You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Gestão e organização do<br />
treinamento do goleiro<br />
Autor: Ernesto Mancebo Fuertes<br />
• Técnico Especialista em treinamento do goleiro <strong>de</strong> futebol (RFEF).<br />
N<br />
Fotos: Shutterstock.com<br />
No seguinte artigo trato <strong>de</strong> dar uma maior importância, sentido e rigor<br />
a figura do treinador <strong>de</strong> goleiros, consi<strong>de</strong>rando <strong>de</strong> vital importância<br />
<strong>de</strong>ntro do organograma esportivo <strong>de</strong> um clube, para isso doto ao leitor<br />
<strong>de</strong> ferramentas suficientes para planificar uma temporada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
ponto <strong>de</strong> vista das necessida<strong>de</strong>s reais do goleiro evitando cair assim<br />
em erros comuns como uma planificação <strong>de</strong> trabalho improvisado, trabalhos<br />
sobre situações estandardizadas, <strong>de</strong> escassa variabilida<strong>de</strong>, baseada em um<br />
método analítico sem nenhuma carga perceptiva nem <strong>de</strong>cisório e um <strong>de</strong>scontrole<br />
da carga <strong>de</strong> trabalho, volume e intensida<strong>de</strong>, que em muitos casos afetam o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento físico e psicológico do goleiro em formação e que em etapas<br />
<strong>de</strong> aperfeiçoamento não aportam nada ao goleiro nem ao grupo.<br />
Por isso tentarei resumir minha metodologia <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>s<strong>de</strong> suas perspectivas<br />
claramente diferenciadas, neste primeiro artigo se trata<br />
<strong>de</strong> expor as competências do treinador <strong>de</strong> goleiros<br />
<strong>de</strong>ntro do staff técnico da primeira equipe do<br />
clube e das consecuções dos objetivos que<br />
afetaram a alcançar o máximo nível <strong>de</strong><br />
rendimento nos goleiros e sua implicação<br />
ao jogo coletivo.<br />
© Artigo publicdado em www.futbol-tactico.com<br />
E num segundo artigo se centrará na<br />
metodologia aplicada à base, on<strong>de</strong><br />
se trata <strong>de</strong> formar o goleiro <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um<br />
conhecimento real do jogo, tanto em<br />
aspectos técnicos como táticos, <strong>de</strong> uma<br />
maneira lúdica, reforçada as capacida<strong>de</strong>s<br />
psicomotoras e incidindo a continua toma <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisões.<br />
Goleiro<br />
MARÇO<br />
125
PLANIFICAÇÃO E<br />
ORGANIZAÇÃO NA ETAPA<br />
DE ESPECIALIZAÇÃO.<br />
Programação:<br />
Nosso roteiro principal <strong>de</strong>ve ser<br />
a programação da temporada,<br />
resumindo este apartado em<br />
três gran<strong>de</strong>s grupos po<strong>de</strong>remos<br />
diferenciar entre:<br />
Período transitório: Este<br />
período é o que proce<strong>de</strong> a fase <strong>de</strong><br />
competição, o objetivo principal<br />
é a recuperação física e mental<br />
do esportista, geralmente não<br />
<strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r <strong>de</strong> 5 semanas.<br />
Período preparatório:<br />
É o período on<strong>de</strong><br />
criaremos as bases<br />
para alcançar uns<br />
níveis ótimos durante<br />
toda a competição,<br />
neste período se adquire<br />
sentido, trabalhar os aspectos<br />
mais aeróbicos <strong>de</strong>ntro da<br />
preparação física do goleiro<br />
que ainda que não seja um fator <strong>de</strong>terminante<br />
para o rendimento <strong>de</strong>ntro da competição sim o<br />
é para que o goleiro possa alcançar os níveis <strong>de</strong><br />
exigências <strong>de</strong>ntro do treinamento e ao longo da<br />
temporada.<br />
Microciclos:<br />
Existe uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agrupar os<br />
microciclos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista genérico,<br />
