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AÇÃO PENAL Nº 5021365-32.2017.4.04.7000PR Inácio Lula da Silva consubstanciada em reformas no Sítio de Atibaia

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01/08/2017 Evento 7 - DESPADEC1<br />

realização <strong>da</strong>s <strong>reformas</strong> <strong>em</strong> favor do ex-Presi<strong>de</strong>nte Luiz <strong>Inácio</strong> <strong>Lula</strong> <strong>da</strong> <strong>Silva</strong> foi<br />

assumido enquanto ele ain<strong>da</strong> era Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> República. Já, segundo relato <strong>de</strong><br />

José A<strong>de</strong>lmário Pinheiro Filho, os custos <strong>da</strong>s <strong>reformas</strong> do <strong>Sítio</strong> <strong>de</strong> <strong>Atibaia</strong> foram<br />

abatidos <strong>de</strong> conta geral <strong>de</strong> propinas que tinha entre outras causas os contratos <strong>da</strong><br />

OAS com a Petrobrás, estes celebrados ao t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que Luiz <strong>Inácio</strong> <strong>Lula</strong> <strong>da</strong> <strong>Silva</strong><br />

exercia o man<strong>da</strong>to presi<strong>de</strong>ncial.<br />

Por outro lado, não há qualque registro <strong>de</strong> que o ex-Presi<strong>de</strong>nte Luiz<br />

<strong>Inácio</strong> <strong>Lula</strong> <strong>da</strong> <strong>Silva</strong> tenha pago qualquer valor por essas <strong>reformas</strong> realiza<strong>da</strong>s <strong>no</strong><br />

<strong>Sítio</strong> <strong>de</strong> <strong>Atibaia</strong>.<br />

Os el<strong>em</strong>entos probatórios juntados pelo MPF e também colacionados<br />

pela Polícia Fe<strong>de</strong>ral permit<strong>em</strong>, <strong>em</strong> cognição sumária, conclusão <strong>de</strong> que o ex-<br />

Presi<strong>de</strong>nte Luiz <strong>Inácio</strong> <strong>Lula</strong> <strong>da</strong> <strong>Silva</strong> comportava-se como proprietário do <strong>Sítio</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Atibaia</strong> e que pessoas e <strong>em</strong>presas envolvi<strong>da</strong>s <strong>em</strong> acertos <strong>de</strong> corrupção <strong>em</strong> contratos<br />

<strong>da</strong> Petrobrás, como José Carlos Cosa Marques Bumlai, o Grupo O<strong>de</strong>brecht e o<br />

Grupo OAS, custearam <strong>reformas</strong> na referi<strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, tendo por propósito<br />

beneficiar o ex-Presi<strong>de</strong>nte.<br />

Doutro lado, até o momento, não se ouviu, <strong>em</strong> princípio, uma<br />

explicação do ex-Presi<strong>de</strong>nte Luiz <strong>Inácio</strong> <strong>Lula</strong> <strong>da</strong> <strong>Silva</strong> do motivo <strong>de</strong> José Carlos<br />

Cosa Marques Bumlai, do Grupo O<strong>de</strong>brecht e do Grupo OAS, ter<strong>em</strong> custeado<br />

<strong>reformas</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 1.020.500,00 <strong>no</strong> <strong>Sítio</strong> <strong>de</strong> <strong>Atibaia</strong>, este <strong>de</strong> sua frequente<br />

utilização, e que se iniciaram ain<strong>da</strong> durante o man<strong>da</strong>to presi<strong>de</strong>ncial .<br />

Rigorosamente, quando ouvido na fase <strong>de</strong> investigações, após a<br />

condução coercitiva, afirmou, <strong>em</strong> princípio, <strong>de</strong>sconhecer as <strong>reformas</strong> ("essa<br />

pergunta t<strong>em</strong> que ser feita aos proprietários), o que, <strong>em</strong> princípio, não parece<br />

convergir com as provas.<br />

Evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente, trata-se apenas <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos probatórios aqui<br />

elencados <strong>em</strong> exame sumário, diante <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> verificar se há justa causa<br />

na imputação contra o ex-Presi<strong>de</strong>nte e d<strong>em</strong>ais acusados.<br />

Há, portanto, justa causa para o recebimento <strong>da</strong> <strong>de</strong>núncia.<br />

Evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente, não se trata <strong>de</strong> conclusão quanto às provas, pois elas<br />

estão sujeitas a críticas e ao contraditório e, por ex<strong>em</strong>plo, se o ex-Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong><br />

República arcou com as <strong>de</strong>spesas <strong>da</strong> reforma terá facili<strong>da</strong><strong>de</strong> para produzir a prova<br />

documental pertinente durante o curso <strong>da</strong> ação penal, uma vez que, usualmente,<br />

transações <strong>da</strong> espécie são feitas mediante registros documentais e transferências<br />

bancárias.<br />

Duas consi<strong>de</strong>rações adicionais.<br />

Mesmo nessa fase <strong>de</strong> cognição sumária, cabe <strong>de</strong>stacar dúvi<strong>da</strong>s<br />

relevantes sobre o dolo <strong>de</strong> lavag<strong>em</strong> <strong>em</strong> relação aos acusados, especialmente <strong>em</strong><br />

relação aqueles <strong>de</strong> atuação subordina<strong>da</strong>, ilutrativamente Carlos Armando Gue<strong>de</strong>s<br />

Paschoal, Emyr Diniz Costa Júnior, Rogério Aurélio Pimentel e Paulo Roberto<br />

Valente Gordilho, sendo <strong>de</strong> se l<strong>em</strong>brar que recent<strong>em</strong>ente este Juízo absolveu o<br />

último por falta <strong>de</strong> prova <strong>de</strong> dolo na ação penal conexa 5046512-<br />

94.2016.4.04.7000. Não obstante, nessa fase processual, na qual a prova não<br />

https://eproc.jfpr.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&doc=701501607606126040056111194955&evento=70150… 10/14

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