>de</strong>talhes. Com<br />
um “cai fora, Mané”, ele puxou a ca<strong>de</strong>ira e a colocou ao seu lado. Enquanto o cliente expulso lhe estendia o<br />
<strong>de</strong>do do meio e ia reclamar com Sam – algo que certamente não daria em nada –, Griffin <strong>de</strong>u um tapinha no<br />
assento estofado e chamou o seu novo amor para acompanhá-lo.<br />
Anna sorriu e disse:<br />
– Obrigada – mas pegou a ca<strong>de</strong>ira, se levantou e foi direto para a minha ponta da mesa. Matt e Evan riram<br />
da esperteza <strong>de</strong>la, e Griffin fez um muxoxo. Para minha surpresa, Kiera também mostrou <strong>de</strong>scontentamento.<br />
Que interessante! Ela estava com ciúmes da Anna ou <strong>de</strong> mim? Mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> eu ter lhe prometido que não<br />
faria nada com Anna? Ela parecia irritada quando a irmã se sentou.<br />
Para testar essa teoria, lancei para Anna um sorriso amigável quando ela se sentou tão junto <strong>de</strong> mim que<br />
nossos corpos se tocaram. Quase pu<strong>de</strong> ver a fumaça que saiu das orelhas <strong>de</strong> Kiera quando ela nos observou.<br />
Muito interessante.<br />
– Bem, tenho que voltar ao trabalho. Eu trago uma bebida para você, Anna.<br />
Os olhos <strong>de</strong> Anna não se <strong>de</strong>sgrudaram dos meus quando ela respon<strong>de</strong>u:<br />
– Tudo bem. – Lembrando-se <strong>de</strong> alguma coisa, acrescentou: – Ah, um cara chamado Sam guardou meu<br />
blazer e minha bolsa na sala dos fundos.<br />
Kiera suspirou, como se não pu<strong>de</strong>sse acreditar no que Anna conseguia que os homens fizessem por ela.<br />
Tive vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> explicar a Kiera que esse era o po<strong>de</strong>r da boceta, mas não creio que ela fosse apreciar a<br />
explicação, por isso fiquei quieto.<br />
– Está certo, vou ligar para Denny. Ele po<strong>de</strong> levar você para casa.<br />
Anna finalmente olhou para Kiera.<br />
– Acho que posso me virar. – Eu sabia que ela se referia a mim e meu sorriso se ampliou. Anna estava<br />
tornando as coisas mais fáceis. Tudo que eu tinha que fazer era sorrir, <strong>de</strong>ixá-la usar sua sedução e observar<br />
Kiera ficar ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> inveja. Eu sabia que provavelmente não <strong>de</strong>veria lançar mão daquele joguinho, mas<br />
<strong>de</strong>ixar Kiera com ciúmes era muitíssimo melhor que chafurdar na tristeza, pensando no que eu nunca mais<br />
teria com ela. Além do mais, era <strong>de</strong>sse jeito que Kiera queria que as coisas fossem. Ela precisava saber que<br />
haveria um preço a pagar por me dispensar.