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Como Criar o Cão Perfeito desde Filhotinho - Cesar Millan

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Siga seu faro<br />

Angel, o schnauzer miniatura<br />

Após escolher meu filhote de labrador em uma instituição de resgate, eu queria visitar um<br />

criador de primeira linha para encontrar um cão da categoria terrier que seria o próximo<br />

filhote para este projeto. Uma característica das raças terrier é que são cães extremamente<br />

movidos pelo faro. Já que “nariz-olhos-ouvidos ” é a fórmula que sempre ensino meus clientes<br />

a empregar quando se comunicarem com qualquer cachorro, eu queria ter uma raça dominada<br />

pelo faro entre os filhotes que criava para o livro. O focinho de um cão pode metê-lo em<br />

encrencas se ele estiver entediado, mas se essa energia movida pelo faro for canalizada<br />

adequadamente no início da vida, o faro do seu cão pode se tornar a chave do seu coração —<br />

e da sua mente.<br />

Brooke Walker é uma ruiva escultural que exala energia positiva, e que, se lhe for dada a<br />

oportunidade, pode passar o dia todo falando sobre a paixão de sua vida: criar schnauzers<br />

miniaturas de exposição. Desde o instante em que a conheci, vi que Brooke realmente sabe o<br />

que faz. Perguntei-lhe como começou a se interessar por essa raça.<br />

“Quando me aposentei depois de trinta e oito anos como comissária de bordo, eu sabia que<br />

queria um cachorro, que não tinha havia vários anos. Então fui a uma exposição de cães e<br />

visitei os criadores, fiz um monte de perguntas. Esse é um ótimo lugar para se aprender sobre<br />

cães, porque todos os criadores imagináveis estão lá, e eles gostam de falar. Os schnauzers<br />

miniatura me chamaram a atenção porque têm elegância; são simplesmente uma raça elegante e<br />

bonita.”<br />

Claro, como a maioria dos criadores, Brooke tornou-se ainda mais aficionada pela raça que<br />

escolheu nos cinco anos que a tem criado. “Os schnauzers miniatura não trocam de pelo, nem<br />

têm caspa. São do tamanho perfeito — você pode levá-los em viagens de avião dentro de uma<br />

bolsa de mão que caiba embaixo do assento, e assim não precisam ir junto com a carga.<br />

Sempre viajo com meus cachorros.”<br />

Chovera na véspera do dia em que fui de carro a Costa Mesa, na Califórnia, para pegar o<br />

meu schnauzer da última ninhada da matilha de Brooke. O ambiente da casa era sereno e<br />

calmo, limpo e organizado, apesar de haver três filhotes de três meses, um casal de<br />

reprodutores e um macho idoso correndo pela propriedade. Isso já é um excelente sinal. Se<br />

você for visitar um criador e entrar no caos, com cães pulando, latindo ou mordendo por todo<br />

lado, é importante lembrar que esse é o ambiente onde seu filhote teve as primeiras<br />

experiências formadoras. Um cão criado em um ambiente caótico naturalmente absorve essa<br />

energia instável <strong>desde</strong> o momento em que nasce. Já trabalhei com vários clientes com<br />

schnauzers miniaturas que me contaram terem simplesmente presumido que aquela energia<br />

hiperativa e aqueles latidos incessantes faziam parte do “pacote” da raça. A matilha de<br />

Brooke rapidamente desmentia este mito. A atmosfera era silenciosa e calma, embora seus<br />

filhotes ainda fossem curiosos e brincalhões.<br />

Sentamos no pátio de ardósia bem cuidado de Brooke e observamos os filhotes lutarem e<br />

explorarem, aproveitando cada coisa nova que viam e ouviam. Observando conosco estava a<br />

mãe vigilante, uma schnauzer chamada Binky que tinha quase dois anos. Embora parecesse<br />

relaxada e interessada em nossas atividades humanas durante a maior parte do tempo, às vezes<br />

as brincadeiras de um dos filhotes lhe chamavam a atenção. Vi que quando a filhote fêmea

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