<strong>de</strong>ntro da temporada, pelo que po<strong>de</strong>ríamos falar<br />
<strong>de</strong> intercalar dois microciclos sustém com uma<br />
<strong>de</strong> carga durante a pré-temporada e duas cargas<br />
com um sustém durante a temporada.<br />
Nos Microciclos <strong>de</strong> carga ou impacto o goleiro<br />
vai trabalhar sobre cargas máximas, com alguma<br />
acumulação <strong>de</strong> fadiga e sem a recuperação total<br />
entre uma sessão e outra, tudo isso sem esgotar<br />
as reservas <strong>de</strong> adaptação logradas no período<br />
preparatório. Enquanto aos Microciclos <strong>de</strong><br />
sustém o nível <strong>de</strong> carga e dificulda<strong>de</strong> será media,<br />
com uma intensida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada, buscando a<br />
recuperação e adaptação do trabalho <strong>de</strong> impacto.<br />
A intenção <strong>de</strong> incluir microciclos <strong>de</strong> sustém<br />
durante a pré-temporada não é outra que criar as<br />
bases para obter a forma, enquanto que incluir<br />
sistematicamente microciclos <strong>de</strong> carga durante<br />
a competição nos permitira aperfeiçoar durante<br />
toda a competição o estado <strong>de</strong> forma alcançando.<br />
Tudo isso, com a premissa <strong>de</strong> evitar que o goleiro<br />
veja diminuídas suas condições na competição.<br />
Devido a sua reduzida carga competitiva que suporta o goleiro <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong> vista bioenergético,<br />
enten<strong>de</strong>ndo que não é necessário incluir um microciclo <strong>de</strong> recuperação como po<strong>de</strong> ocorrer com o jogador<br />
<strong>de</strong> campo.<br />
Todo este esquema genérico não servirá para elaborar um roteiro <strong>de</strong> trabalho, sendo a distribuição final<br />
realizada conjuntamente com os preparadores físicos, po<strong>de</strong>ndo surgir alguma adaptação segundo seus<br />
critérios.<br />
Cabe <strong>de</strong>stacar a diferença <strong>de</strong> microciclos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> jogos que o goleiro acumulará<br />
durante esse período.<br />
Uma das ferramentas que nos servirá para recolher <strong>de</strong> maneira resumida a planificação semanal é o<br />
seguinte quadro, on<strong>de</strong> a<strong>de</strong>mais <strong>de</strong> datas e numero <strong>de</strong> microciclo que corresponda faremos referencia ao<br />
período on<strong>de</strong> nós encontramos e ao tipo <strong>de</strong> microciclo.<br />
.<br />
126<br />
Período competitivo: Durante<br />
este período o principal objetivo<br />
é aperfeiçoar as habilida<strong>de</strong>s do<br />
goleiro para lograr o máximo nível<br />
na competição, é fundamental a<br />
organização <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse período<br />
para lograr que o goleiro chegue às<br />
condições físicas e psicológicas mais<br />
ótimas à competição.<br />
Por isso, o treinador <strong>de</strong> goleiros <strong>de</strong>ve<br />
conhecer e valorizar todos os fatores que<br />
possam influenciar no goleiro e variar o<br />
grau <strong>de</strong> exigências <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>ssa<br />
leitura.<br />
MARÇO Goleiro © Artigo publicado em www.futbol-tactico.com<br />
Goleiro<br />
MARÇO<br />
127
Quantificação do trabalho:<br />
Um fator <strong>de</strong>terminante é a quantificação do<br />
trabalho real, pelo que este quadro e uma<br />
ferramenta fundamental para conhecer a<br />
verda<strong>de</strong>ira carga <strong>de</strong> trabalho que <strong>de</strong>dicamos a<br />
cada fundamento.<br />
Devemos contabilizar o tempo empregado em<br />
cada aspecto genérico do trabalho do goleiro,<br />
com isso conseguiremos ter um controle<br />
dos tempos empregados em cada sessão,<br />
no seguinte quadro po<strong>de</strong>m-se observar os<br />
tempos empregados em cada aspecto <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong>sse microciclo e os acumulados ao longo da<br />
