RLB 58 - Fevereiro de 2018
Revista mensal, com circulação nacional. Nessa edição tem reportagem sobre o Museu Chileno de Arte Pré-Colombino, FIT Cuba, o PJe, Games, Dicas de Viagem e muito mais
Revista mensal, com circulação nacional. Nessa edição tem reportagem sobre o Museu Chileno de Arte Pré-Colombino, FIT Cuba, o PJe, Games, Dicas de Viagem e muito mais
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| Esporte |<br />
O conservadorismo<br />
é necessário?<br />
Esporte mais praticado<br />
no mundo, o futebol movimenta<br />
bilhões <strong>de</strong> euros<br />
e apaixona milhões<br />
<strong>de</strong> pessoas. Mas continua<br />
avesso a mudanças, dando<br />
a clara impressão <strong>de</strong><br />
que é mantido assim para<br />
facilitar a manipulação <strong>de</strong><br />
resultados e, <strong>de</strong>ste modo,<br />
alimentar teorias conspiratórias<br />
que fascinam alguns<br />
e faz com que muitos <strong>de</strong>ixem<br />
<strong>de</strong> acompanhar os<br />
jogos – exatamente pelas<br />
suspeitas <strong>de</strong> manipulação.<br />
Recente pesquisa para<br />
saber para quem o brasileiro<br />
torcia, veio a surpresa:<br />
o preferido <strong>de</strong> todos é “Nenhum<br />
time” e tenho para<br />
mim que isso passa pelo<br />
papel perverso da TV que<br />
obriga assistir <strong>de</strong>terminados<br />
times, à cobertura dos<br />
<strong>de</strong>mais meios <strong>de</strong> comunicação<br />
e portais. Mas é apenas<br />
uma opinião pessoal.<br />
Vejo pessoas em êxtase<br />
diante <strong>de</strong> mais uma Copa<br />
do Mundo!<br />
Eu, <strong>de</strong> minha parte, não<br />
me sinto animado a torcer<br />
por um time patrocinado<br />
pela Nike e dirigido por<br />
gângsters que transformaram<br />
a entida<strong>de</strong> que controla<br />
e comanda o futebol<br />
brasileiro em uma sucursal<br />
mafiosa da máfia que comanda<br />
o futebol mundial.<br />
A última seleção brasileira<br />
pela qual torci foi a<br />
<strong>de</strong> 1974 – mas só os dois<br />
primeiros jogos, porque<br />
<strong>de</strong>pois muita coisa ficou<br />
clara: a troca <strong>de</strong> favores<br />
e o jogo <strong>de</strong> interesses. O<br />
a<strong>de</strong>us <strong>de</strong>finitivo aconteceu<br />
em 1978, quando<br />
Cláudio Coutinho não<br />
convocou Falcão – então<br />
melhor jogador em ativida<strong>de</strong><br />
no futebol brasileiro,<br />
para contemplar atletas do<br />
eixo. Nem mesmo em 82<br />
fiquei triste com a <strong>de</strong>rrota<br />
para a Itália, pelo contrário.<br />
A <strong>de</strong>rrota para a Itália foi<br />
um prêmio para a teimosia<br />
do Tele – ao não convocar<br />
Leão e insistir com Dirceuzinho,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter feito<br />
todos os amistosos com<br />
Paulo Isidoro.<br />
Claro que olho os jogos,<br />
acompanho as partidas ao<br />
lado dos filhos e confesso<br />
que me diverti bastante<br />
com o 7 a 1 da Alemanha<br />
e <strong>de</strong>pois a <strong>de</strong>rrota para a<br />
Holanda.<br />
E chegamos a um novo<br />
mundial e o futebol continua<br />
engessado.<br />
Qual foi a última gran<strong>de</strong><br />
“inovação” tática do futebol<br />
nos últimos 40 anos?<br />
O carrossel holandês? Depois,<br />
só chorumelas e blábláblá.<br />
Em 2017 entrou na pauta<br />
o uso <strong>de</strong> algumas expressões:<br />
marcação alta, compactação<br />
e o campeão foi<br />
o Corinthians com o “salve-se<br />
quem pu<strong>de</strong>r”.<br />
Torço para o Grêmio, mas<br />
costumo dizer que gosto<br />
mais <strong>de</strong> futebol do que do<br />
Grêmio.<br />
E por gostar <strong>de</strong> futebol,<br />
fico sem enten<strong>de</strong>r o apego<br />
ao conservadorismo e<br />
a rejeição pela tecnologia<br />
e por processos que dinamizassem<br />
o jogo.<br />
42 Leitura <strong>de</strong> Bordo | fevereiro <strong>2018</strong> | www.leitura<strong>de</strong>bordo.com.br