Revista Edição 55

cavalgada
Mangalarga Marchador do Haras das 8 Virtudes
Cavalgar num cavalo Mangalarga
Marchador na sua terra de origem é,
sem dúvida, um grande prazer.
Considerado muito bom para cavalgadas e
outras atividades equestres, pelo temperamento,
comodidade, beleza e docilidade, o
Mangalarga Marchador é um cavalo completo.
O Brasil, com seu vasto território de mais de 8
milhões de quilômetros quadrados de extensão
e que possui o 3º maior rebanho de equinos do
mundo, é também um país rural, cuja história foi
escrita a cavalo.
O cavalo Mangalarga Marchador tem sua história
ligada ao trabalho de campo nas fazendas
de café, cana-de-açúcar e de criação de gado leiteiro,
sendo utilizado também nos finais de
semana, pelos fazendeiros donos das fazendas e
visitantes, para a prática de caça ao veado.
Sua origem é o Sul de Minas, na região da
Serra da Mantiqueira, e em função da diversidade
geográfica daquele território montanhoso,
cheio de rios, várzeas, capoeiras e vegetação
exuberante, hoje o Mangalarga Marchador reina
absoluto no mundo das trilhas, pois nelas
desenvolveu sua força, rusticidade e sua adaptação
a qualquer tipo de terreno por onde passasse.
Foi pensando nisso que o projeto de cavalgadas
“Terra Brasilis” surgiu para estrangeiros e brasileiros,
numa parceria com Ricardo Bacellar Wuerkert,
do Haras das 8 Virtudes, em Amparo (SP).
No trajeto Terra Brasilis 4C (Casa, Comida,
Café e Cavalo) os cavaleiros (no mínimo 4 e no
máximo 8) participam de uma programação
com hospedagem (pensão completa) no Haras
das 8 Virtudes, em 3 dias e meio (de 5ª a domingo)
de atividades a cavalo.
Nesse período, além das cavalgadas todos os
dias e em lugares diferentes, um deles é dedicado
ao café: torrefação, degustação e cavalgada
pelos cafezais, já que a Fazenda Palmares (onde
está o Haras das 8 Virtudes) é tradicional produtora
de café do século XIX. Não é à toa que o
Café do Haras foi eleito o melhor café de São
Paulo alguns anos atrás.
O processo de torrefação do café é feito em
pequena escala, em máquina própria e muito
bem explicado pelo Matheus, responsável pelo
Café do Haras e, é claro, acrescido da experiência
e casos do Ricardo.
Em outra cavalgada, vamos até a Fazenda
Atalaia (1873), para um caprichado café da
manhã e visita à fábrica de queijos e laticínios ali
produzidos com o leite do gado criado na própria
fazenda. São vários tipos de queijos e maturação
diferentes, desde os mais simples até os
mais exóticos. Seus proprietários, Paulo e
Rosana, são atenciosos, simpáticos e batalhadores.
É bastante comum chegarmos lá e encontrarmos
“chefs” de cozinha na aquisição de queijos
para seus pratos, pizzas e fondues. Também,
neste ano, a Fazenda Atalaia foi premiada com o
1º lugar em um campeonato de queijos na
Espanha.
A visita ao Hipocampo acontece em outro trajeto.
Trata-se de um espaço muito bonito para
treino, adestramento, hospedagem, eventos e
competições. Sua proprietária, Sabine, e seu
sócio Caíco, são igualmente simpáticos e atenciosos
e o espaço dispõe de um bar com bebidas
e petiscos para serem saboreados enquanto
apreciamos as atividades em andamento.
No domingo, nossa cavalgada vai até a Vinícola
Terrassos, produtora de uvas para os vinhos ali
fabricados e acaba com um almoço de rodízio de
massas, na cantina que funciona no local.
A vinícola tem um grande deck de madeira
com flores ao redor, um balanço com cordas e
bancos de madeira, para que possamos apreciar
a vista, já que o local é bem alto.
Ia me esquecendo de outro trajeto. O que chamamos
de “Antenas”. Lugar muito alto, cheio de
antenas, é claro, com uma bela vista de Amparo e
algumas cidades vizinhas (até Serra Negra (SP),
com um acesso por longo tempo dentro das terras
da Fazenda Palmares, quando passamos por
alguns piquetes do Haras das 8 Virtudes, onde os
cavalos são criados em liberdade.
Para cavaleiros que desejarem um trajeto
maior (brasileiros ou não), a “Terra Brasilis” oferece
uma programação de 9 dias, saindo de
Amparo e indo até Paraty (RJ).
Essa viagem é mais extensa e o trajeto passa
por cidades de três estados brasileiros (Minas
Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro). Pode-se ter
a opção de 5 dias a cavalo (de Amparo até
Campos do Jordão) e o restante, em veículo
apropriado, até Paraty.
Nada impede, porém, que todo o trajeto seja
a cavalo, dependendo dos participantes e da disponibilidade
de tempo deles, já que demanda
um período maior de atividades.
O que muda também é a distância de transporte
dos cavalos de volta a Amparo. Nesse caso,
o preço do transporte deles em caminhão é
rateado entre os cavaleiros.
Em Paraty, o encerramento da programação é
com um passeio de barco (que chamam também
de “escuna”) para fotos, banhos de praia e
almoço a bordo.
São nessas terras que as cavalgadas Terra
Brasilis percorrem, porque o Mangalarga
Marchador não escolhe terrenos: simplesmente
nos conduz a todos!
Enfim, NADA a reclamar... Só a VIVER!
June Sabino/Tropa da Lua
jhsabino8@gmail.com
(31)999-153614
■