temporada, assim como o numero <strong>de</strong> sessões<br />
empregadas e minutos <strong>de</strong> jogo <strong>de</strong> cada goleiro.<br />
Com esta ferramenta se conhecerá as<br />
quantida<strong>de</strong>s reais <strong>de</strong> trabalho técnico, tático,<br />
físico e psicológico (apoio audiovisual)<br />
empregados em cada goleiro, assim como<br />
o registro dos minutos <strong>de</strong> cada jogador em<br />
competição.<br />
Sessão <strong>de</strong> treinamento.<br />
Uma vez que tenhamos claro o roteiro a seguir passamos ao dia a dia, as sessões <strong>de</strong> treinamentos.<br />
O primeiro que temos que ter é uma ficha on<strong>de</strong><br />
refletir o trabalho que vamos realizar e que nos<br />
sirva para nossa organização.<br />
Existem diversas maneiras <strong>de</strong> realizá-la a<br />
continuação exponho minha ficha <strong>de</strong> sessão<br />
on<strong>de</strong> nos servirá <strong>de</strong> roteiro durante a sessão,<br />
on<strong>de</strong> anotaremos qualquer incidência que se<br />
produza, assim como a valorização dos próprios<br />
goleiros sobre o trabalho realizado, para<br />
conhecer- se o plasmado anteriormente a ficha<br />
<strong>de</strong> treinamento correspon<strong>de</strong> com as sessões<br />
que tem o esportista na hora <strong>de</strong> executar os<br />
exercícios planejados, é primordial estas conclusões (feed-back) para conhecer a repercussão real dos<br />
exercícios planejados.<br />
128<br />
MetodologIa:<br />
MARÇO Goleiro © Artigo publicado em www.futbol-tactico.com<br />
Dentro da metodologia <strong>de</strong> trabalho po<strong>de</strong>-se<br />
englobar em quatro pilares fundamentais e<br />
<strong>de</strong>senvolver a preparação especifica do goleiro,<br />
como são:<br />
• Técnica,<br />
• Tática,<br />
• C. Física<br />
• Psicológica.<br />
Goleiro<br />
Com a intenção <strong>de</strong> agrupar exercícios em cada<br />
ponto é primordial a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les.<br />
A técnica: Segundo T.O Tomba, a técnica<br />
esportiva “é o conjunto <strong>de</strong> procedimentos que<br />
mediante sua forma e conteúdo assegura e<br />
facilita o movimento”. Ou dito <strong>de</strong> outra forma, é a<br />
melhor maneira <strong>de</strong> realizar uma ação.<br />
MARÇO<br />
129
Des<strong>de</strong> o meu ponto <strong>de</strong> vista a<br />
maneira mais ótima <strong>de</strong> trabalhar<br />
a técnica é <strong>de</strong>bulhando cada<br />
ação, por tanto <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste<br />
fundamento é muito comum<br />
realizar ações analíticas com<br />
muito baixa incerteza para po<strong>de</strong>r<br />
centrar mais <strong>de</strong>talhadamente o<br />
análise biomecânico do goleiro e<br />
uma vez conseguidos objetivos<br />
muito concretos empregar maior<br />
dificulda<strong>de</strong> em cada ação.<br />
Por tanto estamos falando, sem dúvida, <strong>de</strong> um dos principais pilares da formação do goleiro, pelo que<br />
segundo isso o fim do nosso trabalho não é outro que tenta alcançar a excelência técnica <strong>de</strong> nossos<br />
goleiros.<br />
A técnica do goleiro <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma multidão <strong>de</strong> fatores, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o próprio regulamento, a ida<strong>de</strong>, do<br />
goleiro, a própria experiência, a condição física, a antropométrica, os materiais, até os agentes externos<br />
como o clima ou a superfície do terreno entre outras muitas, que acondicionaram a técnica do goleiro; o<br />
treinador <strong>de</strong>vera assimilar que cada goleiro terá sua própria técnica sendo <strong>de</strong> pouca ida<strong>de</strong> à idônea para<br />
a correção.<br />
do staff técnico encarregados da preparação, física, nosso <strong>de</strong>ver é conhecer todas as <strong>de</strong>mandas reais<br />
