GAZETA DIARIO 494
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Foz do Iguaçu, terça-feira, 30 de janeiro de 2018<br />
VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS<br />
No mundo, 200 milhões de<br />
mulheres sofrem consequências<br />
de mutilação genital<br />
A mutilação genital feminina ainda é realizada em alguns<br />
países africanos, asiáticos e do Oriente Médio<br />
Marieta Cazarré<br />
Repórter da Agência Brasil<br />
No mundo todo, estimase<br />
que pelo menos 200 milhões<br />
de meninas e mulheres<br />
convivem com as terríveis<br />
consequências de mutilação<br />
genital feminina (MGF), de<br />
acordo com as Nações Unidas.<br />
Entre os problemas acarretados<br />
pela prática, estão os<br />
sangramentos graves e problemas<br />
de saúde, incluindo<br />
cistos, infecções, infertilidade<br />
e complicações no parto.<br />
A MGF é uma das violações<br />
mais brutais dos direitos<br />
humanos das mulheres e<br />
consiste na remoção parcial<br />
ou total dos órgãos genitais<br />
externos femininos (clitóris,<br />
pequenos e grandes lábios) e<br />
é feita com maior frequência<br />
em meninas entre os cinco e<br />
oito anos, muitas vezes em<br />
condições de higiene deploráveis.<br />
A prática não tem benefícios<br />
médicos e as lesões<br />
físicas e psíquicas são graves<br />
e permanentes.<br />
A mutilação genital feminina<br />
ainda é realizada em alguns<br />
países africanos, asiáticos e do<br />
Oriente Médio. Estima-se que<br />
cerca de 44 milhões de garotas<br />
de até 15 anos convivem<br />
com o problema. Os países<br />
com índices mais altos de meninas<br />
mutiladas são Gâmbia<br />
(56%), Mauritânia (54%) e Indonésia<br />
(50%).<br />
Os países com maiores índices<br />
de MGF de mulheres<br />
entre 15 e 49 anos são a Somália<br />
(98%), a Guiné (97%)<br />
e o Djibouti (93%).<br />
Entre os Objetivos de Desenvolvimento<br />
Sustentável<br />
está o fim das MGF até 2030.<br />
A meta visa eliminar todas as<br />
práticas nocivas, como os casamentos<br />
prematuros, forçados<br />
e de crianças e mutilações<br />
genitais femininas.<br />
Na União Europeia, a MGF<br />
é crime mas nem todas as jovens<br />
de comunidades imigrantes<br />
estão seguras. Cerca de 500<br />
mil mulheres em toda a Europa<br />
foram submetidas e mais 180 mil<br />
mulheres e meninas encontramse<br />
em risco todos os anos.<br />
Internacional<br />
15<br />
Em 8 países um quarto da<br />
população passa fome, diz ONU<br />
Ao todo, oito países têm um quarto ou mais da sua população<br />
passando fome em situação de emergência, revelou o último<br />
relatório do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU)<br />
elaborado por duas agências do organismo. A informação é da<br />
Agência EFE.<br />
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura<br />
(FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) informaram<br />
nesta segunda-feira (29) em comunicado conjunto que a<br />
insegurança alimentar em países afundados em conflitos continua<br />
piorando, fazendo com que a ajuda humanitária seja de "extrema<br />
importância".<br />
O relatório identificou 16 países com sérios problemas de<br />
alimentação, dos quais oito enfrentam crise ou emergências que<br />
afetam um quarto ou mais da população. O caso mais preocupante<br />
é o do Iêmen, onde 60% dos habitantes (17 milhões de pessoas)<br />
sofrem fome severa, seguido do Sudão do Sul, com 45% da<br />
população (4,8 milhões) em situação semelhante.<br />
A guerra na Síria fez com que 33% da população do país sofra com<br />
altos níveis de insegurança alimentar (6,5 milhões de pessoas), a<br />
mesma porcentagem do Líbano, com 1,9 milhões de famintos<br />
devido ao grande número de refugiados sírios lá.<br />
Três de cada dez pessoas sofrem com níveis críticos de fome na<br />
República Centro-Africana (1,1 milhões de pessoas), enquanto que<br />
a porcentagem é 26% na Ucrânia (1,2 milhões) e de 25% tanto no<br />
Afeganistão (7,6 milhões) quanto na Somália (3,1 milhões).<br />
Frente às crises que receberam mais atenção em outras partes da<br />
África, as agências mostraram "preocupação" pela rápida<br />
deterioração vista na República Democrática do Congo, onde<br />
calcula-se que a crise alimentar pode afetar 7,7 milhões de<br />
habitantes (11% da população).<br />
No Sudão o número de pessoas com graves problemas de<br />
insegurança alimentar é 3,8 milhões; no Iraque, 3,2 milhões; no<br />
entorno do Lago Chade (entre Chade, Níger, Nigéria e Camarões),<br />
2,9 milhões; no Burundi, 1,8 milhão; e no Haiti, 1,3 milhão.<br />
Em 2016, o cálculo era que 815 milhões de pessoas passavam fome<br />
no mundo, sendo que 489 milhões (75%) viviam em zonas<br />
afetadas pela violência. (Da Agência EFE)