Comitê Histórico
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3.2. A Guerra<br />
Às 14h de 6 de outubro de 1973, enquanto Israel comemorava o Yom Kippur, as forças<br />
egípcias e sírias desfecharam um ataque conjunto contra a nação judia; as primeiras no Sinai,<br />
ao sul, e as últimas nas Colinas de Golã, ao norte. Embora a inteligência israelense tivesse<br />
informações suficientemente precisas sobre os preparativos militares árabes, o ministro da<br />
defesa Moshe Dayan achou que não seria necessário realizar um ataque preventivo como feito<br />
em 1967, inaugurando a Guerra dos Seis Dias. Os egípcios romperam a Linha de Bar-Lev,<br />
uma fortificação que os israelenses haviam construído ao longo da margem leste do Canal de<br />
Suez, que contavam com poucas defesas. Armadas com modernos mísseis soviéticos,<br />
antitanques e antiaéreos, os egípcios impuseram pesadas baixas às forças blindadas e à<br />
aviação israelense. Já nas Colinas de Golã, o avanço sírio foi duramente contido pela FDI.<br />
O curso da guerra começou a mudar em 14 de outubro, quando a ofensiva egípcia avançou<br />
demasiadamente pelo interior do Sinai, sendo contida por um poderoso contra-ataque<br />
israelense. Grande parte das forças blindadas árabes foi destruída, mantendo a FDI na<br />
margem oeste do canal de Suez. A partir de tal, o terceiro exército egípcio ficou isolado na<br />
margem leste do canal Cairo, deixando-se a mercê das tropas israelenses. Simultaneamente, a<br />
FDI conseguiu abrir caminho para a Síria, chegando a ameaçar a capital, Damasco. Com a<br />
intervenção dos Estados Unidos e da União Soviética, preocupados com a generalização do<br />
conflito, foi firmada uma trégua em 22 de outubro.<br />
Apesar de derrotar os atacantes árabes, Israel foi tomado e, pela primeira vez provou-se que a<br />
FDI não era invencível. Em termos militares, pode-se dizer que a guerra terminou empatada.<br />
Os israelenses tiverem perdas consideráveis: 2.838 mortos e 8800 feridos; os árabes somaram<br />
8.528 mortos e 19.549 feridos. O Estado israelense perdeu 103 aviões e 840 tanques; os<br />
árabes 392 aviões e 2.554 tanques. O governo israelense foi obrigado a instaurar uma<br />
comissão de inquérito para examinar as responsabilidades das autoridades civis e militares<br />
pelo desastre. A comissão concluiu que Golda Meir e Moshe Dayan eram responsáveis<br />
diretos pela falta de preparo. Mas a comissão culpou mais os militares que os líderes<br />
propriamente civis.<br />
A guerra também provocou mudanças de atitude no outro lado do Atlântico. Em Washington<br />
D.C., Henry Kissinger, poderoso formulador da política externa da Casa Branca,<br />
compreendeu a necessidade de mudança de enfoque, buscando envolver mais ativamente os<br />
árabes nas negociações. Em janeiro de 1974, foi firmado um acordo de desocupação militar<br />
egípcio-israelense; o acordo sírio- israelense foi executado em maio. A delegação israelense<br />
retirou-se do lado ocidental do Canal de Suez, concordando em dividir uma área de 30<br />
quilômetros ao lado oriental do mesmo em 3 zonas, pertencentes a Israel, Egito e forças<br />
internacionais das Nações Unidas.<br />
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