Enquanto que em formação tem que ter muito em conta que se <strong>de</strong>verá buscar em cada ação a lógica da competição, <strong>de</strong>terminar todos os aspectos condicionais e elaborar tarefas que se rejam a uma serie<br />
biomecânica e segurida<strong>de</strong> em quanto a execução, quando trabalhemos com goleiros que já trazem <strong>de</strong> normas:<br />
“vícios” há que interpor a efetivida<strong>de</strong> contra a lógica e tentar mediante trabalho não forçados à correção É importante conhecer que não é <strong>de</strong>terminante para o rendimento, mais serve <strong>de</strong> suporte preventivo,<br />
paulatina <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>feitos técnicos adquiridos.<br />
uma boa programação <strong>de</strong> exercícios condicionais nos permitira ter goleiros com uma estrutura ósseo-<br />
130<br />
131<br />
MARÇO Goleiro © Artigo publicdado em www.futbol-tactico.com<br />
MARÇO<br />
Goleiro<br />
A tática: se falamos antes<br />
que a técnica era o “como fazêlo”<br />
po<strong>de</strong>mos dizer que a tática se<br />
<strong>de</strong>fine como “o que e para que<br />
fazê-lo”, a técnica nos permitira<br />
administrar <strong>de</strong> melhor maneira<br />
as realida<strong>de</strong>s e capacida<strong>de</strong>s do<br />
jogo.<br />
Ao igual que há jogadores <strong>de</strong><br />
campo com uma excelente<br />
capacida<strong>de</strong> tática que lhe<br />
permitem estar no lugar oportuno<br />
em cada situação, tanto em<br />
possessão da bola como na<br />
<strong>de</strong>fesa, também no goleiro será<br />
um fundamento básico na sua formação, pelo que teremos que transmitir que a principal capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse apartado é a <strong>de</strong> evitar situações comprometidas quando não se está em possessão da bola<br />
e ser o primeiro atacante quando se tem a bola, para isso é fundamental criar ações com uma enorme<br />
carga perceptiva- <strong>de</strong>cisório <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o conhecimento real <strong>de</strong> jogo, e incluir o goleiro em treinamentos mistos<br />
on<strong>de</strong> se sinta parte do po<strong>de</strong>r ofensivo da equipe.<br />
A preparación física: pessoalmente tenho um gran<strong>de</strong> respeito e admiração pelos profissionais<br />
encarregados da preparação física, sendo eles <strong>de</strong>terminantes na maneira <strong>de</strong> condicionar este apartado<br />
<strong>de</strong>ntro da preparação do goleiro, por isso nosso trabalho tem que ser consensuado com os integrantes
muscular a<strong>de</strong>quada para seu dia a dia, on<strong>de</strong><br />
se encontrará com contínuos golpes, caídas,<br />
choques...; também teremos que priorizar que<br />
o <strong>de</strong>sgaste físico nunca <strong>de</strong>verá interferir na boa<br />
execução técnica- tática.<br />
Os aspectos físicos que o goleiro efetuará<br />
durante a competição e por tanto os que <strong>de</strong>vemos<br />
extrapolar nos treinamentos são a explosivida<strong>de</strong>,<br />
à agilida<strong>de</strong>, flexibilida<strong>de</strong>, coor<strong>de</strong>nação, força,<br />
velocida<strong>de</strong>, resistência aeróbico-anaeróbica e<br />
impulsão sendo a capacida<strong>de</strong> estrela a força.<br />
Segundo Seiru-lo, “a força é a capacida<strong>de</strong><br />
condicional que mediante a ativida<strong>de</strong> muscular,<br />
nos permite superar ou contra-restar física<br />
e psiquicamente, uma carga especifica <strong>de</strong><br />
intensida<strong>de</strong> alta e variável que se manifesta<br />
em intervalos curtos <strong>de</strong> tempo, permitindo<br />
manter as necessida<strong>de</strong>s coor<strong>de</strong>nativas que<br />
exige o jogo” segundo esta <strong>de</strong>finição se po<strong>de</strong><br />
consi<strong>de</strong>rar a base <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>mais.<br />
Devemos planejar tarefas on<strong>de</strong> o goleiro<br />
