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Revista 56 TOP Marchador

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da, assumindo esse andamento como natural quando<br />

montado. Se sustentando nele por todo o tempo, se<br />

sentindo confortável e perfeitamente condicionado e,<br />

ainda, o fazendo de forma natural mesmo, sem o artificialismo<br />

da pressão da equitação. Por isso tem<br />

desempenho tão satisfatório, tanto nos exercícios de<br />

rédea livre nas competições quanto nas intermináveis<br />

disputas de baterias grandes com bem mais de 1,5<br />

hora de duração, nunca perdendo a marcha. E que<br />

também confirma a marcha picada em longas cavalgadas<br />

de dia inteiro e/ou vários dias consecutivos.<br />

Pode até nesse ponto haver alguma indagação de,<br />

em havendo já a marcha Genuína, então porque se<br />

trabalhar para a marcha picada os Confirmados? A<br />

resposta, acredito, será mais bem entendida quando<br />

dividida em duas, sendo a primeira em nível de<br />

Seleção e a segunda em nível de Pista.<br />

Em nível de seleção, é imprescindível mesclar<br />

esses animais no processo reprodutivo das duas tendências,<br />

no sentido de se buscar mais equilíbrio e<br />

qualidade na marcha. Muitos dos animais a serem<br />

aptos a confirmação possuem atributos que, quando<br />

mesclados aos genuínos, vão enriquecer, e muito, as<br />

qualidades do andamento, que é a razão maior de ser<br />

de nossa raça. Atributos como maior estabilidade corpórea<br />

e equilíbrio, maior poder de flexão e maior<br />

alcance dos membros, e também até melhores e mais<br />

evoluídas qualidades morfológicas, dentre vários<br />

outros fatores, são razões que justificam essa mescla.<br />

Em nível de competição ou pista, podemos salientar<br />

que, para além dos já citados estabilidade, equilíbrio,<br />

flexão e alcance, tem ainda a manutenção na<br />

marcha dissociada por mais tempo, tanto no decorrer<br />

das competições em si, quanto na vida útil desses<br />

animais em termos de dissociação, sem cair para a<br />

andadura. Isso porque pode até haver discordância,<br />

mas para criadores atentos e com certa bagagem de<br />

conhecimento e tempo, fica claríssimo que a tendênartigo<br />

Rogério Bivar Simonetti<br />

CONVERGÊNCIA<br />

<br />

Fazer parte da história é um dos bons sentimentos<br />

que terminam justificando tanta<br />

luta, energia gasta e grande entrega a um<br />

determinado mister. No caso específico da reintrodução<br />

da marcha picada aos padrões técnicos de julgamento<br />

no <strong>Marchador</strong>, o mais gratificante é ver que,<br />

em tão pouco tempo de aprimoramento e seleção, a<br />

qualidade a que chegou o nível da marcha picada em<br />

termos de evolução dos quesitos que regem esse<br />

andamento, concomitantemente ao avanço nos<br />

padrões morfológicos.<br />

O COMEÇO<br />

Em 2004, já sob as bênçãos do então presidente da<br />

ABCCMM, Dr. Nelson Boechat, e sob os esforços do Dr.<br />

Pio Guerra e demais abnegados, foram apresentados<br />

alguns animais durante a Nacional daquele ano. Já<br />

entre 2005 e 2006, o número cresceu e a qualidade deu<br />

um salto em relação ao ano anterior, mas mesmo assim<br />

a anos luz do que se tem hoje em termos qualitativos.<br />

Em 2007, já contando com 116 animais inscritos,<br />

todos montados, houve uma participação deveras<br />

significativa do plantel apresentado, tanto em quantidade<br />

quanto em qualidade, e pela primeira vez houve<br />

quórum suficiente para se ter, na marcha picada, os<br />

Grandes Campeonatos de forma plena.<br />

A partir daí, já com 14 edições participavas na<br />

Nacional, a marcha picada evoluiu em quantidade e<br />

qualidade, que agora a levam a um patamar muito<br />

mais avante do que a melhor das previsões pudesse<br />

prever naquele longínquo ano de 2004.<br />

Como se poderia acreditar que em todo o Nordeste<br />

houvesse uma reviravolta em que o número de participantes<br />

de marcha picada superasse os de marcha batida<br />

nas exposições? Principalmente em estados tão tradicionais<br />

quanto BA, PE, AL e CE? Quando se imaginaria<br />

que isso também acontecesse em GO e Brasília?<br />

Como poderia se prever o enorme incremento que a<br />

picada teria em SP e RJ? Quem poderia prever que haveria<br />

um Grande Campeão Nacional da Raça oriundo do<br />

PR em apenas 13 anos? E também quem poderia dizer<br />

que MG estivesse hoje importando animais de marcha<br />

picada provenientes de criatórios do NE e outros estados,<br />

fazendo uma espécie de retorno às origens?<br />

Pois bem, hoje tudo isso é fato inconteste.<br />

Acontecem simpósios sobre a marcha picada, também<br />

ocorrem reciclagens no quadro de árbitros. O<br />

número de novos criadores e, consequentemente,<br />

associados ligados à marcha picada vem aumentando<br />

vertiginosamente e, por si, já justificam essas preocupações<br />

e ações. A tal ponto que, hoje, duas perguntas<br />

ganham mais vulto e adeptos: “Para onde vão as<br />

marchas?” Será que vão convergir?”<br />

O PRESENTE<br />

Antes de tudo, é imperativo que se faça uma análise<br />

de como a marcha picada está sendo selecionada e<br />

apresentada em pistas. Basicamente, existem duas vertentes<br />

que se sobressaem. Uma é a dos apreciadores da<br />

marcha dita Genuína e outra da marcha Confirmada. As<br />

duas coexistem nos criatórios e nas pistas, sendo selecionadas<br />

e apresentadas de forma conjunta.<br />

Podemos, de uma forma simplista, evidentemente<br />

não técnica, definir a marcha dita Genuína como<br />

aquela onde o animal já apresenta o andamento em<br />

marca picada quando tocado solto no campo, sem o<br />

auxílio de cabrestos ou qualquer intervenção humana.<br />

E a Confirmada é daquele outro animal que apresenta<br />

um andamento mais para o diagonal quando<br />

tocado na solta, mas que, por genética, por habilidade,<br />

ou porque, sendo naturalmente mais próximo da<br />

marcha de centro para picada, confirma o andamento<br />

na picada quando montado.<br />

Antes de prosseguir, quero fazer um parêntese<br />

acerca de outro animal que algumas pessoas confundem<br />

com o Confirmado, que é o Encartado. Esse,<br />

também de forma não técnica, podemos definir<br />

como sendo um animal sem genética de picada, sem<br />

habilidade e de comprovado andamento diagonal<br />

que é forçado, através de técnicas de equitação e de<br />

uso de equipamentos artificiais, a entrar na marcha<br />

picada. Mas, diferentemente do Confirmado, esse<br />

não apresenta qualidade e não permanece nesse<br />

andamento nem por períodos médios e nem quando<br />

relaxada a pressão exercida sobre a equitação ao<br />

mesmo. É um andamento artificial, imposto, que não<br />

se sustenta e, portanto, sem sentido.<br />

O Confirmado, ao contrário, embora sendo ele<br />

oriundo de um animal diagonal na solta, mas com<br />

genética e/ou habilidade, e/ou com origem na marcha<br />

de centro para picada, vai, ao longo do processo de<br />

doma e acertos finais, a se confirmar na marcha pica-<br />

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