Como Criar o Cão Perfeito desde Filhotinho - Cesar Millan
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Introdução<br />
Vários meses atrás, entrei no nosso escritório da <strong>Cesar</strong> <strong>Millan</strong>, Inc. e vi nossa equipe<br />
amontoada em volta de uma tela de computador fazendo “ohs” e “ahs”. Abri caminho para ver<br />
o motivo daquele alvoroço todo. Ali na minha frente, num vídeo ligeiramente fora de foco,<br />
estava uma ninhada de seis adoráveis filhotes shiba inu — três machos e três fêmeas — numa<br />
cama acolchoada, subindo uns por cima dos outros alegremente. Quando soube que se tratava<br />
realmente de um vídeo transmitido em tempo real, fiquei fascinado — e impressionado.<br />
Aparentemente, os criadores — um casal de São Francisco — haviam instalado uma câmera<br />
de vídeo para fazer as vezes de uma espécie de “babá eletrônica”, para poderem ficar de olho<br />
em seus filhotes o tempo todo. Os empregados da empresa que instalaram o dispositivo de<br />
transmissão ao vivo se apaixonaram pelos filhotes e começaram a enviar links a outros<br />
amigos. O link tornou-se viral e, de repente, milhões de pessoas em mais de quarenta países<br />
estavam grudadas nas telas de seus computadores, assistindo ao fenômeno de produção<br />
caseira que ficou conhecido como Puppycam (“Câmera dos filhotes”). Em uma época de<br />
tensão econômica nacional, os espectadores afirmavam que assistir aos filhotes shiba inu os<br />
acalmava, distraía-os de suas preocupações e produzia um efeito geral positivo em sua saúde<br />
mental.<br />
A experiência da Puppycam inspirou vários membros da nossa equipe de O Encantador de<br />
Cães a instalar suas próprias câmeras e monitorar seus cães e seus filhotes em casa. Depois<br />
que os filhotes shiba inu cresceram, sempre havia alguma nova aventura de filhotes<br />
acontecendo em um dos nossos computadores.<br />
Qualquer que seja seu histórico cultural, a língua que você fala, a sua raça, o seu credo ou<br />
sua religião, você tem que ter um coração de pedra para não se comover com travessuras de<br />
filhotes. Seu desamparo aparente e suas aventuras adoráveis e desastradas para explorar um<br />
mundo que lhes é novo para eles, automaticamente, despertam os instintos protetores que a<br />
natureza implantou profundamente nos genes de todos os homens e mulheres, crianças e<br />
idosos. E como os depoimentos dos fãs da Puppycam comprovam, amar filhotes nos faz bem!<br />
Filhotes nos aproximam mais do nosso eu animal, inocente e natural. Eles aliviam nosso<br />
estresse, melhoram nossa saúde e nos lembram que a verdadeira felicidade só existe no<br />
momento. Amar e criar um filhote pode ser uma das experiências mais ricas e mais<br />
recompensadoras da vida de uma pessoa. E quando aquele filhote se torna um cão adulto, o<br />
vínculo criado durante aqueles primeiros oito meses — a fase que chamo de infância canina<br />
— pode se solidificar no tipo de relacionamento que vai sustentá-lo por toda a vida do seu<br />
cão e depois.<br />
No entanto, o fato de nossos corações humanos normalmente derreterem como manteiga<br />
quando vemos um filhote não nos torna automaticamente aptos a criar um. Por isso escrevo<br />
este livro.<br />
O que os cachorros têm que nos leva a crer que as habilidades para criá-los surgiram tão<br />
naturalmente quanto aquelas para criar nossos próprios filhos humanos? Não conheço muitos<br />
humanos que se julgariam automaticamente capazes de criar um elefante, leopardo ou golfinho<br />
bebê, caso algum desses lhes caísse no colo! Tenho certeza de que a maioria das pessoas sabe