trabalhe a força <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento, a força <strong>de</strong><br />
impulsão, a força <strong>de</strong> ataque/lançamento, força<br />
<strong>de</strong> interceptação e força <strong>de</strong> contato, tarefas que<br />
mediante trabalhos pliométricos ( excêntricoisométrico<br />
-concêntrico)Permitira-nos alcançar os<br />
objetivos antes <strong>de</strong>scritos.<br />
Pessoalmente junto aos preparadores físicos<br />
<strong>de</strong>senhamos um trabalho diário <strong>de</strong> aca<strong>de</strong>mia,<br />
on<strong>de</strong> os goleiros têm uma serie <strong>de</strong> tarefas<br />
especificas e individuais, mediante os aparelhos<br />
disponíveis, que efetuaram antes <strong>de</strong> cada sessão,<br />
este trabalho serve como prevenção e como parte<br />
do aquecimento inicial <strong>de</strong> cada sessão.<br />
A psicologIa: todos os que alguma vez temos<br />
estado <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo uma trave coincidimos com o<br />
importante que este fundamento <strong>de</strong>ntro do êxito<br />
do goleiro, e o treinador <strong>de</strong> goleiro tem que ser<br />
um apoio fundamental, não se trata <strong>de</strong> “jogar a<br />
ser psicólogos” se não <strong>de</strong> conhecer e manejar<br />
alguns aspectos que ajudaram a fortaleza mental<br />
do goleiro e por tanto aproximá-lo mais ao êxito.<br />
Por tanto o treinador <strong>de</strong>ve ser visto como um<br />
lí<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>vera adaptar-se a personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada<br />
goleiro e incluso adaptar-se os treinamentos <strong>de</strong><br />
cada perfil.<br />
É fundamental conhecer a<br />
personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada goleiro<br />
para lograr levar a que<br />
seus medos ou<br />
dificulda<strong>de</strong>s os<br />
converta em reto<br />
pessoal, <strong>de</strong>vemos<br />
centrar seus pensamentos<br />
na competição, ensinar-lhe a<br />
importância da ativação mental e<br />
diferenciar entre atenção e concentração.<br />
Outro fator <strong>de</strong>terminante que <strong>de</strong>vemos manejar<br />
é conseguir que o goleiro não habitual assuma<br />
seu rol, para isso é importante analisar o<br />
comportamento <strong>de</strong> ambos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong><br />
vista objetivo.<br />
A maneira <strong>de</strong> expressar-se é primordial, dar<br />
instruções precisas e ter uma boa comunicação<br />
nos permitira ter efeito em nossas correções, é<br />
muito importante conhecer o momento oportuno<br />
para realizar reforços e castigos.<br />
A motivação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá em gran<strong>de</strong> medida<br />
<strong>de</strong> nossa figura, por isso é importante planejar<br />
<strong>de</strong>safios, ter objetivos e metas.<br />
A intimida<strong>de</strong> entre o goleiro e o treinador <strong>de</strong>vera existir, momento para que as reflexões entre ambos não<br />
transcendam o corpo técnico e influa em <strong>de</strong>cisões errôneas, assim como a coesão dos goleiros com o<br />
grupo.<br />
Síndrome <strong>de</strong> burnout,temos que ter muito em conta que dada a amplia exigência físico-mental a que<br />
está submetida o goleiro po<strong>de</strong> chegar a bloquear suas condições, e isso é mais comum do que po<strong>de</strong><br />
parecer em principio, em muitas ocasiões nas que diminui o rendimento do goleiro notavelmente se<br />
costuma atribuir a problemas <strong>de</strong> âmbito pessoal ou ainda mal estado <strong>de</strong> forma, mas <strong>de</strong>vemos valorizar<br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que verda<strong>de</strong>iramente nos encontramos ante o síndrome do <strong>de</strong>sgaste profissional.<br />
A maneira <strong>de</strong> combater este problema não é outro que realizar exercícios criativos e diferentes on<strong>de</strong><br />
