GAZETA DIARIO 494
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Foz do Iguaçu, terça-feira, 30 de janeiro de 2018<br />
OPERAÇÃO PECÚLIO<br />
Cidade<br />
03<br />
Justiça Federal divulga datas de novos<br />
depoimentos arrolados pelas defesas<br />
Segunda fase das oitivas será iniciada em 19 de março e se estenderá<br />
até 20 de abril; ao todo serão ouvidas 149 pessoas<br />
Bruno Soares<br />
Reportagem<br />
A Justiça Federal divulgou<br />
o cronograma<br />
para oitiva de 149 pessoas<br />
arroladas pelas<br />
defesas dos réus denunciados<br />
na segunda ação<br />
criminal ajuizada no<br />
âmbito da "Operação<br />
Pecúlio". Resultado da<br />
quinta e sexta etapas<br />
das investigações, a<br />
"Operação Nipoti" teve<br />
o início de sua instrução<br />
processual em maio<br />
do ano passado. Inicialmente<br />
foram convocadas<br />
501 testemunhas.<br />
Até o momento, de<br />
acordo com levantamento<br />
do jornal Gazeta<br />
Diário, 71 delas já<br />
prestaram informações<br />
à Justiça, conforme a<br />
convocação das defesas<br />
dos denunciados.<br />
A segunda etapa de<br />
depoimentos está marcada<br />
para começar a<br />
parir do dia 19 de março.<br />
Neste mês estão programadas<br />
cinco audiências<br />
para realização de<br />
75 oitivas. Já em abril<br />
serão promovidas mais<br />
cinco encontros para<br />
outros 74 depoimentos.<br />
O último deles está<br />
agendado para o dia 20<br />
de abril, um dia após a<br />
"Operação Pecúlio"<br />
completar dois anos.<br />
O ex-prefeito Reni Pereira responde, apenas neste<br />
processo, por 435 condutas ilícitas<br />
Fotos: Roger Meireles/arquivo<br />
Depoimentos arrolados pelas defesas dos réus serão retomadas pela Justiça<br />
Federal no dia 19 de março<br />
A segunda ação criminal<br />
conta com 98<br />
réus acusados pelo Ministério<br />
Público Federal<br />
(MPF) de participação<br />
no suposto esquema<br />
de corrupção praticado<br />
na Prefeitura<br />
Municipal de Foz do<br />
Iguaçu sob a gestão do<br />
ex-prefeito Reni Pereira<br />
(PSB). Integram o<br />
grupo dos 98 réus denunciados<br />
na "Operação<br />
Nipoti" servidores<br />
municipais, empresários<br />
da região e 12 exvereadores<br />
presos em<br />
15 de dezembro de<br />
2016, cinco deles foram<br />
reeleitos para atual<br />
legislatura e terminaram<br />
com seus respectivos<br />
mandatos cas-<br />
sados por quebra de<br />
decoro parlamentar<br />
após serem julgados<br />
pelo Conselho de Ética<br />
da Casa de Leis.<br />
Acusado de chefiar a<br />
suposta organização<br />
criminosa que teria sido<br />
instalada na PMFI para<br />
atender aos interesses<br />
do grupo político de<br />
Reni, o ex-prefeito responde<br />
apenas neste<br />
processo por 435 condutas<br />
ilícitas denunciadas<br />
pelos procuradores<br />
da República, Alexandre<br />
Halfen da Porciúncula<br />
e Juliano Baggio<br />
Gasperin.<br />
O ex-prefeito já figura<br />
como réu ainda na<br />
primeira ação crimes<br />
como corrupção passiva,<br />
fraude ao caráter<br />
competitivo da licitação,<br />
desvio de verbas<br />
públicas, usurpação de<br />
função pública, dispensa<br />
indevida de licitação/inobservância<br />
das<br />
formalidades legais,<br />
prorrogação indevida<br />
de contrato, peculato,<br />
corrupção ativa, pagamento<br />
de nota de empenho<br />
com preterição<br />
da ordem cronológica<br />
de exigibilidade, organização<br />
criminosa e<br />
embaraço à investigação.<br />
O processo permanece<br />
em segredo de justiça<br />
por conta de Reni<br />
Pereira possuir à época<br />
da denúncia foro privilegiado<br />
em razão do<br />
cargo que ocupava.<br />
Recursos<br />
desviados<br />
Segundo acusação do<br />
MPF, a organização<br />
criminosa teria sido<br />
articulada e<br />
planejada durante a<br />
campanha eleitoral<br />
de 2012, antes de<br />
Reni assumir o<br />
mandato de prefeito<br />
de Foz do Iguaçu.<br />
Ainda de acordo com<br />
as acusações do MPF,<br />
as infrações penais<br />
começavam no topo<br />
da cadeia de<br />
comando do Poder<br />
Executivo Municipal<br />
e ramificavam-se,<br />
passando pelas<br />
secretarias, diretorias<br />
e demais ocupantes<br />
de cargos<br />
comissionados, além<br />
de empresários de<br />
vários setores. O<br />
objetivo principal da<br />
organização, afirma<br />
o MPF, era a<br />
captação de recursos<br />
desviados dos cofres<br />
da Prefeitura de Foz<br />
do Iguaçu (PR), sendo<br />
parte deles<br />
decorrente de<br />
repasses de verbas<br />
federais do Sistema<br />
Único de Saúde e do<br />
Programa de<br />
Aceleração de<br />
Crescimento (PAC).<br />
Estima-se que cerca<br />
de R$ 30 milhões<br />
tenham sido<br />
desviados da<br />
prefeitura.