Dias de Sangue - Guerra e Paz - Parte 1 - Guerra

2. O PRIMEIRO CONTATO.
Era para ser um dia tranquilo.
Hector tinha deixado seu carro em casa e seguia para o
trabalho de ônibus.
Como sempre, ia com trajes civis e sem portar
documentos militares, pois caso houvesse um assalto, seria
fuzilado se fosse identificado como policial.
A rotina não seria a mesma da semana anterior. Serviços
internos e caso fosse necessário, atenderia a alguma ocorrência.
Questionou seu superior algumas vezes sobre o fato de
que sempre ficava no serviço interno e não era deslocado para as
patrulhas externas.
Em uma dessas vezes, o seu superior abriu a gaveta da
mesa de trabalho e lhe disse que ali, cada um escolhia qual serviço
e onde iria patrulhar, se é que ele entendia o recado.
Como estava concluindo a faculdade, geralmente não
tinha dinheiro e também não concordava com a tal “escolha”.
Sempre ficava de fora das patrulhas até aquele dia.
Ao que tudo indicava, um dos policiais teve um
problema familiar e foi dispensado. Seu substituto também não
pode ir e acabou sobrando a vaga.
Neste dia a patrulha iria se estender pelo centro da cidade
até as favelas da Zona Sul.
Quando o chefe da patrulha disse:
- Vamos subir o morro e conversar com o nosso amigo,
Ferrugem.
Ferrugem era o traficante local e até aquele momento não
era incomodado por ninguém, ficando livre para fazer o que
quisesse na favela e cercanias.
Chegando ao local, Hector não compreendia o tom
amigável e ao mesmo tempo debochado com que os policiais se
dirigiam aos elementos ali postados com seus fuzis.
Foram entrando, cumprimentando e tudo normal.
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