existam menos <strong>de</strong>safios e mais probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> êxito em suas execuções.<br />
A autoconfiança é outro fator <strong>de</strong>terminante, a progressão <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> nas<br />
diferentes tarefas planejadas serve para o reforço, tem que ter especial cuidado<br />
nas horas prévias à competição on<strong>de</strong> o goleiro <strong>de</strong>ve escutar mensagens <strong>de</strong><br />
confiança mais nunca mentindo, <strong>de</strong>vemos fazer-lhes ver que po<strong>de</strong> sacar<br />
o máximo rendimento ao estado <strong>de</strong> forma no que verda<strong>de</strong>iramente se<br />
encontre, e conhecer o verda<strong>de</strong>iro pensamento do nosso goleiro que em<br />
ocasiões po<strong>de</strong> exteriorizar encontrar-se bem mais em seu interior pa<strong>de</strong>cer<br />
um stress intensivo.<br />
O treinador <strong>de</strong> goleiro <strong>de</strong>ve administrar os níveis emocionais do goleiro,<br />
não po<strong>de</strong> cair na euforia <strong>de</strong>smedida trás boas<br />
atuações nem pelo contrario entrar em<br />
<strong>de</strong>sídia por uma má atuação.<br />
Em <strong>de</strong>finitiva o treinador <strong>de</strong><br />
goleiros tem que chegar a cada um.<br />
Folha <strong>de</strong> seguimento.<br />
Se concebemos o treinamento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a perspectiva <strong>de</strong> preparar o esportista<br />
para a competição é primordial conhecer as verda<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>mandas da<br />
competição, é certo que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da categoria, e incluso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />
da geografia da equipe, existem diversos aspectos que são mais comuns<br />
em uma que outra, mas não sou partidário <strong>de</strong> centrar exclusivamente<br />
o treinamento em conceitos tão limitados como, por exemplo, possa<br />
ser a incidência no jogo aéreo em <strong>de</strong>terminadas categorias; esta reflexão<br />
é importante para conhecer o uso das seguintes ferramentas.<br />
132<br />
MARÇO Goleiro © Artigo publicado em www.futbol-tactico.com<br />
Goleiro<br />
MARÇO<br />
133
A folha <strong>de</strong> seguimento nos permitirá conhecer <strong>de</strong> uma forma muito objetiva à atuação do goleiro e não só<br />
<strong>de</strong> forma individual se não que nos dará informação relativa à incidência do goleiro no jogo ofensivo da<br />
equipe e das estadísticas <strong>de</strong>fensivas durante a competição para uma posterior análise e interpretação.<br />
Po<strong>de</strong>mos diferenciar dois gran<strong>de</strong>s grupos a hora <strong>de</strong> realizar uma ficha <strong>de</strong> seguimento, que são as ações<br />
<strong>de</strong>fensivas e as ações ofensivas.<br />
A folha <strong>de</strong> seguimento adiciona-se um anexo para anotações concretas on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>rá realizar qualquer<br />
tipo <strong>de</strong> valoração ou análises suplementaria a folha <strong>de</strong> seguimento, como por exemplo, a análise mais<br />
concreta dos gols, ações que queiramos <strong>de</strong>stacar do jogo e comentar posteriormente com o goleiro<br />
ou minutos do jogo on<strong>de</strong> nos interesse recuperar um fragmento <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o e nos sirva para uma rápida<br />
situaremos <strong>de</strong>ntro da gravação do jogo.<br />
A continuação os expõe a ficha <strong>de</strong> seguimento a folha adjunta, on<strong>de</strong> conhecereis o anteriormente exposto.<br />
Dentro das ações <strong>de</strong>fensivas se analisa<br />
as diferentes ações técnicas, táticas, físicas e<br />
psicológicas.<br />
Ações técnicas: Trata-se das ações na que o<br />
goleiro intervém <strong>de</strong> forma direta e que implicam<br />
ou não na recuperação da bola, se valorizam os<br />
