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da, assumindo esse andamento como natural quando<br />
montado. Se sustentando nele por todo o tempo, se<br />
sentindo confortável e perfeitamente condicionado e,<br />
ainda, o fazendo de forma natural mesmo, sem o artificialismo<br />
da pressão da equitação. Por isso tem<br />
desempenho tão satisfatório, tanto nos exercícios de<br />
rédea livre nas competições quanto nas intermináveis<br />
disputas de baterias grandes com bem mais de 1,5<br />
hora de duração, nunca perdendo a marcha. E que<br />
também confirma a marcha picada em longas cavalgadas<br />
de dia inteiro e/ou vários dias consecutivos.<br />
Pode até nesse ponto haver alguma indagação de,<br />
em havendo já a marcha Genuína, então porque se<br />
trabalhar para a marcha picada os Confirmados? A<br />
resposta, acredito, será mais bem entendida quando<br />
dividida em duas, sendo a primeira em nível de<br />
Seleção e a segunda em nível de Pista.<br />
Em nível de seleção, é imprescindível mesclar<br />
esses animais no processo reprodutivo das duas tendências,<br />
no sentido de se buscar mais equilíbrio e<br />
qualidade na marcha. Muitos dos animais a serem<br />
aptos a confirmação possuem atributos que, quando<br />
mesclados aos genuínos, vão enriquecer, e muito, as<br />
qualidades do andamento, que é a razão maior de ser<br />
de nossa raça. Atributos como maior estabilidade corpórea<br />
e equilíbrio, maior poder de flexão e maior<br />
alcance dos membros, e também até melhores e mais<br />
evoluídas qualidades morfológicas, dentre vários<br />
outros fatores, são razões que justificam essa mescla.<br />
Em nível de competição ou pista, podemos salientar<br />
que, para além dos já citados estabilidade, equilíbrio,<br />
flexão e alcance, tem ainda a manutenção na<br />
marcha dissociada por mais tempo, tanto no decorrer<br />
das competições em si, quanto na vida útil desses<br />
animais em termos de dissociação, sem cair para a<br />
andadura. Isso porque pode até haver discordância,<br />
mas para criadores atentos e com certa bagagem de<br />
conhecimento e tempo, fica claríssimo que a tendênartigo<br />
Rogério Bivar Simonetti<br />
CONVERGÊNCIA<br />
<br />
Fazer parte da história é um dos bons sentimentos<br />
que terminam justificando tanta<br />
luta, energia gasta e grande entrega a um<br />
determinado mister. No caso específico da reintrodução<br />
da marcha picada aos padrões técnicos de julgamento<br />
no <strong>Marchador</strong>, o mais gratificante é ver que,<br />
em tão pouco tempo de aprimoramento e seleção, a<br />
qualidade a que chegou o nível da marcha picada em<br />
termos de evolução dos quesitos que regem esse<br />
andamento, concomitantemente ao avanço nos<br />
padrões morfológicos.<br />
O COMEÇO<br />
Em 2004, já sob as bênçãos do então presidente da<br />
ABCCMM, Dr. Nelson Boechat, e sob os esforços do Dr.<br />
Pio Guerra e demais abnegados, foram apresentados<br />
alguns animais durante a Nacional daquele ano. Já<br />
entre 2005 e 2006, o número cresceu e a qualidade deu<br />
um salto em relação ao ano anterior, mas mesmo assim<br />
a anos luz do que se tem hoje em termos qualitativos.<br />
Em 2007, já contando com 116 animais inscritos,<br />
todos montados, houve uma participação deveras<br />
significativa do plantel apresentado, tanto em quantidade<br />
quanto em qualidade, e pela primeira vez houve<br />
quórum suficiente para se ter, na marcha picada, os<br />
Grandes Campeonatos de forma plena.<br />
A partir daí, já com 14 edições participavas na<br />
Nacional, a marcha picada evoluiu em quantidade e<br />
qualidade, que agora a levam a um patamar muito<br />
mais avante do que a melhor das previsões pudesse<br />
prever naquele longínquo ano de 2004.<br />
Como se poderia acreditar que em todo o Nordeste<br />
houvesse uma reviravolta em que o número de participantes<br />
de marcha picada superasse os de marcha batida<br />
nas exposições? Principalmente em estados tão tradicionais<br />
quanto BA, PE, AL e CE? Quando se imaginaria<br />
que isso também acontecesse em GO e Brasília?<br />
Como poderia se prever o enorme incremento que a<br />
picada teria em SP e RJ? Quem poderia prever que haveria<br />
um Grande Campeão Nacional da Raça oriundo do<br />
PR em apenas 13 anos? E também quem poderia dizer<br />
que MG estivesse hoje importando animais de marcha<br />
picada provenientes de criatórios do NE e outros estados,<br />
fazendo uma espécie de retorno às origens?<br />
Pois bem, hoje tudo isso é fato inconteste.<br />
Acontecem simpósios sobre a marcha picada, também<br />
ocorrem reciclagens no quadro de árbitros. O<br />
número de novos criadores e, consequentemente,<br />
associados ligados à marcha picada vem aumentando<br />
vertiginosamente e, por si, já justificam essas preocupações<br />
e ações. A tal ponto que, hoje, duas perguntas<br />
ganham mais vulto e adeptos: “Para onde vão as<br />
marchas?” Será que vão convergir?”<br />
O PRESENTE<br />
Antes de tudo, é imperativo que se faça uma análise<br />
de como a marcha picada está sendo selecionada e<br />
apresentada em pistas. Basicamente, existem duas vertentes<br />
que se sobressaem. Uma é a dos apreciadores da<br />
marcha dita Genuína e outra da marcha Confirmada. As<br />
duas coexistem nos criatórios e nas pistas, sendo selecionadas<br />
e apresentadas de forma conjunta.<br />
Podemos, de uma forma simplista, evidentemente<br />
não técnica, definir a marcha dita Genuína como<br />
aquela onde o animal já apresenta o andamento em<br />
marca picada quando tocado solto no campo, sem o<br />
auxílio de cabrestos ou qualquer intervenção humana.<br />
E a Confirmada é daquele outro animal que apresenta<br />
um andamento mais para o diagonal quando<br />
tocado na solta, mas que, por genética, por habilidade,<br />
ou porque, sendo naturalmente mais próximo da<br />
marcha de centro para picada, confirma o andamento<br />
na picada quando montado.<br />
Antes de prosseguir, quero fazer um parêntese<br />
acerca de outro animal que algumas pessoas confundem<br />
com o Confirmado, que é o Encartado. Esse,<br />
também de forma não técnica, podemos definir<br />
como sendo um animal sem genética de picada, sem<br />
habilidade e de comprovado andamento diagonal<br />
que é forçado, através de técnicas de equitação e de<br />
uso de equipamentos artificiais, a entrar na marcha<br />
picada. Mas, diferentemente do Confirmado, esse<br />
não apresenta qualidade e não permanece nesse<br />
andamento nem por períodos médios e nem quando<br />
relaxada a pressão exercida sobre a equitação ao<br />
mesmo. É um andamento artificial, imposto, que não<br />
se sustenta e, portanto, sem sentido.<br />
O Confirmado, ao contrário, embora sendo ele<br />
oriundo de um animal diagonal na solta, mas com<br />
genética e/ou habilidade, e/ou com origem na marcha<br />
de centro para picada, vai, ao longo do processo de<br />
doma e acertos finais, a se confirmar na marcha pica-<br />
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