Capítulo 2

Sem dúvida alguma, é um bom momento para acentuar sua capacidade de
competência, competitividade e enfrentamento direto às circunstâncias e à realidade. O
importante é não se deixe levar por brigas de segunda ou terceira fila, mas que se
concentre nos elementos importantes de sua senda espiritual, que são os que realmente
lhe irão indicando a rota adequada para ultrapassar com êxito essa selva de
circunstâncias, nas quais você percebe certos perigos. Na realidade, o único perigo
verdadeiro é o que você mesma pode gerar com sua imprudência, ou com a falta de
medida do risco com o qual se compromete. Não pense que é suficiente deixar as
oportunidades em "banho maria" para sair vitoriosa delas. É agora conveniente que se
aconselhe com alguma pessoa na qual tenha confiança, e na qual observe uma trajetória
de criatividade e moderação, ainda que seja evidente que quem em última instância terá
que tomar as decisões finais vai ser você.
O entusiasmo também tem sua medida e, como qualquer outro tipo de energia, se vê
submetido a tensões, a divergências e, na prática, a elementos que lhe diminuem força.
Se diz que "do dito ao fato há um grande trecho", e isto agora é especialmente digno de
ser levado em conta.
Não confunda individualidade com individualismo. A individualidade está ligada à
criatividade, à manutenção do centro do ser e, em síntese, a estar centrada" no Eu
verdadeiro. Quando isto sucede, a energia pessoal, que é uma manifestação mais da
energia da vida, se manifesta na forma de calor, concretização do ideal, nobreza,
inteireza, e impulso realizador. Ao contrário, o individualismo está mais para o lado de
passear e exibir-se, antes que ser realmente criativo. O individualismo está ligado ao
egocentrismo, segundo o qual tudo se faz em função dos próprios apetites,
conveniências ou impulsos, com o qual as energias vitais em determinado momento
entram em um círculo vicioso, e não são capazes de despregar-se plenamente, porque
falta generosidade e há um ingrediente que anuvia o ser, o qual é, nem mais nem menos,
que a mesquinharia.
Diferencie corretamente o que é uma "inversão de energias", o que significa verter
forças e recursos para que, posteriormente, frutifiquem, e o que é o "desperdício de
forças", no qual não está garantido um retorno evolutivo dessas energias pessoais. A
"inversão de energias" tem um certo componente de pensar a médio prazo como
mínimo, enquanto que o desperdício de energias pretende uma satisfação imediata de
um impulso ou de uma reação instintiva.
Meça os riscos em tudo que faz, e não somente nos projetos que vá iniciar neste
período de tempo, mas também em seus comportamentos cotidianos: prudência na hora
de dirigir, dosagem da energia da palavra ao comunicar-se com os demais, etc. A autoconfiança
desmedida pode levar a pessoa a planejar um determinado gasto de energias,
pensando que em dado momento do tempo os frutos vão estar já ao alcance da mão,
porém também há que contemplar a possibilidade de que a colheita de benefícios se
possa dilatar no tempo. É aqui onde entra a prudência, a qual não está brigada com a