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Conhecemos João Seabra enquanto comediante de ‘stand-up’
mas no ‘Got Talent Portugal’ brilhou com um dos seus outros
talentos: o ventriloquismo. Com o ‘macaco’ Sidónio, encantou
os portugueses e afirmou o seu talento na difícil arte de fazer rir
as plateias. Humorista nato, João Seabra nasceu a 8 de abril de
1971, no Porto, mas até afirmar-se como o comediante talentoso
que é, teve diversas experiências que começaram desde logo
na Universidade do Minho, onde estudou Matemática e Ciências
de Computação. Fundou em 1992, com alguns amigos, a
Tuna de Ciências daquela universidade. Não sendo um bom tocador,
destacava-se na apresentação da tuna em que, pelo meio,
metia umas anedotas que arrancavam as gargalhadas do público.
Com os diversos projetos de comédia que criou com outros
profissionais do riso, percorreu Portugal e o estrangeiro, participou
no ‘Got Talent Portugal’ e tantos outros programas televisivos,
escreveu textos de comédia para outros artistas...João Seabra
continua a brilhar nos palcos do humor, sendo que, um
desses momentos aconteceu este ano, no ‘Forum Madeira Humour
Fest’17’, de que resultou esta entrevista com o humorista.
• Dulcina Branco • Fotos: e site do artista
Gosta de atuar para o público
madeirense?
- Sim. Gosto muito do
público madeirense. É um público
muito generoso e que acarinha
bem os artistas. Gosto muito de
atuar na Madeira. Neste espetáculo
no Fórum, o público é um público
de famílias, ou seja, os temas
têm de ser temas em que o neto, a
mãe e o avô se identifiquem, por
isso os temas que foram usados por
mim foram temas do dia-a-dia.
O que gosta mais da Madeira?
- Gosto da ilha, em geral, mas em
particular, da gastronomia, das
pessoas e das paisagens desconcertantes.
Como é o João enquanto comediante?
- Sou um comediante que gosta de
falar das coisas da vida, que nos fazem
de vez em quando fazer figuras
estranhas. Gosto de caricaturar
situações pelas quais muitos de nós
já passou, de perguntar: “E se...?”.
E se fossêmos aranhas? Tinhamos
muitos pés ou muitas mãos?.
Em criança já gostava de fazer rir
ou isso só aconteceu mais tarde?
- Eu era o palhaço da turma. Sempre
gostei de fazer rir. Era uma
boa maneira de sermos aceites.
Como e quando percebeu que tinha
jeito para a comédia?
- Sempre fui um rapazinho mais
ou menos normal. A primeira vez
que notei que era um bocadinho
diferente dos meus colegas, foi na
pré-primária. No jardim do colégio,
havia uma laranjeira, e enquanto
os meus colegas subiam
á arvore para colher as laranjas,
eu sentava-me debaixo dela, de
mãos abertas, à espera que caísse
uma laranja nas mãos, ou que algum
deles escorregasse, caísse no
meio do chão e deixasse a laranja
para mim. Tinha 6 seis quando subi
a um palco pela primeira vez,
numa peça da escola. A minha segunda
experiência num palco, foi
também na escola, agora já com 9
anos. Houve uma altura a meio da
festa que algo correu mal e uma
das professoras olhou para mim
e disse-me: “ – João, vai ali para
o palco e entretém as pessoas enquanto
resolvemos isto.”
Foi a minha primeira vez, sozinho
em palco, e de improviso. Não sei
o que disse, não me lembro do
que fiz, mas no dia seguinte recebi
muitos elogios por isso.
Quem são as suas referências no
humor?
- Monty Python e Herman José,
uns no estrangeiro e o outro em
Portugal.
O que é que ainda não fez mas
gostaria de vir a realizar na sua vida?
- Gostava de ser pai e de passar
uma visão da vida com muito bom
humor para os meus filhos.
O João do palco é o mesmo João
na rua?
- Não. No palco, tenho de estar
sempre a mil, tenho de tentar estar
sempre a brilhar. Na vida do diaa-dia,
gosto de me apagar, de andar
a 20 e só acelarar quando é necessário.
O que é que se encontra a fazer,
atualmente?
- Em comédia, continuo a percorrer
o País com vários espectáculos
e de vez em quando umas saltadas
ao estrangeiro, EUA, Canadá,
França, Luxemburgo, Alemanha...
E vou trabalhando no meu
outro projecto que lancei este ano
que é uma marca de Cerveja Artesanal,
a ALMA.
E quando não está a trabalhar, o
que gosta de fazer?
- Gosto de paz. Cada vez, gosto
menos de confusões. Um passeio
pelos vários trilhos madeirenses é
um bom plano. ••
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