Minas em Cena Motors 2017

CULTURA • Sustentabilidade
Motores e
SUSTENTABILIDADE
MARÍLIA MELO*
A
frota de veículos no Brasil
mais que dobrou desde
2001. A porção desta
frota que equivale a automóveis,
motocicletas e ônibus é
86%, concentrados especialmente
em áreas urbanas, sendo
os principais responsáveis pela
poluição do ar nestas áreas.
A poluição do ar traz consequências
diretas para a saúde
da população, como problemas
respiratórios, além das emissões
veiculares serem responsável
pela emissão de gases
causadores de efeito estufa,
cuja consequência é a mudança
do clima no mundo.
A notícia boa é que diversas
novas tecnologias veem sendo
desenvolvidas para minimizar
este impacto ambiental e garantir
o bem-estar humano propiciado
pelo uso de veículos de
transportes, sejam públicos ou
particulares. Duas principais
tecnologias que merecem destaque
são: automóveis flex fuel
(cuja produção é crescente) e
os novos veículos elétricos.
O Japão foi o primeiro país,
ainda na década de 70, a investir
em escala no desenvolvimento
de tecnologia, não
impulsionado por questões
ambientais, mas pela preocupação
com o esgotamento de
combustíveis fósseis. Já na década
de 90, merece destaque
a inciativa do Estado da Califórnia,
nos Estados Unidos que,
motivados sim por questões
ambientais, aprovou uma lei de
restrição de emissão por veículos
automotores, incentivando
a produção de carros elétricos.
Atualmente a Noruega possui a
maior frota de carros elétricos
e a Holanda aparece em segundo
lugar e com perspectivas
regulatórias de banir os automóveis
com motor a combustão
em curto prazo.
Nos últimos anos, o Brasil
tem avançado no incentivo a
carros elétricos. Em sete estados
brasileiros (MA, PI, CE,
RN, PE, SE, RS), os proprietários
de veículos movidos a
motor elétricos (ou de força
motriz elétrica) são isentos do
IPVA e, em três estados (MS,
SP e RJ), os veículos elétricos
têm alíquota do IPVA diferenciada.
De maneira pioneira, o
estado de São Paulo anunciou
que renovará sua frota de ônibus
de transporte público por
veículos elétricos, sob o mote
do combate às mudanças climáticas.
Além disso, hoje podemos
ver em locais públicos
vagas exclusivas para veículos
desta natureza.
Os avanços tecnológicos
propiciam a produção em escala
e vantagens competitivas
para os carros elétricos, que se
traduzem em tempos de carga
menores das baterias, maior
autonomia e maior potência.
Entretanto os pontos de recarga
ainda são restritos fora de
áreas urbanas e o custo dos
carros elétricos ainda é superior
ao veículo convencional.
Mas desvantagens certamente
são compensadas, em média, a
autonomia é por volta de 160
Km, o que propicia um bom desempenho
em áreas urbanas,
como tem sido incentivado em
São Paulo. Desta forma, os
carros elétricos se apresentam
como ótimas alternativas para
transportes individuais e públicos
em cidades e ainda para
veículos prestadores de serviços
públicos urbanos, como,
por exemplo, veículos de coleta
de resíduos sólidos.
E as vantagens se reproduzem,
em qualidade de vida para
a população, em diminuição
da poluição em áreas urbanas,
além de benefícios econômicos
obtidos na redução no custo
por quilometro rodado. O que
mais falta para entrarmos em
uma era de sustentabilidade?
Nossa atitude!
AD
*Secretária adjunta de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de MG
mariliacmelo@yahoo.com.br
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