bloqueios já sejam aéreos (centros) ou a trave,<br />
assim como os <strong>de</strong>svios, igualmente tanto em<br />
saídas como em disparos ao gol.<br />
Também se inclui um apartado on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>remos<br />
saber si a execução realizada tem dado lugar a<br />
uma segunda jogada.<br />
Ações táticas: analisam-se as situações<br />
previas a possível intervenção do goleiro, on<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>remos analisar aspectos como a antecipação<br />
na linha bola trave (bissetriz)<br />
Ações físicas:<br />
Po<strong>de</strong>remos diferenciar em<br />
ações máximas ou mo<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />
necessida<strong>de</strong> física que requer a ação.<br />
Ações psicológicas: É a mais subjetiva <strong>de</strong><br />
todas, o conhecimento do treinador <strong>de</strong> goleiros<br />
sobre a personalida<strong>de</strong> do jogador fará que valore<br />
o nível <strong>de</strong> agressivida<strong>de</strong>, ativação, concentração,<br />
leitura <strong>de</strong> jogo, confiança, organização e mando<br />
em cada ação do jogo.<br />
Enquanto as ações ofensivas se analisam<br />
agrupando-os em ações técnicas e táticas.<br />
Ações técnicas: Se valorizam os reinícios do<br />
jogo efetuados pelo o goleiro, saques <strong>de</strong> portas e<br />
faltas, assim como a continuida<strong>de</strong> do jogo, mas<br />
valorizando só os gestos técnicos e boa execução<br />
<strong>de</strong> dito gesto, não entrando em se a ação termina<br />
em um jogador rival ou companheiro, aspecto<br />
que se po<strong>de</strong>rá refletir no apartado bola rifada, do<br />
quadro tático.<br />
Ações táticas: se refletem os aspectos táticos<br />
ofensivos que realiza o goleiro, dividindo em<br />
contra-ataque ou organizando e <strong>de</strong>terminando a<br />
zona <strong>de</strong> campo sobre a que se efetua dita ação.<br />
A ficha <strong>de</strong> observação se completa com 3 croquis<br />
on<strong>de</strong> situaremos no espaço a posição do goleiro<br />
em cada ação, saídas, ações diretas (disparos<br />
as traves), reinicio <strong>de</strong> jogo com saque <strong>de</strong> trave ou<br />
<strong>de</strong> voleia...<br />
A todos esses aspectos anteriormente<br />
mencionados somamos-lhe informações com um<br />
código <strong>de</strong> cores: vermelho para ações realizadas<br />
com algum erro já seja <strong>de</strong> execução o que dão<br />
lugar a perdida <strong>de</strong> posse da bola e ver<strong>de</strong> para<br />
ações realizadas corretamente para que trás<br />
a intervenção do goleiro continua-se com a<br />
possessão da bola.<br />
134<br />
MARÇO Goleiro © Artigo publicado em www.futbol-tactico.com<br />
Goleiro<br />
MARÇO<br />
135
Scouting específico<br />
O treinador <strong>de</strong> goleiros <strong>de</strong>ve conhecer as equipes rivais, já seja elaborando seu próprio informe ou<br />
escrevendo a partir da informação recebida pelo <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> analistas e dar informação ao goleiro<br />
das diferentes vazas ofensivas das que dispõe o rival, lançadores <strong>de</strong> faltas, <strong>de</strong> pênaltis, rematadores<br />
habituais no jogo aéreo... Toda informação para que o goleiro tenha maior capacida<strong>de</strong> para interpretar o<br />
que po<strong>de</strong> ocorrer com antecedência.<br />
De igual maneira <strong>de</strong>verá conhecer os goleiros com maior projeção para elaborar informes a secretaria<br />
técnica pra futuras incorporações ao plantel.<br />
Em resume, espero ter aportado suficientes ferramentas para lograr uma melhora na organização em<br />
nosso trabalho, po<strong>de</strong>r lograr aos poucos melhorar as capacida<strong>de</strong>s dos goleiros que treinamos e dignificar<br />
nosso trabalho.<br />
136<br />
MARÇO Goleiro © Artigo publicado em www.futbol-tactico.com<br />
Goleiro<br />
MARÇO<br />
137