GAZETA DIARIO 507
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Foz do Iguaçu, sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018<br />
PARALISAÇÃO<br />
Cidade<br />
03<br />
Sindicato anuncia greve no serviço de<br />
transporte coletivo a partir do dia 19<br />
Movimento inicia em apoio aos protestos contra a reforma da Previdência, mas pode estender-se<br />
Elson Marques<br />
Freelancer<br />
Paralisação começa na segunda-feira e pode ter sequência por tempo indeterminado<br />
Os trabalhadores do<br />
transporte coletivo de Foz<br />
do Iguaçu vão aderir ao<br />
movimento contra a reforma<br />
da Previdência marcado<br />
para a próxima segunda-feira<br />
(19). O comunicado<br />
de paralisação dos<br />
serviços foi feito pelo Sindicato<br />
dos Trabalhadores<br />
em Transportes Rodoviários.<br />
A greve começa às<br />
8h, mas pode estender-se<br />
para os dias seguintes por<br />
conta de reivindicação específica<br />
da categoria.<br />
O presidente do sindicato,<br />
Dilto Vitorassi, explicou<br />
que a paralisação<br />
iria iniciar na terça-feira<br />
(20), porém foi antecipada.<br />
"No dia 19 haverá manifestações<br />
de outras categorias<br />
por conta da votação<br />
da reforma da Previdência.<br />
Os rodoviários<br />
estão juntos nessa luta<br />
porque a intenção do governo<br />
é não permitir que<br />
o trabalhador se aposente.<br />
No dia 20, a categoria<br />
também paralisa, em ato<br />
de advertência, face ao<br />
descumprimento de acordo<br />
com os trabalhadores<br />
por parte do Consórcio<br />
Sorriso", afirmou.<br />
Motoristas e cobradores<br />
se reúnem hoje (15),<br />
a partir das 17h, para deliberar<br />
sobre estratégias<br />
de mobilização e condições<br />
para retornar ao trabalho.<br />
"A greve continuar<br />
ou não após o dia 20<br />
vai depender do posicionamento<br />
dos patrões. Na<br />
última paralisação, o consórcio<br />
assinou acordo<br />
com a categoria, mas não<br />
vem cumprindo, como<br />
quantidade máxima de<br />
ônibus sem cobradores e<br />
regularização de pagamento<br />
em dia, pois continuam<br />
atrasando pagamento<br />
e vale-alimentação",<br />
justificou Vitorassi.<br />
Manutenção de<br />
cobradores<br />
O presidente do sindicato<br />
reforçou que o acordo<br />
com o consórcio prevê<br />
no máximo dez ônibus<br />
sem cobradores. "Tem dias<br />
que colocam 15, outros<br />
colocam 20, e assim deixam<br />
a categoria em polvorosa<br />
porque a intenção é<br />
demitir cobradores. O<br />
consórcio reivindica nova<br />
tarifa desde setembro e<br />
até agora não conseguiu,<br />
e quer tirar do couro dos<br />
trabalhadores. Não vamos<br />
aceitar e vamos para o enfrentamento",<br />
avisou o sindicalista.<br />
Além disso, lembrou Vitorassi,<br />
há a questão dos<br />
turnos intermediários em<br />
que "três das quatro empresas<br />
que formam o consórcio<br />
concordaram em escala<br />
mínima de quatro horas,<br />
mas a outra insiste em picotar<br />
em duas horas, uma<br />
hora ou até menos, mantendo<br />
o trabalhador de sobreaviso<br />
no turno. Podem<br />
até dizer que a lei mudou,<br />
mas o entendimento com a<br />
categoria existe e terá que<br />
ser respeitado".<br />
Frota mínima<br />
O sindicalista afirmou que a intenção do<br />
sindicato é de manter o atendimento<br />
mínimo aos usuários, conforme<br />
exigência legal. Citou que a frota em<br />
operação poderá ficar entre 20% e 30%.<br />
O diretor do Foztrans, Fernando<br />
Maraninchi, foi contatado pela<br />
reportagem para se posicionar sobre o<br />
assunto.<br />
Diante do comunicado de greve, o<br />
instituto deve notificar o consórcio para<br />
que adote as medidas necessárias para<br />
conter eventual greve ou, ao menos,<br />
assegurar a prestação do serviço<br />
conforme o disposto nos artigos 9º e 11º<br />
da Lei nº 7.783/89.<br />
O artigo 9º da lei federal rege que:<br />
"Durante a greve, o sindicato ou a<br />
comissão de negociação, mediante<br />
acordo com a entidade patronal ou<br />
diretamente com o empregador,<br />
manterá em atividade equipes de<br />
empregados com o propósito de<br />
assegurar os serviços cuja paralisação<br />
resultem em prejuízo irreparável, pela<br />
deterioração irreversível de bens,<br />
máquinas e equipamentos, bem como a<br />
manutenção daqueles essenciais à<br />
retomada das atividades da empresa<br />
quando da cessação do movimento".<br />
Já o artigo 11º prevê: "Nos serviços ou<br />
atividades essenciais, os sindicatos, os<br />
empregadores e os trabalhadores ficam<br />
obrigados, de comum acordo, a garantir,<br />
durante a greve, a prestação dos serviços<br />
indispensáveis ao atendimento das<br />
necessidades inadiáveis da comunidade".<br />
Maraninchi adiantou que hoje o<br />
Foztrans deve emitir um comunicado<br />
oficial. Os representantes do Consórcio<br />
Sorriso procurados pela reportagem<br />
disseram que não receberam nenhum<br />
informe oficial sobre o movimento.