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GAZETA DIARIO 515

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08 Geral Foz do Iguaçu, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018<br />

DISQUE 100<br />

Mais de 9 mil casos de<br />

violência sexual contra crianças<br />

foram registrados em 2017<br />

Em Ramilândia um pai espancou e abusou de uma criança<br />

de 1 ano e 11 meses; casos de abusos são subnotificados<br />

Adelino de Souza<br />

Freelancer<br />

O caso do "monstro"<br />

de Ramilândia que espancou<br />

e estuprou a enteada<br />

de 1 ano e 11 meses, mais<br />

as cenas da novela O Outro<br />

Lado do Paraíso, que<br />

aborda o tema de abuso<br />

contra crianças e adolescentes,<br />

reacendem os debates<br />

sobre o assunto.<br />

Os números de crianças<br />

e adolescentes vítimas<br />

de abusos sexuais são<br />

controversos e subnotificados.<br />

O Disque 100, serviço<br />

de atendimento gratuito<br />

da Secretaria Nacional<br />

de Direitos Humanos,<br />

revela que em 2016<br />

foram registrados mais de<br />

15 mil casos de violência<br />

sexual contra crianças e<br />

adolescentes. Em 2017<br />

foram 9.138 casos.<br />

Segundo a secretaria,<br />

a violência sexual pressupõe<br />

o abuso do poder: crianças<br />

e adolescentes são<br />

usados para satisfação sexual<br />

de adultos, sendo induzidos<br />

ou forçados a<br />

práticas sexuais. Essa violação<br />

de direitos interfere<br />

diretamente no desenvolvimento<br />

da sexualidade<br />

saudável e nas dimensões<br />

psicossociais do indivíduo,<br />

causando danos<br />

muitas vezes irreversíveis.<br />

Ramilândia<br />

O caso do "monstro"<br />

de Ramilândia foi registrado<br />

no último dia 22. A<br />

pequena cidade fica a 80<br />

quilômetros de Foz do<br />

Iguaçu. Nesse dia, um padrasto<br />

foi ao hospital levar<br />

sua enteada que sangrava<br />

muito. Ele disse<br />

aos enfermeiros que havia<br />

espancado a menina<br />

porque ela não parava de<br />

chorar.<br />

Ao chegar ao hospital<br />

a criança já estava morta.<br />

A equipe médica constatou<br />

que, além dos espancamentos,<br />

ela foi estuprada.<br />

A polícia foi chamada<br />

e prendeu o indivíduo,<br />

que confessou o crime.<br />

O "monstro" estava<br />

vivendo havia seis meses<br />

com a mãe da menina,<br />

mas naquele dia ela foi resolver<br />

assuntos particulares<br />

e deixou a criança<br />

com o amásio.<br />

Outro caso que assombrou<br />

os paranaenses<br />

e ganhou repercussão nacional<br />

foi registrado em<br />

Chapecó (SC), quando<br />

um pedófilo foi preso<br />

com um arquivo monstruoso<br />

de pornografia infantil.<br />

Ele foi descoberto<br />

porque uma mãe residente<br />

em Pato Branco olhou<br />

o celular de seu filho de<br />

11 anos e constatou que<br />

ele era vítima do pedófilo<br />

catarinense.<br />

O tarado EWE, de 22<br />

anos, foi preso em uma<br />

operação conjunta da polícia<br />

do Paraná e de Santa<br />

Catarina. Ao ser interrogado,<br />

disse que não<br />

possuía nenhuma imagem.<br />

O delegado João<br />

Miotto afirmou a ele que<br />

já existiam provas e também<br />

um mandado de prisão.<br />

Só então o pedófilo<br />

mostrou o computador<br />

no qual as imagens estavam<br />

armazenadas.<br />

Fique alerta<br />

A Childhood Brasil, organização que<br />

luta pela proteção da infância por<br />

meio do enfrentamento à violência<br />

sexual contra crianças e adolescentes,<br />

estabeleceu dicas para identificar<br />

possíveis sinais de abuso sexual<br />

infantojuvenil.<br />

Mudanças de comportamento: o<br />

primeiro sinal é uma possível mudança<br />

no padrão de comportamento da<br />

criança, como alterações de humor<br />

entre retraimento e extroversão,<br />

agressividade repentina, vergonha<br />

excessiva, medo ou pânico.<br />

Proximidades excessivas: a violência<br />

costuma ser praticada por pessoas da<br />

família ou próximas na maioria dos<br />

casos. O abusador muitas vezes<br />

manipula emocionalmente a criança,<br />

que não percebe estar sendo vítima e,<br />

com isso, costuma ganhar a confiança<br />

dela, fazendo com que ela se cale.<br />

Silêncio predominante: para manter a<br />

vítima em silêncio, o abusador costuma<br />

fazer ameaças de violência física e<br />

mental, além de chantagens. É normal<br />

também que use presentes, dinheiro<br />

ou outro tipo de material para construir<br />

uma boa relação com a vítima.<br />

Mudanças de hábito súbitas: uma<br />

criança vítima de violência, abuso ou<br />

exploração também apresenta alterações<br />

de hábito repentinas. Sono, falta<br />

de concentração, aparência descuidada,<br />

entre outros, são indicativos de<br />

que algo está errado.<br />

Comportamentos sexuais: crianças<br />

que apresentam um interesse por<br />

questões sexuais ou que façam brincadeiras<br />

de cunho sexual e usam<br />

palavras ou desenhos que se referem<br />

às partes íntimas podem estar indicando<br />

uma situação de abuso.<br />

Traumatismos físicos: os vestígios<br />

mais óbvios de violência sexual em<br />

menores de idade são questões físicas<br />

como marcas de agressão, doenças<br />

sexualmente transmissíveis e gravidez.<br />

Frequência escolar: observar queda<br />

injustificada na frequência escolar ou<br />

baixo rendimento causado por dificuldade<br />

de concentração e aprendizagem.<br />

Outro ponto a estar atento é a<br />

pouca participação em atividades<br />

escolares e a tendência de isolamento<br />

social.

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