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ULTIMOS CANTOS

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282 ÚLTIMOS <strong>CANTOS</strong>.<br />

Perdi a verde relva, o brando ninho,<br />

Nem jamais casarei doces gorgeios<br />

Ao saudoso rugir dos meus palmares;<br />

Torém a branca angélica mimosa,<br />

Com seu candor enamorando as águas,<br />

Florece ás margens do meu pátrio rio.<br />

IV.<br />

Largo espaço de terras estrangeiras<br />

E de climas inhospitos e duros<br />

Interpoz-se entre nós! —Ao ver nublado<br />

Um céo d'inverno e as arvores sem folhas,<br />

De neve as altas serras branqueadas,<br />

E entre esta natureza fria e morta<br />

A espaços derramados pelos valles<br />

Triste oliveira, ou fúnebre cypreste,<br />

O coração se me apertou no peito.<br />

Arrasados de lagrimas os olhos,<br />

Segui no pensamento as andorinhas,<br />

Invejando-lhe os vôos!—procuravão,<br />

Como eu também nos sonhos que mentião,<br />

A terra que um sol calido vigora,<br />

E em frouxa languidez estende os nervos.<br />

Pátria da luz, das flores!—nunca eu veja

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